Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre atuação de S. Exa. como Presidende do Senado, quando realizou a reforma do sigilo do voto.

Autor
Renan Calheiros (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Comentário sobre atuação de S. Exa. como Presidende do Senado, quando realizou a reforma do sigilo do voto.
Publicação
Publicação no DSF de 28/11/2018 - Página 51
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO, ORADOR, PERIODO, PRESIDENTE, SENADO, ENFASE, REALIZAÇÃO, REFORMA, EXTINÇÃO, SIGILO, VOTO.

    O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco Maioria/MDB - AL. Para discursar.) – Sr. Presidente, outra informação, que, durante a minha presença no hospital, pediram-me por várias vezes. É sobre uma proposta que eu não conhecia e que está tramitando aqui no Senado Federal. Ela propõe a abertura de votos na eleição para a Presidência do Senado.

    Só para os desavisados, Sr. Presidente: quem fez a reforma do sigilo do voto nesta Casa, modéstia à parte, fui eu!

    Essa praça aqui estava lotada, e nós deliberamos, fizemos a reforma do voto, Senador Cristovam, com as pessoas pedindo aí, na manifestação de junho.

    Sr. Presidente, eu já me elegi quatro vezes Presidente do Senado. Eu nunca fui indicado – nunca fui indicado! Eu sempre fui indicado pelo meu Partido, mas sempre disputei no voto. Na primeira eleição, eu disputei numa candidatura contra o PSDB e contra o DEM, que não queriam aceitar a proporcionalidade. E eu construí – V. Exa. lembra; V. Exa. não tinha nem chegado ainda – uma alternativa à proporcionalidade que os partidos não estavam aceitando. Nas duas primeiras vezes em que eu fui Presidente do Senado, Senador Cristovam, eu indiquei o Senador Antonio Carlos Magalhães, duas vezes, contra o Partido dele, para ser Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, duas vezes. Na terceira vez, eu disputei – foi a mais triste de todas –, contra um querido amigo, o Senador José Agripino, também contra o seu Partido. E, na terceira vez, aí já foi uma modelagem diferente: é que os partidos que não queriam a proporcionalidade apoiaram um candidato no MDB, o saudoso Senador Luiz Henrique, que foi à minha casa e disse assim: "Olha, Senador Renan, eu não aceito o resultado da bancada; eu vou disputar no Plenário". E eu, da mesma forma, disputei no Plenário.

    Quem retirou o sigilo do voto no Brasil, modéstia à parte, foi o Senador Renan – peça para avisar ao autor do projeto –, foi o Senador Renan, foi ele que fez a reforma do sigilo do voto. Eu, Lasier, não tenho preocupação com sigilo de voto. Eu tenho uma preocupação com sigilo de voto, mas é em solidariedade aos companheiros da Casa – em solidariedade! Porque o Senador mesmo, injustamente acusado de ter agredido a esposa, se isso for levado a ferro e a fogo, vai ter que se submeter a uma decisão do Conselho de Ética e deste Plenário. E aí não há sigilo de voto, porque essa reforma de sigilo de voto eu já fiz lá atrás, já fiz lá atrás!

    Por enquanto, Sr. Presidente, eu torço para que a proposta do Lasier ande e torço para que ande também a acusação a que ele responde no Conselho de Ética de que agrediu a sua mulher. Eu era Presidente do Senado Federal, e a única solidariedade que eu tive, a coerência me obrigava a ter, foi apoiar a sua esposa. Principalmente quando ela o expulsou do apartamento funcional do Congresso Nacional, ela contou com a minha total solidariedade.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/11/2018 - Página 51