Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Insatisfação com as críticas direcionadas à visita do Presidente da República aos Estados Unidos.

Comentários sobre os acordos realizados pelo Presidente Jair Bolsonaro com o Presidente dos Estados Unidos.

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA INTERNACIONAL:
  • Insatisfação com as críticas direcionadas à visita do Presidente da República aos Estados Unidos.
CIENCIA E TECNOLOGIA:
  • Comentários sobre os acordos realizados pelo Presidente Jair Bolsonaro com o Presidente dos Estados Unidos.
Publicação
Publicação no DSF de 20/03/2019 - Página 38
Assuntos
Outros > POLITICA INTERNACIONAL
Outros > CIENCIA E TECNOLOGIA
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, CRITICA, DESTINAÇÃO, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, VIAGEM, PAIS, ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • COMENTARIO, ACORDO, GOVERNO, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), PERIODO, VISITA, ENFASE, CONCESSÃO, UTILIZAÇÃO, BASE, LANÇAMENTO AEROESPACIAL, ALCANTARA (MA).

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Para discursar.) – Sr. Presidente, eu ocupo hoje esta tribuna e quero dizer ao meu companheiro Wellington Fagundes, um companheiro e amigo que se posiciona sempre de uma forma correta e oportuna, que aqui está tratando de um tema que é tão importante para a nossa população, mostrando, inclusive, aqui a presença de uma pessoa que é beneficiada por esse programa, o que, obviamente, cria um alerta ao Governo em relação à importância desses atendimentos nessas áreas tão carentes do nosso País.

    Gostaria, Sr. Presidente, de aqui hoje me reportar à viagem do Presidente aos Estados Unidos. Fiquei, na verdade, observando ali sentado, no Plenário, a manifestação de alguns Srs. Senadores que obviamente, em tempos pretéritos recentes, na verdade vinham de Governos que praticamente mancharam, sim, a imagem deste País. E logicamente só encontram defeitos. Não encontram nenhuma situação de fato que é relevante para o momento que o País vive hoje, ou seja, as suas relações transnacionais, a interação entre o Presidente da República e os países desenvolvidos, como os Estados Unidos. E as críticas se multiplicam num largo estuário de lamentos, esquecendo-se de olharem para o passado, para os seus partidos, para as suas atitudes e para tudo aquilo que manchou de uma forma inapagável a vida da população brasileira.

    E eu vi aqui, até num momento mais uma vez de extrema inspiração dele, o Senador Lasier se referir à questão da Lava Jato com muita propriedade. Até porque os fatos que estamos vivendo hoje, minha gente, no País, são fruto única e exclusivamente do que aconteceu no passado. E isso é indefensável. Não fomos nós que criamos a Lava Jato. Portanto, eu gostaria de dizer que temos que dar, como eu disse outro dia, o benefício da dúvida. A população tem que dar, o Congresso tem que dar, a opinião pública tem que dar o benefício da dúvida às ações de um Governo que não completou ainda nem três meses.

    E aqui eu via ontem que o Presidente nos Estados Unidos assinou três acordos: o primeiro de salvaguarda tecnológica, que permitirá aos americanos usar a Base de Alcântara para o lançamento de satélites. E, ora, será que nós vamos ter uma situação numa localização extremamente privilegiada, praticamente na Linha do Equador, como é a localização de Alcântara, com lançamento de órbita baixa com um custo muito menor do que os lançamentos das bases de Baikonur, no Cazaquistão, ou de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos? Aquela base não pode ficar ad perpetuam ali contemplando uma localização lindíssima, como é Alcântara – quem a conhece sabe –, sem nada produzir para esse País. E aí, na vanguarda dos grandes lançamentos, estão Ucrânia, Rússia, Estados Unidos, China, etc.

    Acho que, por uma questão até de patriotismo, minha gente, a gente tem que dizer que o Planeta é uma integração de todos nós. E por que esse radicalismo? "Não, não queremos que os americanos venham lançar satélites aqui da nossa Base de Alcântara. Não queremos que a Ucrânia [como foi no passado impedindo os acordos bilaterais] venha fazer os seus lançamentos aqui". São milhões de dólares que o País captará com esses lançamentos utilizando essa base. É uma base física a de Alcântara – ou eles vão criar um país ali dentro de Alcântara por acaso?

    Então, as críticas são recorrentes, pequenas, miúdas, sem nenhum fundamento. E muitos fazem essa crítica que eu acho uma crítica inoportuna. Portanto, esse acordo de salvaguarda foi assinado e eu acho que nós deveríamos estar felizes. É um recurso para o País. Nós vamos também nós atrelar a esse... Até porque os satélites brasileiros hoje são lançados através de lançadores estrangeiros, sejam chineses, americanos, etc.

    Então, parabenizo.

    O segundo acordo é entre a Nasa e a Agência Espacial Brasileira para pesquisa. Eu vou me atrelar com quem? Com país pequeno? Com o Congo, com república não sei de onde? Ora, quem tem tecnologia para fazer esses lançamentos e essas pesquisas de alto nível são os países mais desenvolvidos tecnologicamente, e o Presidente, numa ação continuada, está realmente avançando.

