Pela Liderança durante a 127ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Posicionamento contrário à eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da Republica.

Crítica à proposta de cessão onerosa do pré-sal apresentada pelo Presidente eleito.

Crítica à proposta de fusão do Ministério da Agricultura com o Ministério do Meio Ambiente, apresentada pelo Presidente eleito.

Autor
Lindbergh Farias (PT - Partido dos Trabalhadores/RJ)
Nome completo: Luiz Lindbergh Farias Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Posicionamento contrário à eleição de Jair Bolsonaro para a Presidência da Republica.
MINAS E ENERGIA:
  • Crítica à proposta de cessão onerosa do pré-sal apresentada pelo Presidente eleito.
GOVERNO FEDERAL:
  • Crítica à proposta de fusão do Ministério da Agricultura com o Ministério do Meio Ambiente, apresentada pelo Presidente eleito.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2018 - Página 46
Assuntos
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > MINAS E ENERGIA
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • CRITICA, VITORIA, JAIR BOLSONARO, ELEIÇÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REPUDIO, PROPOSTA, ECONOMIA NACIONAL.
  • CRITICA, PROPOSTA, CANDIDATO ELEITO, JAIR BOLSONARO, CESSÃO ONEROSA, PRE-SAL.
  • CRITICA, PROPOSTA, CANDIDATO ELEITO, JAIR BOLSONARO, FUSÃO, MINISTERIO, AGRICULTURA, MINISTERIO DO MEIO AMBIENTE (MMA).

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ. Como Líder.) – Não. Nunca vi isso aqui, em oito anos.

    É o papel da sua Igreja. V. Exa. devia ter respeito a esse Plenário.

    O que os senhores fizeram na campanha, a Rede Record, o Bispo Edir Macedo... E o senhor está aí, querendo bajular, bajular os que vão entrar no Governo.

    Senhores, eu assumi a tribuna novamente. Eu não ia falar, porque, de fato, isso nunca houve aqui. São esses novos tempos. Se esse pessoal acha que vai nos intimidar, intimidar o povo brasileiro, está enganado.

    Eu volto a dizer, Senadora Gleisi, aqueles arroubos do Bolsonaro, naquele último domingo, na Avenida Paulista, são arroubos de alguém que mostra fraqueza; não são arroubos de quem mostra força, de quem tem serenidade para dirigir a Nação. Tanto é que, praticamente, ele abriu mão da Presidência da República. Quem manda é esse tal de Paulo Guedes, que juntou o Ministério da Economia com o Planejamento e com a Indústria e Comércio.

    Eu falo na submissão total à lógica do capital financeiro. Ele que foi banqueiro está passando por cima da política. Está pensando que vai fazer isso aqui, no País, sem resistência? Não. Vai ter muita resistência popular. Eu tenho certeza disso. O povo vai perceber que o que vem aí é o maior pacote de maldades contra um povo na sua história. É fichinha em relação ao Temer, é fichinha em relação ao Temer o que ele está propondo: privatizar tudo, retirar direitos de trabalhadores, ter uma nova carteira de trabalho, não vão reajustar o salário mínimo.

     Não tem como essa economia se recuperar com essa receita ultrarradical. Um ajuste fiscal, que é a Emenda Constitucional 95, do teto dos gastos, já está destruindo tudo. Não têm recursos mais para a ciência e a tecnologia, tem aperto nas universidades públicas, na saúde pública brasileira. Tudo isso é fichinha perante o que eles querem fazer.

    Então, a economia não tem como se recuperar com esse projeto. O único caminho é a inspiração chilena, à la Pinochet, de que o Paulo Guedes participou, na Universidade de Santiago. Só que, volto a dizer: eles aqui não se criam, porque o Brasil não aceita esse tipo de coisa.

    Nós vamos fazer um grande movimento. Lá, no Rio de Janeiro, ontem, teve uma reunião enorme. Era uma reunião pequena para se constituir um comitê antifascista, em defesa da democracia. Acabou sendo uma reunião gigantesca. As pessoas estão marcando mobilizações.

    Então, a sociedade está vigilante, não vai aceitar nenhum tipo de autoritarismo. E hoje, aqui, a gente conseguiu uma vitória importante, que foi ter rejeitado as modificações naquela lei antiterrorismo.

    Hoje, à tarde, aqui, nesse Plenário do Senado, vamos lutar para que eles não entreguem o nosso pré-sal. Estão querendo antecipar uma pauta. A cessão onerosa são 5 bilhões de barris da Petrobras, do pré-sal. A Petrobras vai abrir mão de 795 bilhões! Podem entregar sem licitação, Senadora Gleisi, às grandes petroleiras. Estiveram por trás de todo esse golpe aí.

    Então, é isso o que a gente está vivendo nesse País.

    Eu encerro a minha fala aqui, como Líder do PT, apelando aos Srs. Senadores e Sras. Senadoras para que a gente não vote a urgência dessa cessão onerosa do pré-sal brasileiro hoje.

(Soa a campainha.)

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – É uma vergonha o tamanho da entrega: são 795 bilhões. A urgência vai ser votada no dia de hoje. Eles estão querendo antecipar a pauta do Bolsonaro. Lá na Câmara, está a discussão agora da escola sem partido. Eu também espero que os Deputados não aprovem uma loucura daquela, que acaba com a democracia, que prejudica em muito a formação dos nossos estudantes.

    Eu encerro meu pronunciamento dizendo que vai haver resistência neste País, que a gente sabe que esse povo brasileiro vai se levantar. Essa fusão do Ministério da Agricultura com o Ministério do Meio Ambiente prejudica o nosso agronegócio. Há uma repercussão gigantesca em todo o mundo. Jornais do mundo inteiro, The Guardian, jornais alemães, todos falando disso que está acontecendo aqui no Brasil...

(Soa a campainha.)

    O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RJ) – ... preocupação com a Amazônia brasileira.

    Então, é isso, Sr. Presidente. A gente vai estar aqui. Ninguém vai nos calar. Nós vamos exercer o nosso mandato até o final. E V. Exa. saiba disso, porque o que V. Exa. fez hoje aqui nunca vi acontecer nos oito anos nesta Casa. Enquanto há Senador aqui, há debate livre. Infelizmente, essa não foi sua postura. Mas estamos aqui e vamos continuar nossa luta, defendendo o Brasil, o seu povo e a nossa democracia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2018 - Página 46