Fala da Presidência durante a 151ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão especial destinada a entregar a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo.

Autor
Fátima Bezerra (PT - Partido dos Trabalhadores/RN)
Nome completo: Maria de Fátima Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão especial destinada a entregar a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo.
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2018 - Página 33
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, SENADO, OBJETIVO, ENTREGA, COMENDA, INCENTIVO, CULTURA.

    A SRA. PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Quero parabenizar também o Senador Paulo Paim pela bonita e emocionante mensagem que acaba de dar.

    Mas, caminhando aqui para o encerramento da nossa sessão solene, quero aqui, mais uma vez, lembrar Cascudo, Daliana, que, em uma de suas últimas entrevistas, ao fazer um importante balanço da sua vida, disse exatamente o seguinte, abre aspas: "Compreendi a minha vida e vivo a minha vida. Não vivi a vida dos outros. Estudei o que amei. Pesquisei e discuti sobre assuntos que queria escrever. O comum é aparecer uma novidade e o sujeito largar o que está fazendo e fazer a novidade... O segredo da vida está no entendimento." fecha aspas – Luís da Câmara Cascudo. Olha, eu, mais uma vez, quero dizer da emoção, na condição de professora, de o povo potiguar ter me dado a oportunidade desta iniciativa de a gente apresentar esta Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo.

    É um ato revestido, sobretudo, de simbolismo, mas é um simbolismo muito importante, até porque o próprio Brasil precisa ainda conhecer Luís da Câmara Cascudo. A vastidão da obra de Cascudo, a riqueza da sua obra, não foi ainda difundida o quanto deveria ser. Por isso, eu fico muito feliz de ver aqui essas justas homenagens a cordelistas, ao Nelson da Rabeca, ao produtor de cinema, ao cineasta; e de ver aqui as homenagens às memórias de Carlos Paixão, Deífilo Gurgel e Moa do Katendê; e de ver as homenagens ao Museu de Sergipe, à Câmara Brasileira do Livro, meu caro Torelli, pelo quanto essa instituição precisa mais do que nunca, inclusive, de apoio para que possa realizar esse papel relevante de promoção do livro e da leitura no País.

    Vocês sabem que juntos nós conseguimos um feito extraordinário neste ano de 2018, mesmo diante de tantas turbulências, que foi termos conseguido aprovar o projeto de lei de minha autoria, mas fruto de todo um debate que foi feito nesses últimos 14 anos: refiro-me agora ao projeto de lei aprovado – portanto, agora é lei –, à política nacional de incentivo à cultura, à escrita, à literatura e à biblioteca.

    Imaginem o quanto o nosso País ainda está em descompasso no que diz respeito à promoção do livro e da leitura, porque em pleno século XXI – portanto, em 2018 – é que pela primeira vez o Brasil tem agora um marco regulatório, ou seja, uma política de Estado voltada, repito, a fomentar o livro, a leitura, a literatura e a biblioteca no nosso País; até então as ações nessa área eram ações como programas de Governo. E, mais uma vez, eu quero aqui homenagear todos e todas que participaram deste intenso debate nos 12, 13 anos dos Governos do PT, na figura do Prof. José Castilho, que, junto com vocês e com a Câmara Brasileira do Livro, tiveram um papel muito importante.

    E faço esse registro, Daliana, Senador Lasier, Senadora Maria do Carmo e Senador Paulo Paim, até para celebrar, porque de fato hoje nós temos um marco regulatório, que é uma lei voltada a incentivar, a fomentar as políticas do livro, da leitura, da literatura e da biblioteca. Daí porque nós nos somamos aqui às vozes que aqui pedem avanços e não retrocessos. E avanços significam defender, sim, a presença do Ministério da Cultura. Como é que nós vamos, repito, fazer valer essas iniciativas voltadas para promover o livro, a leitura, a biblioteca com a extinção, por exemplo, do Ministério da Cultura?

    Mas, por fim, eu quero aqui, Daliana, mais uma vez, dizer da alegria de estar junto com você, com Antônio Francisco, com Carlos Gurgel, com os demais agraciados e agraciadas, porque, nestes tempos em que nós estamos vivendo de intolerância, nestes tempos de ideias estapafúrdias como, por exemplo, o projeto de lei apelidado de Escola sem Partido, porque, na verdade, não tem nada a ver com escola sem partido; no fundo – no fundo –, é escola com mordaça. Nestes tempos, repito, de ideias tão esquisitas como essas, que querem restringir a liberdade de ensinar e de aprender, de interditar o debate que deve ser realizado com toda a essência da pluralidade com que assim deva se dar o debate... Projetos como este, por exemplo, que quer criminalizar o papel dos professores.

    Então, diante destes tempos, mais do que nunca, é muito bom falar de Cascudo. É muito bom falar de Cascudo, é muito bom ter aqui todos e todas vocês, que, merecidamente, estão recebendo hoje esta homenagem que é a Comenda de Incentivo à Cultura Luís da Câmara Cascudo.

    E, agora, convido, mais uma vez, o poeta sonhador, cordelista...

(Intervenção fora do microfone.)

    A SRA. PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Quem?

    Não.

(Interrupção do som.)

    A SRA. PRESIDENTE (Fátima Bezerra. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – É por isso que (Fora do microfone.) eu gosto da assessoria. Está correta a assessoria. A assessoria veio aqui me dar o toque de que o Senador Lasier não tinha falado. É claro que falou. Mas parabéns à assessoria: tem que estar alerta mesmo.

    Mas, enfim, antes de declarar encerrados os nossos trabalhos, eu queria aqui registrar a presença de Geraldinho Carvalho, Geraldinho, nosso compositor potiguar (Palmas.)

    de Valdério, artista plástico, potiguar também; da filha de Antônio Francisco; de Maria Inêz. (Palmas.)

    Antes de declarar encerrada a presente sessão, agradecendo às autoridades, aos homenageados, às homenageadas e aos representantes, aos servidores do Senado todo o meu afeto, ouviram? Se não fossem vocês, a gente não teria conseguido realizar essa belíssima sessão.

    Também aqui faço um agradecimento ao Senador Eunício, na condição de Presidente – ouviu, Daliana? – do nosso Senado, por todo o empenho dele para que a sessão, a primeira edição, fosse realizada ainda neste ano de 2018.

    Então, a todos e todas vocês que nos honraram com suas presenças, os nossos sinceros agradecimentos.

    E, antes de encerrar a sessão, quero convidar aqui, mais uma vez, o poeta sonhador Antônio Francisco – o potiguar Antônio Francisco – e Nelson da Rabeca, que encanta não só o povo alagoano.

    Nelson da Rabeca, lá de Alagoas, da terra das Alagoas, e Antônio Francisco, que disse: "Lá da Lagoa do Mato".

    Então, antes de declarar encerrada a presente sessão, vamos ouvir aqui o som mágico de Nelson da Rabeca e a musicalidade dos cordéis, dos poemas de Antônio Francisco. (Pausa.)

    Estão combinando ali.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2018 - Página 33