Pela Liderança durante a 155ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a atuação política de S.Exª no Senado Federal.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Comentários sobre a atuação política de S.Exª no Senado Federal.
Aparteantes
Ana Amélia, José Medeiros.
Publicação
Publicação no DSF de 13/12/2018 - Página 16
Assunto
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Indexação
  • COMENTARIO, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, ORADOR, PERIODO, EXERCICIO, MANDATO, SENADOR.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES. Pela Liderança.) – Sr. Presidente Cidinho, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, esse é um momento muito importante na minha vida. Avizinha-se, Senador Paim, o momento em que vamos dar fim a essa Legislatura. E, ao final desta Legislatura, aprouve Deus, a quem dedico toda honra e toda glória, esse momento e o privilégio que a mim concedeu de chegar até este dia.

    E começo, Senadora Ana Amélia, dizendo muito obrigado ao povo do Espírito Santo, que me recebeu como filho adotivo, um nordestino que lá chegou em 1982 e em 1992 se elegeu Vereador no interior – Cachoeiro de Itapemirim, que me abraçou. E em 1994, dois anos depois da vereança, eu me elejo Deputado Estadual e, quatro anos depois, Deputado Federal. E, ao chegar à Câmara Federal, do quarto para o quinto mês, tornei-me o Parlamentar mais conhecido do País, comandando a maior CPI da história da Nação, a chamada CPI do Narcotráfico.

    Cruzei este País por três anos e meio, correndo todos os perigos que alguém pode correr. Mas a Nação estava ávida, porque naquele momento começava a cumprir-se o alerta que tantos deram e que eu já dava na época, porque, Senador Cid, ex-Governador do Ceará, são 42 anos tirando drogados nas ruas, recuperando pessoas, entrando em escolas, vilas, oferecendo-me para fazer palestras, falando sobre prevenção e falando desse dia que se avizinhava ao relatório da CPI do Narcotráfico, Senador Paim, que era Deputado Federal comigo. Aquela CPI balançou este País, prendeu desde militares a políticos, ricos, golas brancas. Foram indiciados 864 e presos ao vivo, diante das câmeras de televisão, muito mais de 300 envolvidos com o narcotráfico. E eu cruzei este País de ponta a ponta. Não há um Estado em que eu não tenha passado e prestado um serviço no combate ao narcotráfico neste País.

    Em seguida, eu me elejo Senador da República e chego a esta Casa cumprindo também o meu dever, agradecendo ao povo do meu Estado querido, que me fez filho seu. Aqui nesta Casa, eu combati o bom combate. Nesta Casa, eu fiz embates homéricos, defendendo o que creio – sou um homem de causa –, defendendo as minhas bandeiras.

    Aliás, um homem é levado pelo vento da bandeira que ele defende, porque um homem que não tem causa luta por interesses pessoais. E este País, que está perdido, degringolado, sangrado, roubado, mutilado, sabe qual é o preço de ter uma classe política que não tem bandeiras, uma classe política que não luta por causas, mas luta por interesse pessoal.

    Agradei a muitos, mas também desagradei, nos meus embates, na minha maneira franca de falar, Senador Cidinho.

    Quero apresentar à Nação: são 14 projetos de lei transformados em norma jurídica – aliás, são leis neste País. Quem já passou pelo Parlamento, quem já aqui esteve ou quem aqui está sabe – como V. Exa., futuro Senador Girão, que está sentado aqui, meu amigo, vai ver juntamente com o Cid – como é difícil o debate em Comissão de mérito até chegar à Comissão de Justiça; nela aprovado, chegar ao Plenário; ir para outra Casa; Comissão de mérito de novo; Comissão de Justiça; Plenário; para que o Presidente possa sancioná-lo para virar uma lei.

    Ao longo dos meus 26 anos de vida púbica – são 20 em Brasília –, são 14 projetos. E o da Câmara é muito importante. Trata-se da lei que institui o Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública, Prisional e sobre Drogas (Sinesp), que altera a Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro de 2001, a Lei nº 11.530, de 24 de outubro de 2007, a Lei Complementar nº 79, de 7 de janeiro de 1994, e o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, Código de Processo Penal, e que revoga dispositivos da Lei nº 10.201, de 14 de fevereiro. É a lei neste País chamada, Senador Ataídes, Lei de Segurança Nacional.

