Discurso durante a 158ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Exposição da atuação parlamentar de S. Exª.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Exposição da atuação parlamentar de S. Exª.
Publicação
Publicação no DSF de 19/12/2018 - Página 95
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, PERIODO, EXERCICIO, MANDATO, SENADOR.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Para discursar.) – Obrigado pela compreensão.

    Nosso Presidente, Senador Cássio Cunha Lima, é uma alegria cumprimentá-lo, cumprimentar os demais Senadores, cumprimentar os amigos e amigas dos quatro cantos do meu Estado de Rondônia e do Brasil.

    Uso esta tribuna, neste mandato como Senador da República, pela última vez. Mas, primeiramente, eu quero aqui fazer um agradecimento a Deus por tudo que propiciou à minha vida, Senadora Vanessa, Senador Wellington Fagundes, Senador Petecão, pela condição que me deu de poder, juntamente com os nobres colegas, trabalhar, tentar de alguma maneira construir um Brasil melhor. 

    Quero agradecer também aos meus amigos e a minhas amigas, que vão à igreja ou mesmo ficam casa, que sempre, nas suas orações, têm colocado o meu nome para que Deus possa me dar muita saúde e muita paz. Não há dinheiro que pague o reconhecimento dos meus amigos e minhas amigas do meu querido Estado de Rondônia.

    A cada um de vocês, independentemente de cor partidária, mas que têm um só propósito, depois de oito anos: buscar uma análise, uma avaliação do Ivo Cassol. Também o Senador Cássio Cunha Lima foi Governador do seu Estado da Paraíba...

    Nesse último pleito eleitoral, eu dizia, disse à imprensa, disse aqui na tribuna que não disputaria estando sub judice. Por mais que os adversários tivessem feito festa, eu entendia que o candidato a Governador do meu Estado de Rondônia não poderia ter tempo para correr atrás dos seus problemas, dos seus processos. E olha, gente, os meus problemas, os meus processos não são por desvio de dinheiro, não são por subfaturamento, não são por pagamento indevido. São por questões técnicas. Mas qual é a empresa, qual é a prefeitura, qual é o Estado, qual é o Governo Federal, qual é o Ministério, quais são as autarquias, quais são os órgãos públicos que não têm questões técnicas no dia a dia? Pelo menos eu não tenho do que me envergonhar.

    Eu, aqui na tribuna desta Casa, em 2013, denunciei um dos maiores esquemas de corrupção do Brasil: a compra da Refinaria de Pasadena. Vergonhosamente, aqui nesta tribuna, eu chamava o Gabrielli e o Cerveró de desonestos e bandidos e dizia que deviam estar presos. E houve muitos colegas que defenderam esses dois cidadãos. Com o passar dos dias, com o passar do tempo, ficou provado que o prejuízo, Senador Hélio José, que esses cidadãos deram para o povo brasileiro não foi de milhões de reais, mas de bilhões de reais.

    Mas, aqui desta tribuna, eu denunciei. Aqui desta tribuna eu dei a cara a tapa e mostrei para o Brasil que eu queria uma coisa diferente. Mas, ao mesmo tempo, eu fiz isto quando fui Governador do Estado de Rondônia: eu também, lá, na época, denunciei o desmando que havia na Assembleia Legislativa. Saí, como se diz, também machucado, mas não humilhado. Não preciso me envergonhar, porque simplesmente o que eu fiz no Estado de Rondônia foi orgulho para todos os rondonienses, Senador Hélio José. Lá, eu gravei e denunciei um dos maiores esquemas de corrupção que existiam no meu Estado, e os Deputados que hoje não estão presos estão fugidos.

    Mas isso não me enche de orgulho de maneira nenhuma, simplesmente me compromete muito mais. Sei o que eu fiz, cumpri com o meu dever. Quem dera se todo mundo fizesse a mesma coisa!

    Aqui, como Senador da República, além de ter defendido e denunciado o esquema de Pasadena, juntamente com os nobres colegas Senadores... O Senador Hélio José me ajudou muito, o Senador Blairo Maggi me ajudou a defender a fosfoetanolamina, a pílula do câncer. É outro esquema podre que se perpetua no Brasil! É o esquema dos laboratórios, é o esquema da indústria farmacêutica, é o esquema, Sr. Presidente, de muitos profissionais da saúde que vivem da desgraça alheia, que é o câncer. E o tratamento do câncer, o atual tratamento que existe hoje, é consulta, biópsia, cirurgia, quimioterapia, radioterapia. Não há nada pior do que isso, porque mutila as pessoas, isola as pessoas dos amigos, da sociedade e da família.

