Discurso durante a 160ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Reflexão sobre o término do mandato de S. Exª.

Autor
Hélio José (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Reflexão sobre o término do mandato de S. Exª.
Aparteantes
Cristovam Buarque, Zé Santana.
Publicação
Publicação no DSF de 21/12/2018 - Página 42
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • ANALISE, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, PERIODO, EXERCICIO, MANDATO, SENADOR, ENFASE, APRESENTAÇÃO, PROPOSTA, PROJETO DE LEI, AGRADECIMENTO, FAMILIA, MEMBROS, CONGRESSO NACIONAL.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF. Para discursar.) – Quero cumprimentar o nosso Presidente, Senador Guaracy da Silveira; cumprimentar o Senador Cristovam, a Senadora Ana Amélia, Senador Santana, do Piauí, todos os Senadores e Senadoras desta Casa, nossos ouvintes e telespectadores da Rádio e TV Senado, nossos queridos servidores aqui do Senado, servidores aqui do Plenário, comandados aqui pelo Zezinho, pelo João, pelo nosso Zé; a turma da cinegrafia, todos os fotógrafos, e dizer que é com muita honra que a gente sobe aqui. Quero cumprimentar de forma muito especial os servidores terceirizados do Senado Federal, todos que contribuem, de uma forma ou outra, para o funcionamento desta Casa, e dizer que é uma honra, Senador Guaracy, subir aqui a esta tribuna, para fazer este discurso hoje, aqui. É aquela questão: não é despedida, mas é uma avaliação do quadro, do trabalho que aqui fizemos nesses quatro anos, quando, como o nobre Senador Cristovam falou, nós olhamos para frente. A luta continua.

    Eu só tenho a agradecer os mais de 17 mil eleitores que foram às urnas, votaram em mim e colaboraram comigo. O meu Partido não conseguiu o coeficiente eleitoral, consequentemente ficamos de fora, mas foi muito importante a disputa, e a disputa faz parte do jogo. Ganhar e perder é normal. A gente permanece na batalha.

    Nesta despedida, eu exalto principalmente os servidores do Senado.

    Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, considerem a seguinte história, contada por Deepak Chopra, no livro Como conhecer Deus:

Em 1924, um velho habitante de uma vila francesa está a caminho de casa. Com um dos olhos perdido na Primeira Guerra Mundial e o outro gravemente danificado por gás mostarda nas trincheiras, ele mal consegue enxergar.

O Sol poente é ofuscante, de modo que o velho não percebe os dois jovens de bicicleta que dobram a esquina e se precipitam contra ele.

No momento do impacto, surge um anjo e segura a bicicleta da frente pelas duas rodas, ergue-a no ar e a coloca em segurança, no gramado ao lado da rua. A segunda bicicleta para a pouca distância, e os jovens ficam tremendamente agitados. "São dois! São dois!", grita um deles, querendo dizer que não havia apenas o velho, mas duas outras figuras diante deles na rua.

A vila inteira se alvoroça, alegando mais tarde que os jovens estavam bêbados ou inventaram aquela história fantástica.

Poderíamos nós mesmos chegar a uma conclusão? [Será que poderíamos?]

Acontece que o velho homem era um sacerdote, o conhecido Padre Jean Lamy, [meu nobre Presidente Guaracy da Silveira, e o aparecimento do anjo chegou até nós através de seu próprio testemunho, antes de morrer]. [Parece que] A [Jean] Lamy [um homem santo e amado] eram atribuídos muitos eventos em que Deus enviava anjos ou outras formas de ajuda divina. [...]

Por causa da vocação religiosa de Lamy, é fácil desdenhar esse incidente como uma história para devotos. Os céticos não se deixariam comover.

