Pela ordem durante a 76ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Ponderações sobre a entrevista do empresário José Isaac Peres publicada no jornal Correio Braziliense, intitulada "Investimentos esperam reforma da Previdência".

Autor
Roberto Rocha (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MA)
Nome completo: Roberto Coelho Rocha
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Ponderações sobre a entrevista do empresário José Isaac Peres publicada no jornal Correio Braziliense, intitulada "Investimentos esperam reforma da Previdência".
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2019 - Página 47
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • REGISTRO, ENTREVISTA, EMPRESARIO, IMPRENSA, CORREIO BRAZILIENSE, CORRELAÇÃO, INVESTIMENTO, REFORMA, PREVIDENCIA SOCIAL.

    O SR. ROBERTO ROCHA (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PSDB - MA. Pela ordem.) – Sr. Presidente, só um registro e uma solicitação para que seja registrada nos Anais desta Casa uma bela entrevista hoje, no jornal Correio Braziliense, do empresário José Isaac Peres, que é dono da Multiplan, a maior empresa de shopping centers do Brasil – inclusive controla aqui, em Brasília, o ParkShopping. Como manchete, ele diz que "investimentos esperam reforma da Previdência". É mais uma voz lúcida que demonstra para todos nós a necessidade de, ainda neste ano, votarmos a reforma da previdência porque, se não a fizermos este ano, certamente não a faremos no ano que vem, que é ano de eleição, e o Brasil tem muita pressa, o Brasil está dançando na beira do abismo, e o Brasil vem caminhando na direção do abismo já há algum tempo.

    E ele diz aqui, em vários trechos da entrevista, coisas muito interessantes, como, por exemplo: o Estado está vivendo a serviço, ou seja, às custas das pessoas, e não as pessoas às custas do Estado. Essa coisa do Estado provedor esgotou, o Estado patrão, empresário, acabou, não existe mais. Quanto maior o Estado menor o cidadão. Para gastar mais com a população, tem que gastar menos com o Governo, e a gente precisa ter essa compreensão, a compreensão que ele tem ao longo de uma longa entrevista em que destaca coisas interessantes, como, por exemplo: "Não é possível que um funcionário do governo, [com estabilidade], com garantia de emprego pelo resto da vida, seja sustentado por quem trabalhe no setor privado e ganhe, em média, um décimo". Ele afirma que não acha justo e, de fato, não é justo.

    Eu tenho dito que a maior virtude dessa reforma é separar primeiramente o que é previdência e o que é assistência. O que se pretende com essa reforma não é promover justiça social, o que se pretende é reequilibrar receitas e despesas por uma questão de sustentabilidade fiscal. Previdência é um seguro para o qual devem contribuir os beneficiários; justiça social se faz com assistência social. Não há por que alguém não entender isso nesta Casa, especialmente nesta Casa do Congresso Nacional, porque nós aqui representamos as pessoas.

    Então, este Governo está fazendo aquilo que todos os outros Governos fizeram desde a Constituinte: todos mandaram uma proposta de reforma da previdência para o Congresso Nacional. Nunca foi aprovada. Aí a pergunta que se tem: por que não é aprovada? Será que é por causa dos pobres, que algumas vozes da retórica petista comunista colocam que corta interesse dos pobres? Não, é porque corta interesse dos graúdos, não é de miúdos, porque os miúdos não têm lobby nesta Casa nem na Casa ao lado, Câmara dos Deputados. Eu, quando falo de retórica petista comunista, necessito fazer os devidos reparos, as devidas exceções, porque em todos os partidos tem gente boa e também tem gente não tão boa.

    Aqui, por fim, eu leio uma frase final dele: "Não podemos viver de dinheiro emprestado". Todos os Estados do Brasil só fazem atualmente investimento com dinheiro emprestado. "Temos que viver de renda, investimento, dinheiro nosso, de recursos nossos, da poupança. Se gastar mais do que ganha, um dia o banco corta o crédito e você quebra. O mundo vê o Brasil assim."

     E, para ser justo, eu quero aqui fazer um registro cumprimentando o Governador da Bahia, que é do PT. Um bom Governador, um bom gestor! Não é só ele não; há vários. O do Piauí, por exemplo, é outro, que eu conheço, e o Senador Elmano também conhece o modelo de gestão implantado no Piauí ao longo de anos, que deixou o meu Maranhão para trás, vendo fumaça; porque o Piauí e o Maranhão disputavam ali, mas o Piauí, graças à Deus e aos políticos de boa vontade daquele Estado, evoluiu. E o Governador da Bahia acaba de anunciar uma parceria com uma empresa chinesa, um investimento de US$7 bilhões, que era para ser feito no Maranhão, mas foi anunciado que será feito na Bahia. Por isso eu cumprimento o Governador baiano e cumprimento o povo da Bahia.

    Muito obrigado, Sr. Presidente. E peço o registro dos Anais desta Casa dessa entrevista do empresário José Isaac, que controla a Multiplan.

    Muito obrigado.

DOCUMENTO ENCAMINHADO PELO SR. SENADOR ROBERTO ROCHA.

(Inserido nos termos do art. 210 do Regimento Interno.)

    Matéria referida:

     – 'Investimentos esperam reforma da Previdência', diz José Isaac Peres, entrevista ao Correio Braziliense.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2019 - Página 47