Discurso durante a 118ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre as eleições de primeiro turno em 2018.

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Comentários sobre as eleições de primeiro turno em 2018.
Aparteantes
Telmário Mota.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2018 - Página 18
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • COMENTARIO, RESULTADO, ELEIÇÕES, PAIS, PRIMEIRO TURNO, ANO, ATUALIDADE, EXPECTATIVA, VOTAÇÃO, SEGUNDO TURNO, ESTADO DO AMAZONAS (AM), PRESIDENCIA DA REPUBLICA, CRITICA, CONCORRENCIA, DISPUTA, CARGO, SENADOR, QUANTIDADE, NOTICIA FALSA, PROPOSTA, JAIR BOLSONARO, REFERENCIA, COMPOSIÇÃO, GOVERNO FEDERAL, NOME, VINCULAÇÃO, BANCOS, POSIÇÃO, DISCORDANCIA, ZONA FRANCA, MANAUS (AM), REPUDIO, PRIVATIZAÇÃO, AMAZONAS DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A (AME), ELOGIO, CANDIDATURA, FERNANDO HADDAD.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM. Pronuncia o seguinte discurso.) – Obrigada, Sr. Presidente, Srs. Senadores, Sras. Senadoras.

    Sr. Presidente, no último domingo, nós concluímos as eleições em primeiro turno, em que foram eleitos todos os Parlamentares estaduais e federais. Vários Governadores e outros candidatos ao Executivo ainda terão que concluir o processo eleitoral no dia 28, salvo engano, agora do mês de outubro, quando acontecerá o segundo turno.

    Eu quero, Sr. Presidente, dizer que, neste momento, não vou fazer uma análise nem das eleições, nem do resultado no meu Estado do Amazonas. Voltarei a fazer com bastante detalhamento essa análise das eleições, porque entendo que nós não concluímos ainda o processo eleitoral.

    Então, a hora não é só de avaliação, a hora é de falar do Brasil, a hora é de voltar a falar do meu Estado do Amazonas, porque uma das principais decisões ainda está para ser tomada, ou seja, a escolha de quem será o próximo Presidente da República, que acontecerá no último domingo deste mês.

    Então, o que nós temos que falar é sobre as candidaturas à Presidência da República, falar o que cada uma delas defende para o País, o que cada uma delas apresenta como proposta para a nossa gente, para o nosso povo e, sobretudo, para o meu Estado do Amazonas.

    A hora também é de falar sobre as eleições em segundo turno que acontecerão no meu Estado do Amazonas, porque lá também voltaremos às urnas para escolher, entre duas candidaturas, de Wilson Lima e Amazonino Mendes, qual dos dois será o Governador do meu Estado do Amazonas.

    Mas, Sr. Presidente, eu quero abrir aqui aspas rápidas para dizer o seguinte em relação às eleições ocorridas no último domingo.

    Primeiro, um resultado que surpreendeu a todos, tamanha a discrepância com aquilo que mostravam as pesquisas eleitorais, e não apenas num Estado, e não apenas envolvendo uma única candidatura, não. Na maioria dos Estados brasileiros, inclusive no meu Estado do Amazonas, Sr. Presidente, as pesquisas – todas elas – de todos os institutos mostravam um caminho, e o resultado da urna foi completamente diferente daquilo que víamos nas pesquisas.

    Segundo, Sr. Presidente, quero dizer que apesar do resultado adverso em relação à minha candidatura, eu chego aqui a esta tribuna, Sr. Presidente, com a mesma disposição que sempre tive quando ocupei a tribuna, porque saí e saio dessas eleições com o espírito e o sentimento do dever cumprido, com a consciência muito mais do que tranquila, porque a minha campanha foi pautada única e exclusivamente em falar daquilo que defendíamos e defendemos para o Estado do Amazonas e fazer uma prestação de contas do meu mandato. Afinal de contas, eu sou Parlamentar.

    Então, não devia, num período de eleição, apenas dizer o que eu queria fazer, mas deveria – era o meu dever e assim o fiz – mostrar como atuei aqui no Senado Federal, de que lado fiquei e quais foram os meus votos. E foi exatamente isso que fiz, durante toda a campanha eleitoral.

    Lamentavelmente, meus adversários não fizeram isso. Aliás, o que venceu a eleição, Sr. Presidente, iniciou a campanha mostrando um CPF, como se CPF fosse atestado, como diz um jornalista lá da minha cidade de Manaus, como se isso fosse, Senador Telmário, atestado de idoneidade, mas não era só isso, não.

    Ele dizia em todos os seus programas eleitorais, do primeiro até um determinado programa que eu já vou falar, que ele era limpo, que ele era independente, que era livre e que queria uma cadeira no Senado para lutar pelo Amazonas e pelo nosso povo, enquanto eles e ela – eu sou a única Senadora e era a única candidata mulher ao Senado –, enquanto eles e ela querem fugir da cadeia. Essa foi a campanha eleitoral que nós enfrentamos lá.

