Discurso durante a 14ª Sessão Conjunta, no Congresso Nacional

Registro sobre o resultados das eleições gerais e comentário sobre o desempenho do mandato de S.Exa. como Senadora da República.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Registro sobre o resultados das eleições gerais e comentário sobre o desempenho do mandato de S.Exa. como Senadora da República.
Publicação
Publicação no DCN de 18/10/2018 - Página 77
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • REGISTRO, RESULTADO, ELEIÇÕES, NECESSIDADE, ANALISE, ELEITOR, COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, PERIODO, MANDATO, ORADOR.

    A SRª ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS. Para uma breve comunicação. Sem revisão da oradora.) – Presidente Eunício Oliveira, colegas Senadores, colegas Deputados e Deputadas, Senadoras.

    Eu queria dizer, Sr. Presidente, que nós estamos numa sessão do Congresso Nacional para apreciar vetos presidenciais. A maioria deles será derrubada, que interessam à população brasileira.

    Imagino até que essa missão deveria ser transferida ao Congresso que legitimamente saiu das urnas, nas eleições deste ano de 2018, e que assumirá em fevereiro de 2019, mas não podemos abrir mão da nossa responsabilidade. O meu voto, a derrubada dos vetos, já está entregue à Comissão Especial, encarregada deste trabalho.

    Mas eu vim aqui, porque parece que as pessoas não entendem democracia: reclamar do resultado das urnas e deste segundo turno, que vai ser mais uma disputa eleitoral, provocada pela confrontação de posições ideológicas, que demonstra também uma derrota muito grande do sistema político-partidário vigente no nosso País.

    Esta Casa conviveu com quase 30 partidos políticos. Como fica a governabilidade de um Presidente nessa circunstância? O Supremo Tribunal Federal, equivocadamente, não acatou a cláusula de barreira; arrepende-se de uma decisão equivocada. Agora, vamos ter que corrigir esses erros. Precisamos urgentemente.

    E eu não vou desistir do Brasil, como dizia Eduardo Campos, embora tenha perdido a eleição honradamente, na companhia de Geraldo Alckmin, porque tentamos sim fazer, ao centro, uma alternativa para recuperar a esperança e o desenvolvimento do País, mas os derrotados têm que compreender a decisão soberana, livre, do voto.

    Alguns tiveram uma cassação do mandato preventiva. Foi o caso de Dilma Roussef, em Minas Gerais: uma cassação preventiva, porque uma ex-Presidente não conseguiu chegar ao Senado Federal, já tendo sido citada, inclusive, para ser Presidente daquela Casa.

    E nós temos que entender e interpretar o que o eleitor disse a nós, políticos, Deputados e Senadores. E, exatamente, se não fizermos essa reflexão, corremos o risco sério de sermos ignorados na próxima eleição.

    É preciso uma reflexão, para sintonizar o que o eleitor brasileiro está querendo. Ele combate a corrupção. Ele combate o gasto perdulário de governos que foram irresponsáveis na Administração Pública. E tudo isso está sendo agora mostrado nas urnas. O brasileiro se cansou de um sistema de igual e também de um sistema de divisão: "Nós somos melhores, e vocês não." "Nós e eles." E essa divisão agora está sendo muito bem mostrada neste segundo turno. E essa vai ser a escolha que nós temos.

    E eu fui vítima também sempre desse processo de ataque, de destruição de reputação. E, agora, o mesmo partido que se considera atacado por fake news, as notícias falsas, sequer assinou um acordo com a Justiça Eleitoral para combater as fake news no processo eleitoral. Onde está a coerência nesse processo? Agora, está experimentando do seu próprio veneno, e nós precisamos entender que precisamos, sobretudo na política, ter coerência nas nossas atitudes.

    Entrei para o Senado ficha-limpa e saio do Senado ficha-limpa. Não só ficha-limpa; tenho vida limpa. E penso que a contribuição que dei ao Parlamento, nas decisões importantes, foram de acordo com aquilo que o meu eleitorado, no Rio Grande do Sul, esperou de mim.

    E agora, neste segundo turno, da mesma forma, estou fazendo-o pela disposição que tive de optar por uma candidatura.

    E quero dizer novamente que a minha contribuição ao Senado foi para mostrar que a política na democracia é o único caminho que temos para mudar e melhorar a vida das pessoas. Mas não serão os derrotados aqui e a oposição, especialmente, que continuarão se sentindo vítimas, tendo sido ela a principal responsável por ter levado o Brasil a este caos que nós estamos vivendo hoje.

    Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN de 18/10/2018 - Página 77