Pronunciamento de Wellington Fagundes em 07/02/2019
Discurso durante a 1ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Satisfação com a renovação política do Senado Federal e cumprimento aos Senadores que iniciaram seus mandatos na 56ª Legislatura.
Considerações quanto à aprovação da segunda universidade federal de Mato Grosso, em Rondonópolis.
Considerações sobre os problemas atuais do País.
Preocupação com o adiamento do projeto de implantação da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, devido a tragédia de Brumadinho.
- Autor
- Wellington Fagundes (PR - Partido Liberal/MT)
- Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SENADO:
- Satisfação com a renovação política do Senado Federal e cumprimento aos Senadores que iniciaram seus mandatos na 56ª Legislatura.
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EDUCAÇÃO:
- Considerações quanto à aprovação da segunda universidade federal de Mato Grosso, em Rondonópolis.
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PREVIDENCIA SOCIAL:
- Considerações sobre os problemas atuais do País.
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL:
- Preocupação com o adiamento do projeto de implantação da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, devido a tragédia de Brumadinho.
- Aparteantes
- Jorge Kajuru.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/02/2019 - Página 33
- Assuntos
- Outros > SENADO
- Outros > EDUCAÇÃO
- Outros > PREVIDENCIA SOCIAL
- Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL
- Indexação
-
- CONGRATULAÇÕES, RENOVAÇÃO, BANCADA, SENADOR, LEGISLATURA, ATUALIDADE.
- ELOGIO, CRIAÇÃO, UNIVERSIDADE FEDERAL, RONDONOPOLIS (MT).
- COMENTARIO, SITUAÇÃO, DIFICULDADE, PAIS, ENFASE, NECESSIDADE, REALIZAÇÃO, REFORMA, PREVIDENCIA SOCIAL.
- APREENSÃO, ADIAMENTO, REALIZAÇÃO, PROJETO, VIABILIDADE, CONSTRUÇÃO, FERROVIA, INTEGRAÇÃO, LIGAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT. Para discursar.) – Senador Izalci, que exerce, neste momento, a Presidência da Casa, quero cumprimentá-lo em nome de todos os nossos Senadores. V. Exa. também já é experiente aqui no Congresso Nacional e, como Deputado, teve uma atuação brilhante.
Meu companheiro, colega de Partido, o PR, V. Exa., hoje, como Senador da República, com certeza, enobrece esta Casa. Tenho a certeza também de que V. Exa. irá contribuir para este momento, pela sua experiência e também pelas suas características de ser um homem de embate, mas um homem do diálogo acima de tudo.
Essa renovação de que tanto falam aqui e na imprensa, de que todos nós falamos, é a renovação da esperança; acredito nisso. Ninguém vem para cá e chegou aqui... Por mais novo que seja, mesmo sem ter exercido mandato nenhum, com certeza veio aqui pela capacidade de convencimento do eleitor. Então, todos que estão aqui, sem dúvida alguma, participarão deste momento em que o Brasil exige de todos nós.
Por isso, quero aqui fazer meu pronunciamento, é claro, com a mesma emoção com que o Chico aqui falou.
Falo com a emoção, Senador Chico, de uma pessoa que nasceu em Mato Grosso, que é filho de retirantes. Faço sempre questão de dizer isto: meu pai saiu da Bahia para o Mato Grosso a pé, com a mala da esperança, a esperança de construir uma família. E, com certeza, eu me lembro aqui do meu pai, o João Baiano, e da minha mãe, Minervina, que já se foram, mas que deixaram o ensinamento da fé, da perseverança, do trabalho, acreditando que nós haveremos de vencer.
Quem está aqui foi nomeado pela esperança de toda a população brasileira. Por isso, quero aqui cumprimentar todo o público que nos acompanha neste momento pela TV Senado, pela Rádio Senado e também pela Agência Senado, além de todos que estão conectados pela rede social.
