Comunicação inadiável durante a 159ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a atuação parlamentar de S. Exª.

Autor
Cidinho Santos (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: José Aparecido dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Comentários sobre a atuação parlamentar de S. Exª.
Aparteantes
Guaracy Silveira, Ivo Cassol, Otto Alencar.
Publicação
Publicação no DSF de 20/12/2018 - Página 34
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, PERIODO, EXERCICIO, MANDATO, SENADOR.
  • ENFASE, ATUAÇÃO, BENEFICIO, MUNICIPIOS, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT. Para comunicação inadiável.) – Sr. Presidente, que ora assume os trabalhos nesta Casa, meu amigo Davi Alcolumbre; Srs. Senadores; Sras. Senadoras; ouvintes da Rádio Senado; telespectadores da TV Senado; e amigos que nos acompanham pelas mídias sociais, quando, em 2012, assumi nesta Casa a vaga de Senador da República pela primeira vez, durante a licença do titular deste cargo – o hoje Ministro da Agricultura, Blairo Maggi –, eu disse, naquela oportunidade, que não podia imaginar nem em meus melhores sonhos que um dia eu estaria ocupando cargo tão significante.

    Hoje, seis anos depois, me despeço desta Casa com orgulho, com respeito e com esperança de ter feito um bom trabalho e cumprido a missão que me foi posta.

    Sou filho de família simples e humilde, retirantes nordestinos que se mudaram para o Paraná na década de 60, Estado em que nasci. Em 1980, em busca de melhores oportunidades, minha família se mudou para Mato Grosso, onde eu estudei, me formei e constituí minha família junto com a minha esposa, Marli Becker, e com as minhas filhas, Ana Gabriele, e Ana Lívia Becker.

    Tive a oportunidade e a felicidade de acompanhar o desenvolvimento desse Estado de Mato Grosso que ...

(Interrupção do som.)

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Social Democrata/DEM - AP) – Eu vou recompor o tempo de V. Exa.

    Eu queria pedir para a equipe técnica da Mesa do Senado verificar o que está acontecendo com o microfone dos Parlamentares, porque estão...

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Davi Alcolumbre. Bloco Social Democrata/DEM - AP) – Será que a equipe técnica está cortando o microfone agora?

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Voltou.

    Nesses anos ocupando a cadeira de Senador, primeiro temporariamente e depois de forma permanente – quando em maio de 2016 o Senador Blairo Maggi se licenciou para assumir o cargo de Ministro da Agricultura e eu aqui fiquei de forma permanente –, procurei aqui defender os interesses do nosso querido Estado de Mato Grosso.

    Participei, como Senador, de um momento histórico na história do nosso País que foi a votação do impeachment de um Presidente.

    Aqui neste Senado sempre fui muito bem prestigiado pelos meus colegas – alguns hoje, posso dizer, considerados amigos. Participei de Comissões importantes, relatei projetos e tive a oportunidade de fazer parte, como faço parte, até da Mesa Diretora do Senado Federal.

    Entre os projetos que relatei, eu gostaria de destacar alguns de maior relevância: o RenovaBio, que é um programa de incentivo ao uso de biocombustíveis renováveis e que será um marco para a indústria de etanol e de biodiesel no País. Nós nos tornamos referência com um programa moderno e ousado para substituir o uso de combustíveis fósseis por combustíveis renováveis. Como consequência em função da aprovação do RenovaBio, teremos a diminuição da emissão de gases poluentes e o aumento de emprego nas indústrias e nas usinas – o que hoje já acontece –, um otimismo que há muito tempo não existia nas usinas de álcool e nas usinas de biodiesel.

    Destaco ainda a minha participação efetiva no projeto de modernização da nossa legislação trabalhista. Muitos o criticaram e ainda hoje muitos o criticam dizendo que retiramos direitos dos trabalhadores, o que nunca foi e que não é uma verdade. Ao contrário, demos segurança para o empreendedor empreender e gerar emprego neste País e também demos segurança aos trabalhadores, não mexendo nem um milímetro na CLT. E essa lei trabalhista é que hoje faz com que o Brasil volte a gerar emprego e com que o desemprego esteja diminuindo nos últimos meses no Brasil.

