Discurso durante a 13ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários acerca da qualidade dos gastos públicos dos três Poderes da União Federal.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Comentários acerca da qualidade dos gastos públicos dos três Poderes da União Federal.
Aparteantes
Alvaro Dias, Confúcio Moura, Eduardo Girão, Paulo Paim, Styvenson Valentim.
Publicação
Publicação no DSF de 23/02/2019 - Página 17
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Indexação
  • REGISTRO, GASTOS PUBLICOS, ORGÃOS, PODERES CONSTITUCIONAIS, ENFASE, EXECUTIVO, CRITICA, AUXILIO-MORADIA, DESNECESSIDADE.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Para discursar.) – Brasileiros, brasileiras, nossos únicos patrões, aqui fala seu empregado público, eleito orgulhosamente por Goiás, com a minha gratidão eterna, com quase 1,6 milhão de votos, Senador federal da República do Brasil.

    Sr. Presidente Izalci Lucas, que é o orgulho do Distrito Federal, agradeço a compreensão, sempre em gesto grandioso, do Senador paranaense, que é símbolo, mito desta Casa – não mito como o Presidente Bolsonaro. O Presidente não é mito, é de "palmito", uma cidade do interior de São Paulo. Brincadeira, eu gosto dele. Estou torcendo por ele. Quero que ele faça um bom Governo, e eu não faço sabotagem com o Brasil, nem vou bater nele como oposição por oposição. Eu sou posição e não oposição. Agora, quando ele errar, eu vou bater nele.

    E ele está errando, não? Erros primários, aliás – desculpe-me, Presidente –: ser mal acompanhado, demorar para descobrir que está dormindo com o inimigo, que vai ter de demitir mais gente, como o Ministro do Turismo, como o Presidente Nacional do Partido, o Luciano Bivar, do PSL; vai acabar demitindo o Onyx, Chefe da Casa Civil. Que primário! Como entra na sala do Presidente com um telefone, falando com o jornalista de O Globo, e não desliga o celular? Aí, começa a falar com o Presidente: "Presidente, fica tranquilo, o Bebianno vai calar a boca, vai ficar calmo". "Mas eu tenho de pagar as ações dele! Ele vai cobrar uma fortuna, e eu vou ter que vender a minha casa". Meu Deus, coisas amadoras!

    Senador Alvaro todos os Dias... (Risos.)

    Riram aqui atrás. Gostaram? Gostaram? Eu não sei trabalhar sem bom humor – aqui são mulheres, não? – e eu também não sei amar sem bom humor, porque as mulheres hoje sentem falta nos homens de bom humor.

    Uma das minhas dez mulheres – eu estou no 11º casamento – disse a mim... Ela é muito bonita, Presidente Izalci – não vou falar o nome dela –, uma atriz global com quem eu fui casado. Eu, num dia, no restaurante Antiquarius, no Rio, perguntei para ela: "Vem cá, qual foi o motivo pelo qual eu a conquistei?" Ela disse: "Não foi pela sua lata, Kajuru". Porque realmente a minha lata é derrubada; eu reconheço que sou muito feio. E ela disse: "Kajuru, foi pelo seu bom humor, e eu o admiro". Então, bom humor e admiração, eu acho que são fatores fundamentais numa relação entre duas pessoas que se amam.

    Senador, todo dia eu falo, e tem gente falando: "Kajuru, você está elogiando demais o Paulo Paim". Eu falei: "Olha, ele tem 32 anos de vida pública. Por favor, puxa a capivara dele. Ele teve algum ato de corrupção? A Polícia Federal, algum dia, amanheceu em sua casa?" Eu respondo assim. Eu estou aqui diante de três... Nós quatro, aliás, não tivemos essa situação e não vamos ter, porque só depende de nós. A nossa dignidade e a nossa integridade só dependem de nós, não dependem dos outros. Então, eu posso garantir: a Polícia Federal jamais vai amanhecer, às seis e meia da manhã, na minha casa, não. A coisa está triste, não está?

    Neste momento, no Brasil, que era serenidade deste Congresso Nacional, de repente vem a Polícia Federal, não sei o quê, e o ex-Governador de Goiás tem bens bloqueados. O Senador Alvaro todos os Dias, que foi colega dele, disse a mim ontem: "Kajuru, o Marconi Perillo tem quase R$5 bilhões de patrimônio. Como?" Ele nunca teve carteira de trabalho. O único emprego dele foi como cumim – para quem não sabe, cumim é auxiliar de garçom – no bar do pai dele, em Goiânia, conhecido como Bar Canindé, na Praça da Cirrose. Ele era um ruim auxiliar, porque derrubada bandeja de cerveja a toda hora e levava um tapa na cara do pai. Foi o único emprego dele. Ele nunca ganhou na Mega-Sena. Ele não era aquele João... Lembram-se do João, que ganhou na loteria? Lembram-se do João? João não sei do quê.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF. Fora do microfone.) – João Alves.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – João Alves. Ele não ganhou na loteria, não ganhou na Mega-Sena. "Como é que o cara tem R$5 bilhões de patrimônio", perguntou-me o paranaense brilhante, Alvaro Dias, ex-colega dele, do PSDB. Cinco bi?! Aí vem hoje um negócio de 43 milhões. Meu Deus do céu! Mas vamos lá, vamos em frente.

    O assunto que me traz aqui, à tribuna, nesta sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019 – eu pediria a reflexão dos Senadores presentes e do Brasil, da nossa Pátria amada, desinformada, às vezes, em função de boa parte da imprensa. Imprensa que, aliás, Presidente da República, Senadores, Deputados, nós temos que respeitar do jeito que ela é. Aliás, como dizia a música do Titãs, da banda Titãs, a música Epitáfio, a gente tem que aceitar as pessoas como elas são, e respeitar a imprensa. Ela erra com a gente. Ontem, meu conselheiro político, Pedro Simon, disse: "Kajuru, a Rede Globo já falhou comigo quando eu pedi uma CPI no Governo do Lula. Até agindo bem, ela me bateu". Mas tem que saber respeitar o veículo de comunicação.