    Ingressei na Justiça Eleitoral desde o primeiro minuto, perdi. No primeiro julgamento, recorri à Justiça Eleitoral e ganhei. Lamentavelmente muito tarde já, muito tarde, porque isso se disseminou muito. Eu quero, então, neste meu primeiro pronunciamento, após o primeiro turno das eleições, dizer o seguinte: isso não vai ficar assim. Isso não vai ficar assim! Essa pessoa que fez isso vai responder pelos atos e palavras, acusações levianas que fez durante a campanha inteira, porque, se há alguma coisa que me orgulha muito, Sr. Presidente, é a minha postura na política brasileira. Em trinta anos de mandato parlamentar, nunca recebi absolutamente nada indevidamente. Aliás, nunca fui sequer acusada de corrupção. Não. Nunca. De corrupção, nunca, Sr. Presidente, sequer fui acusada. Para ter que ouvir isso durante a campanha inteira?

    Enfim, como eu sempre digo desta tribuna: não tarda, o tempo é o senhor da verdade. A verdade, às vezes, pode demorar, pode tardar, mas ela virá. Ela virá. Aliás, ontem mesmo... Vejam a ironia da situação, Srs. e Sras. Senadoras: ontem mesmo, num programa de uma rádio local que entrevistou esse candidato que venceu as eleições, ele, depois da entrevista, não sei por que exatamente, mas o jornalista teceu o seguinte comentário, falando sobre esse mote de campanha, dizendo que o CPF não representa atestado de idoneidade para ninguém e que ele deveria ter feito o que não fez durante a campanha, que ele poderia, abre aspas, isso foi o que disse o jornalista, abre aspas: "Podia ter rodado um vídeo onde és colocado em evidência com as mãos no pacote do célebre mensalinho que era pago pelo Alfredo Nascimento". E o jornalista se diz arrependido de não ter rodado esse vídeo. Um vídeo em que, dizem, ele estava recebendo um tal de mensalinho que era pago pela Prefeitura todos os meses. Mas, enfim, isso não vem ao caso.

    Eu quero, Sr. Presidente, neste tempo que me resta, com a benevolência de V. Exa., falar um pouco deste segundo turno do processo eleitoral. Chamou muito a minha atenção hoje a matéria... Primeiro, o que vem marcando muito esse processo eleitoral é aquilo que muitos, inclusive V. Exa., falam da tribuna: as fake news, as mentiras, as inverdades que são postas, que são falsas, notícias falsas vendidas como verdades, não é? Então, veja, esse tem sido o principal mote.

    O candidato Haddad, que é o candidato que não apenas nós apoiamos, mas a quem demos a candidatura de Vice-Presidência, que é de Manuela d'Ávila, inclusive tomou uma iniciativa muito importante de fazer um pacto em conjunto com o seu adversário para que cesse esse tipo de fake news, para que ambas as candidaturas possam repelir esse tipo de atitude, principalmente por meio das mídias sociais e por meio de aplicativos dos telefones, como WhatsApp e outros. Isso é muito importante.

    Mas, independentemente disso, eu penso que nós temos que trazer o debate para a política, porque o povo brasileiro tem que escolher em cima da verdade, o povo brasileiro tem que escolher o seu futuro Presidente em cima do que cada um defende para o seu País.

    E hoje, Sr. Presidente, preocupou-me muito aquilo que é manchete do jornal Folha de S.Paulo, olha só: "Bolsonaro e Guedes recrutam executivos para a sua equipe". Aí vamos lá, na p. 21, ver quem são os executivos que eles estão recrutando para a sua equipe de governo, ou seja, para serem, segundo eles, os ministros...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... caso ele vença as eleições. Veja quem ele deverá recrutar: o CEO, o executivo do Bank of America; o executivo da Bozano Investimentos; o executivo da Goldman Sachs; o executivo do Santander; ou seja, banqueiros, Senador Telmário! Ele quer fazer um Governo de banqueiros!

    Aí eu pergunto ao povo lá do meu Amazonas, lá da cidade de Manaus, lá dos interiores do meu Estado: o que os banqueiros vão fazer em prol de Estados tão distantes quanto o nosso? O que banqueiros, no Governo, vão fazer pelo povo do interior? Como serão tratados os programas Luz para Todos, Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, o seguro-defeso com um governo de banqueiros?

    Aliás, eles têm dito e redito que férias é o maior absurdo que se pratica no Brasil, pagar um terço a mais durante as férias, e outro absurdo seria pagar o décimo terceiro, porque as empresas só recolhem 12 meses por ano. E como pagar o décimo terceiro? Então, é isso que a Nação brasileira tem que discutir, é isso que a nossa gente precisa discutir.