    Presidente Senador Davi, para não me estender demasiadamente vou destacar aqui apenas os projetos de lei, entre tantos outros que apresentei nesta Casa.

    O PLS 221/2017, que prevê a responsabilidade do passageiro pelo crime de condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada quando conheça a condição do condutor. É uma inovação simples, mas com potencial para gerar efeitos práticos e positivos.

    O PLS 480, outro projeto que apresentei, que altera a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, para eliminar a discricionariedade na concessão do registro e do porte de armas de fogo para os cidadãos que preencham os requisitos legais, ressaltando aqui que não defendemos a liberação de armas como solução para os problemas de segurança pública no Brasil; ao contrário dos defensores do desarmamento civil, entendemos não haver uma relação direta de causalidade entre o número de armas de fogo em circulação e o número de crimes hediondos.

    Outro projeto nosso, o PLS 236, de 2017, dispõe sobre o incentivo para o trabalho de pessoas de melhor idade, pessoas com mais de 55 anos. Prevê um incentivo com desconto no vale-transporte para a empresa e desconto também na contribuição do INSS, para que as empresas possam contratar pessoas acima de 55 anos. Hoje é um mercado de trabalho muito difícil; há uma certa restrição às pessoas com mais de 55 anos e, dessa forma, com esse projeto de lei que apresentamos aqui, criam-se uma oportunidade e um incentivo para que as empresas gerem empregos, tragam esses profissionais – pessoas que com certeza têm muito tempo útil ainda de vida – a trabalhar. Hoje, eles estão marginalizados por essa questão de muitas empresas contratarem só as pessoas mais jovens.

    Também apresentei o PLS 445, de 2017, de interesse dos Municípios do Brasil, que prevê a retenção na origem do ISS que foi gerado no Município. Isso foi uma inovação, porque muitos Municípios, alguns Municípios do Brasil, criaram aí um local – tipo em São Paulo: um Município lá que eu não vou citar o nome – e todas as empresas de cartão de crédito se estabeleceram nesse Município e lá havia um incentivo maior para o ISS. Então, todas as máquinas de cartão de crédito no Brasil, plano de saúde e leasing se concentravam em determinada localidade, prejudicando os Municípios onde foi gerado o serviço. E fizemos um trabalho árduo aqui no Senado, com o apoio de todos, depois lá na Câmara, para derrubar esse veto, para que esse ISS fosse pago onde foi gerado o imposto.

    Outro projeto, que estava aqui adormecido e que eu recuperei e relatei, é o Projeto 315, de 2009, que fala da compensação aos Municípios sob áreas alagadas, uma compensação financeira. Era uma luta de mais de 20 anos dos Municípios em que, às vezes, 60%, 70% da sua área territorial foi alagada para a construção de usinas e o que o Município recebia sobre isso era muito pouco, Senador Davi. Resgatamos esse projeto. Fui Relator na Comissão, depois fui Relator no Plenário, e o aprovamos. E hoje 729 Municípios do Brasil estão recebendo as suas contribuições relativas a áreas alagadas nos seus territórios.

    Quero destacar ainda outro projeto de que fui Relator, que é para aquisição de carros por professores, o desconto do IPI e do ICMS. Muitos professores que dão aula em zona rural ou em lugares afastados têm necessidade de ter um veículo. E, já que nós não temos oportunidade ainda de criarmos uma forma de remunerar decentemente os nossos professores brasileiros, quando vi esse projeto, entendi que seria uma oportunidade de dar um apoio a essa categoria, para eles terem oportunidade de comprar seus veículos, como compra o taxista, que tem o desconto do IPI, como compram os deficientes. Há pessoa que às vezes não é nem deficiente, mas que teve um problema de extrair um rim, e ela já têm direito hoje a comprar um carro, vamos dizer, com isenção. Então, acho que é um projeto justo também. Tenho certeza e confiança de que será aprovado de forma definitiva aqui no Senado Federal.

    Fizemos ainda uma discussão forte, de que fui Relator aqui, do PLS 750, que trata sobre o Bioma Pantanal. Aprovamos o relatório na Comissão. Esse projeto preserva o Pantanal e prevê o seu uso sustentável; traz segurança aos proprietários rurais, que têm propriedade às margens do Pantanal; autoriza o uso sustentável do turismo no Pantanal; e dá segurança também para os ribeirinhos que ali vivem.