    Entretanto, nobre Senador Guaracy da Silveira, Presidente, fico fascinado pela simples possibilidade de ter acontecido, de podermos abrir a porta e permitir a entrada de anjos protetores em nossa realidade, juntamente com milagres, visões, profecias e, finalmente, esse grande forasteiro, o próprio Deus [que é fundamental para nossas vidas]. Nesta importante ocasião, nobre Senadora Ana Amélia, revejo a minha vida como num filme e relembro todos os percalços vividos para chegar ao Senado da República. A semelhança com o episódio do Pe. Jean Lamy não é mera coincidência. Várias bicicletas dobraram a esquina e se precipitaram contra mim, mas jamais conseguiram atropelar-me nessa luta.

    Por isso, nesta hora magistral, eu gostaria primeiramente de agradecer a Deus, por aplainar os caminhos e endireitar as veredas de acesso ao Parlamento brasileiro, para agraciar-me como Senador da República, cargo de tão nobre honraria.

    E, na sequência, meu nobre Presidente, eu gostaria de agradecer à minha esposa e companheira de todas as horas, Edy Gonçalves Mascarenhas, enfermeira, servidora pública, que tanto contribuiu para Brasília e para o nosso Brasil; à minha amada filha, Maíra Virgínia, hoje médica e também bacharel em Direito pela Universidade de Brasília; à minha querida filha Isabella Tainá, bacharelanda em Letras-Francês; à minha querida filha Potira Gabriella, que é bacharel em Gastronomia e está terminando agora o curso de Engenharia Florestal na UnB; ao meu querido filho Hélio Gabriel, meu adorado filho, que está fazendo o curso de Tecnologia da Informação.

    E quero falar, meu nobre Senador Cristovam, da saudosa memória àqueles que nos trouxeram, como a saudosa memória de meu pai, João da Silva Lima, um político nato, que, com apenas três dias de campanha, foi o mais votado na minha cidade em algumas eleições – e, naquela época, a eleição era muito rápida; distribuíam cedulazinha e coisa e tal; e também à minha mãe querida, Vicentina Rodrigues Lima, os grandes baluartes da minha vida desde os meus primeiros passos.

    Agradeço aos meus queridos irmãos – Senador Cristovam, sou de uma família grande: oito irmãos; sou o mais novo dessa família –: meu irmão Wilson, meu irmão Itamar, meu irmão Iron, meu irmão Ilderico, minha irmã Ilza, minha irmã Hilda e meu irmão Ilzair, que sempre estivem presentes em todas as minhas jornadas.

    Aos meus sobrinhos, às minhas sobrinhas, aos meus cunhados, às minhas cunhadas, a todos os meus amigos, um agradecimento muito grande.

    Um agradecimento especial aos 80 Senadores desta Casa, meu nobre Senador Cristovam, meu nobre Santana, minha nobre Senadora Ana Amélia e meu nobre Presidente Guaracy Silveira.

    Consegui aqui conviver em harmonia com os 80 Senadores desta Casa, independentemente de partido político A, B, C e D e de ideologia, no respeito, no trabalho mútuo. Então, o meu agradecimento é muito grande aos 80 Senadores, pela salutar convivência, pela amizade e pelo apoio, nas convergências e também nas divergências, porque é normal haver divergência e convergência. O que nós precisamos, aqui na Casa, é fazer o bom combate, a boa discussão, não é, nobre Senador Cristovam? Então, para mim foi uma honra muito grande.

    Em especial, agradeço a meu amigo e querido Senador Renan Calheiros, Presidente do Senado Federal de 2015 a 2017, que fez um extraordinário trabalho nesta Casa no primeiro período da minha Legislatura, da 55ª, e também ao Senador Eunício Oliveira, que o sucedeu e foi Presidente desta Casa no período de 2017 e 2018.

    Agradeço a meus Líderes, que puderam me indicar como membro titular da CMO (Comissão Mista de Orçamento) em duas oportunidades, onde eu pude trazer tantos recursos para o Distrito Federal.

    Agradeço a meus colegas Senadores e Deputados Federais, que me elegeram coordenador da Bancada nesse período de Legislatura, por dois mandatos, onde pude coordenar nossos 11 Parlamentares de forma democrática, de forma tranquila, e encaminhar as questões.

