Discurso durante a 118ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexões sobre a atuação parlamentar de S. Exª.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Reflexões sobre a atuação parlamentar de S. Exª.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2018 - Página 16
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • REGISTRO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR.

    O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, ocupo a tribuna nesta tarde para comentar, em breves palavras, o resultado dessas eleições. Esses comentários já foram bem ditos aqui, feitos, com muita propriedade, pela Senadora Ana Amélia e pelo Senador Lasier Martins, a quem agradeço pela referência ao meu nome, lamentando em relação à minha pessoa que eu não possa mais voltar para trabalhar em favor de Sergipe e do Brasil em uma nova legislatura.

    Eu escrevi uma reflexão dirigida ao eleitorado de Sergipe, mas que, acredito, serve para todo o Brasil, diante desse verdadeiro tsunami que surgiu no panorama nacional durante essas eleições, varrendo do Senado Federal, pelo menos, 85% dos pretendentes a um retorno a esta Casa.

    É verdade que o nosso eleitor, escaldado por atos que muito o decepcionaram, atos que redundaram no descrédito do Brasil, não só aqui como no exterior, atos de corrupção, de violência desmedida, de intolerância, foi às urnas e deu um recado na horizontal. Praticamente todos pagaram a conta do descrédito da classe política, inclusive eu.

    Atuei nesta Casa com muita seriedade durante três mandatos de Senador da República, jamais praticando um ato sequer que pudesse deslustrar a minha história, o meu passado ou desconcertar o eleitorado do meu Estado em termos da confiança, do carinho e do respeito que sempre dele recebi, bem como o respeito dos meus colegas aqui no Senado Federal.

    Cheguei a ocupar, mesmo em um partido pequeno, a Vice-Presidência do Senado Federal. Fui Presidente de várias Comissões – Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, Comissão de Assuntos Sociais – e Vice-Presidente do Senado. Num período em que o PSB tinha apenas dois Senadores, eu fui conduzido à 2ª Vice-Presidência do Senado Federal.

    Então, eu só tenho grandes recordações desta Casa, recordações das manifestações espontâneas de colegas, tanto nas Comissões, como na Comissão de Constituição e Justiça, como no Conselho de Ética e no próprio Plenário, manifestações de reconhecimento ao meu trabalho. E dessa forma é que o Diap me elegeu por 11 vezes, me colocando entre as cem cabeças do Senado Federal. Isso se deu por 11 vezes consecutivas, o que é raro acontecer em uma Casa legislativa como o Senado da República.

    Então, eu saio daqui com a cabeça erguida, certo de que cumpri com o meu dever, com a minha função de Senador, e que jamais esquecerei os votos que recebi do meu Estado, tampouco as manifestações de apreço e de carinho dos Senadores e Senadoras desta Casa.

    Eu fiz uma reflexão e a apresentei no dia de hoje às mídias sociais de Sergipe, nos seguintes termos:

    Não desistirei do meu Sergipe! O voto popular sempre representou um instrumento de fortalecimento da democracia, e o resultado de todas as eleições traduz o querer do povo. Da mesma forma como fui consagrado tantas vezes nas urnas, homenageio o povo na hora em que preferiu eleger outros concorrentes, aos quais dirijo, neste momento, o meu pensamento, desejando-lhes muito sucesso em jornada ao mesmo tempo honrosa e de grande responsabilidade, atuando com esmero e dedicação para bem representarem o nosso querido Estado de Sergipe.

    Um mandato de Senador, enquanto durar, transpõe a simples volúpia pelo poder, para se transformar em uma vanguarda permanente em defesa do Estado e da Nação.

    Sou muito grato aos meus conterrâneos, que votaram em mim nesta eleição e me deram três mandatos consecutivos de Senador, confiando no meu trabalho e na minha honestidade.

    Na planície e sem mandato, não desistirei do meu Sergipe, estarei em outras trincheiras na luta para preservar o seu sagrado nome, e me ombrear a quantos queiram dias melhores para nossa gente.

    O respeito e amor que devoto a esse povo generoso, o povo sergipano, de quem sou credor até os últimos dias de minha vida, continuarão a cintilar sempre no meu coração e na minha alma, onde guardo com carinho o troféu de muitas vitórias.

    Fui Prefeito Municipal, fui Deputado Estadual duas vezes, Deputado Federal, Vice-Governador, secretário da educação, Governador e Senador por três vezes. Então, eu guardo com carinho o troféu dessas vitórias que me foram concedidas pelo povo sergipano ao longo da minha carreira de cinco décadas, sempre pontilhada pela ética e muita lealdade a nossa gente, para jamais desmerecer a sua confiança.

    Afasto-me do Senado pela vontade soberana do meu povo. Aceito com humildade e resignação o recado das urnas, mas, nem por isso me afastarei do povo até quando tiver forças para defendê-lo contra as injustiças e a humilhação da fome e da extrema pobreza; continuarei na luta contra as desigualdades que ainda imperam no Brasil, especialmente em Sergipe – desigualdades que geram a pobreza, a intolerância, o preconceito e a exploração do nosso povo pela demagogia e pelo populismo como arma para atrair votos e vencer eleições.

    O povo sergipano, para quem tiro o meu chapéu, contará sempre com a minha coragem e a minha lealdade em todos os momentos, agora, a partir de fevereiro, como um simples cidadão sergipano, como um simples cidadão brasileiro.

    Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2018 - Página 16