    Tenho orgulho, Senadora Ana Amélia, de sair desta Casa e deixar como legado para a Nação a Lei de Segurança Nacional.

    Ao chegar a esta Casa, muitos foram os embates. Se eu fosse citar todos, esta tarde seria consumida por mim. Houve os embates do meu Estado, como a questão do Fundap, que Dilma Rousseff... Depois o delator disse que a Odebrecht não estava satisfeita com o nosso incentivo fiscal, que era a base da nossa economia há 43 anos, o chamado Fundap, e o arrancou dos braços do povo do Espírito Santo, como se arranca uma criança dos braços de um pai.

    Essa luta dos royalties do petróleo, tão somente dois Estados contra o Brasil... Nessa luta dos royalties, eu estive o tempo inteiro. E, quando também a Nestlé comprou a Garoto... E havia – o que nós sabíamos – uma promessa do governo vigente do PT de que iria entregá-la para a Kraft e, depois de dois anos, tirá-la da Nestlé. Nós conseguimos, numa luta, não perder os empregos do Espírito Santo. Judicializamos a questão, porque não era concorrência de mercado. Era uma empresa quebrando uma empresa quebrada. E a Garoto foi salva.

    Os Municípios do meu Estado... Aqui eu poderia perder uma tarde dando relatório, até porque não é essa a minha causa. A minha causa são outras bandeiras, outras lutas. Eu poderia dizer das emendas, das emendas individuais que são obrigação, que o Parlamentar dispõe delas para mandar para os Municípios. E eu sempre o fiz proibindo os prefeitos de colocarem o meu nome, para que não colocassem faixas com o meu nome e não fizessem qualquer claque com cargo comissionado para poder anunciar $200 mil, R$300 mil. E há alguns que, de forma tão canalha, mandam R$300 mil para um Município pequeno e mandam um empreiteiro junto. Eu nunca permiti isso, mas sempre estive presente na vida dos Municípios do meu Estado.

    Os embates aqui, a luta na CPI da Pedofilia... Com relação à CPI da Pedofilia, se eu citasse tão somente o art. 240, que foi a alteração, em 18 anos, em nosso Estatuto da Criança e que a partir dele permitiu... E o Brasil sabe que novos tipos penais foram criados, Senador José Medeiros, a partir dessa CPI, como a Lei Joanna Maranhão, a lei da infiltração e tantas outras. E é por isso que as grandes operações podem ser feitas hoje contra crimes cibernéticos de abuso de criança. Eu tenho a alegria e o orgulho, Senador Cidinho, de dizer que eu assinei essas leis. Articulei, relatei e tornei o crime de pedofilia, Senador Raupp, crime hediondo neste País.

    Foram centenas e centenas de projetos de lei. São 69 projetos de lei que tramitam no Senado hoje de significado importante para a vida, para a prevenção e para dias melhores para a vida de uma nação que prega que as suas crianças são o futuro, mas do futuro elas não são. Criança é presente. Ou cuidamos do presente, ou não teremos futuro.

    E a minha luta em defesa dos pequenos, combatendo a pedofilia, os abusos de toda ordem, combatendo os maus-tratos infantis, é de conhecimento da Nação brasileira. Na CPI dos Maus-Tratos, que ontem encerrei, só nessa CPI, ontem aprovamos 32 projetos que tratam da questão da prevenção e do cuidado da criança neste País. Eu poderia passar a tarde inteira aqui dizendo o que ocorreu em cada Estado por onde passei com a CPI do Narcotráfico e por onde passei com a CPI da Pedofilia. O que ocorreu? Hoje o Ministério Público dispõe de uma legislação, a polícia dispõe de uma legislação a respeito daquilo pelo qual lutamos aqui. Foi, aqui nesta Casa – e eu sou um homem crédulo –, que fiz as defesas de tudo que acreditei.

    Eu sou um homem que tem um lado, sou crédulo. As pessoas que olham para mim sabem que sou previsível, porque não tenho duas palavras. Só tenho uma palavra e nasci desmamado. Nada me amedronta. Aqui fiz embates homéricos, e aí chamo a atenção de alguns Senadores, porque, por conta de posições divergentes, as nossas posições divergentes não podem fazer com que nos tornemos inimigos. Mas é possível que, num momento, uma palavra mais dura, uma palavra mais ríspida... E aqui me penitencio com esses colegas, pedindo-lhes perdão, desculpas, se, em algum momento de alguma fala, Senador Cidinho, eu os ofendi.