    Quero destacar nosso trabalho – não só meu, mas da bancada de Mato Grosso – em prol da logística do nosso Estado. Estamos aqui eu, o Senador Wellington, o Senador José Medeiros, o Ministro Blairo Maggi, nossos Deputados Federais, e trabalhamos muito nisso, porque em nosso Estado, por ser um Estado produtor, um Estado que cresce, as necessidades são cada vez mais de infraestrutura rodoviária e ferroviária.

    E cito alguns exemplos de sucesso, de conquistas ao longo desses seis anos, que foram a duplicação da BR-364/163, no trecho de Rondonópolis até Cuiabá, já em fase final a conclusão desse trecho; o outro trecho, do Município de Rosário Oeste até Posto Gil, que já foi concluído e que já, hoje, está sendo utilizado. Inclusive, esse trecho da 364, da divisa de Mato Grosso, já duplicado, até chegar em Posto Gil, é uma concessão que foi feita a uma empresa que hoje cobra o pedágio, e essa empresa teve uns problemas jurídicos, mas essa concessão vai ser retomada, e essas obras de duplicação do trecho total da divisa do Mato Grosso até Posto Gil e depois até Sinop, tenho certeza de que, nos próximos cinco anos, estarão concluídas.

    Posso citar ainda o avanço da pavimentação da BR-163 até Miritituba, no Pará, que é um sonho dos mato-grossenses para o escoamento da nossa produção agrícola da região norte e médio-norte pelos portos do Pará. Essa obra, que começou mais de 20 anos atrás, vem, há algum tempo, de forma mais acelerada e, depois, de forma mais lenta, mas nós estamos agora num momento importante, e a expectativa é que em 2019, no mais tardar em 2020, essa obra esteja concluída e trará, então, uma grande tranquilidade para escoamento e uma diminuição de custo de nossa produção do médio-norte e do norte do Mato Grosso.

    Na questão das ferrovias, a ferrovia ligando Alto Araguaia, Itiquira e, depois, a Rondonópolis. Era um sonho ver essa rodovia avançar sobre o Estado do Mato Grosso, e hoje ela está em pleno funcionamento, diminuindo os custos para os nossos produtores da região sul também.

    E, agora, um trabalho que a bancada federal fez – com o apoio do Presidente Temer, do Tarcísio, que é o nosso futuro Ministro dos Transportes e que hoje é o Diretor do PPI – de assegurar recursos para a construção da Fico, ligando a Ferronorte até o Município de Água Boa, vai possibilitar o escoamento da produção ali da região do Araguaia já por essa ferrovia, a Fico. Ontem, tive o prazer, inclusive, de estar com o futuro Ministro Tarcísio Freitas e ele me dizia que o objetivo do Governo é que em quatro anos essa ferrovia esteja concluída no trecho até Água Boa. Então, isso, para nós, é uma excelente notícia.

    E o trabalho que está sendo feito, da Ferrogrão, que é a ferrovia que liga Sinop até Miritituba, no Pará. Esse edital já está pronto para ser lançado, o projeto básico já foi feito, as audiências públicas também feitas, e essa ferrovia, com certeza, nos próximos meses, terá, já, o edital de sua concessão e, nos próximos anos, será uma realidade para facilitar o escoamento da produção nossa do Mato Grosso pelos portos do Arco Norte.

     Eu digo isso, essa preocupação da logística do Mato Grosso – e é preocupação mesmo –, porque Mato Grosso hoje já produz, nesta safra, 60 milhões de toneladas de grãos. Daqui a quatro anos, cinco anos, vamos estar produzindo 100 milhões de toneladas de grãos. Então, nós teremos aí uma situação como se fosse equivalente hoje a uma Argentina. Então, é necessário que tenhamos condições para os nossos produtores escoarem seus produtos, e as saídas pelo Porto de Santos, pelo Porto de Paranaguá, por Porto Velho e pelo Porto de Miritituba, com certeza, serão as opções mais viáveis, mas com tendência, sempre, a ficar mais perto dos portos, no caso de Miritituba e também de Porto Velho.