    O Senador Alvaro Dias também foi prejudicado por ela no período eleitoral, porque é um quadro muito mais preparado – desculpe a expressão – do que aquele picolé de chuchu chamado Geraldo Alckmin – picolé de chuchu, e que me perdoe o chuchu. E V. Exa. foi prejudicado. Porém, eu agora ouvi o respeito que o senhor tem pelo jornalismo que a Globo está praticando. Então, é preciso saber respeitar a imprensa. Você pode discordar dela, mas para discordar não precisa desqualificar.

    Eu tenho feito aqui pronunciamentos com repercussão enorme nas minhas 30 redes sociais, e eu os convido para checá-las, para não dizerem que eu estou mentindo, pois quem mente também rouba, a meu ver: facebook.com/kajurugoias, Kajuru com "k".

    Aquele pronunciamento, Presidente, o primeiro que eu fiz aqui na Casa, naquele dia em que falei que a gente estava caminhando para o báratro... E o ex-Presidente Fernando Collor, o Tasso Jereissati e o Jaques Wagner vieram humildemente e perguntaram para mim: "Kajuru, desculpe a nossa ignorância, o que significa báratro?" Eu falei: "Excelências, báratro é o precipício, é o abismo, é o inferno". Nós estamos caminhando nessa noite para o abismo. Aquela primeira noite da eleição foi triste, não foi? Foi sombria, não foi? Graças a Deus, superamos. A imagem do Senado hoje, creio estar recuperada depois daquele primeiro dia.

    Então, o primeiro pronunciamento meu chegou a 12 milhões de pessoas, vendo em redes sociais – eu, que na Rede Globo nem se morrer serei noticiado. Morreu Jorge Kajuru: a Globo não dará a notícia. Tudo bem. Eu sei porque ela não gosta de mim. Eu não tenho nada contra ela. Pelo contrário, falei aqui anteontem no pronunciamento desta tribuna que o Dr. Roberto Marinho foi o maior patrão da história da televisão brasileira. Ele dava emprego para jornalista da esquerda, que, na época, não tinha lugar para trabalhar. Ele pagava a faculdade de filhos de funcionários aposentados – faculdade até o fim – que não tinham condição financeira. Foi o maior patrão da história da televisão brasileira. Então, a história da Globo é muito mais benéfica do que maléfica, a meu ver. Mas tudo bem.

    Seguindo... Então, o primeiro pronunciamento; depois, veio aquele pronunciamento que eu fiz, que V. Exas. acompanharam – lembro-me de que o Presidente Izalci Lucas presidia a sessão –, sobre os privilégios da Suprema Corte, do Supremo Tribunal Federal, obra que não foi minha; foi do raro, histórico e historiador-jornalista Marco Antonio Villa, da Rede Jovem Pan de rádio, levantamento feito por ele, até de auxílio-funeral, que tem lá no Supremo Tribunal Federal.

    Aí, ontem, Presidente, eu fiz aqui um levantamento, também rigorosamente correto. Se eu estiver errado, prendam-me, ponham-me na cadeia. Ponham a Polícia Federal 6h30 da manhã na minha casa, como está ocorrendo aí todos os dias. E eu não posso mentir aqui; eu tenho que trazer números verdadeiros.

    Ontem, eu falei de nós, para mostrar que não há revanchismo de minha parte para com a Suprema Corte; pelo contrário: lá há ministros que eu respeito, que, quando votam, alguns me emocionam, pelo preparo deles. Então, eu nunca generalizo. Mas por que é que eles não podem ser investigados? Eles são intocáveis? Eles são inatacáveis? Eles estão acima do bem e do mal? Todos nós, na vida pública, temos que aceitar a investigação. Que ela seja feita e, se punidos, condenados. Do contrário, inocentados e com o reconhecimento nacional de que a Justiça errou conosco, ao fazer alguma investigação.

    Então, eu mostrei aqui ontem que não há revanchismo de minha parte para com o Supremo Tribunal Federal. Eu apresentei os privilégios que lá existem e que são absurdos, que são criminosos, não devido aos ministros, mas devido à instituição. Nenhum ministro chegou e botou o revólver na cabeça do Presidente da República e falou: "Tem que gastar tanto comigo, eu preciso de 222 funcionários, cada um dos nossos 11 ministros". Não. Isso aconteceu.

    Aí, ontem, eu falei de nós, Senador Alvaro Dias. Agora eu não vou falar mais Alvaro todos os Dias , senão as pessoas não vão entender. É pela competência dele e pela presença dele aqui, pela responsabilidade dele como empregado público.

    Então, Senador Alvaro Dias, Senador Izalci Lucas, senhoras e senhores, eu, ontem, apresentei a nossa situação: quanto custa o Senado, quanto custa a Câmara, porque é a máquina pública!

    Se houvesse respeito com o dinheiro público, com a máquina pública, não precisaria haver reforma da previdência. A gente estaria aqui, hoje, discutindo, na verdade – Senador Confúcio... Esse também é Senador Confúcio todos os dias. Esse também todo dia está aqui – Está me avisando aqui por causa da minha visão. Só tenho 6% de visão.

    Senador Confúcio Moura, que prazer. Que representa Rondônia, com muito orgulho, que prazer! Desculpe-me pela visão. Não o enxerguei. Mas essa eficiência da Mesa Diretora me trouxe aqui. E eu sempre estou com ele aqui, todo dia. Ele nunca falta.

    Então, eu ontem mostrei o que a gente custa. Temos absurdos aqui.

    Como é que um Senador tem R$9,3 mil por mês, para gastar com correio, se nós vivemos num mundo digital, onde enviamos e-mails ou WhatsApp para as pessoas? Eu não sou caixeiro-viajante! O Confúcio é caixeiro-viajante? O Alvaro é carteiro? Para que tantas cartas? Gastar R$10 mil do dinheiro público com correio? "Me ajuda aí!" Frase minha, que o Datena usa na Band, porém dá crédito. Essa frase é minha. Eu sempre dou crédito às frases.

    Então, ontem eu mostrei a caixa-preta do Senado e da Câmara. Aqui, hoje, eu vou trazer mais uma caixa-preta. Na semana que vem, eu trarei a dos governadores, das prefeituras, das câmaras de vereadores. Trarei o que cada um desses Poderes custa ao seu bolso. Porque isso não é dinheiro público; é dinheiro do público! A gente tem que aprender a mudar essa expressão. Não é dinheiro público. É dinheiro do público!