    Aos meus nobres Presidentes de comissões e Líderes, que me indicaram como titular da CPI da Previdência. Fui o Relator na CPI da Previdência, fazendo um relatório no qual desmistifiquei a questão de haver déficit na Previdência, que não havia. E aprovamos o relatório por unanimidade nesta Casa, inclusive com o voto do Líder do Governo, provando que não havia déficit na Previdência.

    Aos meus queridos Líderes, que me indicaram membro da CPI do Carf, da CPI do Futebol, nas quais pude contribuir com altivez e trabalhos importantes para esta Casa.

    Aos meus Líderes, que me colocaram como Presidente da Comissão do Senado do Futuro, na qual pude, nesses dois últimos anos, fazer um trabalho extraordinário, numa comissão idealizada pelo nobre Senador Cristovam, que traz o debate transversal dos vários projetos desta Casa.

    Aos meus Líderes, que me colocaram em comissões importante e nobres, como a Comissão de Direitos Humanos, nesses quatro anos, na qual pude trabalhar bastante a questão dos direitos dos cidadãos; a Comissão de Constituição e Justiça, comissão mais importante desta Casa, onde pude trabalhar nos quatro anos; a Comissão de Assuntos Econômicos, na qual trabalhei nos primeiros dois anos de meu mandato aqui; como Vice-Presidente e agora como membro da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação do Senado Federal, da qual o nobre Senador Cristovam foi Presidente um período, e eu fui Vice-Presidente do nobre Senador Cristovam.

    Foi uma honra ter servido a esta Casa, com todos os trabalhos que fiz como Presidente de Medida Provisória, como Vice-Presidente, como Relator de medidas provisórias, em que pude contribuir.

    Meu nobre Senador Cristovam, eu sei que, sem rodeios desnecessários, me sinto no dever de, hoje, manifestar os meus mais sinceros e singelos agradecimentos pelos anos aqui dispensados.

    V. Exa. pediu um aparte, então passo para V. Exa.

    O Sr. Cristovam Buarque (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PPS - DF) – Senador Hélio José, eu sou muito grato pela maneira como o senhor presidiu a Comissão do Futuro, a qual o senhor lembrou que fui eu que tive a iniciativa de criar. E foi criada pelo Presidente Renan Calheiros, quando ele era aqui Presidente do Senado, que aceitou imediatamente, tomou a medida... E o senhor fez um belíssimo trabalho nesse período em que foi Presidente.

    Eu quero agradecer ao senhor por ter sido Senador da energia eólica, o único que carregou essa bandeira para valer. Muitos de nós defendem isso, dão apoio, mas o senhor que carregou.

    Eu quero lhe agradecer a maneira como o senhor, às vezes, esbaforidamente, mudava de uma comissão para outra, participando de quase todas ao mesmo tempo, num trabalho que poucos de nós, Senadores, fizemos nessa intensidade.

    Mas não vou agradecer isso; vou agradecer por ter assumido aqui o Senado como substituto do Senador Rollemberg, quando este assumiu o Governo, e ter feito um belo trabalho para o Distrito Federal.

    Como morador, como habitante do Distrito Federal há 40 anos, eu quero lhe agradecer como cidadão brasiliense, não apenas como seu colega, como Senador.

    O senhor honrou o cargo que ocupou. E, nos tempos de hoje, não são muitos os que podem dizer que honraram o cargo que assumiram de Senador, de Deputado. São poucos os Parlamentares que a gente pode dizer que honram o cargo. O senhor honrou esse cargo, e, como brasiliense, eu lhe agradeço por isso.

    Um grande abraço, e valeu a pena tê-lo nesta Casa por esses quatro anos.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Obrigado, Senador Cristovam. O senhor, que é um exemplo de governo para o Distrito Federal...

