Pela ordem durante a 159ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Elogio à atuação do Senador Eunício Oliveira na presidência do Senado e do Congresso Nacional.

Autor
Randolfe Rodrigues (REDE - Rede Sustentabilidade/AP)
Nome completo: Randolph Frederich Rodrigues Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Elogio à atuação do Senador Eunício Oliveira na presidência do Senado e do Congresso Nacional.
Publicação
Publicação no DSF de 20/12/2018 - Página 63
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • ELOGIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, EUNICIO OLIVEIRA, SENADOR, PERIODO, EXERCICIO, PRESIDENCIA, SENADO, COMENTARIO, ATUAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, DEFESA, DEMOCRACIA.

    O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/REDE - AP. Pela ordem.) – Sr. Presidente, eu quero primeiro justificar minha ausência na sessão de ontem. Como V. Exa. sabe, era data da diplomação e eu não poderia renovar o mandato se não entregasse o diploma no dia 1º de fevereiro próximo.

    Mas justificando já isso, eu queria aqui aproveitar, inspirado pelo discurso de ontem, suscitar alguns trechos em homenagem a V. Exa., e o faço despido da relação pessoal que, me permita, nos aproximou nesses oito anos de convivência com V. Exa. e que construiu um respeito de minha parte. Eu, como representante da Minoria, um dos representantes da Minoria parlamentar desta Casa, construí um enorme respeito de minha parte para com V. Exa.

    V. Exa. deve lembrar, emedebista que é, inclusive desde o MDB, tendo convivido com o saudoso Dr. Ulysses Guimarães... E eu acho que em nenhum outro tempo foram tão necessárias as lembranças do Dr. Ulysses, primeiro pelo perfil de democrata que ele foi, primeiro pela coragem que ele teve de ser oposição, de enfrentar o arbítrio e de conduzir o processo de restauração democrática neste País.

    Dr. Ulysses em um momento como este faz uma falta enorme para todos nós.

    E é um dos trechos de um dos mais belos pronunciamentos de Ulysses que eu queria suscitar para homenagear V. Exa., do discurso da anticandidatura de Ulysses, em 1974. E já foi, veja, Sr. Presidente, um feito epopeico na época em que a ditadura tinha um candidato em que a oposição, tanto a clandestina, quanto a oposição autorizada, legal, estava completamente derrotada. Ulysses ter ofertado o seu nome com Barbosa Lima Sobrinho para percorrer o País em uma anticandidatura, certo do paradoxo de que o Presidente escolhido pelo colégio eleitoral seria, naquela ocasião, Ernesto Geisel. Disse, naquele momento, Ulysses: "A estátua dos estadistas não é forjada pelo varejo da rotina ou pela fisiologia do cotidiano".

    Eu suscito esse trecho, Sr. Presidente, porque V. Exa. conduziu esta Casa e essa Presidência não pelo varejo da rotina, não pela fisiologia do cotidiano. V. Exa. conduziu esta Casa pela necessidade que se tinha de se portar como líder do Congresso Nacional. Eu acho que... Eu tenho a convicção – acima do senhor está a estátua daquele que mais tempo ocupou uma das cadeiras do Senado da República, o patrono deste Plenário e o patrono desta Casa, Ruy Barbosa – de que V. Exa. fez jus à sucessão da cadeira de Ruy Barbosa quando, dirigindo aqui o Congresso Nacional e dirigindo o Senado, construiu a mediação necessária entre oposição, minoria parlamentar, em um momento crítico da vida nacional...

    Então, os homens são conhecidos não pelas vitórias e pelas derrotas que ele tem ao longo do tempo. Os homens são conhecidos pelo papel que desempenharam na história. Via de regra, Sr. Presidente, a história absolve aqueles que estão do lado certo. Aliás, o cancioneiro popular Milton Nascimento nos ensina que:

A história é um carro alegre

Cheio de um povo contente

Que atropela indiferente

Todo aquele que a negue

    O importante não são eventuais vitórias ou derrotas. Eventuais derrotas são razões para vitórias futuras. V. Exa., mais do que eu, sabe muito bem disso.

    Diz, Sr. Presidente – e digo isso já para concluir –, Mateus, no capítulo 12, versículo 24, do Livro Sagrado, que a porta para entrar nos céus é estreita. De igual forma, é estreita e angustiosa a porta para cumprir o dever com o bem no exercício da coisa pública. Tenho certeza de que V. Exa. transpôs essa porta, cumpriu as prerrogativas do mandato que foi delegado a V. Exa. pelo povo do Ceará. Tenha certeza – e está aqui o testemunho de alguém que é de oposição e que foi respeitado como minoria parlamentar – de que o povo do Ceará tem muita razão de orgulho do mandato que V. Exa. cumpriu e da função que V. Exa. cumpriu aqui na Presidência do Congresso Nacional.

    Eu quero, Sr. Presidente, para concluir... Coube a mim, o povo amapaense me designou para cumprir mais um mandato, que se iniciará dia 1º de fevereiro. Fui consagrado e me sinto extremamente honrado por conta disso.

    Nós teremos uma posição aqui, no Parlamento. O Brasil iniciará um momento difícil a partir do próximo dia 1º de janeiro, com a posse do novo Presidente, e a partir do próximo dia 1º de fevereiro, um momento difícil, angustioso, de esperança para muitos brasileiros. Eu acho que neste momento é importante, de todos nós, responsabilidade para com o Brasil.

    Informo que daqui não esperem de nós... Teremos uma bancada da Rede Sustentabilidade aqui, a partir de 1º de fevereiro. Não esperem, quem quer que seja, de nós uma posição política do quanto pior melhor. Não seremos apoio automático ao futuro Governo, mas também não seremos oposição sistemática. Estaremos para dialogar com as agendas que façam com que o Brasil avance.

    O próximo Governo, do Presidente Jair Bolsonaro, espere de nós, das oposições, a mais leal, sincera e verdadeira, a mais leal, sincera e forte contribuição: a contribuição da crítica e da fiscalização. Ela vale mais do que aquelas dos tecnocratas puxa-sacos de ocasião, que bajulam os príncipes que estão no poder. Nós estaremos vigilantes para criticar, para fiscalizar, para ter a coragem de dizer sim quando for necessário, mas também dizer não quando compreendermos que não é o melhor para o Brasil.

    Presidente Eunício, eu tenho somente a agradecer a V. Sa... – a V. Exa., perdão – a V. Exa., pela convivência conosco e repito o que disse, como é escrito nos livros de História, eu tenho certeza de que a História lhe absolverá.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/12/2018 - Página 63