    O Brasil sabe que o meu combate à corrupção, o meu combate ao narcotráfico e ao abuso de crianças neste País têm sido uma luta incansável. Eu trago aqui um cabedal – não vou ler – dessas propostas todas que estão na Câmara daquilo que eu produzi para a Nação brasileira, mas foi aqui também que participei do impeachment. Participei de um impeachment, um marco na história e me posicionei. E não me arrependo de cada fala, não me arrependo de cada raciocínio, não me arrependo de cada posição que tomei, respeitando os contrários, porque a democracia é isso, e a regra da boa convivência é o respeito. Eu o respeito mesmo que você não acredite naquilo que eu penso, e você me respeita mesmo não acreditando naquilo que eu penso. Isso faz da democracia a regra da boa convivência.

    Eu sei que foi um embate duro o impeachment, mas era a lei sendo cumprida. Na verdade, havia uma violação da Lei de Responsabilidade Fiscal, as chamadas "pedaladas", que a sociedade teve tanta dificuldade de entender e que, aqui desta tribuna, eu pude passar para a sociedade, de maneira muito explicada, para que eles pudessem entender o que é "pedalada fiscal". Não tenho tempo para repetir, mas quero dizer que não me arrependo das minhas falas, não me arrependo dos meus votos, não me arrependo nem dos deboches que fiz ao final de cada fala, porque é bem próprio do nordestino – não é, Senador Cidinho? – essa capacidade de cordelizar e fazer com que as coisas aconteçam, porque o Nordeste é a própria riqueza, é o próprio selo deste tipo de dom de poder fazer fechamento numa linguagem bem de cordel e bem brasileira.

    Aqui defendi a minha crença no nascituro e, se tivesse lutado só pelo nascituro, sairia daqui com minha alma lavada, porque sou fruto do nascituro. Se V. Exa. tivesse sido abortado, aí não estaria. Se V. Exa., Senador Paim, tivesse sido abortado, os aposentados deste País não teriam desfrutado da sua energia e das suas lutas. Nós somos fruto do nascituro, Senador Raupp. Aborto é um acinte contra a natureza de Deus, e é isso que eu sempre fiz e sempre preguei! Aqui desta tribuna, verbalizei, Senadora Ana Amélia, aquilo a que V. Exa. faz coro: aborto é assassinato, é acinte, é atentado!

    Para aqueles que debocham de conceitos espirituais, religiosos e debocham até de quem lhes deu a vida – e eles têm até a capacidade de fazer isso, porque não foram abortados e estão vivos para poderem afrontar quem lhes garantiu a vida –, desta tribuna eu fiz a minha trincheira, a minha trincheira contra a ideologia de gênero. O que é ideologia de gênero? Não é nada! Você nasce um vegetal. Amanhã a menina decide se quer ser menino, e o menino decide se quer ser menina, e pronto, porque ninguém nasce nada. Não existe sexo masculino nem feminino. Aqui fiz uma luta homérica no meu primeiro mandato contra o chamado PL 122, a lei da homofobia. Que homofobia? Homofobia é um termo criado pelos estudiosos do comportamento humano, psicólogos, psiquiatras... Quem é homofóbico é aquele que quer matar, quer destruir, quer esganar, quer humilhar em praça pública! Este é o homofóbico, mas eu posso muito bem dizer a um casal hétero que está ali sentado como visitante, beijando-se aqui dentro, pegando-se ali: "Olha, por favor, vocês estão aqui dentro do Senado da República, vão se beijar lá fora". Podem ficar até com muito ódio, mas eu não sou criminoso por isso. Na chamada lei da homofobia, o fato de você dizer: "Olha, tem criança aqui, por favor", você já pegava cinco anos sem qualquer tipo de misericórdia com você.

