Fala da Presidência durante a 19ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a homenagear a BIBLIEX - Biblioteca do Exército Brasileiro.

Autor
Eduardo Braga (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/AM)
Nome completo: Carlos Eduardo de Souza Braga
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene destinada a homenagear a BIBLIEX - Biblioteca do Exército Brasileiro.
Publicação
Publicação no DCN de 13/12/2018 - Página 13
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CONGRESSO NACIONAL, OBJETIVO, HOMENAGEM, BIBLIOTECA, EXERCITO.

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Braga. MDB - AM) - Agradeço à eminente Deputada Federal e aproveito a oportunidade para registrar a presença do Deputado Federal eleito pelo Estado de Goiás Major Vitor Hugo. Seja muito bem-vindo ao Senado da República.

    Eu queria cumprimentar, mais uma vez, o eminente Presidente do Superior Tribunal Militar, Ministro José Coêlho Ferreira e, em nome dele, cumprimentar todas as demais autoridades que compõem a Mesa, para que possamos fazer a nossa saudação ao centenário da Biblioteca do Exército.

    Estamos hoje aqui reunidos para homenagear uma biblioteca, a já centenária Biblioteca do Exército, também conhecida como BIBLIEx fundada em 1881. Tenho a honra de ser o autor do requerimento desta sessão solene, juntamente com a eminente Deputada Conceição Sampaio.

    Requeremos esta sessão por considerar que se trata de uma justa homenagem a instituições que devem ser sempre lembradas e parabenizadas por seus excelentes serviços à Nação brasileira. Uma dessas instituições é o Exército Brasileiro, pelo seu importante papel em praticamente todos os campos da vida nacional. Nós da Amazônia brasileira somos uma testemunha viva desse importante papel do Exército na cidadania de brasileiros, principalmente nas áreas mais isoladas, nas nossas fronteiras.

    A segunda é a própria Biblioteca do Exército, que há mais de 120 anos leva informação e conhecimento a todo o País, seja a civis, seja a militares, graças à iniciativa de seu fundador, o Conselheiro Franklin Américo de Menezes Dória, Barão de Loreto, então Secretário de Estado e Negócios da Guerra.

    A instalação solene da biblioteca, também conhecida como Casa do Barão de Loreto, ocorreu no dia 4 de janeiro de 1882, no então Quartel do Campo da Aclamação, atual Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, e contou, inclusive, com a presença ilustre do Imperador D. Pedro II.

    Três anos depois, em 1885, a BIBLIEx já contava com 11 mil exemplares. Todavia, o seu rápido crescimento não duraria muito. Lamentavelmente, ela viria a ser extinta em 1925.

    Doze anos depois, na gestão do Ministro da Guerra, General Eurico Gaspar Dutra, a biblioteca foi reorganizada pelo General de Divisão Valentim Benício da Silva, recebendo também, na ocasião, encargos de edição que conserva até hoje.

    À época, Severino Sombra de Albuquerque, fundador do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, foi o escolhido para ocupar o cargo de Primeiro-Secretário da BIBLIEx, tendo em vista que a proposta de recriação da Biblioteca havia sido iniciativa sua. De lá para cá, a Biblioteca do Exército só cresceu e se aprimorou. Além de administrar um acervo extraordinário, ela publica obras sobre diversos temas, como história militar, geografia e geopolítica do Brasil, sociologia e filosofia da guerra e literatura. Edita, também, ao menos um livro mensalmente, distribuído aos seus assinantes e leitores avulsos. Em um País onde o hábito da leitura é muito escasso, é sempre importante destacar e louvar iniciativas como esta.

    Outra importante função da biblioteca é a distribuição dos livros didáticos de História, Geografia e de outras disciplinas para Escolas de Formação do Exército, Pelotões Especiais de Fronteira, Tiros de Guerra e o Sistema Colégio Militar do Brasil.

    Sempre atual, a Biblioteca do Exército, uma das mais antigas do Brasil, está lançando, esta semana, a Coleção Trinta Anos da Constituição do Brasil de 1988: Nosso Projeto de Futuro.