    Aqui, Sr. Presidente, lutei para viabilizar recursos para todos os Municípios mato-grossenses, para aquisição de máquinas agrícolas, para pavimentação urbana, para atendimento à saúde, especialmente das entidades do Mato Grosso – a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, Hospital de Câncer, Hospital Júlio Müller –, que receberam da minha parte um tratamento diferenciado, o reconhecimento do trabalho que essas entidades fazem. Coloquei recursos das minhas emendas sempre, todos os anos, nesses hospitais.

    Também colocamos recursos no Hospital Sarah, aqui de Brasília, por entendermos que é um hospital referência, que atende pessoas do Brasil todo e também do Mato Grosso. Nosso trabalho na saúde eu considero de suma importância. Ao longo desse período em que estive aqui, juntamente com o Ministro Blairo, nós colocamos mais de R$100 milhões nos Municípios do Mato Grosso em emenda parlamentar.

    Colegas Senadores, quero agradecer a Deus pela oportunidade ímpar que tive em servir ao meu querido Estado do Mato Grosso e ao meu País como Senador da República. Quero agradecer a minha família, meu pai, minha mãe, que sempre me apoiou e me incentivou, minha esposa, minhas filhas, meus irmãos e agradecer especialmente a esse cidadão que hoje eu considero como um irmão meu, um irmão mais velho – ele não é meu pai porque não tem idade para ser meu pai, mas o considero um irmão mais velho –, que é o Ministro Blairo Maggi, que conheci lá em 1999 e com quem passei a conviver. Devo muito a ele. Obrigado a ele, Blairo, pelo exemplo de caráter, retidão e honradez...

    O Sr. Otto Alencar (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Senador Cidinho...

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Pois não, Senador Otto.

    O Sr. Otto Alencar (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - BA) – Eu quero agradecer a V. Exa. Estava sentado ali junto ao Presidente Davi Alcolumbre, ouvindo o discurso de V. Exa. aqui no Senado Federal. V. Exa. contribuiu muito no Senado Federal: foi Relator de várias matérias, tem um comportamento muito correto, é muito trabalhador, com uma capacidade elaborativa muito grande. Sempre presente aqui no Senado. Presidiu aqui algumas sessões do Senado Federal. E como V. Exa. está deixando aqui o Senado, eu queria dar esse depoimento do seu trabalho, da sua capacidade, do seu preparo, inclusive, intelectual, já que fez tão bem aqui várias relatorias. Estendo isso ao meu prezado e querido amigo Blairo Maggi.

    Eu conheci o Blairo aqui no Senado Federal. Sou Presidente da Agenda Brasil, da Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, que foi criada na época pelo então Presidente Renan Calheiros, e o Blairo era o Relator. Nós trabalhamos juntos, ele fez várias relatorias, que foram importantes aqui para o País. Talvez essa Comissão, nos dois primeiros anos desse quadriênio, tenha sido a Comissão mais importante, e Blairo contribuiu muito para isso. Eu tenho uma admiração muito grande pelo Blairo Maggi.

    E outra coisa, na época em que se falava aqui quem poderia ser um nome para ser Presidente da República, eu sempre lembrava dele, porque ele conhece as coisas do trabalho, da vida, do agronegócio, do campo. É um trabalhador, é um empresário, emprega muitas pessoas, contribui muito para este País. E ele tem essa capacidade.

    Então, tenho uma admiração muito grande pelo Blairo. E quero estender essa admiração a V. Exa., que ficou aqui como primeiro suplente e fez um trabalho também a altura daquilo que fez o Blairo. Ele hoje é Ministro da Agricultura, trabalhou muito, enfrentou algumas dificuldades no atual Governo e se saiu muito bem.

    Então, o Blairo tem essa qualidade de ser um bom Parlamentar aqui no Senado Federal, um bom Senador, e um executivo de primeira linha. Eu acho que V. Exa. também encarna essas virtudes do Blairo, e eu sei que vai também trabalhar e voltar, talvez, aqui ao Senado Federal, para ajudar o seu Estado e ajudar também o nosso País.

