Discurso durante a 33ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão destinada à entrega do Diploma Bertha Lutz às agraciadas em sua 18ª Premiação.

Autor
Simone Tebet (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão destinada à entrega do Diploma Bertha Lutz às agraciadas em sua 18ª Premiação.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2019 - Página 37
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO, ENTREGA, DIPLOMA, BERTHA LUTZ, HOMENAGEM, RECONHECIMENTO, PESSOAS, CONTRIBUIÇÃO, DIREITOS, DEFESA, MULHER.

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para discursar.) – Eu gostaria de deixar claro a todos e a todas que esta homenagem in memoriam não é minha, é de todas as 12 Sras. Senadoras, eu fui apenas escolhida para entregar essa homenagem, um reconhecimento do Senado Federal a esta extraordinária mulher. Mais do que artista, como foi dito aqui, mãe, esposa, trabalhadora incansável, nasceu há um século, 1922. Entrou nos palcos com vinte e poucos anos de idade no colo de seus pais, também artistas. No momento, como dito aqui, numa época em que nós não tínhamos voz, ela usou a sua voz, a sua arte para gritar, para bradar contra toda a sorte de discriminação. Ela nos representava e ainda nos representa.

    Poderíamos dizer que este poderia ser o século de Bibi Ferreira se achássemos que ela nos deixou. Bibi Ferreira ainda vive porque ela é uma semente que foi plantada no coração e nas mentes de todas as mulheres brasileiras. O reconhecimento feito no Brasil e fora dele é mais do que justo.

    Eu encerro as minhas palavras, que são palavras da bancada feminina do Senado Federal, me lembrando, já que estamos aqui diante de um poeta – porque, mais do que jurista, Carlos Ayres Britto é um poeta –, Mário de Andrade: "Eu sou trezentos, sou trezentos e cinquenta".

    Acho que poucas pessoas podem se apossar desse trecho do poeta Mário de Andrade, porque Bibi Ferreira era 300, era 350, 350 mil sementes espalhadas hoje, repito, no coração e na mente de cada um e cada uma de nós. Não só a arte, mas a cultura brasileira não será a mesma. O Brasil não será o mesmo às mulheres brasileiras.

    Por isso que eu vou entregar também aqui uma carta que, de certa forma, foi escrita por todas nós, que se chama Manhãs de Sol. Eu não vou ler, mas é porque Manhãs de Sol foi a primeira peça que Bibi Ferreira estreou, aos vinte e poucos anos. E nós – só encerrando – dizemos assim: "Dizem que Bibi Ferreira nasceu e morreu no palco. Prefiro acreditar que ela vive e viverá enquanto viver o teatro brasileiro, porque as manhãs de sol nunca se extinguem completamente e renascem a cada novo dia".

    Muito obrigada a Bibi Ferreira, representando as mulheres brasileiras.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2019 - Página 37