Discurso durante a Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogios ao pronunciamento do Deputado Federal Dr. Luiz Flávio Gomes sobre o projeto anticrime apresentado pelo Ministro Sérgio Moro.

Cumprimentos ao Deputado Federal André Janones por questionamento realizado em audiência pública com o Presidente da Vale. Citação de poema de Manoel de Andrade.

Satisfação com o apoio de políticos e especialistas ao gabinete parlamentar de S.Exª.

Leitura de requerimentos aos Ministros de Estado da Cidadania e da Economia sobre convênios da Administração Pública com o Comitê Olímpico Brasileiro, a CBF e sobre fiscalização em centros de treinamentos.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA:
  • Elogios ao pronunciamento do Deputado Federal Dr. Luiz Flávio Gomes sobre o projeto anticrime apresentado pelo Ministro Sérgio Moro.
MEIO AMBIENTE:
  • Cumprimentos ao Deputado Federal André Janones por questionamento realizado em audiência pública com o Presidente da Vale. Citação de poema de Manoel de Andrade.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Satisfação com o apoio de políticos e especialistas ao gabinete parlamentar de S.Exª.
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Leitura de requerimentos aos Ministros de Estado da Cidadania e da Economia sobre convênios da Administração Pública com o Comitê Olímpico Brasileiro, a CBF e sobre fiscalização em centros de treinamentos.
Aparteantes
Eduardo Girão.
Publicação
Publicação no DSF de 16/02/2019 - Página 47
Assuntos
Outros > SEGURANÇA PUBLICA
Outros > MEIO AMBIENTE
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Indexação
  • ELOGIO, DISCURSO, AUTORIA, JURISTA, DEPUTADO FEDERAL, ASSUNTO, PROJETO DE LEI, SERGIO MORO, OBJETIVO, COMBATE, CRIME.
  • ELOGIO, DEPUTADO FEDERAL, MOTIVO, QUESTIONAMENTO, PRESIDENTE, COMPANHIA VALE DO RIO DOCE (CVRD), REFERENCIA, ACIDENTE, BRUMADINHO (MG), CITAÇÃO, TEXTO, AUTORIA, POETA.
  • AGRADECIMENTO, APOIO, POLITICO, REFERENCIA, GABINETE, ORADOR.
  • LEITURA, REQUERIMENTO DE INFORMAÇÕES, AUTORIA, ORADOR, DESTINATARIO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA CIDADANIA, MINISTERIO DA ECONOMIA, ASSUNTO, CONVENIO, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, COMITE OLIMPICO BRASILEIRO (COB), CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF), CENTRO DE TREINAMENTO.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Para discursar.) – Sr. Presidente Izalci Lucas, inicialmente o meu agradecimento a V. Exa., porque pedi para deixar essa cadeira prazerosa, da qual já falei que estou gostando – eu ocupei, pela terceira vez hoje, a Presidência da sessão do Senado – e pedi a V. Exa. que me permitisse falar aqui, como Líder da Bancada do PSB, algo que é muito importante. Também quero terminar hoje aqui recordando um poema de Manoel de Andrade. Eduardo Girão ama Martin Luther King, e eu também. Aliás, vou presenteá-lo – moramos no mesmo flat – com um livro dele que você vai amar, com frases dele – era um frasista extraordinário, além de ter sido um mito no que tange ao preconceito, à discriminação.

    Entendo que, aqui no Senado, nós temos também a missão de saber reconhecer o valor de um colega lá na Câmara, como Deputado Federal, como eu já fiz uso da palavra aqui para falar do trabalho de um exemplar juiz, com um currículo invejável desde os 21 anos de idade, que é o Deputado Federal, prazerosamente do meu histórico PSB, Dr. Luiz Flávio Gomes, que fez um pronunciamento brilhante, na semana passada, na Câmara, em relação ao projeto anticrime do meu ídolo, o Ministro Sergio Moro – e respeitoso ele foi –, e de Elias Vaz, Deputado Federal pelo meu Estado de Goiás, lá na Câmara Federal, um fiscalizador mortal e consistente.