    Vamos lá.

    Conforme antecipei ontem, quero continuar destravando as caixas-pretas da Administração Pública brasileira.

    Amo vespeiros. Ontem, me detive em números sobre o Legislativo. Hoje, começo a incluir o Poder Executivo do Brasil, que custa ao bolso de todos, Presidente Izalci Lucas, R$3 trilhões. O Legislativo custa R$9 bilhões. O Executivo, R$3 trilhões. Eu vou apresentar aqui todos os dias. E, se eu errar em algum número, por favor, me ponham na cadeia.

    Então, vamos lá.

    Começo a incluir o Poder Executivo do Brasil, denunciando um tipo de privilégio específico, que abrange também o Legislativo, o Judiciário e custa milhões, quase bilhões, aos cofres públicos.

    De uma vez só, alcançar a plenitude da monumental máquina que move a Administração Pública brasileira não é muito fácil. Por isso, vou me deter em alguns números do instituto do auxílio-moradia no Brasil.

    É quase trágico falar sobre auxílio-moradia num país onde milhões de famílias não têm condições dignas habitacionais e adequadas. Basta sair às ruas do nosso País para encontrar pessoas morando nas ruas, debaixo de pontes, debaixo de viadutos, ou em frente ao Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, no coreto – lá há muitos dormindo –, e para encontrar pessoas morando em outros pontos, além de ocupação de favelas e barracos improvisados.

    Segundo pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, mais de 11 milhões de pessoas vivem em favelas ou moradias precárias no Brasil. Ainda segundo o mesmo instituto, apenas 52% da população brasileira vive em condições regulares de residência. Mais de 101 mil pessoas vivem em situação de rua no Brasil, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    Pois bem: como dizia o genial Suassuna, paraibano, é em cima da realidade de um país com um déficit, Senador Alvaro Dias, um déficit, Senador Confúcio, um déficit, Presidente Izalci, habitacional descomunal, abismal, que eu coloco alguns dados sobre o auxílio-moradia.

    E, rapidamente, não sei onde V. Exas. moram, e respeito o direito de cada um de morar onde quiser. Eu moro aqui no The Sun Resort, a cinco minutos do Senado, um flat muito bom, em frente ao Life, ali, na Vila Planalto, e pago R$2,2 mil por mês, porque eu recusei auxílio-moradia. Eu moro em Goiânia, e agora estou vivendo em Brasília. E pago R$300 de lavanderia. É um apartamento bom para um casal, suficiente, até porque, para mim, quanto a dinheiro, menos é mais.

    Então, eu coloco aqui alguns dados sobre o auxílio moradia. Faço isto propositalmente, para contrastar a situação de uns poucos privilegiados que desfrutam do auxílio-moradia com recursos públicos, ou do público – ou seja, do brasileiro e da brasileira –, e a grande massa da população brasileira, que sequer tem onde se abrigar.

    Pasmem, brasileiros e brasileiros! Pasmem, Senadores que eu tenho orgulho de citar aqui, como Izalci Lucas, Alvaro Dias, Paulo Paim e Confúcio Moura. E, chegando aqui, aquele que mora no mesmo flat em que eu moro e que também paga R$2,2 mil, o cearense Eduardo Girão, que também recusou auxílio-moradia.

    E é bom o flat, não é? É ótimo! O Girão está aqui. Ele chegou agora aqui – eu falei.

    Então, pasmem com o valor dos órgãos da Administração Pública deste Brasil, no âmbito federal. Ontem eu falei do Legislativo; hoje estou falando do Executivo.

    Eles vão gastar agora, em 2019, de acordo com a previsão orçamentária, R$933,493 milhões, quase R$1 bilhão, Senador Alvaro todos os Dias. Arredondando, repito, R$1 bilhão com auxílio-moradia no Poder Federal! Agora me dirijo ao Executivo. Ontem falei do Legislativo. Semana passada falei da Suprema Corte.

    Estou entrando em vespeiro, em caixas-pretas da máquina pública, do dinheiro do público, para mim o maior câncer deste País, porque, corrigindo isto, repito, não seria necessária a reforma da previdência. A gente estaria aqui discutindo, e discutindo rapidamente, urgentemente, a reforma tributária, a reforma política, a reforma do Estado, o endividamento dos Estados, assuntos, para mim, prioritários. Mas da gastança, da "farra do boi" com o dinheiro público, parece que ninguém quer falar.

    Nesse pacote estão o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, sem revanchismo, porém sem medo. Quem não deve não Temer. Ponto final.

    Eu não quero fazer julgamento de valor, mas apenas vou enumerar alguns órgãos com os valores orçados para o auxílio-moradia, por ordem decrescente de valor.

    Ministério das Relações Exteriores, R$292 milhões, quase 30% do total; Justiça do Trabalho, R$192 milhões. Auxílio-moradia; só isso. Auxílio-moradia. Não estou aqui entrando em outras feridas. Na semana que vem, entrarei.

    Justiça Federal, R$108 milhões. Repito: só estou apresentando aqui gastos do dinheiro do público com auxílio-moradia, Girão. E nós dois moramos num flat, que pagamos do nosso bolso, R$2,2 mil, um flat, para mim, milionário. Milionário.

    Ministério Público da União, R$119 milhões; Justiça do Distrito Federal, que tanto tem orgulho do nosso Presidente Izalci Lucas. Só que o Presidente não sabe. Justiça do Distrito Federal e Territórios, com auxílio-moradia: R$19 milhões.

    Câmara dos Deputados, R$9,8 milhões; Ministério da Educação, R$9,4 milhões; Ministério da Segurança (incorporado pelo Ministério da Justiça), R$8,9 milhões; Presidência da República. Auxílio-moradia. Qual é o custo? Qual é o gasto do dinheiro público? R$8,5 milhões.

    Ministério do Planejamento (absorvido pelo Ministério da Fazenda), R$4,5 milhões; Ministério dos Transportes, R$3,4 milhões. Somente auxílio-moradia.

    Essa é a minha ferida hoje. Essa é a minha caixa-preta de hoje. Semana que vem eu venho com outras, dos governadores, dos prefeitos, dos vereadores, em todo o País.