    Aliás, esse Paulo Guedes, dizem, é quem de fato manda no Bolsonaro, é quem determina, é quem dá as regras de governo, é quem fez o programa, é a cabeça pensante de Bolsonaro.

    O que é que Paulo Guedes já falou sobre incentivos fiscais? Que ele é contra! E eu vou falar isso todo dia, aqui desta tribuna, para que a gente do meu Estado... E olhem que, no Estado do Amazonas, o resultado para Presidente foi 43 a 40 contra o nosso candidato Haddad – ou seja, muito equilibrado. Mas o que é pior: o Estado se dividiu entre interior e capital. A capital votou com a candidatura que venceu, e o interior votou Haddad.

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – E votou Haddad por quê? Votou Haddad por conta do Bolsa Família, por conta da mudança que está ocorrendo nas cidades do interior, e não só nas cidades; está mudando a vida das pessoas, porque as universidades estão chegando ao interior. Olhem que maravilha, Srs. Senadores!

    Quando que eu, que vivo no Amazonas há mais de 40 anos, há quase 50 anos, imaginaria que nós pudéssemos ter, um dia, tantas faculdades públicas como temos hoje, públicas, como a Universidade Federal do Amazonas e a faculdade de Medicina no interior? Isso é muito bonito!

    Aí, eu digo a todos: querem votar no candidato, mas saibam o que ele vai fazer, saibam o que ele pensa da Zona Franca de Manaus. Bolsonaro é contra a Zona Franca de Manaus, porque é contra incentivos fiscais. Saibam o que vai fazer com os programas sociais.

    Então, quem recruta banqueiro para fazer parte de governo é porque não está preocupado com o povo brasileiro; muito menos com o nosso interior, com o interior do Amazonas.

    Antes de dar o aparte a V. Exa., Senador Telmário, eu quero, Senador Lasier, dar aqui uma informação. Em seguida, se V. Exa. me permitir, concedo o aparte ao Senador Telmário, para que possa eu concluir o meu pronunciamento, ao qual V. Exa. já está dando minutos extras.

    Mas eu quero aqui dizer, em decorrência das inúmeras notícias que estão saindo nos jornais, inclusive aqui na Folha de S.Paulo, que dizem que o meu partido, o PCdoB, estaria ou está entre os partidos que não alcançaram a cláusula de barreira, que isso não corresponde à realidade, porque nós temos candidaturas nossas a Deputados que estão sub judice, cujos votos, se apurados, serão suficientes para que alcancemos nós, do PCdoB, a cláusula de barreira. Então, não é uma posição definitiva que coloca o PCdoB como um partido que não alcançou a cláusula de barreira.

    Por fim, concedo um aparte ao Senador Telmário.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – Senadora Vanessa, primeiro, agradeço o aparte e a gentileza do Presidente, até por entender este momento pós-primeiro turno das eleições, que é um momento de extrema expectativa no Brasil todo, em que...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – ... o recado das urnas apresentou uma grande divergência dos institutos de pesquisa. Os institutos de pesquisa foram para um lado e as urnas foram para outro. Então, realmente acho que o grande derrotado foram essas previsões nessas pesquisas.

    Mas eu respeito muito a decisão das urnas, que são soberanas, mas quero dizer que esta Casa vai ficar mais triste, esta Casa vai ficar menor, esta Casa vai ficar sem uma voz forte da mulher brasileira, com a saída de V. Exa.. Pode ter certeza.

    Eu acho que Manaus, que é a mãe, ali, do nosso Estado – Roraima foi Município, minha bisavó era filha do Amazonas... Então, eu fico triste por uma melhor avaliação. Às vezes, uma onda de uma candidatura que vem prometendo o céu, em que agora a gente já vê as parcerias do céu, de repente, pode fazer uma avalanche e, nisso, acaba levando pessoas que...

    As redes sociais foram fundamentais. Foram instrumentos pequenos diante de grandes instrumentos dominados por políticos. Por exemplo, o monopólio dos meios de comunicação do meu Estado foi derrotado exatamente com as redes sociais.

    Mas também ali você, às vezes, muitas horas não sabe fazer a distinção ainda entre uma fake news e uma informação verdadeira. Eu tenho certeza de que V. Exa. foi vítima disso. Mas essa sua garra, essa sua determinação e esse seu amor pelo Estado do Amazonas, pelo povo brasileiro, pelas causas dos mais humildes vão lhe fazer muito mais forte.

