Pela Liderança durante a 16ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Observações a propósito da política internacional adotada pelo atual Governo brasileiro.

Autor
Eliziane Gama (PPS - CIDADANIA/MA)
Nome completo: Eliziane Pereira Gama Melo
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Observações a propósito da política internacional adotada pelo atual Governo brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 28/02/2019 - Página 42
Assunto
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Indexação
  • COMENTARIO, POLITICA INTERNACIONAL, GOVERNO, BRASIL, ENFASE, QUESTIONAMENTO, POLITICA, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DONALD TRUMP, PRESIDENTE, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), REFERENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA.

    A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/PPS - MA. Pela Liderança.) – Presidente, inicialmente os meus cumprimentos ao senhor e a todos os colegas Senadores e Senadoras aqui.

    Presidente, fazendo assim uma avaliação do que a gente tem vivido nos últimos dias, sobretudo de declarações, vem a nós, mais uma vez, uma constatação que é real: na política, acontecem muitas coisas estranhas; e, na política internacional, essas coisas estranhas acabam tendo um peso muito maior. E, aí, eu queria fazer aqui alguns pontos.

    Nós tivemos uma fala do Presidente americano Trump, no Vietnã, que teceu grandes elogios aí ao ditador da Coreia do Norte, Kim, chamando-o de o grande líder e dizendo que teria um grande futuro, um futuro tremendo.

    Tivemos também uma declaração, no Brasil, do Presidente Jair Bolsonaro, que também teceu elogios ao ditador Alfredo Stroessner, do Paraguai, que, durante 35 anos, matou, assassinou, com extorsão e tudo o mais, os seus opositores, e que, inclusive, acolheu o nazista Joseph Mengele, o que é, aliás, considerado um escárnio ao povo judeu.

    Nós tivemos agora, na quarta-feira, o chanceler venezuelano participando da Comissão de Direitos Humanos da ONU, e ele fez uma proposta de diálogo, para que o Trump e o Maduro pudessem se sentar, para encontrar uma alternativa para o que nós estamos acompanhando e vivenciando na Venezuela.

    Logo após a sua intervenção, os representantes de 60 países ali presentes se retiraram, como um ato de protesto a uma proposta de diálogo apresentada pelo chanceler venezuelano.

    Eu quero fazer aqui um destaque.

    O Kim, o Stroessner e o Maduro são igualmente ditadores. Vem a nós, portanto, um questionamento: o que que está por trás dessa cortina de fumaça em relação ao Trump e ao Bolsonaro? Seria o quê? Quais os interesses? Do ponto de vista econômico, talvez a esquizofrenia de usurpar, de se safar ou de buscar, melhor dizendo, as riquezas econômicas ou, melhor dizendo, as riquezas naturais da Venezuela. Do ponto de vista político, talvez, pôr um fim, acabar com a esquerda, que morreria, acabaria definitivamente com a queda do Maduro.

    E, aí, nos fica, portanto, um outro entendimento – e eu quero deixar muito bem claro que nós, do PPS, apoiamos o Guaidó e entendemos que é necessário, inclusive, as ações que ele tem feito. Mas é muito bom também lembrar que ele é do Partido Voluntad Popular, que é filiado à Internacional Socialista. Muito bom, inclusive.

    Uma coisa que a gente vê, em meio a tudo isso, é surgir, na verdade, uma voz coerente, que é a voz do Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, que é taxativamente contrário a uma intervenção militar na Venezuela.

    Uma coisa é fato: ditador é ditador em qualquer lugar do mundo, e, ao agir a partir de conveniências ou interesses – sabem-se lá quais são –, a gente nunca sabe qual o retorno, qual a repercussão, qual o resultado que isso pode ter ao final de tudo.

    Portanto, que sejamos mais coerentes; que sejamos mais sensatos quando fizermos as nossas colocações e os nossos posicionamentos.

    Muito obrigada, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/02/2019 - Página 42