Em primeiro lugar, eu gostaria de saudar, desta tribuna, todos os Senadores desta 56ª Legislatura, alguns bastante conhecidos e de longa convivência na Câmara dos Deputados, onde vivi a maior parte de minha vida como Parlamentar.
Senador Kajuru, tive a oportunidade de ser eleito Deputado Federal por seis mandatos consecutivos – foram 24 anos na Câmara dos Deputados – e, agora, pelo segundo quadriênio, estou no Senado da República.
Na nossa região, no Araguaia, nesta semana, eu estava com o Ministro da Educação, a quem fui levar a reivindicação da região do Araguaia. Nós, em Mato Grosso, um Estado de 900 mil quilômetros quadrados, tínhamos apenas uma universidade. Conseguimos, com muita luta, aprovar a criação da segunda universidade federal de Mato Grosso na minha cidade natal, Rondonópolis. Para mim, isso foi praticamente uma obsessão. E ajudamos para que Goiás tivesse mais duas universidades.
A região do Araguaia é uma região muito grande; a população nem imagina o quanto! Nela, cabem muitos Estados e muitos países. É uma região ainda pouco densa, que precisa também de uma universidade, principalmente do curso de Medicina na região de Barra do Garças, onde já temos a universidade federal. São três cidades: Barra do Garças, Pontal e Aragarças. São dois Estados que se unem através do Rio Araguaia.
Por isso, eu aqui conclamo V. Exa. nesse trabalho conjunto que aqui faremos, com a sua experiência.
Quero aqui, então, cumprimentar a todos. Especialmente, quero cumprimentar os companheiros da nossa Bancada.
O Senador Jayme Campos, que já é experiente, foi Prefeito, foi Governador do meu Estado. Aliás, no meu primeiro mandato, disputamos as eleições no mesmo palanque. Fui eleito Deputado Federal, e o Senador Jayme Campos, à época, foi eleito Governador, junto com Júlio Campos, seu irmão, eleito Senador da República.
Quero cumprimentar aqui também a Juíza Selma, minha companheira do Estado de Mato Grosso, que morou por muito tempo na minha cidade, que é muito amiga do meu sogro e da minha sogra, que hoje chega a este Congresso com uma eleição estupenda, sendo a mais votada, e que, com certeza, pela sua experiência na área jurídica, também irá contribuir muito.
Também quero aqui dizer que tenho por certo que V. Exas., Senador Jayme, Senadora Selma e todos, serão fundamentais para que possamos continuar avançando nas propostas que fundamentam nosso trabalho como Parlamentares e legisladores na defesa do nosso povo brasileiro e do nosso Estado.
Àqueles com os quais ainda não tive a oportunidade de conversar pessoalmente, quero aqui trazer a minha felicitação de boas-vindas. Que possamos trabalhar juntos, alicerçados no mais alto interesse do bem comum, que, a rigor, é o objetivo de todos nós que fomos legitimados pela vontade popular.
Fomos mandados para cá, sem dúvida nenhuma, pela confiança. E o voto é uma confiança que o eleitor deposita no político. Teremos que fazer com que essa confiança redunde em muito trabalho, em muitas realizações, principalmente no atendimento ao cidadão que está lá mais na ponta, às vezes esquecido. Sob nossa responsabilidade, há grandiosos desafios e muitos caminhos para se atingir a tão sonhada e desejada paz e justiça social.
Eu me prontifico, novos colegas, a ser parceiro de todos vocês nessa grande empreitada.
Aos que já me conhecem dos primeiros quatro mandatos nesta Casa, gostaria de reafirmar os meus propósitos.
Aqui, o Senador Wellington vai continuar lutando intensamente pelo desenvolvimento da logística do Brasil, avanço esse que possibilitará sermos mais competitivos; vai trabalhar por melhores diretrizes aos que produzem, seja no campo ou nas cidades, seja pequeno, médio ou grande, indistintamente; e insistirá para que sejam criadas as condições aos que trilham em busca da justiça em todos os níveis. O Senador Wellington vai trabalhar por uma saúde pública compatível com as riquezas do nosso País, assim como por uma educação de qualidade e acessível a todos os brasileiros.