    Superior Tribunal de Justiça, R$2,8 milhões; Ministério de Minas e Energia, R$2,6 milhões; Ministério da Saúde, R$2,5 milhões; Ministério da Fazenda, R$2,3 milhões; Justiça Militar da União, R$2,3 milhões; Ministério da Ciência e Tecnologia, R$2,1 milhões; Tribunal de Contas da União, R$1,7 milhões; Ministério da Cultura (absorvido pelo Ministério da Cidadania), R$1,6 milhões; Ministério dos Direitos Humanos (pasta que uniu Família e também Mulher), R$1,5 milhão; Ministério da Integração Nacional, R$1,5 milhão; Senado Federal, R$1,3 milhão.

     Os números falam por si só, embora imagine eu que parte das despesas seja justificável. Sou justo, sou isento.

    O que, a meu ver, agrava esse quadro é que os beneficiários são justamente as pessoas que percebem, que recebem os maiores salários, brasileiros e brasileiras. Ou seja, é a máquina pública, Paim, Confúcio, Alvaro, Girão, Izalci, e nossos únicos patrões, os brasileiros, alimentando a nossa desigualdade social. Depois discordem de mim ou concordem comigo, daquela forma sábia que nós aqui sabemos fazer. Para discordar, você não precisa desqualificar ninguém. Basta discordar. Voltaire: Você tem o direito de dizer tudo o que você quiser, e eu vou lhe defender até a morte, mesmo que discorde do que você vai dizer. Voltaire. Francês.

    Então, convido a todos e a todas a uma reflexão sobre o assunto – e outros, que pretendo trazer aqui, na tribuna, na mesma linha, em pronunciamentos próximos.

    Temos de repensar a estrutura do Poder Público neste País, se assim queremos liberar recursos para os investimentos de que o Brasil precisa para promover o seu desenvolvimento.

    Eu assim concluo...

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – Eu peço aparte a V. Exa.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Claro, evidentemente. Eu já esperava, até para terminar com chave de ouro esse meu pronunciamento, Senador Alvaro todos os Dias, do Paraná.

    Mas, só para terminar, Senador – permita-me, Presidente: a semana que vem, eu vou trazer aqui um pronunciamento de que o gaúcho Paulo Paim vai ficar orgulhoso, que eu passei para o meu conselheiro político, voluntário, gaúcho, como V. Exa., Pedro Simon. Passei para a Heloísa Helena hoje, e o Cristovam Buarque está em Oxford, viajando com sua esposa – na semana que vem eu vou passar para ele.

    Eu vou trazer aqui a verdade sobre o nióbio, que, cá entre nós, tem muito Parlamentar que nem sabe o que é nióbio, o que representa a riqueza do nióbio.

    Então, só para concluir: na semana que vem, eu vou dizer ao Presidente da República... E eu repito: eu gosto dele de verdade, sinceramente. Torço por ele. E ele sabe disso, pela última conversa nossa por telefone. Vou dizer: "Presidente Jair Bolsonaro, o senhor quer pagar a dívida do Brasil? Então, leia esse meu pronunciamento. Eu vou falar sobre o nióbio. O dinheiro. Os trilhões de reais que o Brasil poderia ter, se ele respeitasse essa riqueza chamada nióbio.

    No meu Estado de Goiás, na cidade de Catalão, 3% do nióbio lá, 3%, Senador Girão, são suficientes para bancar toda a educação do Canadá! Imagina o nióbio de Minas Gerais, que é o Estado possuidor, em primeiro lugar, dessa nossa riqueza.

    Com prazer, aparte ao Senador Alvaro Dias, ou Alvaro todos os Dias, do Paraná.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – Muito obrigado, Senador Kajuru.

    Primeiramente, quero dizer da alegria de vê-lo na tribuna do Senado Federal. Certamente, para muitos, a sua eleição foi uma surpresa. Para mim, não, porque eu já conhecia o seu desempenho no Estado de Goiás. Tanto é, que insisti muito para que V. Exa. disputasse a eleição pelo meu partido, o Podemos.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – A gente se falava muito por telefone, não é?

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – E, mesmo depois de eleito, insisti muito para que V. Exa. viesse cerrar fileiras conosco, juntamente com o Senador Eduardo Girão, no nosso partido, o Podemos.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Só não fui, porque o Carlos Siqueira, do PSB, me chamou primeiro. Aí, é questão de palavra. Palavra dada, você vira escravo.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – Exato.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Senão, com o maior prazer, eu faria parte de seu Partido.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – O importante é destacar que V. Exa. valoriza esta Casa, pela coragem, pelo preparo e, certamente, pela responsabilidade.

    O fato de ser pontual, de estar todos os dias, isso reflete o temperamento, o comportamento, a atitude, o respeito à sociedade brasileira. Por isso, a presença de V. Exa., polêmico como é, certamente valoriza este Parlamento. E o Parlamento sem polêmica não contribui para o exercício democrático e para o aprimoramento do sistema democrático no nosso País.

    Em relação ao tema abordado, somente os corajosos como V. Exa. colocam o dedo na ferida dessa forma. E é necessário fazê-lo.

    Durante a minha modesta campanha eleitoral, eu preguei a refundação da República...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu lembro.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – ... exatamente por não me conformar com esse divórcio que existe entre o Estado e a sociedade – um Estado de privilegiados e uma sociedade de maltratados. E V. Exa. vem exatamente desenhar a realidade brasileira, com palavras simples, mas duras, contundentes e, certamente, palavras que refletem a realidade vivida pelo nosso País, de incríveis distorções. E eu pretendo abordar isso, logo em seguida, da tribuna do Senado Federal.

    A exemplo do que faz V. Exa., eu também não recebo o auxílio-moradia e...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu sei. Eu sei disso.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – ... moro num flat. Não vou dar o endereço, mas moro...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu dou. Eu dou até o meu telefone: 062 99900-9444. (Risos.)

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – Há muitos anos eu dispenso também o auxílio-moradia. Não que isso signifique a salvação do País, essa economia pessoal, mas é o exemplo. Nós só temos autoridade para pregar os fins dos privilégios se nós abrimos mão dos nossos privilégios.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Sim, claro.