    Parabéns pelo seu desempenho eficiente aqui no Senado Federal, Senador Cidinho Santos.

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Obrigado, Senador Otto. Quando eu cheguei aqui depois que o senhor tomou posse, na segunda vez que eu assumi, o Blairo foi me passar algumas pessoas com quem ele tinha relação e de quem ele gostava, e falou assim: "Olha, eu gosto muito do Otto, o Otto é uma pessoa muito boa de trabalhar, estamos trabalhando nessa Comissão Nacional aí, e tal...". Então, ele também tem essa empatia por V. Exa. e respeito, porque vocês são pessoas, o senhor e o Blairo, que falam pouco, não são de muito falar, mas realizam bastante. Então, acho que, por isso, têm essa... E muito obrigado pelas palavras.

    Senador Ivo.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Um aparte, por gentileza, meu ilustre amigo e companheiro Cidinho. É uma alegria cumprimentá-lo. Logo após o seu discurso aqui, eu também usarei a tribuna desta Casa, mas não poderia deixar de fazer um aparte ao nobre colega, amigo e parceiro, companheiro de todas as horas, empresário, grande empreendedor, que ajudou a integrar a Amazônia e o Mato Grosso.

    É uma alegria ter trabalhado com V. Exa. nesses últimos anos aqui, especialmente quando V. Exa. veio para cá para substituir esse grande parceiro nosso, Blairo Maggi. Não tenho palavras, Cidinho, nobre Senador, para dizer sobre o Blairo Maggi. Nós tivemos momentos difíceis aqui nesta Casa e no Brasil – a Operação Carne Fraca foi um desastre para o nosso País. Nós demos um tiro no pé –, e graças a Deus, Cidinho, com o seu trânsito aqui, juntamente com Blairo Maggi, com o seu conhecimento e com a sua credibilidade mundial, nós conseguimos superá-los.

    O Blairo Maggi, nosso Ministro da Agricultura, fez um grande trabalho, desburocratizou, facilitou. A ele, ao Cel. Novacki e a toda a sua equipe eu quero deixar meu abraço, a minha gratidão. Não quis disputar eleições neste ano, como V. Exa. também não, mas deixo nosso abraço e digo que o Blairo Maggi foi muito bem representado aqui. O Blairo Maggi foi muito bem representado aqui por V. Exa., que, além de amigo, é competente, correu atrás, sabe da dificuldade que nós aqui enfrentamos nesta Casa.

    O Poder Legislativo vem num processo de desgaste há muitos anos. Aqui todo mundo... Às vezes o pessoal da mídia publica que os Srs. Senadores não fazem nada, são um bando de preguiçosos ou são um bando de desonestos, mas eu quero dizer que nós aqui também temos pessoas sérias, temos pessoas íntegras, pessoas que querem fazer o melhor.

    Infelizmente, a gente não consegue atender a tudo o que o pessoal quer, necessita. Com certeza a dificuldade é muito grande, mas eu quero dizer, deixar registrado, aqui nesta Casa, no nosso Senado, que você soube ocupar a cadeira de Senador da República que o Blairo Maggi deixou por você nesse tempo. Você foi uma pessoa extraordinária, é meu vizinho de Estado – Rondônia e Mato Grosso são vizinhos. Eu fico feliz de ter compartilhado com os Senadores aqui esses oito anos com alguns, quatro anos com outros, três anos com outros. Nós deixamos um legado positivo, e V. Exa. deixou um legado positivo para o Mato Grosso, para o Brasil. Nós nos elegemos por um Estado, mas somos Senadores pelo Brasil. V. Exa. foi extraordinário, contribuiu, ajudou, e o Blairo Maggi, com certeza, está muito orgulhoso do suplente que aqui deixou. Não foi diferente... Há poucos meses, eu também deixei aqui meu pai, Reditario Cassol, com 82 anos de idade, meu primeiro suplente. Ele foi Deputado Estadual, foi Deputado Federal, criou 17 Municípios no Estado de Rondônia e, nesses meses em que ficou aqui, também fez um trabalho extraordinário. Fiquei feliz de ser representado por ele, como também o Blairo Maggi, lá no Ministério, tocando uma pasta tão importante para o País – se não fosse a agricultura e o agronegócio, nós estaríamos falidos, quebrados –, com certeza está satisfeito e feliz com você aqui, substituindo-o à altura.