    Toda a população de Brasília sente saudades do nosso governo do Paz no Trânsito, do nosso governo do Saúde em Casa, do Parceria Popular, do Provi, do nosso governo do Bolsa Escola, do nosso Governo Cidadão, quando nós não tínhamos pessoas abandonadas nos semáforos e nas ruas, pedintes, cujo número, hoje, cada vez aumenta mais.

    Então, meus cumprimentos e os meus agradecimentos também, em nome da população de Brasília, pelo excepcional mandato que V. Exa. exerceu aqui nesta Casa fez e pelo governo que fez aqui.

    Muito obrigado pelas palavras carinhosas e gentis de V. Exa. Para mim, é uma honra muito grande, e vou levar eternamente, para a minha vida, essas palavras de V. Exa.

    Muito obrigado, Senador Cristovam. 

    Eu quero dizer que, em relação às comissões, meu nobre Senador Guaracy, nesses quatro anos, também fui membro ativo da Comissão de Relações Exteriores, o que me honrou muito, tanto sob a Presidência do Senador Fernando Collor quanto sob a Presidência do Senador Aloysio Nunes Ferreira, quando pudemos sabatinar uma infinidade de embaixadores, pessoas que colaboram muito com o nosso Brasil e com o nosso mundo.

    Eu acho que o Brasil deveria ter uma embaixada em todo país reconhecido pelo ONU, porque, quanto mais embaixadores o Brasil tiver, quanto mais representação o Brasil tiver, mais o nosso povo vai ser valorizado em cada canto deste mundo, porque o povo brasileiro é um povo muito bem acolhido em todos os lugares, porque é um povo hospitaleiro – não é, nobre Senador Cristovam?

    Não se trata de um acerto de contas, meu nobre Senador Guaracy, mas sim de uma espécie de satisfação pública pelos serviços prestados, nesses quatro anos de mandato, como representante senatorial pelo Distrito Federal.

    Em primeiro lugar, foi de emblemático reconhecimento o processo gradual e impactante de amadurecimento pessoal e profissional nesta Casa, seja na condição de Senador, seja na condição de servidor público concursado que sou do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

    A ninguém cabe contestar o significado largo do vocábulo "público", quando se tem a oportunidade rara e excepcional de conviver com a família institucional do Senado, que é uma família importante.

    Aos meus amigos e servidores, que tanto me assistiram nesses quatro anos de mandato, eu gostaria de expressar os meus mais sinceros agradecimentos. Mais enfaticamente dirijo-me, sobretudo, àqueles lotados em meu gabinete, os quais dedicaram tempo, esforço e competência às inúmeras e espinhosas demandas institucionais. De fato, foram todos tão indispensáveis quanto generosos nas longas e instrutivas participações nas comissões às quais me associei, como integrante designado pela Bancada.

    Na condição de Líder da Bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional, que reúne três Senadores e oito Deputados Federais representantes do DF, também pude contar com a contribuição inesgotável de todo o corpo de servidores desta Casa, a quem eu quero agradecer muito.

    Em todas as atividades e competências previstas regimentalmente, não pude me furtar às imprescindíveis consultas e trabalho de diversos setores da Casa.

    Ao ressaltar, em especial, os servidores da Agência Senado, que se compõe da TV Senado, da Rádio Senado e do Jornal do Senado, com as suas coberturas excepcionais, eu gostaria de exaltar o nível elevado de conhecimento desses profissionais, a qualidade das publicações, que fazem sempre com o compromisso, com a verdade dos fatos. Sem dúvida, Sr. Presidente, cabe reiterar que a minha atuação parlamentar, no período entre 1º de janeiro de 2015 até o dia 30 de janeiro de 2019, se assentou estritamente em quatro eixos principais. No topo de prioridades, destacou-se a minha ênfase em políticas públicas envolvendo o setor energético, as energias limpas, as energias renováveis, a energia solar fotovoltaica, a energia eólica, a energia da biomassa, o Brasil que é rico, o Brasil que é forte, o Brasil que tem todas as condições de ser uma das maiores potências do mundo, principalmente porque é um País que tem 28,5 mil gigawatts de disponibilidade de energia solar fotovoltaica, enquanto toda a nossa energia é de 172GW. Então, o Brasil é uma potência, Guaracy, e tem tudo para se destacar no cenário mundial. Sem dúvida, Sr. Presidente, no topo das prioridades, destacou-se a minha ênfase nessas políticas públicas envolvendo o setor energético, seguido do meu interesse no setor produtivo, com foco no microempreendedor individual e na micro e pequena empresa. Tive a oportunidade, no meu primeiro ano de mandato, na CMO (Comissão Mista do Orçamento), de ser o Relator da indústria, do comércio e da micro e pequena empresa, a maior geradora de emprego deste País. A partir daí, priorizei a defesa social dos brasileiros menos favorecidos, seguida do apoio às reivindicações amplas do servidor público.