    Hoje eu quero me dirigir a outro Deputado Federal. Não sei se V. Exas. e o Brasil inteiro chegaram a ver a audiência pública de ontem, na Câmara Federal, para a qual foi convocado o Presidente da empresa Vale, responsável pelo crime ambiental em Brumadinho, Minas Gerais. Eu não trato o que lá aconteceu, Presidente Izalci, como tragédia; eu trato como crime, e tenho certeza de que V. Exas. pensam do mesmo jeito, até porque já os ouvi falar desse assunto e abordá-lo com propriedade. Crime ambiental! Ele veio, então, à audiência pública.

    De repente, aparece um mineirinho modesto, um orador simples, sem palavras cultas, porém de uma coragem invejável. A imprensa tem dito por aí que o Congresso Nacional hoje tem um louco, que é o Kajuru. Tolos! A loucura é a única coisa que torna a vida suportável, como dizia o Erasmo – não o Tremendão, gente; o Erasmo de Roterdã. Então, eu tenho o prazer de dizer: eu sou louco, mas eu não sou ladrão – pode puxar a minha "capivara" – e nunca serei. Esse mineiro do Partido Avante de Minas Gerais, chamado André Janones, foi questionar o Presidente da Vale na audiência pública. Eis aqui o questionamento dele, e eu faço questão de cumprimentá-lo, e de repente ele vai ser chamado agora de um outro Kajuru, de "um outro doido no Congresso Nacional". Olha o que ele perguntou, e o Presidente da Vale se calou, claro. Ele começou:

Bom, primeiramente eu quero dizer da minha insatisfação de ter que olhar para essa cara lavada do Presidente da Vale e ver ele dizer aqui que a Vale é uma joia rara e que ela não tem responsabilidade sobre o que aconteceu [em Brumadinho]. Pelo menos foi homem suficiente para admitir que está defendendo os interesses da empresa. Já que está aqui defendendo os interesses da Vale, eu quero dizer que estou aqui para defender os interesses do povo, o senhor está aqui para falar a fala de quem paga o seu salário. Eu também estou aqui para falar a fala dos que pagam o meu salário, que é o povo brasileiro, e o que o povo lá fora fala é que vocês dois [na verdade] são bandidos, assassinos, e que deveriam estar presos.

Fica difícil contestar essa afirmação depois da fala do representante do Ministério Público da União [aqui nesta audiência pública]. O senhor disse que não sabe o que houve, que não sabe por que a barragem se rompeu, é muito fácil identificar o que houve! O senhor representa uma empresa que visa ao capital, lucro acima de tudo. O senhor, junto com esse moleque que se diz secretário, que parece muito bem protegido aqui com Parlamentares da oposição e da situação devido ao relacionamento dele no Governo Pimentel [em Minas] e mantido por este Governador, que se diz novo, mas está reaproveitando o que tinha de pior na gestão passada. Vocês colocaram os números nos papéis e viram que vale a pena matar 300 pessoas, que na ótica de vocês, não eram ninguém. Vale apenas na ótica capitalista do lucro acima de tudo, é simples a explicação. Não precisa de tanta fala, de tanto mimimi, de tanta conversa, que é muito fácil entender.

Sei que vocês reinaram no país da impunidade, mas os Parlamentares que aqui estão vão até a última instância para que essa seja a última vez que vocês estejam aqui sem algemas, tratados como autoridades, ao invés de serem tratados como bandidos, que é o que vocês são! O Secretário de Meio Ambiente é irmão de um funcionário de uma mineradora e vem aqui com essa cara lavada dele, não deu conta de conversar dois minutos e colocou a gente para conversar no lugar dele. É um analfabeto funcional, que está aqui só para servir os interesses das mineradoras. O Governador Romeu Zema [de Minas] vai te demitir, ou então o povo não tem mais voz neste Brasil. E que esse seja o ato que anteceda a sua prisão.

E o Presidente da empresa Vale mente! Mente de dia, mente de tarde, mente de noite. Tem a cara de pau de falar aqui que está dando auxílio. Mentira, não paga o que deve!

Auxílio? Mentira! Não paga o que deve. A [empresa] Vale está agindo em Brumadinho para tirar o Ministério Público das ações, porque vocês acostumaram a sobrepor o dinheiro acima de tudo. Mas nós não vamos deixar que isso aconteça. O senhor mente tanto que até hoje não sabemos quantas pessoas morreram, mas nós sabemos que não foram só trezentas, que foram muito mais. A Vale está tão preocupada com os moradores que até o cardápio do hotel, na hora de pedir comida, a empresa Vale está regulando o que aquelas famílias podem pedir e o que elas não podem pedir.