Os desafios, sabemos, são imensos. Não custa rememorarmos – e o faremos sempre que possível – o eloquente desiderato dos eleitores manifestado no ano passado nas urnas. A renovação imposta ao Parlamento nos leva a incluir nas nossas reflexões permanentes o fenômeno da participação popular mais aguda do povo brasileiro sobre as nossas atividades do dia a dia, seja em que campo estivermos atuando.
Está muito claro o desejo de participação, surgido a partir da tecnologia e das novas ferramentas da comunicação. É um fenômeno que se criou numa tendência que acompanhamos há algum tempo. E, com muita tranquilidade e satisfação, quero dizer que ela se encontra incorporada firmemente na minha forma de agir.
Saúdo, portanto, o tempo de participação efetiva da sociedade em todos os nossos atos.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, o momento nacional é agudo. Já desde a Legislatura passada, os sintomas das necessidades mais urgentes eram conhecidos, mas foram sonoramente aplicados em cada voto na última eleição. O cidadão comum, com o título de eleitor em suas mãos e com as ferramentas da participação ao seu alcance, indicou que quer respostas às suas demandas mais urgentes. Falamos de saúde e de educação de qualidade e acessível. Falamos de respeito aos princípios elementares do Estado e do cuidado com a coisa pública, com o dinheiro dos impostos sendo aplicados naquilo que garanta ao cidadão a melhoria da qualidade de sua vida e também de todos os seus familiares.
Senadora Leila, Senadora Kajuru, Senador Telmário, o cidadão não tolera mais a fome e tampouco a miséria, rechaça a violência e impõe a todos nós que adotemos atos derradeiros contra a insegurança que paira a cada caminhar.
O desemprego de mais de 12 milhões de brasileiros precisa de enfrentamento mais duro como forma de reverter esse quadro de deterioração social.
É inadmissível, Sr. Presidente, um País com tantas riquezas, com terras férteis, com uma produção invejável, uma Nação com um povo tão determinado e trabalhador viver de sobressaltos. Por isso, quero dizer à Nação brasileira que vamos, sim, nos desdobrar ainda mais para encontrar o melhor caminho para transformar de forma ágil e efetiva toda essa abundante riqueza, em uma economia forte que possa consequentemente gerar oportunidade para todos.
Por isso, Senador Kajuru, quando a gente vê acidentes como o que ocorreu agora, a gente vê que esse acidente foi causado exatamente pela economia, mas a economia de exportar a um melhor preço, a um custo menor sem olhar exatamente a condição de vida da população.
Nós queremos crescer, queremos valorizar as nossas empresas, mas precisamos que as empresas tenham responsabilidade social.
Eu vi que, na Câmara, já estão assinando o requerimento para a CPI do BNDES. O BNDES é o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, mas o "S" do social pouco interessa na visão do banco. Interessam as garantias.
Senadora Leila, V. Exa., que foi uma brilhante atleta, sabe que nós precisamos valorizar o talento das pessoas. Banco de desenvolvimento serve para isso, para valorizar o artesão, o artista que está começando e que quer uma oportunidade, a dona de casa que fez um curso e que, muitas vezes, não tem a oportunidade de começar a exercer a sua capacidade. Então, é isso. É para isso que nós aqui estamos.
Haverá reformas? É claro que sim! Elas são necessárias. O Estado brasileiro demonstra há muito tempo uma clara exaustão e precisa se modernizar. A reforma política, que, a rigor, é a mãe de todas as reformas, precisa ser mais profunda. O Brasil necessita reformar a sua Previdência, sim, assim como carece de melhorias fundamentais no processo tributário.
Temos de cuidar da segurança jurídica para gerar melhorias no ambiente de negócios e atrair capitais brasileiros, que, às vezes, não têm coragem de investir, e também internacionais.