    A lei nove mil e alguma coisa, criada por estas duas Casas, é a lei que protege a tartaruga. Se você pisar e quebrar um ovo de tartaruga, de forma desavisada, e for pego, você vai pegar sete anos de cadeia, Senador Cid. Esta mesma lei não protege uma criança, não protege uma criança com 12 semanas, respirando, com o coração batendo no útero da sua mãe. Chegamos a um ponto nesse viés ideológico – este País tornou-se, de fato, um ninho ideológico em todos os sentidos – em que a vida humana de nada vale.

    Essas lutas todas eu fiz aqui, o enfrentamento, a não legalização das drogas, que insistem, insistem, insistem, como se maconha fosse o maior bem. Maconha tem um componente chamado canabidiol, que é uma substância química que serve para pessoas que têm convulsão, ou seja, epilepsia em crianças.

    O Ministério da Justiça compra, a Anvisa autoriza, a Anvisa assina, compra e entrega na mão de quem precisa. Este País não precisa de plantio de maconha, porque, senão, traficante não precisa mais comprar cargas grandes lá do outro lado da fronteira; é só sair com uma bolsa, comprando nas pequenas plantações de quem faz em casa, com a velha história de que vai se plantar maconha para uso recreativo. Uso recreativo é o quê? É ficar doido? É desequilibrar? É sair dirigindo doidamente? É dar tiro?

    E nisso... Lembro-me até de que foi a minha penúltima fala daquele microfone, referindo-me ao Sr. Fernando Henrique Cardoso, que criou a Secretaria Nacional Antidrogas e fez um discurso na ONU dizendo que ele iria erradicar as drogas em dez anos no Brasil. Primeiro, mentiu, Senador Cristovam, porque ele não foi Presidente por dez anos e, ao ir embora, deixou a Senad, que foi criada para gerir políticas públicas, com um orçamento de apenas R$65. Depois se tornou o megafone da legalização das drogas o sociólogo Fernando Henrique Cardoso.

    Eu costumo dizer: há um dia bom para legalizar as drogas no Brasil, esse dia deve chegar. O dia de legalizar, Senador Presidente, Senadora Ana Amélia, é o dia em que alguém disser a ele: "Olha, Fernando Henrique, o senhor vai receber mais outro título de honoris causa nos Estados Unidos, e o piloto que vai pilotar acabou de fumar um morrão de maconha, está com meio quilo dentro da cabine e vai fumando daqui aos Estados Unidos". Se ele tiver coragem de embarcar no avião, essa é a hora de legalizar.

    Nós precisamos sair, descer dessa hipocrisia... "Ah, porque o País é de direita..." Porque esta é a maior Nação católica do mundo! Esta é uma nação de católicos, de evangélicos, de espíritas; esta é uma nação de pessoas que podem divergir doutrinariamente, mas nós cremos em Cristo, gostem os ateus ou não, gostem os críticos, os debochados, os senhores das letras, a chamada gente de academia; gostem vocês ou não, este País é cristão!

    Aqui eu fiz muitos amigos. Até dos meus adversários políticos sou amigo; sabemos nos respeitar. Eu fiz amigos e vou levar a lembrança deles; vou levar a lembrança daqueles que fizeram o bom combate e o bom embate nas Comissões de mérito e neste Plenário.

    E nunca fugi da minha luta para combater a legalização da jogatina neste País. Jogatina é para lavar o dinheiro sujo do tráfico, o dinheiro de sangue, o dinheiro de droga, o dinheiro de assalto. E muitos dos meus companheiros, que divergem em outras matérias, convergiram comigo para podermos sepultar o sonho dos lobistas que querem fazer mais riqueza com a pobreza daqueles que são viciados em jogos, Senador Cristovam.

    Já há alguns anos, cinco, quatro ou três anos, os senhores todos que estão no Plenário, os senhores que estão me vendo em casa, os senhores da assistência me veem nesta tribuna defendendo a candidatura a Presidente da República de Jair Messias Bolsonaro. Muitos diziam: "Por que não é você?". Senadores, colegas, muitos deles estão esboçando um sorriso para mim, porque me diziam isso. E eu dizia: "Não; Deus o levantou. É ele!" O diabo não levanta autoridade; quem levanta autoridade é Deus. Quantas vezes vim a esta tribuna e o defendi? A última vez que o fiz, antes do processo eleitoral, foi neste microfone na frente do Senador Paim, Senador Medeiros, quando havia lido o que Fernando Henrique disse, ou seja, que Bolsonaro não tinha nada na cabeça. E eu disse que gostei tanto de ouvir aquilo de um sociólogo, porque eu não sabia que ele tinha essa capacidade de avaliação psicológica e mental das pessoas e que eu estava pedindo a ele que fizesse uma avaliação de todos do PSDB que estavam envolvidos na Lava Jato, com a fralda cheia, porque eu queria saber, de fato, se ele tinha coragem, essa coragem de atacar o outro por achar que é melhor. E dizia a ele: "Bota o seu pijama, cala a sua boca e espera 1º de janeiro, porque o senhor não será convidado, vai se obrigar a ficar em casa assistindo pela televisão a posse do novo Presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro!".