    O Sr. Alvaro Dias (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR) – Senão, não teremos autoridade.

    Por isso, eu cumprimento V. Exa., que fala e faz; que prega o fim dos privilégios, mas abre mão dos seus privilégios.

    Os meus cumprimentos.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Muito obrigado, Senador Alvaro Dias. É um troféu ouvir isso de V. Exa. E tenha certeza...

    Eu cheguei a esta Casa – e eu falava isso para o Senador Paulo Paim, falava isso para o Senador Esperidião Amin... Tenha certeza de que eu vivi esses momentos.

    Antes de chegar aqui, depois de eleito, eu passei horas e horas, porque durmo muito pouco... Eu durmo com Rivotril. São 25 gotas de Rivotril. É terrível! Diabético, não é? Eu durmo duas horas por dia, duas horas e meia. É por isso que chego aqui dez para as 7 da manhã. Não é porque eu sou melhor do que ninguém, não. É porque eu vou ficar em casa fazendo o quê? Eu não durmo. Então, eu venho para cá, para o gabinete. Eu venho aqui sábado, às vezes, domingo...

    Aliás, a menina da portaria, aqui, se chama Lucileide. Uma loirinha. Bonita, elegante... Ela brincou comigo: "Sr. Kajuru, o senhor chega dez para as 7 da manhã aqui. O senhor virá também sábado aqui, domingo? Eu falei assim: De vez em quando, sim. Ela falou: "Então eu vou chamar a Papuda para prendê-lo". E eu gravei o vídeo e botei nas redes sociais, porque o meu companheiro, o meu assessor, estava filmando, não é? Porque eu não tenho nada para fazer em casa, não é? A minha mulher é jornalista, mora no Rio, vem para cá de vez em quando...

    Então, eu venho para cá, venho ficar aqui no meu gabinete, vou trabalhar, vou produzir e tal.

    Mas eu vi muitos vídeos de V. Exa. Falei para o Paim. Cansei de ver vídeos, pronunciamentos do Paim, até para me preparar, para falar de educação, para falar de reforma da previdência...

    Vejo todos os pronunciamentos do Senador Confúcio, do Senador Girão, que é uma surpresa agradabilíssima. O Brasil inteiro, nas minhas redes sociais, faz elogios a ele quando ele pede aparte a mim e fala ou quando sobe à tribuna. Ex-Presidente do Fortaleza... Dirigente de futebol que não é corrupto, hein? O que é raro, hein? Nós, que vamos tratar da CPI do esporte – Alvaro, Romário, Leila, eu e quem mais quiser participar... O Girão também vai. Vamos fazer uma CPI do esporte, aqui, para valer!

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Para concluir, não é aquela do Romero Jucá. Desculpe: Romero Jucá, não! Me ajuda aí!

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Senador Kajuru, um aparte de um minuto, se possível.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Claro, claro.

    Só para concluir, obrigado, Senador Alvaro. É o mínimo que a gente deve fazer, é o mínimo na minha opinião, é a nossa obrigação e o nosso dever chegar aqui e falar de nós mesmos. Ou seja, cortarmos na nossa própria carne e darmos exemplo ao Brasil, que está cansado da classe política por isso.

    Quando eu falo de privilégios, só rapidinho, eu não sou demagogo. O Senador que mora em Fortaleza, que mora em Teresina, que mora em Salvador, que mora em Aracaju, esse Senador tem direito a passagem aérea, ué. Concorda Senador Presidente Izalci Lucas?

    A população não pode criticar esse benefício, isso não é privilégio. Ele vai pagar do bolso dele? Se ele pagar toda semana passagem aérea do bolso dele, ele não vai receber nada. Ele é um empregado público, se ele faz jus ao seu mandato ele tem que receber o seu salário. Se é alto é outra discussão. Agora, ele pagar a passagem aérea do bolso dele aí, não.

    Então, há benefícios, para mim, que são justificáveis. Agora, há alguns aqui, como estou apresentando, que para mim são criminosos.

    Com prazer raríssimo, gaúcho Paulo Paim.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Senador Kajuru, eu quero só cumprimentar V. Exa., não vou exagerar no tempo, quero ficar em um minuto no máximo – o Presidente Izalci já me deu quase 40 minutos na tribuna.

    Mas quero só dizer a V. Exa. que eu fico contente com a sua fala e pego um termo que V. Exa. usou. Ninguém aqui está julgando ninguém, não. V. Exa. está relatando os fatos. Mas sabe por que é boa a fala que o senhor faz, trazendo à luz essas questões? Porque os fake news gostam de mentir; Fake news, para mim, são símbolo de mentira. São pessoas covardes, que não assumem as suas posições e mentem.

    Então, baseado na sua fala, é só entrar no Portal da Transparência...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Estão lá os números.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu me obrigo a dizer aqui – e o Alvaro também disse, o Girão também disse, V. Exa. também disse – que eu não recebo esse bendito auxílio-moradia; auxílio-mudança, que deu dois salários...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu moro em Goiânia.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... para o Senador que se elegeu...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu trouxe duas malas para cá, por que eu vou receber R$34 mil de auxílio-mudança?

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – No caso de quem se elegeu, que foi o meu caso, eu teria direito a dois salários, cada um de R$33 mil – isso dava quase R$70 mil.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Isso.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Eu digo: como é que eu vou explicar se eu já estou aqui; que mudança é essa que eu vou fazer?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu vi o seu nome lá, o senhor não aceitou. E outros... O Amin não aceitou, o Alvaro não aceitou, o Girão não aceitou.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Mas também quem tem que fazer mudança... Bom, é outro problema, eu não estou julgando ninguém...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu também não.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Como quem recebe...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Cada um é responsável por si.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Como quem recebe o auxílio por seus motivos. Não estou julgando ninguém.

    Eu não moro também em apartamento, eu moro lá no meio do mato...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Aliás, o senhor faz o seu próprio café e o senhor faz o seu próprio jantar.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – E gostam de dizer que eu moro no Lago Sul. Eu moro a... De lá da minha casa até aqui dá mais ou menos cinquenta minutos, quase uma hora – em tráfico grande chega a dar duas horas.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Acorda às seis, faz uma vitamina...