    A julgar pela extensão dos compromissos assumidos, eu já antevia que a estrutura funcional teria de ser aproveitada a todo vapor. Dito e feito. De mediato, pude me servir do apoio notável de todos os consultores da Consultoria Legislativa, seja na confecção de discursos, pareceres e requerimentos, seja na elaboração de projetos, estudos, emendas, seja nos atendimentos presenciais, sem os quais poderia não ter destrinchado...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... os caminhos corretos e necessários para bem conduzir os trabalhos nas Comissões.

    Mais uns dez minutos, e eu concluo, Sr. Presidente.

    Mais precisamente, e com sincera modéstia, entre janeiro de 2015 e 29 de outubro de 2018, apresentei 245 proposições legislativas, das quais: 46 projetos de leis; 2 propostas de emenda à Constituição, em coautoria com outros Senadores; e 1 projeto de resolução do Senado Federal.

    E eu me orgulho, Senador Guaracy, de ter aprovado nesta Casa, por unanimidade, a lei que garante a democratização dos meios de comunicação, aumentando os canais das rádios comunitárias de um para dois e ampliando a sua potência de apenas 25W para 150W, dando condição para que todos os brasileiros possam ouvir a voz de cada esquina e de cada cidade que é reverberada pelas rádios comunitárias. Então, me orgulhou muito a aprovação aqui desse meu projeto.

    Há mais outros projetos que continuam nesta Casa, tanto de energia solar – vários foram aprovados aqui – quanto de energias eólicas, fotovoltaicas e de energia limpa. Há também outros em prol do direito, em prol das igualdades sociais, em prol do fim das discriminações, como o projeto da minha relatoria que garante aos advogados, homens e mulheres, o direito de acesso a todas as informações do processo e garante às mulheres advogadas que, quando elas estiverem naquele período insuportável, tenham o direito de mudar o dia do ato formal judicial, para que elas possam ter condição de bem fazer a defesa das suas causas. Isso ocorre no momento menstrual ou no momento de dar à luz, de ter um parto, coisa assim, ou em um acidente. Então, essa lei eu consegui aprovar aqui nesta Casa.

    Certamente muito mais poderia ter sido feito...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... se não houvesse tantos entraves regimentais e políticos a confundir e a adiar decisões legislativas de inquestionável urgência para o País.

    A despeito desses entornos estruturais, percebo agora que, caso não considerasse a assistência institucional do quadro dos servidores do Senado, meu desempenho parlamentar seria prejudicado em demasia.

    Ciente disso, Sr. Presidente, vale destacar que, com essa invulgar orientação dos servidores, pude bem desenvolver minhas participações na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática, como Vice-Presidente e membro titular.

    Contando com esse mesmo quadro de excelência, também exerci a titularidade na Comissão de Serviços de Infraestrutura, dando procedimento a avaliações sobre a implantação de energias alternativas e renováveis no Brasil, como a energia solar fotovoltaica, a energia eólica e a de biomassa.

    Não por acaso, de março de 2017 até o presente momento, tenho ocupado cadeira de titular na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, na Comissão Mista de Meio Ambiente e também na Comissão em que a nossa excelente Senadora Ana Amélia foi a Presidente, que é a Comissão de Agricultura, em que pude contribuir sobremaneira nos meus primeiros dois anos de mandato.