    E quem é o cidadão diagnosticado com câncer que não vai correr atrás de um tratamento alternativo?

    Hélio José, o Cidinho, de Mato Grosso, poucos dias atrás teve acesso também à fosfoetanolamina e levou para o filho de um prefeito em uma cidade do Mato Grosso. Esse jovem, graças a Deus, se encontra bem, se encontra estável, se encontra recuperado e tratado com a fosfoetanolamina.

    Em relação a qualquer tratamento alternativo que venha a aparecer, contra qualquer doença, não só o câncer, nós não podemos fazer o que a associação médica brasileira fez: entrar na Justiça, no Supremo Tribunal Federal contra um projeto de lei que nós aprovamos aqui nesta Casa e que lá na Câmara também foi aprovado. E quem encabeçou isso foi o nosso Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Aqui eu estendo meu abraço, meu cumprimento, ao Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: que ele tenha sucesso e que, ao mesmo tempo, faça todos os esforços possíveis para liberar a fosfoetanolamina a partir do ano que vem para que aquele que está diagnosticado com câncer ou que já venha fazendo o tratamento possa ter um tratamento alternativo.

    É uma esperança de vida! Só quem está dentro da família sabe por que precisa desse tratamento. E esse caminho, juntamente com a aprovação da fosfoetanolamina, hoje suspensa pelo Supremo Tribunal Federal... Eu queria fazer um pedido especial ao Supremo Tribunal Federal, a todos os Ministros: aproveitem a oportunidade, deem essa oportunidade para o povo brasileiro, como está na Constituição, para que cada cidadão tenha o direito à vida. Fica a opção de cada um, e aí, com certeza, nós teremos um custo menor no tratamento da saúde. Sobrará mais dinheiro nos caixas, nos cofres públicos estadual, municipal e federal, por termos uma saúde mais barata.

    Eu não desisti da fosfoetanolamina, nem vou desistir. Tenho certeza de que minha irmã Jaqueline, que, neste instante, está sendo diplomada Deputada Federal na minha cidade, Porto Velho, capital do meu Estado, e tantos outros colegas que estão vindo para cá...

    Houve outros projetos, Senador Cássio Cunha Lima, como um projeto de compra de medicamentos pelas prefeituras e também pelas entidades filantrópicas diretamente do laboratório, diretamente da indústria farmacêutica. O engraçado é que aqui, nesta Casa, infelizmente, não conseguiu passar nas Comissões. Passou numa, mas ficou na outra. Fico triste porque esses projetos são de interesse social.

    Um exemplo. A Furp, fundação de São Paulo... Enquanto um comprimido lá custa R$0,10, numa farmácia, num laboratório custa R$2. Isso é custo/benefício para as entidades públicas, para o Município, para o Estado, para o Governo Federal. E aí, infelizmente, por interesse, por esquema que há em muitos lugares... Há muitos prefeitos por aí fazendo lobby com a Associação Nacional dos Prefeitos para não aderirem, Sr. Presidente Hélio José, a esse projeto da compra direta do laboratório.

    E qual é a garantia que os laboratórios têm na venda do medicamento? A Câmara Municipal, a Assembleia Legislativa dão como garantia o Fundo de Participação. Se não pagar em 30 dias, é descontado automaticamente no fundo que as prefeituras têm. E, infelizmente, é um projeto que ficou parado.

    Mas eu jamais vou desistir. Está aqui outro projeto que estou dando entrada hoje. Estou pegando a assinatura dos nobres colegas para que policiais militares e do corpo de bombeiros que fazem concurso público e depois fazem um curso, de Direito, de Engenharia... E aqui está um exemplo. O Sargento Miguel, engenheiro civil de Rolim de Moura, e o Sargento Soares, do Corpo de Bombeiros, que também é do Estado, mas do Corpo de Bombeiros de Rolim de Moura, são engenheiros civis, Sr. Presidente, mas não podem atuar fora. Não podem sequer fazer projeto para os outros porque a lei proíbe. E lá, dentro do órgão público, aí sim, ele pode atuar como engenheiro, ganhando praticamente a mesma coisa que ganha como sargento, mas não ganha como engenheiro.

    Portanto, estou apresentando esse projeto de lei, que é uma emenda na PEC que nós fizemos e aprovamos lá atrás, a qual autoriza os agentes de saúde que fazem um curso, de Enfermagem, de Medicina, poderem atuar. Então, por que não pode atuar quem está nas outras áreas? Por isso, estou apresentando essa PEC. Vou deixar esse legado positivo aqui, nesta Casa, para ter continuidade com os nobres colegas Senadores e Deputados Federais.