    Portanto, eu só posso parabenizá-lo...

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Obrigado.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – ... e desejar sucesso nas atividades empresariais que você tem no dia a dia – não vai ser diferente da minha atividade. Vamos dar continuidade. Ao mesmo tempo, a vida continua.

    É importante, por mais que nós estejamos fora da política, não ficarmos distante. Nós precisamos ficar próximos, porque a credibilidade que V. Exa. e o Blairo Maggi têm perante o povo de Mato Grosso e o povo do Brasil não pode ser deixada de lado. É um legado que ninguém tira e ninguém toma.

    Portanto, Senador Cidinho, se tiver que lhe dar uma nota de zero a dez, eu só posso lhe dar dez. Então, fique feliz com isso!

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Obrigado.

    O Sr. Ivo Cassol (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – E eu lhe faço um convite para, a partir do ano que vem, nos momentos de folga da sua atividade empresarial, ir conhecer as belezas naturais do Estado de Rondônia, como o Rio Guaporé – nós temos lá o Rio Guaporé, temos o Rio Mequéns, temos o Rio Cabixi, temos tantos outros pontos especiais. Vamos fazer um curso de piscicultura juntos, porque nós vamos ter tempo. Mesmo que a gente tire agora um tempo... O nosso tempo era muito escasso, muito curto e, muitas vezes, não dava nem para passar com a família. Com certeza, fica aqui o convite para que, no ano que vem, V. Exa., na sua folga, pegue o Senador Blairo Maggi também. Eu vou ficar aguardando vocês lá para a gente poder aproveitar um final de semana com a família, fazer um curso de piscicultura e comer um peixe na barranca do rio.

    Um abraço!

    Sucesso!

    Que Deus o abençoe e o ilumine nessa caminhada!

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Obrigado, Senador Ivo. Com certeza, a recíproca é verdadeira. O senhor já era amigo do Senador Blairo de longa data, e nós acabamos ficando amigos aqui no Senado. Quero que essa convivência nossa se estenda também depois do mandato, porque é isso que importa. Teremos, com certeza, mais oportunidades de estar juntos, de brincar com a piscicultura, como V. Exa. falou, e de curtir o nosso trabalho. Quando nós estamos aqui, geralmente ocupando um cargo – eu já fui Prefeito e Secretário de Estado –, não temos o reconhecimento que deveríamos ter – só vamos ser reconhecidos depois que saímos. Com certeza, o trabalho de V. Exa. como Governador de Rondônia e como Senador é reconhecido e será reconhecido muito mais ainda.

    O Senador Guaracy quer fazer uma fala?

    O Sr. Guaracy Silveira (DC - TO) – Meu caro Senador, é tão bom ouvir os seus pronunciamentos, com seu gesto sempre afetuoso, tratando com urbanidade os seus colegas. O seu trabalho como político, como Parlamentar, realmente o seu Estado nunca poderá esquecer.

    Eu me somo ao aparte do Senador Ivo Cassol – um aparte dentro do aparte também –, quando ele fala sobre a Operação Carne Fraca. Eu acho que não houve um ato de maior traição ao Brasil, ou seja, um dos maiores atos de traição ao Brasil foi aquela malfadada operação, irresponsável, sem técnica, sem conhecimento e que realmente prejudicou muito... Não foi nenhum infrator que prejudicaram – o infrator realmente tem que ter a devida punição –; prejudicaram a pecuária brasileira, prejudicaram o agricultor, o agronegócio do Brasil. Afinal, prejudicaram o Brasil!

    Mas V. Exa. esteja bem certo: nosso tempo de conhecimento pessoal é curto, mas não se mede a profundidade de uma amizade, de uma admiração, de um respeito por sua longevidade, mede-se por sua intensidade. E foi muito bom partilhar com V. Exa. aqui a sua sabedoria, o seu companheirismo, a sua amizade e a sua competência como Senador.