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Seis horas, exatamente.

    Mas eu me obrigo a dizer isso por causa das fake news, senão eu não precisaria dizer. Tem dúvida? Entre no Portal da Transparência do Senado. Só isso.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Pergunte à Dona IIana, Diretora do Senado, ela recebeu o meu ofício.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Claro, ligue para lá.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu abri mão de todos os privilégios. Eu só gasto a verba indenizatória por causa de escritório que eu tenho que ter lá em Goiás.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Muito bem.

    Parabéns a V. Exa. mais uma vez!

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Que é isso? Pelo amor de Deus!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Senador Kajuru, V. Exa. me permite um aparte?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – O aparte do Paulo Paim...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – A gente já fica...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – ... é sempre para aumentar a minha audiência nas redes sociais. (Risos.)

    E o do Senador Girão, agora, vai aumentar ainda mais. O do Alvaro já aumentou. A essa hora deve estar chegando...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Pois é.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – ... à casa dos bilhões de acessos. Obrigado, Brasil!

    Sim, Eduardo Girão do Ceará, ex-presidente do Fortaleza, raro dirigente de futebol que não roubou.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Querido Senador Kajuru, a ferida em que V. Exa. está colocando o dedo é algo que está tirando o meu sono nos últimos dias. Hoje mesmo estava conversando com a minha esposa sobre isso.

    Há algum tempo eu tenho preparado um material – e a gente tem que ter muita cautela para não cometer injustiças... Como bem colocou o Senador Paulo Paim, não se trata de julgamento de ninguém, mas a gente vive um momento – e eu sou chato quando me refiro aqui, várias vezes, colocando que nós precisamos... O papel dos novos Senadores, dos novos Deputados é aproximar desta Casa, do Congresso Nacional a população.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Claro!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Eu não me canso de dizer, Senador Kajuru, que nós temos uma oportunidade de ouro, porque nunca, pelo menos desde que eu me entendo por gente, nunca tivemos tanta credibilidade. A população está acreditando nesta Casa. Começou com a quebra do continuísmo que vinha aqui, com a eleição do Davi, e renovaram-se as esperanças de mudança.

    O que eu vou colocar neste aparte breve.... Aliás, eu peço a generosidade do meu querido irmão, o nosso Presidente hoje aqui, o Senador Izalci, de me conceder um pouco mais de tempo. Eu não vou fazer pronunciamento hoje, mas eu queria tocar nesse tema. Inclusive, eu vim correndo. Quando eu vi que V. Exa. estava tratando desse assunto, eu, que estava com reuniões no gabinete, disse: "Não; eu vou lá porque eu gostaria também de falar sobre isso".

    E isso porque, hoje, eu amanheci com alguns dados que estou preparando para fazer um pronunciamento maior, com mais riqueza de detalhes, e eu gostaria também não propriamente de colocar o dedo em ferida, mas de dar um aperitivo aqui para V. Exa. sobre assuntos que nós – o Senador Paim, Alvaro, Confúcio, Izalci e muitos outros...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Claro! Muitos outros estão nos seus Estados trabalhando para os seus eleitores.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Porque percebemos que esses que estão trabalhando agora, muitos outros colegas, têm esse sentimento de que nós precisamos cortar na própria carne. Eu acho que esse é o sentimento predominante aqui, pelo que eu conversei com os colegas.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Ou fazemos isso, ou estaremos desmoralizados.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Porque a gente não vai ter legitimidade...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Isso!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... para falar na importante reforma da previdência, que a gente não pode deixar para depois. O Brasil precisa dessa reforma, mas a gente precisa fazer uma reforma também aqui no Senado Federal.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Claro.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – O Senado Federal consome – estou falando da nossa Casa, não vou falar hoje de outros Poderes, estou falando da nossa Casa...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu falei hoje do Executivo. Na semana que vem, eu vou falar das Câmaras de Vereadores, de Governadores, de prefeituras... Vamos falar de todos, vamos abrir todas as caixas-pretas.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Pronto! Abrir todas as caixas-pretas.

    Então, o senhor falou no auxílio moradia, a que muitos de nós renunciamos – muitos outros colegas que não estão aqui também renunciaram. Está lá no Portal da Transparência....

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – É só entrar lá.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Tem também algo que eu considero que pode até ser legal, mas não é moral, que é um plano de saúde vitalício...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Este eu recusei e registrei em cartório, assim como a aposentadoria.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Vitalício! Ou seja, você pode ir em hospitais do Brasil inteiro e você apresenta, paga e vem o ressarcimento. Coisas assim que não são morais...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Revoltam o País.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Revoltam com razão.

    Então são passos que nós precisamos dar, e eu digo a V. Exa. que eu fico feliz porque o Presidente Davi, que entrou agora, está tomando pé da situação. Mas ele é muito sensível, tive a oportunidade de conversar com ele, e ele é muito sensível a corte nos custos. Ele vê que precisa fazer isso. O Orçamento do Senado é de R$4,5 bi, não é isso?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – E eu falei ontem.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – São R$4,5 bilhões. Não são milhões, não.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu apresentei tudo isso ontem, aqui.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Pronto. Mas eu vou dar um dado...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu falei do Senado e da Câmara.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... eu vou dar um aperitivo, depois a gente se aprofunda, para que a população entenda. Nós sabemos aqui... Eu estou chegando agora, não sabia disto: quando você junta três Senadores de um mesmo partido, você faz uma Liderança, e você já tem direito a uma outra estrutura que os Senadores já têm no seu gabinete. Ou seja, nós temos condições de contratar os melhores técnicos dentro da verba que nós temos, que não é pequena.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – E pagá-los bem, desde que sejam bons.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Pagá-los bem, desde que sejam bons. Mas, quando você junta três do mesmo partido, forma-se uma Liderança, e você já tem uma verba suplementar – se eu tiver equivocado V. Exa. me corrija, Senador Alvaro – que já dá, a partir de três, um outro gabinete.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Exatamente.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Correto, Senador Paulo Paim?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – É isso aí.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Já dá uma outra estrutura de um outro gabinete.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – O Senador Confúcio também está aqui.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Confúcio, desculpe-me, Senador da Educação que está aqui substituindo...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Senador de uma nota só.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Senador de uma nota só, que não é... Isso é modéstia dele, não é...

