Pronunciamento de Lasier Martins em 30/10/2018
Discurso durante a 126ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Análise do resultado da eleição presidencial de 2018.
- Autor
- Lasier Martins (PSD - Partido Social Democrático/RS)
- Nome completo: Lasier Costa Martins
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
- Análise do resultado da eleição presidencial de 2018.
- Publicação
- Publicação no DSF de 31/10/2018 - Página 26
- Assunto
- Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
- Indexação
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- ANALISE, RESULTADO, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REFERENCIA, DISCURSO, JAIR BOLSONARO, CANDIDATO ELEITO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ASSUNTO, RESPEITO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, REPUDIO, FASCISMO, ELOGIO, PALAVRA, PAULO GUEDES, CORTE, PRIVILEGIO.
O SR. LASIER MARTINS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - RS. Pronuncia o seguinte discurso.) – Sr. Presidente dos trabalhos, Senador tocantinense Ataídes Oliveira, Senadores, Senadoras, telespectadores, ouvintes, na primeira manifestação após sua vitória anteontem, domingo, o Presidente eleito assumiu o compromisso, no momento em que ele declarou que vai cumprir a Constituição – e não poderia ser diferente –, que ele é defensor das liberdades e é um democrata.
É evidente que esse pronunciamento do Presidente eleito nos tranquiliza bastante, porque ele afasta, Sr. Presidente, aquele temor que vem das acusações de alguns dos perdedores, das suspeitas de que poderia estabelecer-se no Brasil um regime fascista, uma ditadura, coisas parecidas. Ora, para um homem que declara e se compromete com a democracia, com as liberdades e com o respeito à Constituição, não há como compatibilizar com fascismo ou ditadura. Essa equação e esse raciocínio são muito fácies de formular, de deduzir. Por isso eu digo: é tranquilizador esse pronunciamento. E não se esperava outra coisa.
E estaremos aqui nesta Casa esperando pelas primeiras ações do novo Presidente, daquele que foi eleito pela maioria, porque vivemos em um regime das maiorias. Então, o recado foi dado, de uma decisão memorável, amadurecida da população brasileira, uma população sofrida nos últimos anos pelos desvios dos seus impostos, pela falta de prestação de bons serviços públicos, sofrida com a precariedade da educação, com a má assistência à saúde, com a falta de infraestrutura, etc. Aquilo que todos nós sabemos e repetimos, e o Brasil repete isso todos os dias.
Por isso eu digo: foi uma decisão amadurecida da população brasileira, que estava saturada de abusos, porque a população brasileira foi abusada demais nos últimos tempos. E ela já havia dando um sinal de reação naquelas memoráveis manifestações de rua de 2013. E, agora, nesse recente pleito, nós tivemos a consolidação da indignação, da revolta, do basta, do basta que o Brasil deu àqueles que malversaram os recursos públicos, que foram protagonistas de más gestões.
E, agora, os protagonistas mudaram. Os protagonistas foram aqueles, Sr. Presidente, que foram às ruas, num belíssimo, num retumbante espetáculo de cores anteontem, quando predominou por este Brasil o verde-amarelo. Foi uma coisa emocionante. Em vez de cores de partidos, as cores do Brasil, o patriotismo alegre, esperançoso, seguro de que atingiu a necessária mudança que há tanto tempo nós esperávamos e de que precisávamos.
Então, foi a reação, que foi às urnas e que venceu, a mudança que começamos a viver a partir de agora.
E a grita dessa população contra os maus serviços e uma palavra que está sendo muito repetida pelo novo Presidente, pelo seu futuro Ministro da Economia é: combater os privilégios e os desperdícios. A mim tem impressionado, Sr. Presidente, essa repetida frase de que este novo Governo vai combater os privilégios e os desperdícios, porque é isso que nós queremos há tanto tempo. E é isso também que eu, como representante do Rio Grande do Sul, trouxe aqui para o Senado, como representação dos gaúchos, mas que tantas dificuldades encontramos para colaborar no sentido dessa depuração, nesse fim dos privilégios e desperdícios de verbas que tanta falta têm feito às carências do Brasil.
Essa, a manifestação de protagonismo daqueles que foram às urnas e determinaram: o Governo tem que mudar, uma nova ideia, uma nova doutrina, a doutrina da prioridade do Brasil e dos brasileiros – não de alguns que se locupletaram tanto nesses últimos tempos. Agora vêm os desafios, gigantescos desafios contra os déficits públicos, que deve ser o primeiro item a que este Governo deve se dedicar, porque sem recursos vai ser muito difícil concretizar as promessas de mudanças na vida brasileira: diminuição de ministérios, corte de estatais, cortes de privilégios. Que nos dê esse bom exemplo o Executivo, que vai assumir em 1º de janeiro, e que esta Casa aqui, do Senado Federal siga também esse exemplo e trate de reduzir as despesas tão caras, que há tanto tempo nós verberamos aqui da tribuna do Senado, um Senado que custa R$4,2 bilhões por ano! Isso é um absurdo! Isso pode ser consideravelmente reduzido.
Em suma, a população brasileira estabeleceu os novos rumos através do voto majoritário de anteontem, em todo o Brasil. Cabe agora aos Poderes, às instituições, aos comandos governamentais da União, dos Estados, dos Municípios cumprirem essa ordem para que possamos mudar este Brasil, torná-lo um Brasil mais justo, de menos desigualdades e de estímulo ao empreendedorismo, ao desenvolvimento, ao aproveitamento das riquezas deste Pais tão desviadas nesses últimos tempos. Nós, repito, temos obrigação aqui, no Senado, de nos inserirmos nesse movimento, porque nós, Parlamentares, precisamos dar a nossa contribuição em resposta àqueles que nos mandaram para cá. Afinal de contas, a nossa Constituição estabelece: no Brasil manda a soberania popular. Então, que tratemos de obedecer à soberania popular, e a soberania popular disse nessas eleições que quer mudanças e deu os caminhos que todos nós sabemos quais são. Basta cumpri-los.
Obrigado.