Somos um País atrativo em todos os sentidos. Só precisamos criar os mecanismos de facilitação para que todas as potencialidades sejam utilizadas.
Vou seguir firme no propósito de defesa do municipalismo, esse movimento vigoroso que se traduz, sobretudo, em garantir a autonomia dos Municípios, permitindo que se dê um atendimento mais próximo e digno ao cidadão. Para isso, rogo a Deus energia para seguir lutando pelo equilíbrio do nosso pacto federativo, que só será possível com medidas fiscais agudas.
Portanto, Sras. e Srs. Senadores, é certo que enfrentaremos todas as reformas e as adversidades que se fizerem necessárias, é claro, com muito diálogo, com muita participação e com efetividade, para que prevaleça o bem comum, para que prevaleça o bem maior, para que prevaleça, acima de tudo, o desejo do povo brasileiro. Precisamos garantir, principalmente, as conquistas do trabalhador. Assim, construiremos o caminho da pacificação também almejada por todos.
Sr. Presidente, ao reafirmar meus compromissos neste primeiro pronunciamento da 56ª Legislatura, permita-me falar da minha gratidão aos Líderes do Democratas, o Senador Rodrigo Pacheco, de Minas Gerais; o Senador Zequinha Marinho, do PSC do Pará; e também o meu estimado Senador Jorginho, do meu partido, o PR, de Santa Catarina, que me indicaram para exercer a Liderança do Bloco Parlamentar Vanguarda. Queremos ser vanguardistas, queremos estar à frente, mas, acima de tudo, protegendo também a nossa Nação.
Quero ainda fazer um agradecimento especial ao meu companheiro da Bancada de Mato Grosso, o Senador Jayme Campos, que, além do apoio, incentivou-nos para essa missão de ser Líder de um bloco tão importante, ainda porque temos, no nosso bloco, a presença do Presidente desta Casa e do Congresso Nacional, o Senador Davi, que quero aqui parabenizar por tudo que já demonstrou em termos de competência e de equilíbrio.
Além do Presidente Davi, pertencente aos quadros do Democratas do Amapá, teremos a participação dos Senadores Chico Rodrigues, do DEM de Roraima, e Marcos Rogério, do DEM de Rondônia, bem como da nobre Senadora Maria do Carmo Alves, do DEM de Sergipe. Portanto, somos nove Senadores, que estarão seguramente empenhados na tarefa de ajudar nos projetos que implicam mudanças tão necessárias ao nosso País, no interesse maior da nossa população.
Aliás, quero dizer ainda que a Bancada Federal de Mato Grosso, como um todo, tanto no Senado quanto na Câmara, também estará trabalhando em sintonia, todos nós unidos em busca da defesa dos interesses do nosso Estado.
Quero cumprimentar o mais experiente da nossa Bancada, o Deputado Carlos Bezerra, também por vários mandatos, foi Governador e Senador da República. Na sua experiência, tenho a certeza de que vai continuar trabalhando intensamente pelo nosso Estado.
Quero cumprimentar, em nome de toda a Bancada, o Deputado Emanuelzinho Pinheiro, o mais jovem. Tenho a certeza de que, com a sua juventude e exatamente com a sua força, haverá de se somar ao exemplo de Carlos Bezerra, na sua experiência, para que todos nós possamos fazer um grande trabalho.
Como todos sabem, Mato Grosso carece de uma melhor infraestrutura, para continuar dando positivas respostas ao Brasil. É um Estado atrativo em todos os sentidos. Precisa apenas receber os estímulos necessários para seguir contribuindo de forma destacada com a economia nacional.
Quero aqui também cumprimentar e saudar o Governador eleito Mauro Mendes. Disputamos a eleição. Foram três os candidatos mais competitivos, Senador Telmário: eu; o Governador Mauro, eleito; e também o ex-Governador Pedro. Eu tive a oportunidade de ser o segundo colocado, o que me honra muito e me traz muito mais responsabilidade de estar aqui lutando, para ajudar o Estado de Mato Grosso.
