Pela ordem durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a CPI de Brumadinho (MG).

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
MEIO AMBIENTE:
  • Comentários sobre a CPI de Brumadinho (MG).
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2019 - Página 41
Assunto
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • COMENTARIO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, ACIDENTE, BARRAGEM, BRUMADINHO (MG), CRITICA, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), CONCESSÃO, HABEAS CORPUS.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Pela ordem.) – Presidente, dois pontos rápidos aqui, para a Ordem do Dia.

    Um, a CPI de Brumadinho hoje viveu um dia muito triste, em uma reunião brilhantemente comandada pela Senadora Rose de Freitas, que, educada como é, se segurou para não apelar, até porque é mulher. Se fosse eu o Presidente, teria apelado, teria chutado o balde. É o seguinte: o Supremo Tribunal Federal começou a dar habeas corpus para as testemunhas que comparecem à nossa CPI, como aconteceu hoje,

    e aí sujeito responsável por aquele crime ambiental de Brumadinho, ele vai e não responde nada. Você pergunta, e ele fala "Excelência, permita-me ficar em silêncio", o tempo inteiro. Uma das mais importantes testemunhas, foi preso duas vezes e não quis falar o tempo inteiro na sessão!

    Então, eu gostaria de saber da Mesa Diretora desta Casa, pelo Regimento, qual é a chance que nós temos de fazer com que aquele convocado pela CPI de Brumadinho, com excelente trabalho do Relator Carlos Viana... Qual o direito que nós temos, legalmente falando, de pedir a quebra de sigilo bancário e telefônico de quem quiser ficar em silêncio, como hoje aconteceu na sessão?

    E, para variar, um dos habeas corpus quem é que deu? Ministro Gilmar Mendes, ou seja, prejudicando o trabalho de uma CPI importante, como a CPI de Brumadinho.

    Segundo ponto, Presidente. Penso eu que oposição tem limite de se posicionar, de se contestar. Eu sou Líder da Bancada do PSB, prazerosamente ao lado da admirável Leila e do competente companheiro Veneziano Vital do Rêgo. Hoje, agora – agora! –, está acontecendo na Câmara Federal audiência pública com o Ministro Paulo Guedes. Eu estou aqui fazendo uma defesa ao Ministro não só por conhecê-lo, por ser amigo de sua família, de sua cunhada, de seu cunhado, mas pela história que esse homem tem. Simplesmente uma Deputada, e evidentemente eu não vou dar o prazer de citá-la – essa chance ela não terá –, mas, Presidente Davi Alcolumbre, ela desrespeitou o Ministro Paulo Guedes, que, educadamente, assim como veio aqui, estava respondendo às perguntas. Ela disparou o seguinte: "Eu quero quebrar o seu sigilo bancário, porque o senhor tem interesses escusos na reforma da previdência".

    Eu penso que a gente deve discutir a reforma da previdência, mostrar os pontos negativos, os pontos positivos. Agora, faça-me um favor: acusar um Ministro como Paulo Guedes e querer que quebrem o sigilo bancário dele, com uma acusação sem nenhuma prova, sem nenhum embasamento, de que ele tem conflitos, porque ele tem interesses, na reforma da previdência, aí, por favor, aí não dá.

    E, para terminar, Presidente, o senhor vai ficar chateado de novo comigo, mas não fique. Kajuru gosta do senhor. E, se eu não gostasse, falava.

    Eu estava conversando ali com o Senador, preparadíssimo, Oriovisto. Permita-me uma pergunta, uma pergunta de muitos brasileiros. O Senador Jayme está aqui, chegando. Por que a pressa de se aprovar a PEC que foi aprovada hoje na CCJ? Por que a pressa? É uma pergunta humilde que eu faço, como um juvenil deste Senado. Por que a gente não pode esperar mais um pouco? Por que tem de ser agora? Aquela cena toda ontem aqui, com Rodrigo Maia, e tal. Por que a pressa, Presidente? V. Exa. pode dizer?


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2019 - Página 41