    Há seis anos, há cinco anos, há quatro anos, há três anos, há dois anos, eu encampei com ele uma missão: a missão de livrar o Brasil desse viés ideológico, quebrar o viés ideológico, porque viés ideológico é igual plantação de eucalipto. A raiz do eucalipto desce a sete metros ou mais e bebe do último lençol freático e seca tudo em volta. Ideologia é assim: não tem partido, não tem PMDB, não tem PSDB, não tem Partido Novo, que surgiu agora com uma ideia nova. Ninguém vence uma ideologia! Ninguém vence, porque eles têm a CUT, eles têm o Movimento dos Sem Terra, eles têm isso... Enquanto os outros se dividem, eles se juntam na sua ideologia; e nós sabemos qual é a ideologia. Não vou perder tempo para falar do conjunto da obra, do assalto, do sangramento do dinheiro público, da riqueza dos filhos, da riqueza deles próprios, da indignidade e da ignomínia que eles impuseram a esta Nação. Mais: beberam, sugaram. E falávamos quatro coisas na rua, Senador Raupp: o Brasil precisa de um homem patriota que tenha Deus no coração, um homem que esteja disposto a enfrentar a violência no País, que esteja disposto a proteger a escola, proteger as crianças e que, acima de tudo, ame Israel. Nada mais que isso.

    E começamos a ver, há dois anos, o Brasil se movimentando em torno de si, uma nação que virou... Eu nunca tinha visto. O Brasil se tornou militante de si mesmo, o Brasil virou militância. O pai de família militou por ele, militou pelos filhos, uma militância contra uma militância. Era a militância da família, da vida, do bem, dos valores, contra a militância da erotização de crianças, do desrespeito à criança, do desrespeito à escola, escola com partido, ideologia de gênero. As pessoas passaram a chorar nas ruas, emocionaram-se com o Hino Nacional. Milhares, milhares, milhares e milhares foram às ruas, o País verde e amarelo se tornou militante de si mesmo. Digo ao senhor, Sr. Presidente, que eu faria tudo de novo – eu faria tudo de novo. Cruzei este País.

    A pergunta que fica: quem quer matar Bolsonaro? Quem queria ou ainda quer? A perícia técnica que foi pedida na Câmara não veio. Mas cabe ao superintendente da Polícia Federal dizer realmente, na perícia técnica, se o assassino, se o algoz que tentou matar Jair Bolsonaro esteve ou não na Câmara naquele dia. Fica a pergunta, Senador Cidinho: quem tentou matar Bolsonaro? Senador Medeiros, quem tentou? Por quê? E eu me pergunto...

    Continuo confiando em Bolsonaro e faria tudo de novo. Vejo o Bolsonaro como um homem de caráter, um homem de bem, um sujeito sensível às coisas espirituais. Há quem zombe. Azar o seu! Todos nós passaremos, somos mortais, a vida é fugaz, é rápida. A Bíblia diz que, depois da morte, segue-se o juízo. Pode zombar o que quiser. Quem sabe depois você não tenha mais tempo de se arrepender.

    Mas a nação é bendita quando Deus é Senhor dela. E, quando eu vi o novo Presidente do Brasil, após o processo eleitoral encerrado... Quando fecharam as urnas, ele venceu, ele disse: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Nós começamos orando. E, depois daquele momento, oramos para o mundo inteiro, Senador Paim. V. Exa., que tem filha pastora, que tem filho pastor, está tudo dentro da sua casa, está ferrado.