Nunca fui e não serei um Parlamentar que faz oposição por oposição. Quero, acima de tudo, ajudar o Governo do Estado. Quero dizer aqui ao Governador Mauro que pode contar com nosso trabalho e com nosso apoio. É claro que seremos críticos com aquilo que não estiver, a nosso ver, correto.
A imprensa já me procurou: "Senador, você faria o que o Governador Mauro está fazendo agora?" É claro que não! A minha proposta de governo foi diferente. Não sou a favor de um Estado mínimo; sou a favor de um Estado necessário. As reformas são necessárias, mas não podem, de forma alguma, tirar o direito daqueles que já construíram a sua vida e têm suas expectativas.
Concedo um aparte ao Senador Kajuru.
O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Senador Wellington, obrigado pelo aparte. Prepare-se para ficar estarrecido. Todos aqui ficarão, o Brasil inteiro ficará.
Tenho a honra de, em meu gabinete – o Senador Tasso Jereissati diz que não é gabinete, mas Ministério –, possuir três assessores voluntários na saúde, na educação e na orientação política. São eles: Pedro Simon, Cristovam Buarque e Heloísa Helena. Simon me aconselhou, nesta semana, a procurar os 15 maiores devedores do INSS.
V. Exa. foi brilhante quando falou do BNDES e do "S", de social. O INSS tem dois "S", de social. Correto? Trago aqui rapidamente a lista dos maiores devedores. Vou falar só de alguns.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – Da seguridade social.
O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Isso!
Senador Wellington, de que Mato Grosso tem orgulho, o primeiro colocado é a massa falida da Varig, com R$13,711 bilhões. Sabem qual é o segundo? Pasmem! É de ficar aturdido!
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – É da sua área.
O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Não, graças a Deus. É da minha terra, infelizmente. É de Goiás, mas eu tenho nojo dela. É a JBS, do Joesley Batista, daquele patife. Um bilhão, oitocentos e trinta e sete milhões.
Ou seja, a JBS é a segunda maior devedora do INSS. Ela deve mais de R$1,8 bilhão, meu Deus do céu!
E, entre os dez, Senador Wellington, também há a Caixa Econômica Federal.
Brilhante por lembrar do INSS...
(Soa a campainha.)
O Sr. Jorge Kajuru (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – ... do BNDES, para que eu pudesse falar aqui do INSS: de social, zero.
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – Muito obrigado, Senador.
E eu quero aqui, já concluindo, Presidente, como eu pedi a acumulação do tempo como Líder também na inscrição, dizer que, como todos sabem, Mato Grosso é um Estado de todo o potencial.
Além de cumprimentar o Governador, eu quero cumprimentar também o Presidente da Assembleia Legislativa do meu Estado, o Deputado Botelho, que foi reeleito, pela sua competência. Tenho certeza de que, junto com o Secretário, o Deputado Max, ex-Prefeito de uma cidade vizinha da minha cidade natal... Jaciara e Rondonópolis são cidades vizinhas. O Max também tem uma grande experiência, foi Secretário de Estado da Casa Civil. Tenho certeza de que fará um grande trabalho.
Quero cumprimentar também a minha nora, a Deputada Janaina Riva, que é a única Deputada naquele Parlamento. Foi reeleita, a mais votada do Estado de Mato Grosso, Senadora Leila. Ela é jovem também e tem tido uma grande competência, porque quem é mais votada e reeleita, com certeza, teve uma boa avaliação por parte da população.
Saúdo aqui, em nome da Janaina, todos os Parlamentares da bancada de Mato Grosso e cumprimento também todos os Vereadores, porque sou municipalista convicto.
Com isso, Sr. Presidente, quero dizer também que Mato Grosso, que tem uma localização estratégica, um clima propício e uma vocação incrível para produzir cada vez mais, tem 900 mil quilômetros quadrados, longas distâncias a serem percorridas. Precisamos, portanto, de boas estradas, de ferrovias e também de hidrovias, de forma a permitir que sejamos cada vez mais competitivos.