Para finalizar três perguntas. Primeira, o Presidente da Vale diz que ele não tem responsabilidade e que a Vale não deve ser punida pelo assassinato de Brumadinho. Eu quero saber então quem deve ser punido? Quem? Porque, se todas as barragens se romperem, nós teremos 50,1 mil mortes neste País. Quem deve ser punido, cara pálida, já que a Vale não deve?

[...] Eu quero perguntar ao Presidente do Ibama se nós Parlamentares podemos agir de alguma maneira para facilitar que esses bandidos paguem o que eles devem?

[Última pergunta que ele fez] Ao representante do Ministério Público, eu queria saber quais os elementos que faltam para que o Ministério Público possa pedir a prisão desses bandidos?

    Pode ter sido agressivo em alguns momentos, pode ter passado da segunda página, mas que ele foi corajoso ele foi.

    Por isso eu fiz questão de reproduzir aqui, na íntegra, o seu questionamento, na audiência pública de ontem, na Câmara Federal, ao Presidente da Vale convocado, como ele será convocado aqui, certamente, no Senado, ou na CPI, que já está aprovada, com um número suficiente de assinaturas,

    Aqui no Senado haverá Senador com a mesma coragem, talvez mais respeitoso, mas pontual como este, a quem eu cumprimento e ofereço este meu pronunciamento, o Deputado Federal de Minas Gerais, do partido Avante, André Janones.

    Parabéns colega! Coragem é para poucos! Não fique com medo. Como dizia Miguel Arraes, morrer a gente só morre uma vez na vida.

    E como dizia o apóstolo Paulo, Presidente Izalci Lucas, em Filipenses, 1:25 – quem lembra? –: morrer é lucro, viver é Cristo. Então não tenha medo não, colega. Eu já passei por isso lá em Goiás, o Senador Izalci sabe, o Senador Girão sabe... Então, o medo de morrer é uma bobagem.

    Termino com a sua permissão, Presidente. Em função desses últimos fatos no Brasil, Centro de Treinamento do Flamengo, que todos aqui sabem, Centro de Treinamento do Bangu, alojamentos que são containers, divididos em madeirite, e a morte de jovens de 14 anos, e por isso entrei com dois requerimentos aqui que vou mostrar e creio que os senhores, V. Exas. vão concordar e vão assinar, mas antes eu quero oferecer aqui uma canção para os homens sem face. Essa canção é de Manoel de Andrade:

Não canto minha dor…

dor de um só homem não é dor que se proclame.

Canto a dor dos homens sem face

canto os que tombaram crivados

os homens escondidos

os que conheceram a nostalgia do exílio

para os encarcerados.

Canto aos párias da vida…

aos bêbados, aos vagabundos e aos toxicômanos.

Canto as prostitutas

e as mulheres que foram embora com o homem amado.

Canto à multidão que entra e sai pelos portões das fábricas

aos que veem o dia nascer no asfalto das rodovias

e aos lavadores de carros e aos que vendem a loteria

canto aos coletores de lixo e aos guardiões noturnos

as longas filas de pessoas que esperam os ônibus nas praças

e aos estrangeiros que aqui vieram viver.

Canto os homens sem raízes, sem família, sem pátria

canto meu sonho quando canto os que viveram o mar

que aportaram em países distantes

e conheceram homens de muitas raças…

e quando canto os navios,

canto ao meu coração de barco.

Gosto de cantar tudo o que vejo

os homens que conheço

e os que ainda não começaram a existir para mim.

Gosto de caminhar sozinho e de mãos nos bolsos pelas ruas e pela vida

gosto de falar com os homens dos armazéns

dos mercados, das oficinas,

dos postos de gasolina,

das bancas de revistas, das agências de viagens,

com os ascensoristas, com os que consertam os esgotos da cidade,

e outros homens, outros.

E canto as crianças que brincam nos parques

e pulam corda nas calçadas

e os que vão ao palco representar o drama dos outros homens.

Eu canto para todos os homens…

meus irmãos em todas as raças, nacionalidades e crenças,

canto além de todas as fronteiras

porque sob a bandeira da paz eu canto;

e pela fé que me ilumina

e por essa canção escrita no meu peito,

eu canto a humanidade inteira.