    A minha oração, Sr. Presidente, é para que Deus guarde, Senador Girão, que Deus abençoe o Presidente Bolsonaro, Senador Ataídes, que Deus lhe dê sabedoria. Lembro muito bem, na hora da oração, Senadora Ana Amélia, ele disse: "Eu vou passar a palavra ao meu amigo Magno Malta que vai orar para pedir que Deus me dê sabedoria para governar este País". Foi o que Salomão pediu a Deus: sabedoria.

    Se nada ocorrer no mandato de Bolsonaro, uma coisa maravilhosa já ocorreu: o viés ideológico está quebrado. Está quebrado o muro que separava, de uma forma preconceituosa, católicos de espíritas e espíritas de evangélicos. Esse muro se quebrou nesse processo e nós nos abraçamos. Podemos divergir doutrinariamente, mas nos abraçamos em defesa do Brasil e em defesa da Pátria. Esses esquerdopatas jamais voltarão ao poder.

    Quero agradecer aqui àqueles que têm me dado muito carinho, mensagens de carinho, àqueles que conviveram comigo ao longo do mandato. Quero agradecer aqui ao Pastor Silas Malafaia, agradecendo a todos os líderes religiosos deste País. Cito o Pr. Silas Malafaia e cito o Pe. Pedro, porque aí abraço os líderes católicos, e, abraçando também o Girão, que é espírita, abraço os líderes espíritas.

    E quero fazer uma ressalva aqui com o que está acontecendo em Abadiânia. Aquilo ali não é o espiritismo. O espiritismo respeita a família, respeita as mulheres, respeita as crianças. Um ato criminoso, Senadora Ana Amélia, não pode ser debitado na conta de uma confissão de fé, Senador Buarque.

    Agradeço a todos os senhores. Agradeço ao meu Deus, acima de tudo, que me deu saúde para viver, que não me deu espírito de medo, em nenhum momento, para enfrentar os embates mais difíceis da minha vida. Foi após a CPI do Narcotráfico que fiquei tetraplégico. A minha coluna é um enxerto de titânio. Eu sou lesionado de medula. As pessoas, quando me veem andar, pensam que eu estou com uma dor no joelho. Não, eu tenho uma coluna de titânio e, mesmo assim, consigo treinar três horas por dia, porque Deus é grande e Deus é misericordioso.

    Por isso, desta tribuna, reitero a minha gratidão aos meus assessores, meus chefes de gabinete, aos mais simples servidores do meu gabinete. Aqui eu abraço os servidores do meu Estado, que estão lá no meu escritório, e posso abraçar os meus filhos, que me veem agora pela televisão, Senador Cristovam, lá no Projeto Vem Viver. São 42 anos da minha vida tirando drogados da rua. Eu sei a dor de uma mãe que chora, porque tem um filho drogado. Enquanto a ciência diz que lágrima é H2O mais cloreto de sódio, ou seja, lágrima é água e sal, a ciência não sabe nada de lágrima, Senador. Quem sabe muito de lágrima é uma mãe que tem um filho drogado ou que o perdeu para as drogas.

    São 42 anos da minha vida. Tive o privilégio de ter lá o Senador Paim, conhecendo a minha instituição. O futuro Senador Girão também já esteve lá, conhecendo a instituição. E é para lá que eu volto, Senador. Volto para dar mais intensidade, para estender um pouco mais a minha mão.

    Não sei se tenho 15 anos de qualidade de vida para frente. Aí o sujeito diz: "Você tem quantos anos?" Ele diz: "Tenho 55". "Você tem quantos?" "Tenho 50." "Tenho 60." Não tem, isso você já gastou. Você só tem 20 para frente ou 15. Cuide bem deles para continuar fazendo o bem. E é assim que eu o farei.

    Abraço os meus filhos que estão lá assistindo, os filhos de outras pessoas que eu abracei. Recebi de uma mãe, chorando, recebi do Ministério Público, recebi da polícia... Estão lá me vendo. Eu os abraço, desejando que eles saiam do fosso onde caíram por causa das drogas.

    Abraço os líderes que lá estão, no dia a dia, sentindo e fazendo o papel de pai e mãe. Fica ao meu gabinete de Brasília, ao meu gabinete lá no meu Estado, fica aos meus amigos, por onde passei, o carinho de uma nação, tão somente por dizer que o Brasil é dos brasileiros, que o Brasil pertence àqueles que têm um sentimento nativista e que choram na primeira nota da introdução do Hino Nacional. Eu só falei isso para o Brasil, eu só acusei isso.

