Discurso durante a 84ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Elogios à recente manifestação em apoio ao Governo Federal.

Análise da conjuntura política e social recente do País.

Críticas à morosidade com a qual determinadas matérias são analisadas pela Câmara dos Deputados, e defesa da permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) no Ministério da Justiça (MJ).

Autor
Oriovisto Guimarães (PODEMOS - Podemos/PR)
Nome completo: Oriovisto Guimaraes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CIDADANIA:
  • Elogios à recente manifestação em apoio ao Governo Federal.
ATIVIDADE POLITICA:
  • Análise da conjuntura política e social recente do País.
PODER LEGISLATIVO:
  • Críticas à morosidade com a qual determinadas matérias são analisadas pela Câmara dos Deputados, e defesa da permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) no Ministério da Justiça (MJ).
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/2019 - Página 15
Assuntos
Outros > CIDADANIA
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > PODER LEGISLATIVO
Indexação
  • ELOGIO, MANIFESTAÇÃO, APOIO, GOVERNO FEDERAL.
  • REGISTRO, ANALISE, SITUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONJUNTURA, NATUREZA POLITICA, NATUREZA SOCIAL, NECESSIDADE, REFORMA, PREVIDENCIA SOCIAL, JUDICIARIO, PACTO FEDERATIVO.
  • CRITICA, DEMORA, APROVAÇÃO, MATERIA, CAMARA DOS DEPUTADOS, COMENTARIO, VOTAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), ASSUNTO, ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA, CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS (COAF), MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), MINISTERIO DA ECONOMIA.

    O SR. ORIOVISTO GUIMARÃES (Bloco Parlamentar PSDB/PODE/PSL/PODE - PR. Para discursar.) – Sr. Presidente, eu ocupo esta tribuna para fazer uma análise, de novo, do que se passa em nosso País.

    No último domingo, tivemos milhões de pessoas nas ruas. Vi essas manifestações ordeiras, pacíficas, de pessoas bem-intencionadas, lutando por ideias, lutando por saídas para o Brasil. Vi a Avenida Paulista tomada por pessoas, onde todos gritavam, não o nome do Presidente Bolsonaro – pelo menos quando eu ouvi –, gritavam o nome do Ministro Paulo Guedes e queriam a reforma da previdência.

    Sr. Presidente, vi em Curitiba o líder dos caminhoneiros subir num palanque com a rua que era um mar de pessoas, dizendo que os caminhoneiros não vão fazer greve, que os caminhoneiros querem o bem do Brasil. Vi manifestações pacíficas, não houve apedrejamento, não houve quebra de vidraça. Foi um povo ordeiro, se manifestando, pedindo – pedindo –, encarecidamente, que o Brasil saia da letargia em que se encontra, que nós acabemos com essa quase recessão que vivemos. Crescemos, mas crescemos em economia um número tão pífio que é como se estivéssemos parados.

    Não é mais possível, Sr. Presidente, ignorar que nós temos mais de 13 milhões de desempregados. Não é mais possível ignorar as reais mudanças que este País precisa fazer. Todo mundo sabe, e a população clama isto nas ruas: nós precisamos reformar a previdência. Nós precisamos reformar o nosso Judiciário. Nós precisamos reformar o nosso pacto federativo, vale dizer, os nossos tributos, que engessam a economia e criam dificuldades para se instalar uma empresa neste País. Nós precisamos reformar a nossa política. Nós precisamos repensar os nossos partidos. O Brasil precisa voltar a trilhar o caminho do crescimento e o caminho da felicidade de um povo, um povo que quer trabalhar, um povo que quer comer, um povo que é ordeiro. Nós precisamos de um combate rigoroso à corrupção. O Brasil não suporta mais políticos corruptos, que fazem da política o interesse do seu próprio umbigo e esquecem os interesses da Nação.

    Quando vejo a demora com que certas discussões acontecem, notadamente na Câmara dos Deputados, eu me lembro de uma frase do grande escritor João Guimarães Rosa, em Grande Sertão: Veredas, quando ele dizia assim: "Existem lugares estranhos. Ali tinham carrapatos. Que é que eles sugavam para o seu miudinho viver?". É uma descrição perfeita do que eu vejo hoje na atitude de alguns políticos: colocam o seu miudinho viver muito acima do grande viver da Nação brasileira, muito acima do interesse do nosso povo.

    Sr. Presidente, não é mais possível que a Câmara dos Deputados continue a desprestigiar o Senado; continue usando, dos 120 dias que tem para analisar uma medida provisória, 119 dias e aí colocam para nós Senadores que analisemos em um dia. Não é mais possível que nós continuemos sendo a Casa carimbadora do que acontece na Câmara dos Deputados. Isso tem que mudar.

    Vamos votar hoje uma medida importantíssima. Vamos votar hoje a medida provisória que altera o número de Ministérios, que coloca o Coaf no Ministério da Economia ou no Ministério da Justiça. Claramente a minha posição, quero declarar aqui, é de sempre ter sido favorável a que o Coaf, na fase que o Brasil atravessa, fique com o Ministério da Justiça. Precisamos combater a corrupção. Nesta fase, o melhor que pode acontecer para este País é que o Coaf fique com o Ministério da Justiça, que fique nas mãos de Sergio Moro. Mas, lá na Câmara, mudaram isso e, agora, mandam para nós com o seguinte argumento: ah, vocês têm que aprovar como nós fizemos na Câmara, porque não dá mais tempo. Se voltar, vai cair a medida provisória, e o Governo vai ter que ter, de novo, 29 Ministérios e toda a reforma administrativa vai por água abaixo.

    Até quando, Sr. Presidente, nós vamos ficar sujeitos a esse tipo de chantagem, em que não podemos expressar a nossa opinião? Eu quero dizer que sou favorável a que o Coaf fique com o Ministério da Justiça. Vou votar para que essa medida que veio da Câmara seja modificada e para que o Coaf volte para o Ministério da Justiça. Se nós podemos aprovar em um dia o que vem de lá, nós podemos mandar daqui de volta para lá e eles que aprovem também em um dia. Não dá mais para continuar sendo a Casa carimbadora.

    Sr. Presidente, eu dizia na minha campanha que o Brasil tinha uma hora marcada com a verdade, e esta hora chegou, esta hora é agora, é nesta Legislatura. Nós temos que tomar a frente desse processo. Nós temos que tomar o protagonismo. Nós temos que cuidar das grandes questões brasileiras e mostrar àqueles que optaram pelo "miudinho viver" que nós não compactuamos com isso.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/2019 - Página 15