    Deus o abençoe, Deus abençoe o seu Estado, esse Estado próspero. Com certeza V. Exa. ainda é muito jovem. Prouvera a Deus que o nosso povo lá o reconduza aos novos escalões da política brasileiro, porque V. Exa. é um patriota!

    Obrigado, Senador.

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT) – Obrigado, Senador Guaracy. Tive a satisfação de presidir o Senado no dia da sua posse e sou testemunha, a partir de então, da sua experiência e conhecimento e de como V. Exa. contribui e vai contribuir ainda muito mais com o Senado Federal.

    Para concluir, apenas mais três minutos, Presidente.

    Eu queria concluir os agradecimentos ao então Ministro Blairo Maggi, que foi uma pessoa que viu em mim, talvez, um potencial e uma capacidade que nem eu mesmo teria visto. Fui Prefeito de uma pequena cidade de Mato Grosso. Depois, me tornei Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, e, um ano antes de terminar o meu mandato, Blairo me convidou para ser secretário de Estado.

    Saí junto com ele do Governo e, depois, esse cargo de suplente do Senador Blairo todo mundo queria. Geralmente, o suplente é aquele que coloca dinheiro na campanha, é o financiador. Então, do dinheiro ele não precisava, porque dinheiro ele tinha. Os votos também ele tinha. Então, ele até brincava: "O suplente ideal para mim seria minha esposa". Então, tinha uma briga no Mato Grosso para ver quem seria esse suplente dele, e eu não estava nem nessa lista de possíveis suplentes. E o Blairo viu em mim – uma pessoa simples, mas que tinha uma articulação boa com os prefeitos, com os Municípios, com as lideranças – esse potencial. E, para surpresa de muita gente, de muitos políticos grandes que queriam essa vaga, me convidou para ser suplente dele como Senador. Logo depois, no primeiro ano, já me deu a primeira oportunidade; depois, a segunda e, depois, a terceira. E, ao longo dos oito anos, fiquei no mandato aqui mais tempo do que o próprio Ministro Blairo Maggi. Então, a você, Blairo, muito obrigado! Terminamos nosso mandato, mas a nossa amizade, a nossa irmandade e o nosso companheirismo continuarão para o resto de nossas vidas.

    E, para finalizar, também quero homenagear o padrinho político meu e do Blairo, que é o Senador Jonas Pinheiro. E, por coincidência, sento hoje na cadeira que foi do Senador Jonas. Então, quando eu vinha a Brasília como Prefeito, ser recebido pelo Senador era uma honra muito grande. Eu visitava o Senador Jonas Pinheiro, ele me recebia. Jamais eu imaginei, nem ele imaginou, porque ele faleceu em 2008, ou imaginava que eu, um dia, seria Senador. Então, ao Senador Jonas Pinheiro, que foi um ícone, defensor da agricultura do Mato Grosso e do Brasil, a minha homenagem também! Estou muito feliz por ter passado aqui no Senado e sentado nessa cadeira que foi de Jonas Pinheiro.

    Saio momentaneamente da política com a sensação do dever cumprido e de cabeça erguida. Fiz a opção pessoal de não disputar as eleições deste ano, mas, de forma indireta, acabei participando: coordenei, fui coordenador-geral da campanha do Governador eleito Mauro Mendes, a quem desejo sucesso em seu mandato. Ele me convidou para ser Secretário da Casa Civil, para assumir outras secretarias.

    Eu agradeço hoje em público, mas é um projeto de vida de dar um tempo para as questões da política e cuidar um pouco da minha empresa, da minha família. Então, tenho certeza de que o Mauro Mendes será um grande Governador de Mato Grosso. E nós trabalharemos e ajudaremos de toda a forma.

    Agradeço aos nossos colaboradores do gabinete. Com certeza nós não teríamos tido êxito em nosso trabalho se não tivéssemos a participação e apoio dos nossos colaboradores. E aqui tenho uma relação muito boa com todos, com a Mesa Diretora do Senado, com os meninos que ficam ali, com o meu amigo Franquito Lopes, Daniel Boaventura, com os ascensoristas. Com todo mundo eu tenho uma convivência muito gostosa e vou, com certeza, sentir saudades. De vez quando, darei uma passadinha aqui para tomar um café e cantar uma música com o meu colega do elevador.