    Mas ele tem uma missão interessante que é preencher um importante legado deixado pelo Senador Cristovam. E ele está se empenhando, está mergulhando nessa questão.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – E o Cristovam está comigo agora, no meu gabinete.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – E o Cristovam é o seu assessor voluntário, assim como a Heloísa Helena, um outro nome brilhante.

    Mas voltando, para encerrar – viu Presidente, desculpe-me por me alongar um pouco –, já dá uma outra estrutura. Você juntando três, já dá uma outra estrutura para você poder contratar – até! – mais 50 funcionários. Quando você junta três...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – O que eu acho um absurdo.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Que é um absurdo.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – A metade é suficiente.

    Eu tenho a metade, juntando Goiânia, o escritório, com Brasília...

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Eu também adotei essa linha, da metade.

    Mas deixe eu colocar uma coisa para fechar...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Você precisa, para fazer um bom mandato, ter uma boa equipe, uma grande equipe, mas não 50 na minha opinião.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Exatamente.

    Mas existe um outro detalhe interessante. Juntou três, fez uma Liderança, ganha uma outra estrutura. Quando você junta um bloco de nove, você ganha uma outra estrutura...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Sabe quantos reais por mês? O brasileiro não sabe disso.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – É.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – São R$250 mil por mês quando se junta nove para um bloco.

    Eu tive a oportunidade de ir ao 22º andar: trata-se do bloco que os Senadores do PSDB, do PSL e do Podemos me honraram para eu liderar. Eu fui conhecer na sexta-feira da semana passada, e eu disse: "Poxa, eu vou despachar aqui também" – quando eu entro, eu não entro pela metade; eu gosto de estar mergulhado. Aí, quando eu vi, rapaz, a sala é...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Uma quadra de futebol.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Não. Muito pelo contrário.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Menor?

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Não. Nela não cabe...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu não sabia.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Nela não cabe 20% das pessoas que a estrutura demanda, de R$250 mil.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Essa é do bloco que V. Exa. fala?

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – No bloco.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Pensei que era do gabinete.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Vizinho lá, no mesmo andar do Senador Paulo Paim, há a sala da Liderança do nosso bloco, em que não cabe absolutamente essa estrutura.

    Então, graças à sensibilidade dos Parlamentares do nosso bloco, nós conversamos, tivemos a oportunidade de conversar com os partidos, e nós estamos fazendo um enxugamento...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Parabéns!

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... na parte que nos cabe.

    E eu acredito que nós precisamos mergulhar em mais custos do Senado Federal. Eu tenho recebido no gabinete alguns funcionários da Casa que estão preocupados...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... porque a imagem que se passa para o País...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – É péssima.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... ultimamente, nos últimos anos, é uma imagem que degrada os bons profissionais, que são a maioria.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Imagem de farra do boi.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... que trabalham e tudo.

    Então, a gente precisa realmente encarar...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Separar o joio do trigo.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – ... precisa efetivar.

    Eu parabenizo V. Exa. pela coragem de sempre estar – não é de hoje, mas desde o primeiro dia – se posicionando com coerência, abrindo as vísceras dos Poderes, tanto do Executivo como do Legislativo e do Judiciário, porque chegou a hora de passar o Brasil a limpo. E a gente está inspirado por uma limpeza que está acontecendo, que é a jato, que é a Lava Jato.

    Então, parabéns pelo seu trabalho! Que Deus abençoe o senhor e proteja a sua família!

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – A nós.

    O Sr. Confúcio Moura (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – Sr. Presidente...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Confúcio Moura (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – Kajuru, só um breve aparte, bem rapidinho.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Senador Confúcio, só rapidinho.

    Girão, olhe para a direita lá. Veja se a Carol, minha assessora, brilhante, das melhores aqui, está ali. Está ali a Carol? Pergunte a ela, que saiu pelo corredor comigo e falou: "Este Senador Girão é uma enorme surpresa aqui. Eu gosto dele". Só isso para dizer para você.

    Senador Confúcio, por favor.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - CE) – Muito obrigado.

    O Sr. Confúcio Moura (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – Senador Kajuru, o seu discurso é oportuno. Vem numa hora boa.

    Eu estive na Cidade do México há alguns anos, e, lá, há Avenida dos Insurgentes...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Sim.

    O Sr. Confúcio Moura (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – ... em homenagem aos insurgentes mexicanos que buscaram lá a liberdade, a democracia, a independência. E o senhor faz aqui um discurso insurgente também, um discurso que busca quebrar velhos hábitos, velhos costumes, muito parecidos com os velhos costumes que a gente critica tanto da Velha República, do Império, e que até hoje contaminam o momento atual. Assim como o médico disseca as peças em uma cirurgia ou como os estudantes fazem com um cadáver, o senhor disseca a verdade dos nervos da República.

    Então, parabéns para o senhor! É muito educativo. O senhor, que trabalha com redes sociais, com estatística, pode observar os dados dos seus discursos. A vigilância da população absorve as suas palavras de uma maneira muito boa. E não pense V. Exa. que suas palavras são em vão, não. Elas estão no universo, elas estão cobrindo o Brasil. Elas estão aí e vão ficar armazenadas nos pensamentos e nos corações do povo brasileiro.

(Soa a campainha.)

    O Sr. Confúcio Moura (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – Sua palavra é abençoada.

    Parabéns para o senhor!

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu fico muito feliz e orgulhoso, porque eu o admiro gratuitamente. Não o conhecia pessoalmente, Senador Confúcio Moura, de Rondônia. Toda vez que o senhor sobe à tribuna, eu fico prestando atenção aqui ou no meu gabinete. Agora eu tenho que sair para ir ao meu gabinete, porque um jornalista do UOL, da Folha de S.Paulo, está me esperando lá para uma entrevista. Mas de lá eu vou ficar vendo, porque eu sei que o senhor vai fazer uso da tribuna. O senhor é um ser humano que tem preocupação e brinca que é um Senador de uma nota só, porque fala de educação. Para mim, educação é prioridade. O resto é perfumaria, o resto a gente consegue resolver, Girão, Presidente Izalci. Então, um Parlamentar assim é realmente muito importante.