Esta semana, o jornal O Globo trouxe a notícia sobre a decisão do Governo em adiar, Senador Kajuru... V. Exa., com certeza, é um Parlamentar assim, bastante polêmico. Este aspecto é importante: nós vamos ter de travar as instruções. E a decisão do Governo foi exatamente de adiar a prorrogação das concessões das ferrovias da Companhia Vale-Carajás e também de outra ferrovia que liga Minas ao Espírito Santo.
Eu quero dizer aqui que essa medida impacta o projeto de implantação da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, que vai ligar exatamente Campinorte, no Estado de Goiás, a Água Boa, no Estado de Mato Grosso, e que interessa aos nossos dois Estados, a Mato Grosso e ao Brasil. Eu quero dizer que considero como natural e prudente essa renovação.
Mas a catástrofe de Brumadinho exige esclarecimento, Senador Izalci. O próprio Senado deve criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que eu já assinei, inclusive, e de que também quero participar efetivamente, e adotar eventuais medidas de responsabilização.
Todavia, a empresa permanece. A Vale é um dos maiores patrimônios do nosso País, que nasceu como uma empresa pública e que, depois, foi privatizada.
A construção da ferrovia de Carajás, por ter exatamente a visão de uma empresa pública, fez com que, ao se construir a ferrovia, se tivesse também a visão do desenvolvimento regional. E ao se construir Carajás, também cidades foram sendo construídas. Um detalhe importante: quando a Vale foi privatizada, e isso ficou consignado, o transporte de passageiros, Senadora Leila, das cidades todas, de todos os passageiros daquelas cidades que interligavam a usina ao porto, era obrigação da empresa fazer. E também os trens de passageiros junto com os trens de carga. Isso mudou depois para ônibus. Não posso garantir hoje se ainda a empresa tem essa responsabilidade social. Esse é outro assunto que a gente quer saber.
Por isso nós não estamos aqui para defender a Vale pelos seus erros, mas quero defender aquilo que é um patrimônio nacional, assim como a Embraer também é um patrimônio nacional. A Embraer não vai ser fundida sem a opinião do Governo brasileiro. Nós queremos a Vale, sim, como empresa brasileira e que ela possa se desenvolver ainda. Que seja penalizado quem foi responsável, mas a empresa é brasileira. Portanto, o desenvolvimento, a construção de novas ferrovias é fundamental para o País.
E como disse aqui sempre...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – ... o Senador Blairo, a ferrovia de transporte de carga tem que ir à roça, onde está a produção.
Então, ligar Campinorte a Água Boa é viabilizar a Ferrovia Norte-Sul, porque a produção está exatamente nessa região. E depois ela tem que avançar e ser uma ferrovia transcontinental, chegar ao nortão do Estado de Mato Grosso e aos portos do Arco Norte.
Por isso aqui fazemos essa defesa. E o projeto da FICO, por sua vez, integra o planejamento logístico e estratégico do nosso País. Essa é uma ferrovia fundamental para o Brasil. A renovação da concessão das ferrovias da Vale cria a obrigação de implantar 400km em Mato Grosso, agora, de imediato. Por isso continuará sendo motivo dos nossos maiores esforços, porque Estados como Mato Grosso e Goiás precisam de uma melhor logística para desenvolver e gerar mais oportunidades para todos.