Canto a vergonha de ser brasileiro num tempo defecado

canto meu povo

e se ainda não canto meu país,

é porque não sei cantar na presença de homens indecentes;

eu canto sobretudo para aqueles que preservaram seu sonho,

para os que ousaram lutar e morrer por ele,

canto a memória de um guerrilheiro argentino.

E eis que meu verso se endurece

para que eu cante meu melhor combate

e só assim posso cantar para os irmãos e camaradas

recrutando companheiros para a luta…

e quando meu canto é feito para os ouvidos dos justos,

eu canto sem temor,

para que minha canção palpite solitária e solidária

no coração daqueles que se preservaram da lama.

Canto sem medo e sem brinquedo

e enfileiro meus versos para a luta

prontos para ferir como baionetas

prontos a morrer se for preciso.

como baionetas, prontos a morrer se for preciso.

Como guerreiros invisíveis

meus versos se infiltrarão no país dos corruptos

pelas fronteiras das entrelinhas

e renascerão nos lábios dos militantes

ora como uma flor, oura como um fuzil.

Ah, que tempos são esses!?

já não reconheço nestes versos os versos de poeta que fui;

meu canto é hoje um canto transtornado pelo pacto desumano

dos homens,

pelo triste dever de indignar-se,

pela violência estampada nas manchetes dos jornais...

e eis que um poeta não canta sem que seu verso quase desfaleça.

E hoje...

nestes dias encardidos de atos e decretos,

neste tempo suspenso num mastro sem bandeiras,

nesta nação de homens que ingerem caldo de galinha,

neste momento tísico

em que somente os finórios se regozijam,

nestes anos em que o sangue da América é um imenso canto

de esperanças,

este poema chega assim tão de repente

rogando uma audiência para falar comigo,

como se soubesse que estou a morrer,

e me encontra prostrado num bacanal de coisas fúteis,

um inconsciente talvez...

um homem inútil

quase um desertor

meu Deus, quase um desertor.

Ah, meus versos

minha absolvição...

neles renasço transfigurado e forte

e cavalgo o universo inteiro;

e caminho cheio de amor por todos os seres

e por todas as coisas;

cheio de asco pelos tiranos

e pelos homens hipócritas

e sinto o coração limpo e maciço de ternura

meu canto cresce e explode mais forte que a bomba.

Ah, meus versos,

meus versos que não são meus,

que são de todos os homens e todas as mulheres que eu canto;

que são de todos os que se aproximam de mim

e que falam comigo.

Meus versos que afinal nunca serão de ninguém,

caminhando pela terrível solidão branca do papel,

pelo itinerário clandestino das gavetas;

estampados nas palavras escarlates da minha revolta pública,

impressos no meu olhar solitário de samurai.

Eu canto para todos os homens

contudo, neste tempo,

eu canto para os homens sem face...

aqueles que se perdem na multidão das grandes cidades,

que amadurecem, a cada dia,

os punhos da luta.

    Este poema de Manoel de Andrade cabe rigorosamente nesta sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019, depois do que vimos ontem nas palavras sórdidas do presidente da empresa Vale, responsável por mais um crime ambiental neste País.

    Senhoras e senhores brasileiros, meus únicos patrões, com o coração cheio, com emoção, agradeço. E quem não tem gratidão, não tem caráter; terei sempre para com o Presidente Izalci Lucas, pela paciência dele de permitir que eu assim me pronunciasse, Senador Eduardo Girão, nesta Casa de leis, neste histórico Plenário do Senado Federal, desta forma. Perdoem se fui explosivo, mas o próprio poema tratou de bomba. Agradecidíssimo.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Senador Kajuru.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Pois não, Senador Girão.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – V. Exa. me permite um aparte?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Claro, evidente.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – É coisa rápida, Presidente. Eu queria dizer que o senhor chegou chegando. V. Exa. chegou chegando neste Senado Federal. E eu me sinto muito honrado de estar entrando junto nesta Legislatura com V. Exa. V. Exa. está trazendo luz, está trazendo a verdade, está falando a linguagem do povo dentro dessa proposta, dessa ideia que o Senador Davi e o Senador Izalci também sempre colocam de a gente aproximar a população brasileira desta Casa.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Exatamente.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – V. Exa. tem um papel fundamental.