    O terceiro acordo, na verdade, é uma carta de intenção firmada entre o Ministério do Meio Ambiente e a Agência de Desenvolvimento Internacional sobre a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

    Olha, minha gente, eu diria ao povo brasileiro que me ouve nesse momento que este radicalismo: "Porque a ocupação da Amazônia, a tomada do espaço amazônico, a Amazônia é o pulmão do mundo"... Que bom! A Amazônia pode ser o pulmão do mundo porque está no Território brasileiro. Nós temos mais de 50% do Território brasileiro, meu querido Senador Plínio Valério, do Amazonas, na Amazônia, com a sua abundante biodiversidade. Praticamente mais de 50% da biodiversidade necessária para a fabricação dos fármacos para a humanidade estão na Amazônia. E aí? Vai ficar lá ad perpetuam, sem a utilização, sem a pesquisa científica? Nós temos o CBA no Amazonas, em Manaus, que nunca foi implementado, por interesses externos, e agora compete ao Brasil fazer parcerias, sim! Claro que tem de fazer parcerias.

    Então, eu diria que temos que acompanhar esses acordos. Aí, sim, esta Casa, este cenáculo das discussões maiores do País, tem que realmente acompanhar e, obviamente, aprovar e divulgar aquilo que é bom para o nosso País. Não podemos ficar num gueto, circunscritos à ignorância e ao radicalismo de muitos. Eu acho que isso é um absurdo! Ei! A vida é um sopro de Deus, coisa tão rápida, passageira! Vemos aqui às vezes discussões acaloradas, que envergonham inclusive este Plenário, em troca de nada! Amanhã passa, e a população quer resultados, minha gente! A nossa população quer resultados, resultados que possam, na verdade, fortalecer a posição de um país que é a sétima ou oitava economia do Planeta. De 203 países no mundo, nós somos a sétima ou oitava economia do Planeta. Ponto final. Isso tem que ser reconhecido.

    "Ah, porque vai para os Estados Unidos elogiar os americanos." Eu vou elogiar quem? Junte-se aos bons que será um deles. É assim a lei da vida!

    Então, minha gente, eu fico acompanhando as manifestações dos meus pares, com respeito absoluto por cada um. Há aqueles inclusive bem mais experientes, aqueles bem mais letrados, aqueles que têm um discurso mais fluente, mais substancioso, mas a alma humana é igual para todos: para o simples, para o humilde ou para o letrado. E o que nós arrancamos das ruas, do clamor das ruas, é o emprego, a geração de emprego, a renda, o medicamento na hora certa; e isso depende exatamente dos grandes investimentos que venhamos a fazer neste País e desses grandes acordos internacionais.

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Lembro que esses acordos precisam ser ratificados, minha gente, pelo Congresso Nacional, e, com toda certeza, esta Casa irá apoiar as decisões tomadas pelo nosso Presidente, porque são decisões para melhorar a situação do nosso País.

    O Presidente Donald Trump declarou apoio dos Estados Unidos para entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), órgão que congrega 36 países em torno de políticas conjuntas. Entrar de vez na aliança conferiria maior credibilidade para o País perante os Governos e os investidores. Se, na verdade, nós participarmos da OCDE, é claro que vamos ficar mais fortalecidos.

    Eu diria, Sr. Presidente, que algumas questões... Aí, minha gente, eu vejo assim algum radicalismo, meu caro Presidente, quando alguns falam: "Não, porque o Presidente Bolsonaro foi se entregar aos americanos, ao Donald Trump".

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Ei! O Presidente tem sido cartesiano. Ele disse inclusive em letras garrafais que este ano, no segundo semestre, quer fazer uma viagem também à China. Estamos falando do Presidente de um país que conhece as suas idiossincrasias e que, num gesto, às vezes assusta aqueles que o temem, porque o temem por algum motivo, por algum temor, pelo seu estilo, pela sua forma, pela sua verve muitas vezes dura e não erudita, mas está representando, queiram ou não, a alma coletiva da população brasileira, e ponto final.

    Amanhã, outro Presidente vai ser eleito, e ele vem com outro discurso, como outros que passaram aí oito anos, depois mais oito anos, e envergonharam este País.

    Então, minha gente, nós temos lá a questão também que foi dita já pelos nossos Ministros, ratificada pelo nosso Presidente,...

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – ... a questão também da geração 5G, que está sendo desenvolvida pela China, e há resistência a ela por parte do Governo americano. O Brasil já disse, sim, que vai entrar na área da tecnologia 5G.

    Eu acompanho, tenho acompanhado essas manifestações, e, às vezes, Sr. Presidente, nós, de uma forma silenciosa, observamos, mas não poderíamos deixar de nos manifestar também, como cidadão, como representante de uma fatia da população brasileira também, que esse é o nosso sentimento.

    Não adiantam só as críticas. E as sugestões? Venham para cá trazer as sugestões! Infelizmente, há alguns que, de uma forma velada, vêm para cá agressivamente apontar o dedo para o Presidente sem apresentar soluções. Então não vale! Zero!

    Então, gostaríamos que isso aqui fosse realmente... Aqui é onde está o grande cardinalato.

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Aqui estão os cardeais da vida pública brasileira, os mais velhos, os mais experientes, os mais sábios, os que, às vezes, se acham os donos da razão, mas, no fundo, nós precisamos aqui é exatamente de unidade no essencial para que nós possamos, na verdade, alegrar a alma brasileira de quase 210 milhões de brasileiros que esperam muito de cada um de nós, da sua contribuição, do seu trabalho, do seu empenho e, acima de tudo, dos projetos que possam, efetivamente, melhorar a vida dos brasileiros. As discussões rasteiras não contribuem com nada.

    Então, eu gostaria de agradecer a V. Exa. pela paciência e dizer, na verdade, que vivemos um novo tempo neste País. Oxalá seja um tempo cada vez mais do bem, em que a esperança volte a morar no coração de cada um dos brasileiros.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Durante o discurso do Sr. Chico Rodrigues, o Sr. Paulo Paim deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Lasier Martins, 2º Vice-Presidente.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/03/2019 - Página 38