    E essa acumulação gigantesca e bem-sucedida de tarefas só pôde ser realizada graças ao desempenho extraordinário de todo o quadro de pessoal do Senado, que conosco colabora.

    Sr. Presidente, no âmbito das comissões especiais, tive a honra de ser membro titular tanto da CPI do CARF quanto da CPI da Previdência.

    Nesta última, aliás, fui designado autor do relatório final. Não é verdade que a previdência social seja deficitária e que seja preciso retirar direitos e ameaçar os servidores públicos civis e militares. Não é justo com os servidores e também não é justo com a sociedade. Estudo criterioso realizado pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) mostrou que, de 2005 a 2016, os números da seguridade social produziram, em média, R$50,2 bilhões de superávit anuais, mesmo considerando o resultado negativo de 2016, o único da série. Proponho que cada Parlamentar eleito leia e estude o relatório da CPI da Previdência de forma criteriosa e que se promova um debate mais aprofundado sobre a questão. Quero agradecer aqui o Senador Paulo Paim, Presidente dessa CPI, que comigo trabalhou lado a lado. Conseguimos mostrar para o Brasil que a previdência não é deficitária. Vale ressaltar que o trabalho realizado na CPI da Previdência, entre abril e outubro de 2017, foi intenso e muito importante para a sociedade brasileira.

    Ali, pude jubilosamente constatar o apoio inarredável dos consultores da Conleg e da...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... Secretaria-Geral da Mesa e também dos servidores da Consultoria de Orçamento, que tanto trabalharam para o êxito da relatoria.

    Convém, igualmente, recordar que, em 2016, ao participar como membro titular da Comissão Especial das Obras Inacabadas, das grandes obras deste País, bem como titular da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas, recorri por diversas vezes aos servidores de múltiplos setores do Senado.

    Para tanto, os serviços prestados pela Gráfica, pela Diretoria-Geral, pelo RH, pela Relações Públicas, pela Polícia Legislativa, bem como pela 1ª Secretaria foram de enorme competência e boa vontade.

    Por isso, eu quero, em nome de todos, agradecer à Diretora-Geral, Dra. Ilana Trombka, e, em nome de todos, agradecer ao meu nobre Secretário-Geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira, uma pessoa pela qual todos nós aqui temos o maior carinho, o maior respeito.

    Sublinho ainda os esforços empenhados pelos servidores do Interlegis, por intermédio do qual realizamos relevantes seminários e reuniões ao longo desses quatro anos.

    Na mesma alentadora toada, devemos enaltecer os serviços prestados pelo pessoal da Biblioteca, cuja determinada e impecável colaboração nos permitiu promover exposições de arte e lançamento de livros.

    De não menor relevância, Sr. Presidente, como se sabe, ocupei a vaga de suplente na Comissão Especial do Impeachment de 2016. Naquele dramático episódio, não foram escassas as valiosas sondagens jurídicas e processuais junto à Consultoria Legislativa do Senado, graças às quais nossa equipe pôde fundamentar decisões e procedimentos normativos. E eu, o Senador Cristovam e o Senador Reguffe, nós três, em uníssono, votamos favorável ao impeachment, naquele momento, entendendo o trabalho e a prestação de serviços que foram feitos por todos esses assessores, que provaram para nós três da bancada de Brasília que, naquele momento, era inevitável o impeachment.

    Mesmo atualmente, nos últimos dias de meu mandato – estou concluindo, Sr. Presidente –, como integrante titular do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, além de Presidente da Comissão Senado do Futuro, não deixo de reconhecer o enorme apoio que recebo dos servidores desta Casa, como o meu nobre Dirceu, apoiador das Comissões, que sempre me ajudou.