    Mais cedo V. Exa. falou que o Ministro Paulo Guedes montou um grande time. Mas V. Exa. montou um timaço no seu gabinete. Além de assessores muito atenciosos, todos eles, V. Exa. escalou, na área de saúde, uma das ex-Senadoras da Casa e uma das mulheres mais sensíveis, mais aguerridas, mais combativas...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Mulher de Deus.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – De Deus, como V. Exa. é, e não deixa de testemunhar, sempre que pode. Mas a Senadora Heloisa Helena, ex-Senadora, hoje sua assessora, é uma mulher brilhante...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Voluntária.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... Voluntária, que é de causas. Ela é uma mulher de causas, do bem, da paz, da vida, da família, que é a base de tudo em uma sociedade.

    Então, parabéns pelo seu início de trabalho. Catorze dias e já conseguindo levar benefícios para o seu Estado, já fazendo contatos, quebrando paradigmas, indo a embaixadas buscar apoio. Então V. Exa. é um espelho para nós, para mim. E que Deus continue o iluminando e o abençoando nessa sua grande missão, nessa reconstrução do Brasil neste momento histórico.

    Muito obrigado.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Senador do Ceará Eduardo Girão, virou meu amigo, mora no mesmo flat. Eu já disse aqui publicamente, em Plenário, está registrado nos Anais desta Casa, e já disse a V. Exa., olhando nos seus olhos, que o admirava como presidente de time de futebol, do Fortaleza, porque, em cada dez dirigentes de futebol, nove são corruptos. Eu disse: o senhor está entre o um, o senhor não é corrupto. O senhor entrou no futebol e saiu limpo. Do chiqueiro, o senhor não levou nem o cheiro nem a catinga. Eu tenho certeza de que aqui no Senado, ao final de seu mandato, será o mesmo trajeto que fez no futebol.

    Mas V. Exa. me emocionou. Eu segurei aqui, porque o Silvio Santos me ensinou, o meu melhor patrão, com quem trabalhei 16 anos: "Kajuru, não chore em público. Segure." O Silvio Santos falou isso para mim. Ele que acabou chorando um dia, não é? No ar, no programa dele, por causa da filha que foi fazer um depoimento para ele. Então, eu procuro segurar para não chorar. E, agora, eu segurei.

    V. Exa. veio falar de Heloisa Helena, mulher de Deus, que vai estar, nos próximos dias, no gabinete à disposição de vocês. Por enquanto ela está voluntariamente me ajudando na área da saúde, porque ela não quer falar de política mais, cansou.

    Tenho, também, por fineza, que lembrar – o Senador Izalci o conhece bem, aqui do Distrito Federal – que, se escolhi a Heloisa Helena para a saúde, no meu gabinete 16, tenho na educação, voluntariamente, um exemplo, um ex-Senador desta Casa, Cristovam Buarque. Ele já me entregou 118 projetos de educação e saúde feitos por ele. E disse: "Você é o herdeiro desses meus projetos inéditos". Eu tenho que agradecer a Deus.

    E concluo – o Presidente Izalci vai ficar orgulhoso porque eu tenho certeza que é admirador dele, e V. Exa. também, Eduardo Girão. O meu orientador para questões políticas é um mito da história deste Senado, voluntariamente. Ao telefone, a toda hora em que preciso, eu falo com o meu assessor voluntário para questões políticas, um mito da história da história deste Senado, o gaúcho Pedro Simon.

    Então, o Presidente Davi Alcolumbre e o Senador Tasso Jereissati vieram dizer para mim: "Kajuru, você não tem um gabinete, você tem um ministério". E, ontem, o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi lá e viu as pessoas que estavam em meu gabinete. Ele falou: "Kajuru, o que é isso?" Eu falei: "Não, meu amigo, sem equipe você não é nada. Não existe singular, você trabalha no plural".