    O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PROS - DF) – Meu nobre Senador Ivo Cassol, V. Exa. é um exemplo a ser seguido. Uma pessoa humilde, uma pessoa trabalhadora, uma pessoa defensora das coisas corretas. Orgulha-me muito ser seu amigo e, inclusive, estar presidindo este finalzinho de sessão aqui. Nós somos obrigados a concluir agora, porque se iniciou a sessão do Congresso Nacional.

    Amanhã, eu serei o terceiro inscrito para fazer minha prestação de contas, como V. Exa. está fazendo aqui. Lamento ter que, por orientação da assessoria, encerrar a sessão, mas quero passar mais um minuto para V. Exa. concluir. Antes, porém, quero registrar este aparte.

    V. Exa. é um exemplo de humildade. É um exemplo de homem probo, de homem justo, tanto que, se tivesse sido candidato a Governador lá do seu Estado, teria ganhado as eleições.

    A fosfoetanolamina é uma luta do povo brasileiro, principalmente dos mais carentes. Por isso me orgulho uma luta do povo brasileiro, principalmente dos mais carentes. Por isso, orgulho-me muito de ter me somado a V. Exa. e ao povo brasileiro nessa luta.

    Darei a V. Exa. mais um minuto para concluir, porque estou sendo solicitado a encerrar os trabalhos.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Nobres colegas, com certeza... Sei da compreensão, pois nós temos aí o Orçamento para aprovar, PLS para aprovar também. Ao mesmo tempo, quero dizer que, como Senador da República, direcionei recursos para os 52 Municípios do meu Estado de Rondônia. Todos os Municípios foram atendidos.

    A BR-364 foi um trabalho conjunto da bancada federal. A BR-429, que era um sonho – e um pesadelo para o povo que vivia lá – hoje está pavimentada, com ponte e encabeçamento. Não é diferente com a Rodovia 425, de Guajará-Mirim, que foi recuperada, restaurada e pavimentada com asfalto usinado. Então, foram várias conquistas nesses oito anos aqui no Senado Federal.

    Sou grato a cada um dos colegas, amigos e parceiros que me ajudaram a fazer a diferença, aos meus amigos assessores. Falo em nome do Sandro, do Júnior, do Juliano, em nome de toda a minha equipe. Falo em nome da minha equipe em Rondônia: do Salomão, do Décio Lira, do Cláudio Farias. Para todos da minha equipe vai o meu agradecimento. Por quê? Porque ninguém é bom sozinho. Só existe alguém bom quando há várias pessoas boas, com os mesmos ideais e os mesmos propósitos.

    Estou, neste momento, praticamente encerrando a minha vida pública, até o dia 30 de janeiro. Mas quero deixar bem claro que estarei junto com vocês no dia a dia, em Rolim de Moura, no meu Estado de Rondônia e no Brasil. Do trabalho voltado para a sociedade, para um povo que busca e quer dias melhores, não podemos desistir. Estarei na atividade como empresário, estarei na atividade que tenho, no dia a dia, no meu Estado de Rondônia.

    De uma coisa pode-se ter certeza, Senador e Presidente Hélio José, como V. Exa. falou agora há pouco: se eu tivesse disputado as eleições este ano, as pesquisas mostrariam a reeleição de Ivo Cassol com 70% dos votos para Governador do Estado de Rondônia. Torço para que o novo Governador tenha sucesso. Pena que, até hoje, não apresentou ninguém da equipe, diferentemente do que o Presidente Bolsonaro tem feito. Mas a gente torce, porque tudo o que nós temos está em nosso Estado, está lá dentro: meus filhos estão lá, meus netos estão lá.

    Homenageio meus filhos, minha família, minha esposa, Ivone – que veio junto comigo todas as vezes na segunda-feira e voltava na quinta ou na sexta-feira para Rondônia –, meus filhos Júnior, Juliana, Karine, minha nora, meu genro, meus netos, enfim, agradeço a todos a compreensão que tiveram nesse período e nessa luta para trabalhar, cada dia, para dias melhores.

    Portanto, Sr. Presidente, amanhã, queria pedir a V. Exa. que já deixasse inscrito o meu nome, porque não consegui fazer o meu discurso completo, uma vez que, quando temos um Congresso Nacional, são suspensos automaticamente os trabalhos aqui nesta Casa.

    Então, deixo aqui a minha gratidão a cada um de vocês que sempre têm orado e pedido a Deus que me ilumine, que me proteja, que me dê saúde e paz. Do restante, Presidente, nós corremos atrás.

    Um abraço e obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/12/2018 - Página 95