Pronunciamento de Walter Pinheiro em 18/12/2018
Pela ordem durante a 158ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre a importância do Sistema S.
- Autor
- Walter Pinheiro (S/Partido - Sem Partido/BA)
- Nome completo: Walter de Freitas Pinheiro
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela ordem
- Resumo por assunto
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TERCEIRO SETOR:
- Comentários sobre a importância do Sistema S.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/12/2018 - Página 63
- Assunto
- Outros > TERCEIRO SETOR
- Indexação
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- COMENTARIO, IMPORTANCIA, SISTEMA S, BRASIL, RELEVANCIA, AREA, EDUCAÇÃO, CIENCIAS, TECNOLOGIA.
O SR. WALTER PINHEIRO (S/Partido - BA. Pela ordem.) – Sr. Presidente, primeiro eu quero dizer que é normal que nós tenhamos críticas a qualquer setor. Não há nenhum absurdo nisso. O problema é que, como disse muito bem o Senador Armando Monteiro, a forma, o jeito, os adjetivos e até a finalização, que eram propostas para lidar com uma área de suma importância, todas essas coisas foram recheadas de absurdos.
Por exemplo, o nosso setor, o setor de telecomunicações... Por isso até que eu fiz uma provocação, Senador Eunício, ao Senador Renan, quando ele disse que não poderia indicar político para nenhum tipo de área. Eu lhe perguntei se ele me indicaria para a Anatel, por exemplo, em que pese, inclusive, eu não querer, como já tinha dito a ele há muito tempo. Ele brincou comigo e disse: "Você eu posso indicar, não por ser político, mas por ser técnico".
Então, o nosso setor, o setor de telecomunicações, hoje ampliado para a chamada área de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação), está discutindo, inclusive, e já patrocinou a questão da criação do Contic. Então discutimos com o Sistema S como é possível o funcionamento de uma importante área. Uma coisa é fazer o debate a partir exatamente desse tipo de atuação. Como é que cada setor pode se sentir representado? Como é que cada setor pode trabalhar?
Nós temos, Senador Armando Monteiro, na Bahia, uma parceria imensa – e aqui eu quero registrar duas importantes parcerias na Bahia. Em uma eu tive a participação pessoal, e continuo tendo: foi uma grande briga que nós abrimos no Brasil, logo após a privatização do meu setor, o setor de telecomunicações, com a morte do CPqD – não estou falando da morte, ele continua funcionando, mas naquele modelo que foi esvaziado. Nós batalhamos para construir o Cimatec, que é a maior experiência do ponto de vista de ciência aplicada, portanto é um centro de pesquisa com pesquisa aplicada diretamente ligada à indústria, à vida das pessoas, às cidades. Tem hoje, inclusive, papel destacado no mundo. Em relação aos supercomputadores, Senador Armando Monteiro, que no mundo só há cem e na América Latina só há dois, um está na Bahia, no Cimatec, produto exatamente dessa grande parceria. Nós fizemos parcerias com diversos atores, Senador Eunício. E a outra parceria que há no Sistema S, na Bahia, está conosco, na nossa rede educacional. Tanto é que, a partir dessa parceria, a Bahia passou a ser a segunda maior rede do Brasil em oferta de vaga na educação profissional, Senador Eunício, fruto dessa parceria; fruto, meu caro Senador Cássio Cunha Lima, desse trabalho que é desenvolvido em todo o País. Não está excluída a possibilidade daquilo que eu citei aqui antes. O segmento – volto a frisar –, o nosso segmento está discutindo muito a consolidação da ConTIC. Portanto, nesse mesmo diapasão, seria também uma instituição abrigada por esse mesmo guarda-chuva do Sistema S, só que por um setor que discute as suas tratativas em outra esfera.
Portanto, eu quero chamar a atenção para estas duas áreas: a área da educação e a área da ciência e tecnologia. São duas áreas essenciais que, de certa forma... Senador Cássio, V. Exa. é de um Estado que tem uma experiência belíssima – belíssima! –, que é a nossa universidade ali em Campinas, em Campina Grande, perdão. Eu me referi a Campinas porque falei antes do CPqD. Foi em Campina Grande, inclusive, que nós disparamos a primeira pesquisa no Brasil quando surgiu a questão da TV digital. Parte de Campina Grande, junto com a PUC do Rio, fez a primeira experiência para a gente discutir um novo software, um integrador que a gente chama de middleware. Isso é fruto de investimento e de parcerias com a indústria. Portanto, isso pode ser feito.
A crítica pode ser aportada ao setor, mas não essa coisa do tipo "vamos meter a faca", "vamos cortar", "vamos acabar". Nós estamos lembrando que acabar com esse modelo – volto a frisar, não tem nada a ver com crítica nem com a construção de outras áreas – é esvaziar a perspectiva principalmente de aprofundarmos um processo de crescimento, sobretudo agora em que se vislumbra, a passos largos, a questão da indústria 4.0 e a própria questão da tecnologia utilizada, avançando o LTE com o 5G.
Portanto, uma coisa é a crítica a um modelo de funcionamento, que, volto a frisar, nós estamos fazendo; a outra é essa estupidez de achar que se tem que acabar com esse modelo de utilização de recurso para o financiamento de duas importantes áreas: a educação profissional e a pesquisa em nosso País.