    Na facada de Jair Bolsonaro, eu voltei ao meu Estado duas vezes. Nenhuma vez no segundo turno.

    Cruzei o meu Nordeste de ponta a ponta e vi como as pessoas estão aprisionadas. Pessoas simples. Elas não são comunistas, elas não são petistas, elas não têm ideologia; elas tão somente são devotas de Padre Cícero, devotas de Frei Damião, são católicas, são evangélicas, mas têm medo de perder o Bolsa Família. Têm medo de perder o Bolsa Família. E o Presidente tem falado que vai tomar providência, e eu creio.

    Mas uma coisa, para encerrar o meu discurso: uma nação é bendita quando Deus é Senhor dela. "Eu abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem."

    Durante catorze anos, esses esquerdopatas se fizeram amigos íntimos de todos os inimigos de Israel. Israel não pode se defender, que sai uma nota aqui do Itamaraty. O mesmo Itamaraty que se calou quando Lula entregou as instalações da Petrobras para o índio Evo Morales, e esse Itamaraty se calou. Mas eles têm sempre uma nota contra Israel.

    Mas eu espero que o novo Presidente... Até porque eu já ouvi tantos analistas, tantos sabidos de gabinete dizer: "Ah, mas vai atrapalhar a economia...". Em 1948, diziam que o terrorismo ia destruir o Brasil, se o Brasil votasse a favor da criação do Estado judeu. Osvaldo Aranha, orgulho de todos nós, votou, e o Brasil continua Brasil.

    E votar e levar a Embaixada do Brasil para Jerusalém significa uma quebra no mundo espiritual. Há aqueles que não creem, há os que debocham. E certamente isso tudo é falácia. Ao levar a Embaixada, certamente a situação deste País vai mudar, um País cristão, um País que crê em Deus, um País que tem Deus no coração, que zela por valores e zela pelos filhos e pela família.

    Como esquecer, Senadora Ana Amélia, minhas filhas? Magda, minha primogênita, nasceu nos braços dos drogados, Sr. Raupp. A minha filha Karla, que me deu a netinha de dois anos, Ester. A minha filha Jaysline. A minha esposa Lauriete. Quem sabe nesses quatro anos nós só fizemos a passagem. Foi a travessia difícil do mar. Saímos dos braços de faraó, atravessamos o mar, e ainda há dias difíceis.

    Mas eu imagino que daqui a quinze, vinte anos, nos melhores dias da juventude de Ester, este Brasil seja um outro Brasil, livre dessa maligna ideologia que durante catorze anos ajoelhou, saqueou, desmoralizou e colocou este País na posição deprimente onde nós estamos.

    A Deus toda a honra e toda a glória. Como disse o Apóstolo Paulo, combati o bom combate, acabei a minha carreira, mas guardei a minha fé.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Concede-me um aparte, Senador?

    O SR. PRESIDENTE (Cidinho Santos. Bloco Moderador/PR - MT) – É o seguinte, um momento: ele está falando pela Liderança. Acredito que não haja aparte, não é? Mas vou dar um minuto para cada um para encerrar o pronunciamento do Senador Magno Malta, porque há aqui o Senador Ataídes inscrito, o Senador Raupp. Para concluir.

    Senadora Ana Amélia.

    A Sra. Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Senador Magno Malta, V. Exa. e eu, quando chegamos a esta Casa, viemos aqui legitimados pelos votos dos nossos eleitores dos nossos Estados, V. Exa., pelo Espírito Santo, e eu pelo Rio Grande do Sul.

    Estamos encerrando o mandato da mesma forma: chegamos pela porta da frente e sairemos pela porta da frente. Chegamos aqui ficha limpa e sairemos daqui ficha limpa.

    Como disse Mário Quintana, e a frase serve muito bem para nós dois, porque nós aprendemos muito nesta Casa, respeitando sempre a defesa candente das suas ideias, das suas convicções: "Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar".

(Soa a campainha.)

    A Sra. Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) – Essa frase é para nós dois, Senador, e para explicar também aos nossos seguidores nas nossas redes sociais que nos dão estímulo e encorajamento em nossas lutas, nas nossas convicções e no nosso comportamento nesta Casa.

