Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre o atual momento político do Brasil e sobre os desafios para o progresso do País.

Autor
Elmano Férrer (PODE - Podemos/PI)
Nome completo: Elmano Férrer de Almeida
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Considerações sobre o atual momento político do Brasil e sobre os desafios para o progresso do País.
Publicação
Publicação no DSF de 21/11/2018 - Página 38
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • REGISTRO, ELEIÇÕES, JAIR BOLSONARO, CANDIDATO ELEITO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, RENOVAÇÃO, MEMBROS, CONGRESSO NACIONAL, COMENTARIO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, SEGURANÇA PUBLICA, SOLICITAÇÃO, COOPERAÇÃO, SENADO, OBJETIVO, PROGRESSO, NECESSIDADE, REFORMA TRIBUTARIA.

    O SR. ELMANO FÉRRER (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - PI. Para discursar.) – Sra. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, gostaria de tecer algumas considerações sobre o atual momento político do Brasil e sobre os desafios que nos aguardam.

    Há pouco mais de três semanas, assistimos ao desfecho das eleições presidenciais de 2018. Muitos comemoraram resultados favoráveis, outros ainda se recompõem de insucessos, alguns já planejam e programam os anos vindouros. Cabe a nós homens públicos, Sra. Presidente, aceitar e respeitar a vontade da população, buscando fazer um diagnóstico da mensagem enviada pelas urnas.

    A eleição de Jair Bolsonaro para o cargo de Presidente da República é, sem dúvida nenhuma, um episódio emblemático da história política recente do nosso País. O oficial da reserva com posições políticas de direita e opiniões muitas vezes consideradas polêmicas obteve uma vitória maiúscula e incontestável no dia 28 de outubro ao receber quase 58 milhões de votos.

    Sra. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, o êxito do Presidente eleito Jair Bolsonaro: triunfou basicamente sem recursos, sem tempo de televisão, sem estrutura político-partidária. Tudo isso se deve aos seus próprios méritos e ao cansaço do povo brasileiro.

    Estamos, Sra. Presidente, enfrentando, há alguns anos, uma das maiores crises da nossa história, crise política, econômica, de segurança pública e, lamentavelmente, uma crise ética e, sobretudo, moral. A sociedade, Sra. Presidente, está assustada, sofrendo com a violência desenfreada e com a falta de empregos e de oportunidades. Escândalos de corrupção viraram rotina em nossos noticiários, afastando a credibilidade de partidos tradicionais e gerando uma rejeição generalizada do nosso segmento político. A reunião de todos estes fatores ocasionou o resultado visto nas urnas. O Congresso Nacional, Sras. e Srs. Senadores, iniciará a próxima legislatura, a 56ª Legislatura, com altíssima taxa de renovação. Muitos políticos tradicionais não conseguiram a reeleição, e novos Congressistas terão a missão de representar o povo no nosso Parlamento.

    Sras. e Srs. Senadores, de todas as agruras da sociedade brasileira nos dias de hoje, a falta de segurança pública se destaca no cotidiano da população. Nós somos o país mais violento do mundo, com recordes de homicídios sendo quebrados ano após ano. Chegamos ao alarmante número oficial de 63.880 assassinatos no ano passado, 2017, número superior à quantidade de mortes provocada pela explosão da bomba atômica em Nagasaki, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Isso equivale, Sra. Presidente, a trinta vezes a taxa de homicídios da Europa ou a quatro vezes mais o total de assassinatos nos Estados Unidos, país com mais 330 milhões de habitantes.

    Sras. e Srs. Senadores, vivemos a nossa própria guerra, uma guerra sem trincheiras e sem inimigo declarado. E esse conflito desperta o medo no coração de nossas famílias, mata os nossos jovens, sangra o nosso próprio País. Precisamos, portanto, dar uma resposta contundente ao nosso povo, que está decepcionado e assustado, implementando, dessa forma, ações urgentes que resgatem a paz e a confiança perdidas.

    Sras. e Srs. Senadores, o Brasil se encontra hoje numa encruzilhada. Estamos em um ponto decisivo de nossa história e precisamos escolher qual caminho devemos trilhar. Podemos optar pela inércia, com a continuação da confrontação odienta e da "política pela política", onde os interesses nacionais são sobrepujados por aspirações de poder e pela ânsia de criar obstáculos aos adversários. Esse caminho significa a manutenção da nefasta crise que produziu 13 milhões de desempregados e arruinou a nossa economia, além de prolongar a instabilidade política que vem asfixiando o debate nacional.

    Meus companheiros e companheiras, podemos optar também pelo caminho da cooperação. Todos nós temos o mesmo objetivo: colaborar com o progresso de nosso País. Para isso nós devemos pôr nossas divergências de lado, trabalhando para superar os obstáculos que há muito obstruem o nosso horizonte.

    Sra. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, o Brasil precisa de reformas estruturantes e institucionais. É inevitável, portanto, e urgente também uma reforma do nosso sistema previdenciário, adequando-o à realidade econômica e demográfica do nosso País. Essa é uma medida crucial para a própria solvência do nosso Estado, sendo o primeiro passo a ser dado de forma racional e responsável.

    A reforma, de outro lado, do sistema tributário brasileiro, que deve ser simplificado e se tornar mais progressivo, é outra providência importante que teremos que enfrentar. A gestão pública deve ser otimizada, precisamos desburocratizar processos e reaquecer a economia, transformando anacronismos em novas oportunidades para todos os brasileiros.

    É importante, portanto, lembrarmos que o Estado deve servir ao indivíduo, e não o contrário.

    Sra. Presidente, passadas as eleições, é hora de união. Temos muito a fazer pelo Brasil.

(Soa a campainha.)

    O SR. ELMANO FÉRRER (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - PI) – Com vontade política e espírito público, deixaremos um país melhor como legado para os nossos filhos e para os nossos netos.

    Era esse, Sra. Presidente, o pronunciamento que tínhamos a fazer na tarde de hoje.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/11/2018 - Página 38