    A Coleção foi concebida pelo Ministro do Superior Tribunal Militar, José Barroso Filho -- aqui presente, na figura de quem queremos cumprimentar e agradecer a participação direta, inclusive na realização desta solenidade --, que confiou à Biblioteca a tarefa de organizá-la e editá-la. Trata-se de excepcional contribuição do Tribunal e da Biblioteca, que inclui artigos de 182 autores sobre a Constituição Cidadã, como a apelidou o nosso sempre saudoso Presidente da Câmara dos Deputados e eminente Líder do MDB, Ulysses Guimarães, dispostos em dez volumes, num total de mais de 4.500 páginas, cuidadosamente editados pela BIBLIEx.

    Ao refletir sobre a Constituição como guia e projeto de futuro, como sugere o título dessa importante Coleção, estão figuras as mais ilustres e mais preparadas que se poderia desejar.

    Apenas para que se tenha uma ideia do nível dos articulistas escolhidos, podemos citar o Ministro Luís Roberto Barroso, do STF; o nosso Presidente Eunício Oliveira; a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge; o Ministro José Barroso Filho, idealizador da Coleção; o ex-Ministro Ozires Silva; e o Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, entre muitos outros.

    Por falar no eminente General Villas Bôas, que compreensivelmente não pôde estar conosco nesta homenagem, quero fazer um registro.

    Trata-se de um cidadão e de um militar exemplar, uma grande personalidade com quem tive o prazer de conviver, quando ele foi Chefe do Estado-Maior do Comando Militar da Amazônia e Comandante Militar da Amazônia e eu governava o Estado do Amazonas.

    Admiração é a palavra que melhor descreve o sentimento que dedico ao eminente General e grande brasileiro. Tão benquisto que é, o General Villas Bôas recebeu, nessa época, o título de Cidadão de Manaus.

    O maior mérito do General Villas Bôas, talvez, tenha sido o de reaproximar o Exército da sociedade civil. Ao longo de sua gestão, esmerou-se nesse objetivo. Foram inúmeras as suas comunicações voltadas para a sociedade, sempre com respeito aos aspectos constitucionais, à independência dos Poderes e à harmonia entre os Poderes.

    Além disso, ele criou espaços próprios de diálogo, como o Fala Comandante, para dirigir-se à sociedade civil, e o Palavra do Comandante, para se comunicar com o mundo da caserna.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, Sras. e Srs. Deputados, após essa breve digressão sobre o General Vilias Bôas, volto ao tema da nossa homenagem de hoje.

    As bibliotecas são, desde Alexandria, lugares sagrados da humanidade. Seus bibliotecários-chefes, na Antiguidade, eram escolhidos pelos próprios reis de então, tamanha a importância do oficio. As bibliotecas representam, desde sempre, os esforços do homem no sentido de armazenar informações e conhecimento.

    Poucas invenções humanas tiveram tanto sucesso quanto as bibliotecas. Ainda hoje, a despeito de todo avanço tecnológico, elas são usadas para o mesmo fim para o qual foram originalmente pensadas -- armazenar conhecimento e informações para acesso presente e futuro.

    Parte desse nobre e vital esforço da humanidade é desempenhado pela Biblioteca do Exército e por toda a sua estrutura.

    Por isso, quero cumprimentar todos os que lá servem, o que faço por meio das pessoas de seu Diretor, o Tenente-Coronel Marco André Leite Ferreira, e do General de Exército Mauro Cesar Lourena Cid, Chefe do Departamento de Educação e Cultura, a quem a Biblioteca se subordina.

    Parabéns pelo excelente trabalho que vêm realizando, no nobre papel de produzir e difundir cultura e conhecimento, e de se postarem como guardiões de uma parte importante da identidade nacional. Por esse brilhante trabalho, aceitem esta sincera homenagem do Congresso Nacional.

    Muito obrigado.

    Parabéns! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 13/12/2018 - Página 13