Discurso durante a 43ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Paralelismo entre o excesso de burocracia e a crise econômica brasileira. Defesa da adoção, pelo poder público, de um plano de desenvolvimento nacional e de menos interferência estatal para o desenvolvimento do País.

Autor
Dário Berger (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/SC)
Nome completo: Dário Elias Berger
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Paralelismo entre o excesso de burocracia e a crise econômica brasileira. Defesa da adoção, pelo poder público, de um plano de desenvolvimento nacional e de menos interferência estatal para o desenvolvimento do País.
Publicação
Publicação no DSF de 05/04/2019 - Página 63
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Indexação
  • COMENTARIO, EXCESSO, BUROCRACIA, REFERENCIA, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, DEFESA, REDUÇÃO, INTERFERENCIA, GOVERNO, OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL.

    O SR. DÁRIO BERGER (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - SC. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, dirijo-me a V. Exas. com espírito lúcido, tranquilo e sobretudo consciente da minha responsabilidade.

    Tenho dito e repetido, aqui desta tribuna, que o cenário atual do Brasil é de tempos difíceis e de opiniões divergentes. Faltam recursos e sobram problemas. Os tempos do milagre econômico cederam lugar ao desemprego aberto. A crise econômica, a crise política e a crise ética contribuíram e contribuem para a formação de um clima de pessimismo jamais visto no Brasil nos últimos tempos.

    Sras. e Srs. Senadores, desde que Dom Pedro I declarou a Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, e que ocorreu o chamado Grito do Ipiranga, às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo, desde aquela época, época da declaração da independência, o Brasil carrega o título de País do futuro. E lá já se vão 200 anos desde o Grito do Ipiranga; porém, esta Nação continua sendo apenas uma promessa de desenvolvimento sustentável, de harmonia e de justiça social. Muito menos conseguiu um lugar próximo aos países desenvolvidos. Já mencionei aqui e volto a repetir, somos uma Pátria com um pé no futuro e com o outro acorrentado ao passado. Uma Pátria, cujo atraso se traduz, pela inércia, pela incompetência, pela falta de sintonia para enfrentar e resolver nossos principais problemas.

    É público e notório que um dos mais graves problemas que retardam ou inviabilizam os investimentos na infraestrutura brasileira é o excesso de órgãos, o excesso de normas, o excesso de leis, o excesso de portarias, o excesso de instruções normativas; enfim, o excesso de burocracia que insiste em nos deixar acorrentados no sentido de construir um futuro rápido e promissor para os brasileiros e para as brasileiras. Esse excesso de burocracia interfere nos processos administrativos, o que resulta em decisões desconexas e divergentes. Neste cenário, se instala a insegurança jurídica, os investimentos não aparecem, o desemprego aumenta, o Brasil entra numa depressão coletiva jamais vista na história do País do Futuro.

     É preciso, Sras. e Srs. Senadores, amar o Brasil. E amá-lo é protegê-lo dos demagogos, dos falsos democratas, dos parasitas, dos responsáveis pelo atraso, que são os chupins da República.

    O certo é que os elevados interesses nacionais requerem de todos nós e, especialmente do Poder Público, um comportamento diferente, uma atuação de forma integrada, harmônica e rápida para atender as demandas de uma sociedade que tem pressa e não tem disposição para esperar muito tempo.

    O Brasil precisa de um novo olhar ou de um olhar novo. E, a cada olhar diferente, teremos a oportunidade de não apenas ver, mas, sim, de enxergar os reais e verdadeiros problemas brasileiros.

    Precisamos de novas ideias, absorver novos aprendizados. Precisamos ampliar nossos horizontes, precisamos construir o que precisa ser construído. Precisamos reconstruir o que precisa ser reconstruído, mudar o que precisa ser mudado e alterar o que precisa ser alterado. Precisamos caminhar juntos, pois o melhor caminho é aquele que construímos juntos. Precisamos de um Plano de Desenvolvimento Nacional que traga confiança, que traga credibilidade e que traga segurança jurídica. Só assim o Brasil voltará a crescer, e nós brasileiros cresceremos juntos com Brasil.

    Enfim, volto a insistir, não podemos continuar fazendo um pouco mais do mesmo. Precisamos fazer diferente. Precisamos olhar o Brasil com outros olhos.

    O pai da administração moderna, Peter Drucker, já dizia que: "Se você quer fazer algo novo, você tem que parar de fazer algo velho". Hoje "algo velho" é continuar fazendo um pouco mais do mesmo.

    Precisamos voltar a ter orgulho do Brasil, do seu povo, das suas peculiaridades, dos seus sonhos e dos seus ideais. Precisamos agir mais rápido para construir esse novo tempo tão esperado. Um tempo de prosperidade e de trabalho.

    Precisamos resgatar a autoestima do povo brasileiro. Precisamos fazer com que o orgulho de ser brasileiro possa voltar a pulsar cada vez mais forte nos nossos corações.

    E nós aqui, Sras. e Srs. Senadores, temos, diante de nós, a grande responsabilidade e a grande oportunidade de levar o nosso País a bom termo, de levar o nosso País à modernidade, de levar o nosso País ao crescimento econômico, rumo a melhores dias, rumo ao futuro.

    E o futuro, que tanto almejamos, está em nossa consciência e no valor que atribuímos a ela e aos nossos semelhantes. O futuro está em nossas mãos.

    Eu carrego comigo o sonho de transformar esse futuro num presente para todos os brasileiros.

    O Brasil precisa de menos Estado e de mais sociedade, o Brasil precisa valorizar quem trabalha e quem produz.

    Sr. Presidente, era isso que eu tinha a declarar.

    Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/04/2019 - Página 63