    Falando dos meus colaboradores: primeiramente o Cel Castilho, que foi o primeiro que me recebeu aqui quando tomei posse em 2012; depois o Cel. Novacki; Aline, que é a nossa Chefe de Gabinete do Senado; Edilson Figueiredo; Carlos Bezerra; Vanda, também minha Chefe de Gabinete; Ivana; Raquel; Nayanne, que aqui está no Plenário; Alfredo, meu amigo; Carol; Cintia; Julianna, sempre alegre; Mariana Borela; Ohanna; Priscila; Wellington, que está no Plenário; meu amigo, meu irmão Arnaldo; Everton; Zé Carlos, o Zezinho; Patricia Baby; Ezequiel, meu companheiro, meu motorista; Thaynara, uma menina que está sempre alegre, sempre procurando, na hora em que estou tenso, me animar; por fim a Priscila Alves. E as copeiras: Marina e Maria; Margarida e Júnior. E do escritório em Cuiabá: Alana, nossa assessora de imprensa; Luiz Fernando Caldart; Rafaella, minha assessora, companheira, sempre cuidando de mim, das minhas atividades políticas desde a Associação Mato-grossense dos Municípios, depois na Secretaria de Estado e no Senado há mais de 15 anos; Elias, meu amigo; Eulália; Jilson; Renato Ferreira, meu irmão; Helena, que considero uma irmã; Netinho, meu companheiro de todas as horas; e Adevania.

    Por último, agradeço ao meu pai. Não tive a oportunidade de trazê-lo aqui ao Senado para me ver, Senador Ivo, pelo menos um dia como Senador, porque ele sempre inventa uma desculpa. Nunca consegui trazê-lo. Ele não gosta de viajar, então, não houve essa oportunidade de me ver aqui, mas pela televisão ele me acompanha. Agradeço à minha mãe, que, esta sim, esteve aqui e me acompanha diariamente; à minha esposa Marli; às minhas filhas Ana Lívia e Ana Gabriele. E agradeço a Deus por tudo, pela oportunidade, neste momento ímpar, de ter ajudado Mato Grosso e, de certa forma, ajudado o Brasil.

    Saí de cabeça erguida, com a certeza de que cheguei aqui como simples suplente de Senador, mas nunca corri do trabalho, sempre fui em busca do trabalho, sempre fui em busca dos meus objetivos e ideais, defendendo aquilo em que acreditava. Independentemente de lá fora a opinião pública ser favorável ou não, mas eu defendia aquilo em que acreditava. E acho que esse é o papel do Parlamentar: não ir conforme a onda. E às vezes o que é bom num primeiro momento, pode não ser bom depois.

    Então, fiz o trabalho com muita retidão, com muita consciência. Estou saindo com a consciência tranquila, com a certeza do dever cumprido, e agradecido, agradecido mesmo a Deus pela oportunidade. Nunca imaginei, como disse antes, estar aqui, ser Senador um dia, ocupar este cargo e, depois de ter chegado aqui, ter ocupado até o cargo de Secretário da Mesa Diretora – para mim foi uma honra e foi uma satisfação. Talvez, quem sabe, ninguém sabe o destino da gente, um dia... Em alguns lugares que eu passei, eu falei que eu não voltaria, e depois acabei voltando. Ninguém sabe o destino, o que a vida nos reserva. Mas eu encerro este ciclo. Depois de sido Prefeito de um pequeno Município, ter sido Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, secretário de Estado e agora Senador, saio da vida política muito feliz, muito contente pelas amizades dos Senadores que se tornaram amigos meus aqui, dos Prefeitos que sempre me deram apoio, dos Vereadores, das lideranças dos Municípios. Eu pude sentir isso agora, na campanha eleitoral que coordenei. Viajei por mais de 70 cidades do Mato Grosso e, em todos os lugares que fui, eu fui muito bem recebido. Quando as pessoas vêm a Brasília, quando vão a Cuiabá, eu procuro receber da mesma forma.

    Obrigado.

    Desculpe-me, Senador Davi, que preside, pela extensão do tempo, mas é uma oportunidade única na minha vida. Obrigado a todos. Fiquem com Deus!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/12/2018 - Página 34