    Parabéns a V. Exa.! Que, na sua missão e no seu desafio, seja abençoado, seja iluminado, porque a missão é tão desafiadora quanto ser um Senador nesta Casa.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – Senador Magno Malta, quero em poucas palavras parabenizá-lo e deixar aqui a minha homenagem pelo extraordinário mandato que V. Exa. fez.

    Quero dizer que aprendi muito com vários Senadores aqui, e V. Exa. foi um dos Senadores...

(Soa a campainha.)

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... a quem me espelhei para também trilhar o meu mandato.

    V. Exa. fez um mandato aqui bem claro, bem transparente: sim era sim e não era não. As pessoas poderiam gostar ou não gostar de V. Exa., mas sempre sabiam para que lado V. Exa. ia, mesmo nas campanhas.

    Agora, nesta última campanha, V. Exa. cruzou este Brasil de ponta a ponta. Agradeço pelas duas vezes em que foi ao meu Estado. V. Exa. deixou de fazer campanha em seu Estado e me ajudou imensamente lá. Devo muito a minha eleição a sua ajuda.

    Então, eu queria dizer que V. Exa. deixa um legado aqui, um legado histórico para o Brasil, um legado de probidade, de coragem, de quem não se acovarda...

(Soa a campainha.)

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia e Cidadania/PODE - MT) – ... diante dos desafios.

    Encerrando, Senador Magno Malta, há poucos dias tive oportunidade de dizer aqui a V. Exa.: da mesma forma, proporcionalmente ao tamanho do seu mandato, foram os ataques que V. Exa. sofreu. Ultimamente principalmente.

    Eu tive oportunidade de dizer aqui na minha fala que V. Exa. não estava procurando deserto, V. Exa. não estava procurando cargos, V. Exa. não estava mendigando. Por que tentaram colocar que V. Exa. estava procurando um cargo? Eu falei: qual fala? Diga-me o entre aspas que Magno Malta pediu.

    Então, tocando nesse assunto, eu sei que é espinhoso, mas eu tenho que registrar aqui que V. Exa. se cansou de dizer: "Meu compromisso é com o Brasil e ele termina dia 28 de outubro".

    Meus parabéns, Senador Magno Malta. Deixo aqui os meus efusivos aplausos pelo extraordinário mandato que V. Exa. fez.

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – Ao encerrar a minha fala, Sr. Presidente, eu quero reiterar e pedir ao Brasil, conclamar o Brasil, aqueles que me seguem nas redes sociais, as pessoas que têm fé em Deus: continuem orando pelo Brasil, continuem orando pelo Presidente Bolsonaro. Foi Deus que o levantou, creiam nisso!

    Nem começou ainda, é preciso acreditarmos nisso. O Presidente Bolsonaro é meu amigo, continua meu amigo. As defesas que lhe fiz, Senador José Medeiros, farei em qualquer lugar. As narrativas que construí continuo as afirmando. Deve ser muito duro para uma imprensa que o tratou como folclore durante muitos anos ter que o engolir como Presidente. E, aí, tudo o que pode virar ataque...

(Soa a campainha.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – ... vira ataque.

    Presidente Bolsonaro, Deus o abençoe! Deus o guarde!

    E, como disse a V. Exa., eu tinha com ele um compromisso até o dia 28 de libertar o Brasil desse viés ideológico, que se encerrou às 19h30 do dia 28. Cumpri o meu papel, cumpri a minha missão.

    E, de longe, torcendo pelo Brasil, de longe, porque eu não preciso de mandato para continuar tirando gente da rua, fazendo o meu papel e cumprindo a minha missão! Àqueles que ficam, Deus os abençoe, boa sorte. Aos que ficam, Deus guarde vocês. Deus os proteja na luta.

    Vivemos dias difíceis na nossa Nação, que precisa ser pacificada. A todos, um feliz 2019, para vocês e suas famílias.

    Obrigado pela benevolência, Sr. Presidente e meus colegas, Senadores inscritos, que estão aguardando...

(Interrupção do som.)

    O SR. MAGNO MALTA (Bloco Moderador/PR - ES) – ... já há algum tempo o final da minha fala.

    Que Deus nos ajude a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/12/2018 - Página 16