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – Encerrando, Sr. Presidente, eu quero aqui, como médico veterinário, dizer que quatro meses atrás tive oportunidade de adentrar a Academia Brasileira de Medicina Veterinária. E eu quero registrar isso e também registrar, com muita honra, que um eleitor de V. Exa... Talvez V. Exa. não o conheça, mas vou aqui relatar um fato extremamente importante. E quero convidá-lo para que a gente possa fazer uma visita. Aliás, já propus aqui uma sessão de honra, uma sessão especial do Congresso Nacional para a gente mostrar os cem anos da Medicina Veterinária, da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, da Associação Mundial de Medicina Veterinária. E ao encerrar, eu quero destacar e dirigir algumas palavras de saudação e gratidão a um jovem, muito jovem, seu eleitor, que completou ontem, e eu estive na casa dele...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – ... 103 anos de idade – 103 anos de idade! – e que não abre mão de votar. Não abriu mão de votar. É o médico veterinário Milton Thiago de Mello, cuja luminosidade e também luminosa trajetória de vida, estudos e trabalho se confundem com boa parte da história de lutas e avanços da medicina veterinária no nosso País. Ele foi um dos mestres mais importantes da UnB. O Prof. Milton é mestre e motivo de orgulho para todos da nossa profissão perante o conjunto da sociedade brasileira e de toda a comunidade internacional.
No seu longo, fecundo e incansável magistério, mediante os quase 300 textos científicos, livros, artigos, relatórios, comunicações que publicou e continua publicando...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – ... inúmeros discípulos orientou e formou em sua militância assídua em entidades que vão desde o quadro de médicos veterinários do Exército Brasileiro até a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), passando pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), a organização Pan-Amerícana da Saúde (Opas) e a Universidade de Brasília (UnB), onde criou pioneiro Centro de Primatologia.
Dr. Milton é também membro da Academia de Ciências de Nova York, da Academia Americana e da Sociedade Brasileira de Microbiologia, da Associação Mundial de Veterinária e da Sociedade Zoológica de Londres e detém a mais elevada honraria da profissão no mundo, que é o Prêmio John Gamgee, o prêmio nobel da Medicina Veterinária.
Senadora Leila, estou falando isto aqui e me dirigi a V. Exa. porque...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – ... no domingo também estivemos lá comemorando o aniversário, antecipadamente, e havia vários militares com fotografia de V. Exa. na campanha. Depois quero transmitir a V. Exa. Lá eles diziam do entusiasmo de tê-la como Senadora.
Então, dou conhecimento ao Plenário de que estou solicitando ao Presidente Davi Alcolumbre a realização de uma sessão especial em que pretendo homenageá-lo e ao mesmo tempo tratar da importância da medicina veterinária para o Brasil e para o mundo.
Que Deus possa alcançar a todos nós!
Como ele dizia ontem, o Brasil é estratégico para o mundo. É o único país que tem terras extensas, férteis para resolver o problema do mundo, que é o crescimento vegetativo da população. E do que a população do mundo vai precisar é de alimentos. Então, é nisso que o Brasil tem um grande potencial. Por isso todos nós temos aqui de estar envolvidos em resolver...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – ... principalmente esta crise que vivemos: a crise política e a crise econômica. Qual vai ser resolvida primeiro? Eu acredito que, pela demonstração que o Senador Davi deu aqui ao conduzir os trabalhos, nós temos que resolver a crise política, a nossa convivência, a dos partidos, exatamente fazendo as reformas necessárias, mas, acima de tudo, garantindo que o trabalhador, acima de tudo, tenha uma melhor qualidade de vida.
Muito obrigado, Senador Izalci. Faço questão de convidá-lo para visitar o Dr Milton, que é um fã de V. Exa. e também da Senadora Leila. Muito obrigado!
O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. PSDB - DF) – Agradeço a V. Exa. e aproveito também para dizer que é uma honra muito grande ter recebido esses votos do Dr. Milton, que é uma pessoa que realmente merece todo o nosso respeito, todo o nosso carinho. Com certeza, faço questão de acompanhar V. Exa. Parabéns pelo pronunciamento.
Vou passar a palavra agora...
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – Senador Izalci, eu perguntava a ele ontem...
(Soa a campainha.)
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PR - MT) – ... "Dr. Milton, qual o conselho que V. Exa. dá a todos nós, uma pessoa de 103 anos, extremamente lúcida? O senhor tem muito a nos ensinar". Ele disse: "Eu não dou conselhos, eu dou exemplos". Foi isso que ele disse com a sua lucidez.
Muito obrigado.