    Em suma, Sr. Presidente, diante do exposto, despeço-me do Senado Federal convicto e orgulhoso do alto nível dos servidores públicos que encontrei no Legislativo. Por isso, ao retornar ao cargo de Analista de Infraestrutura do Ministério das Minas e Energia, como servidor que sou do Ministério do Planejamento, levo comigo as melhores impressões do corpo técnico desta Casa, convencido de que o Legislativo dispõe de um dos mais qualificados quadros de servidores públicos do País.

    Meu enorme agradecimento ao limpador de chão, à pessoa que me serviu o café, aos servidores terceirizados, que são uma família aqui, no Senado, que todos nós temos que abençoar. Meus enormes agradecimentos ao Zezinho e a toda a equipe de apoio aqui do Plenário, que sempre meu acolheu, meus amigos, meus companheiros, aos cinegrafistas etc. e tal.

    Era o que eu tinha a dizer, meu nobre Presidente.

    Nobre Senadora Ana Amélia, a senhora estava em pé aqui. É um aparte a V. Exa.?

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Tudo bem. Então, muito obrigado à senhora. Quero agradecer à senhora aqui por tudo.

    Eu quero dizer ao meu nobre Senador Guaracy: o senhor é um exemplo nesta Casa. Muito obrigado...

    O Sr. Zé Santana (Bloco Maioria/MDB - PI. Fora do microfone.) – Senador Hélio.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Pois não, nobre Senador Santana, do meu querido Estado do Tocantins. A minha esposa é de Tocantínia, do seu Estado. O senhor está com a palavra.

    O Sr. Zé Santana (Bloco Maioria/MDB - PI) – Do Estado do Piauí, meu querido.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Ah, do Piauí, Piauí, do meu querido Wellington Dias.

    O Sr. Zé Santana (Bloco Maioria/MDB - PI) – Meu querido Senador Hélio José, é apenas para cumprimentá-lo e manifestar aqui a nossa satisfação, a nossa alegria por esta nossa passagem transitória, numa convivência tão amigável, em que pudemos ter essa afinidade e essa admiração por esse trabalho que você desempenhou aqui durante esse período. Como disse aqui o Senador Cristovam Buarque ainda há pouco, você foi o Senador da energia eólica.

    E, no Piauí, graças a Deus, nós que temos vento e sol em abundância temos nos destacado em matéria de energia limpa, com a energia eólica, com a energia solar.

    Por isso, nesta passagem aqui, como eu disse, por mais transitória que seja, foi realmente um motivo de alegria poder conviver com pessoas como você. E a gente tem, neste pequeno espaço de tempo, a oportunidade de testemunhar esse trabalho, que orgulha o nosso País. De fato, certamente será uma das vozes que fará falta neste Senado.

    Muito obrigado.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – Obrigado, meu nobre Senador Santana, do Piauí. Eu gosto demais do Piauí, do Piauí do meu nobre Senador Wellington, Governador e ex-Senador Wellington, do meu nobre Marcelo Castro, que vem agora para esta Casa, da Regina Sousa, que agora é Vice-Governadora, e também do meu nobre Ciro Nogueira. Então, muito obrigado a você. Lá há Pedra do Sal, aquela usina eólica maravilhosa. É o Piauí do meu nobre Senador Elmano Férrer, que é meu amigo, meu companheiro – é "O Vein Trabalhador". Então, eu me orgulho muito do povo piauiense.

    Eu quero dizer, meu nobre Senador Guaracy – o senhor que é do Tocantins, e eu tinha misturado aqui as palavras –, que me honrou muito... Eu quero agradecer ao povo de Brasília, agradecer a Deus e agradecer a todos os Senadores e Senadoras e aos servidores do Senado. Muito obrigado a V. Exa. pela condescendência do tempo...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... e pelo apoio que V. Exa. sempre me deu nesta Casa, inclusive quando elegemos aqui o nosso querido Nilson Rodrigues, que foi Secretário de Cultura de seu Estado, para receber aqui o prêmio Câmara Cascudo. Muito obrigado, Excelência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/12/2018 - Página 42