    Que alegria saber que também já está aqui no Plenário alguém de quem eu gosto de graça e que é do Rio Grande do Norte e é forte.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Presidente, ele é forte, e eu tenho medo dele. Ele chega até mim assim, e eu morro de medo dele. Olha o tamanho do homem! É o capitão, Senador Styvenson Valentim. Como eu não enxergo, o nosso querido amigo da assessoria da Mesa falou: "Ele está aqui, Kajuru". Esse é também outro exemplo. O Brasil precisa saber que ele é diferente. A Polícia Federal também não vai à casa dele às seis e meia da manhã, não.

    O Sr. Styvenson Valentim (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - RN) – Amigo, eu durmo tranquilo e acordo melhor ainda. Isso aí não tem problema, não. Isso aí nunca vai acontecer.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Exato.

    O Sr. Styvenson Valentim (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - RN) – Nunca!

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu sei disso. Eu gosto muito de ti – tem certeza disso. Eu te admiro.

    Só para concluir, rapidamente, Presidente. Permita-me 30 segundos.

    O Girão falou em algo impressionante. A questão da verba indenizatória que a gente tem e que somos obrigados a ter – um escritório no nosso Estado é obrigação nossa...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – No caso do Presidente Izalci, não, porque ele mora aqui em Brasília; mas o Alvaro tem que ter, no Paraná; o Girão, no Ceará; o Styvenson, no Rio Grande do Norte; o Confúcio, em Rondônia; e assim por diante. Então, a gente tem que ter um escritório na nossa capital – no meu caso, em Goiânia. Está lá o meu escritório. O que eu fiz? Eu vou gastar a verba indenizatória só para pagar aluguel, água, luz e energia; aliás, água, luz e IPTU. Só! Por quê? Porque eu fiz um escritório compartilhado, Girão. Então, lá está o escritório do Senador Kajuru, do Deputado Federal Elias Vaz e do Deputado Estadual Alysson Lima. Juntando nós três, a economia é brutal, concorda? Então, é um escritório compartilhado. Essa é uma sugestão que eu faço para outros colegas aqui.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Só para encerrar, Presidente Izalci Lucas, semana que vem eu vou contar, e vou dar nome. O Senador Alvaro Dias vai ficar surpreso. Dois Governadores tucanos, em seus palácios... Eu, se fosse Governador ou Presidente, transformaria o palácio em museu, em teatro. Eu ia morar na minha casa. Para que ter palácio? Isso é uma bobagem. Palácio? Você está brincando comigo, com aquela mordomia toda! Dois Governadores tucanos... Tucanos, Alvaro todos os Dias!... Eu vou contar aqui e vou provar semana que vem. Colocaram em seus palácios uma adega de vinhos. Valor... E os dois são amigos e são sócios. Você deve estar imaginando quem são. Um foi Governador de Minas; o outro foi Governador de Goiás. Um começa com a letra "a"...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – ... o outro começa com a letra "m". Quatro milhões e trezentos mil reais do dinheiro do público eles pagaram para terem uma adega de vinhos, em que o vinho mais barato custa R$12,6 mil.

    Agradecidíssimo.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Bem, é normal na segunda e na sexta-feira extrapolarmos um pouco o tempo.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu lhe agradeço, Presidente Izalci Lucas, de novo.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Mas é muito importante para o debate. Eu, na Câmara, sempre, na segunda e na sexta, quando podíamos abrir, sempre aproveitava esse tempo para esclarecer a população, para evitar exatamente fake news. Então, eu parabenizo o nosso Senador Jorge Kajuru, mas gostaria de ousar, Kajuru, de contribuir com esses dados, porque a gente não pode, de certa forma, generalizar. Nós temos que ser mais específicos nos dados. Eu, como contador, fico preocupado com alguns dados. Quando você fala no auxílio-moradia, é importante as pessoas saberem, por exemplo, que quem mora em Brasília não o tem. Nós também não temos direito a passagens, mas as pessoas não sabem desses detalhes.

    Quando V. Exa. fala dos números dos ministérios, eu gostaria de lembrar um caso só para não cometer injustiça. Nas Forças Armadas, por exemplo, eles são obrigados a se mudarem de dois em dois anos. O último reajuste da tabela de mudança, da indenização de transporte, foi em 1994 – há quase 20 anos não se reajusta. Antigamente, eles brigavam para se mudarem. Hoje em dia, eles pagam do bolso e são obrigados a se mudarem.

    Então, esses dados são importantíssimos, mas seria muito mais didático se a gente colocasse o valor, quantas pessoas são beneficiadas e o porquê desse valor, para a gente poder ter um esclarecimento melhor, senão você acaba confundindo ainda mais a população.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Tem toda a razão.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Como na sexta e na segunda o objetivo também é esse, parabenizo V. Exa., mas, como contador, faço esse apelo, para que a gente não cometa injustiças com determinados segmentos. Nós temos, por exemplo, o Judiciário, que tem uma carreira nacional. Gostaríamos muito que a educação e a saúde também tivessem. Então, eles são obrigados a se mudarem.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Tem razão. Tem que saber separar, não é?

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Então, cada um tem um motivo diferente. Então, parabenizo a todos pelas ponderações.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Obrigado, Presidente.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Mas é muito importante realmente que a população conheça... E é o que o nosso Senador Girão disse: "Com relação a qualquer proposta de mudança, como essa da previdência, a gente tem que dar o exemplo, não no discurso, mas como V. Exas. estão fazendo".

    Então, parabenizo V. Exas. e, sem me alongar muito, já passo imediatamente ao nosso grande Líder...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Só para dizer que eu aceito o seu conselho e assim agirei daqui para frente em próximos números.

    E quero só dizer, por fineza, desculpem-me. Eu vou lá agora. E, se alguém duvidar, vá lá: está lá o jornalista da Folha de S. Paulo e do UOL, que quer fazer uma entrevista comigo.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - DF) – Aguardo V. Exa., até para presidir, porque eu também vou falar mais tarde.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – Eu volto para cá!

    E de lá eu quero ouvir agora o pronunciamento do Senador, símbolo desta Casa, Alvaro todos os Dias.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/02/2019 - Página 17