    Na área de educação de projetos, também se juntou o ex-Ministro do Fernando Henrique Cardoso da Ação Social, Secretário de Educação, Reitor da Universidade Federal de Goiás, o Prof. Mulatinho. Na área de recursos, considerada aqui um dos melhores assessores do Senado, tem 20 anos aqui, o Marcelo Cruvinel. A assessora de plenário, reconhecida pelo seu assessor, inclusive, que é muito competente, a Carol. Então, não vou falar aqui... O meu diretor de comunicação é ex-editor-chefe do Jornal Nacional, Roberto Gonçalves. Eu tenho orgulho realmente da minha equipe. Brinco om ela o dia todo, chegamos aqui 6h45 da manhã, saímos dez, onze, meia-noite. E sem equipe não se faz nada.

    Muito obrigado mesmo, Senador Girão, e muito obrigado a V. Exa., Presidente Izalci, esse exemplo do Distrito Federal, que eu, aqui perto, em Goiás, já acompanho há muito tempo. E, quando falam em Governador do Distrito Federal, eu falo que, pelo amor de Deus, não venham falar – ele faleceu –, mas não venham falar de Joaquim Roriz, não. O Distrito Federal tem o Izalci Lucas, por favor.

    Então, Presidente, rapidamente, ofício de 14 de fevereiro de 2019, a S. Exa. o Sr. Osmar Terra, Ministro do Estado da Cidadania, na Esplanada dos Ministérios.

    Sr. Ministro, nos termos do art. 50, §2º, da Constituição Federal e nos artigos 216 e 217 do Regimento Interno do Senado Federal, eu, Senador Jorge Kajuru, PSB-Goiás, e a Senadora Leila Barros, PSB-DF, requeremos a V. Exa. informações sobre a existência de convênios, contratos, patrocínios e parcerias firmados pela Administração Pública Federal direta e indireta com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e com as confederações de desportos a ele ligadas e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que o Girão conhece, no período compreendido entre os anos de 2008 e 2018, devidamente listadas...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Concluindo.

    ... devidamente listadas e acompanhadas da documentação comprobatória.

    Nestes mesmos termos, solicitamos que as informações acima identificadas contenham:

    1. número identificador do convênio;

    2. descrição resumida do objeto;

    3. data da última prestação de contas; e

    4. relatórios de órgãos de controle interno e externo, inclusive do TCU (Tribunal de Contas da União).

    Renovamos a V. Exa. a nossa estima e alta consideração.

    Cordialmente, Jorge Kajuru e Leila Barros, Senadores da República.

    E, por fim, rapidamente, Presidente.

    Ao Sr. Paulo Roberto Nunes Guedes.

    Excelência, sou amigo de sua família, da Cláudia, sua cunhada; do Nazareno, seu concunhado; e de sua admirável esposa, a Maria Cristina. Respeito muito o Ministro Paulo Guedes, Ministro de Estado da Economia.

    Envio-lhe requerimento em função dos lamentáveis acontecimentos ocorridos no Centro de Treinamento do Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro, recentemente, em que foram vitimados dez jovens jogadores e feridos outros três; do ocorrido também no Centro de Treinamento do Bangu Esporte Clube, também do Rio de Janeiro, com outro incêndio, no qual ficaram feridos dois jovens jogadores, dirijo-me, respeitosamente, a V. Exa., solicitando providências da Secretaria do Trabalho desse Ministério, junto aos clubes de futebol do Brasil, no sentido de que os centros de treinamento passem a ser rigorosamente fiscalizados quanto às acomodações e às relações de trabalho dos atletas, a fim de que outras tragédias não se repitam.

    Acredito que as providências preventivas devam ser adotadas, numa demonstração de cuidado dos clubes com os seus atletas, seja qual for a idade deles.

    Certo de sua atenção e providências com punições para mexer na ferida, no cofre de cada clube de futebol, agradeço-lhe antecipadamente.

    Cordialmente, ao Ministro Paulo Guedes, Jorge Kajuru, Senador da República.

    Agradecidíssimo, Brasil, brasileiros, meus únicos patrões, seu empregado público Jorge Kajuru.

    Sr. Presidente, V. Exa., Senador Izalci Lucas, agradecidíssimo pela sua paciência em função dos temas importantes que eu precisava aqui colocar.

    E amigo Eduardo Girão, do Ceará, Senador, vou guardar para sempre as suas palavras, nunca vou esquecer, me tenha como seu amigo.

(Soa a campainha.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Senador Chico Rodrigues, V. Exa. tem a palavra.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/02/2019 - Página 47