    Quer conhecer a Senadora Vanessa? Trabalhe junto com ela. Vanessa é uma pessoa que é a mesma da tribuna, é a mesma de uma decisão da liderança, é a mesma de uma reunião fechada, assim como o Senador Paulo Paim. Vocês mantêm uma coerência permanente. Então, quero dizer para V. Exa. que, nestes quatro anos em que eu passei trabalhando com V. Exa., aprendi muito, e aprendi, sobretudo, a respeitá-la. E lamento profundamente que esta Casa perca uma Parlamentar, principalmente mulher, da magnitude de V. Exa. V. Exa. tem a minha admiração e o meu respeito. Se eu votasse em Manaus, V. Exa. seria o meu primeiro voto.

    Mas eu quero aqui dizer outra coisa para V. Exa. Quando eu vejo V. Exa. trazer essas informações de que o candidato a Presidente Bolsonaro começa a recrutar banqueiros, eu faço a pergunta: por que é que ele não fica logo com os mesmos caras que estão aí, do Temer? Porque o que está afundando o Brasil são os rentistas – os rentistas. O rentista só pensa em lucro. Eu sempre digo: quando o cara vive de juros, de agiotagem, de dinheiro...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – ... fazendo dinheiro, tomando o dinheiro, a riqueza do povo, que não vai para investimento, essa pessoa é sem coração, é sem amor, é sem sentimento e tal. Eu fico muito mais preocupado quando o Ministro da Fazenda dele, esse Paulo, é contra esses incentivos.

    Imagine: o Estado do Amazonas, que já tem sua robustez, já tem um parque industrial cristalizado, sentiria um impacto violento, porque o caminho da economia mais forte que há é a indústria de Manaus. Imagine Roraima, que tem um incentivo no Município de Bonfim...

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS) – Senador Telmário, só para o controle de V. Exa.: por ordem de inscrição, V. Exa. é o próximo a usar a tribuna.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – Graças a Deus. Eu só estou aproveitando esta fala dela, porque a Vanessa merece toda essa nossa deferência.

    O SR. PRESIDENTE (Lasier Martins. Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS) – Perfeito.

    O Sr. Telmário Mota (Bloco Moderador/PTB - RR) – Então, eu queria dizer isto, Senadora Vanessa: se Manaus está preocupado, imagina Roraima, onde temos também a Área de Livre Comércio, a ZPE, que é um bloco pequeno, na capital e no Município de Bonfim. E Roraima deu 70% de votação para o Bolsonaro. Então, é bom pensar nesse sentido.

    Obrigado.

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – Eu concluo, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exa. e as palavras...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... carinhosas de reconhecimento do Senador Telmário.

    E quero dizer, Senador Telmário, que não iniciei a minha militância política sendo Parlamentar e não preciso ter mandato parlamentar para seguir na luta, porque eu luto por aquilo em que acredito; eu luto porque sei que é possível que a gente construa uma sociedade melhor, uma sociedade sem tantas diferenças que nós vivemos hoje, uma sociedade em que a maioria passa fome, não tem trabalho, não tem salário, não tem onde morar, enquanto alguns vivem de forma nababesca. Então, é por isso que eu luto e é por isso que eu vou continuar lutando. E defendendo o meu Amazonas.

    Às vezes, as pessoas não compreenderam algumas posições que eu tomei aqui, mas saibam que todas as posições que tomei foram em defesa da minha Zona Franca. Quando a gente dizia que o Lula defendia a Zona Franca, as pessoas achavam que era só discurso; quando a gente dizia que a Zona Franca iria sofrer com esse tal Michel Temer, diziam que era só discurso. Está aí: 14 anos de tranquilidade, de Zona Franca progredindo...

(Soa a campainha.)

    A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PCdoB - AM) – ... de Zona Franca sendo respeitada. E agora não foram nem dois anos para que Michel Temer atacasse a nossa Zona Franca, e atacasse de forma dura, retirando incentivos que podem levar ao desemprego mais de 14 mil famílias. Continuamos lutando, portanto, contra isso.

    Aliás, Senador Lasier, um dos projetos que está na pauta de hoje trata da privatização da nossa Amazonas Energia.

    Não é hora de o Senado Federal votar essa matéria. Eu aproveito e peço voto contrário. Não é hora de votar privatização de nada! Nós estamos entre o primeiro e o segundo turno de uma eleição, e não é hora de o Parlamento, a mando do Michel Temer, tomar uma decisão que vai impactar tanto a vida de quem vive lá no meu Amazonas, sobretudo aqueles que vivem no interior e que dependem do Luz para Todos.

    Então, concluo fazendo esse apelo aos Srs. Senadores, aos nossos colegas. Não vamos permitir que esse projeto seja votado hoje. Não é hora de votar privatização de nada, muito menos da empresa de energia lá do meu Estado, que é pública, porque ainda é a única que consegue garantir o acesso da nossa gente, principalmente no interior, à energia elétrica.

    Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2018 - Página 18