Discurso durante a 84ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a recente manifestação em defesa do Governo Bolsonaro.

Considerações sobre a Medida Provisória nº 870/2019, que reorganiza os órgãos da presidência, os ministérios e suas atribuições.

Celebração da passagem do Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher e do Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.

Pesar pela situação da Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista (RR).

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Comentários sobre a recente manifestação em defesa do Governo Bolsonaro.
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA:
  • Considerações sobre a Medida Provisória nº 870/2019, que reorganiza os órgãos da presidência, os ministérios e suas atribuições.
HOMENAGEM:
  • Celebração da passagem do Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher e do Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
SAUDE:
  • Pesar pela situação da Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista (RR).
Publicação
Publicação no DSF de 29/05/2019 - Página 33
Assuntos
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Outros > HOMENAGEM
Outros > SAUDE
Indexação
  • COMENTARIO, RELAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, DEFESA, GOVERNO FEDERAL.
  • COMENTARIO, RELAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), REORGANIZAÇÃO, ORGÃO PUBLICO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MINISTERIOS, COMPETENCIA.
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, LUTA, SAUDE, MULHER, DIA NACIONAL, REDUÇÃO, MORTE, GESTANTE.
  • APREENSÃO, SITUAÇÃO, MATERNIDADE, MUNICIPIO, BOA VISTA (RR).

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Para discursar.) – Sr. Presidente, Jorge Kajuru, meu caro amigo Senador Lasier Martins, meu colega e amigo do Amazonas, Senador Plínio Valério, eu gostaria de dizer que, entre alguns assuntos que comentarei aqui, não poderia deixar de fazer uma rememoração do movimento que aconteceu de forma espontânea no último domingo no Brasil, em várias praças, em várias cidades, em várias ruas, em várias vilas: a manifestação espontânea da sociedade brasileira no sentido de demonstrar, de forma autônoma, o seu sentimento em relação a este movimento que nós vivemos.

    Gostaria de dizer que não foi afronta ao movimento que tinha acontecido menos de duas semanas atrás, com a mobilização também de milhares de pessoas, principalmente de jovens, que reclamavam em relação ao contingenciamento – e não corte – dos recursos da educação.

    Gostaria de dizer que esse é o preço da democracia. As pessoas, em um país democrático, têm todo o direito de se manifestarem, defendendo esta ou aquela tese.

    E ficamos muito felizes – verifico que o sentimento de muitos, e isto é fato, era de que fosse um verdadeiro fiasco essa mobilização ocorrida no último domingo – e nos sentimos confortados, porque vemos, na verdade, a democracia cada vez mais sólida, a democracia cada vez mais consistente, a democracia cada vez mais viva no sentimento e no coração de cada um dos brasileiros e dos que lhes governam.

    Deixo apenas este registro, porque demonstra exatamente que a sociedade brasileira está madura para se manifestar de forma espontânea, defendendo as teses do seu cotidiano, seja do lado da esquerda, seja do centro, seja da direita. Isso aí que é bonito da democracia neste País gigantesco que é o Brasil, que mostra cada dia mais a sua substância, a sua consciência cívica e o seu patriotismo, em outras palavras.

    Gostaria também, Sr. Presidente, rapidamente de falar da Medida Provisória 870, que votaremos hoje nesta Casa: ela é uma manifestação da sociedade.

    Apesar de sermos da base do Governo, da Vice-Liderança do Governo, nós entendemos que ela é a manifestação visível da sociedade, num processo de sucção natural, tirando, arrancando da sua alma a necessidade de que esta medida provisória viesse a contemplar assuntos importantes, como, por exemplo, a permanência do Coaf no Ministério da Justiça. É exatamente aquilo que é o sentimento quase coletivo da sociedade brasileira. E o centrão, em uma manobra errada, no meu entendimento – estou falando em meu nome, pessoalmente –, tomou essas decisões que, na verdade, vão na contramão da história. Mas o tempo é o senhor da razão, e nós vamos ver exatamente os desdobramentos de algumas medidas erradas que são tomadas pela classe política brasileira.

    Hoje também, Sr. Presidente, eu não poderia deixar de falar, neste dia 28 de maio de 2019, sobre o Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Ambos têm como objetivo chamar a atenção e conscientizar a sociedade dos diversos problemas de saúde e distúrbios comuns na vida das mulheres. A data hoje é extremamente importante pois nosso País precisa avançar muito nestes temas: saúde da mulher e redução de mortalidade materna. E trago aqui, desta tribuna, um fato muito relevante que está acontecendo no meu Estado, referente, inclusive, a este mesmo tema.

    Estive, na última sexta-feira, visitando a Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista, capital do meu Estado, a única maternidade pública de Roraima, e fiquei estarrecido com a situação que lá encontrei. Logo de cara, encontramos as pessoas que trabalham na limpeza do hospital sentadas na porta da unidade hospitalar, todas elas desesperadas pelo atraso de três, quatro meses nos seus pagamentos. Nós verificamos que os órgãos fiscalizadores, os órgãos de controle têm uma importância fundamental.

    Às vezes, quando preparamos algum pronunciamento, e ele, na verdade, parece que trava na nossa manifestação, nós já o abandonamos para falar com a alma, para falar com o coração, porque conhecemos, com uma minudência de detalhes, a carência, a crise e o sofrimento de dezenas, centenas de mulheres que, no nosso Estado, necessitam dos serviços daquela maternidade pública.

    E olhe, minha gente, é uma maternidade que foi construída já há 40 anos, nobre Senador Lasier – 40 anos –, quando a nossa capital tinha praticamente 80 mil habitantes. E hoje são 400 mil habitantes, e essa mesma maternidade, que à época era projetada para o parto de 15 a 20 mulheres, hoje chega, em média, a 40 partos por dia, estrangulando, inclusive, todos os atendimentos que, na verdade, são necessários. E a estrutura é precária.

    E a situação agora se agravou mais, porque, só para se ter ideia, nessa mesma maternidade onde, em média, nascem 1,2 mil crianças por mês – olhem que outro detalhe mais interessante –, 40%, Senador Plínio Valério, são filhos de venezuelanas. Então, esse fato veio comprimir mais ainda os serviços daquela maternidade importante para a vida da população brasileira. Obviamente, não poderia ser diferente, pois há necessidade de abrigarmos também as mães venezuelanas que, tangidas pela necessidade, vieram residir no Brasil.

    Portanto, nesta semana procuraremos o Ministro da Saúde, o Ministro Mandetta, que tem consciência, que é médico, é especialista, tem uma capacidade de gestão muito grande, que haverá de compreender a necessidade urgente de nós – na pior das hipóteses, porque a construção de uma nova unidade vai demorar meses e talvez até anos –, através de hospitais de campanha, que já existem inclusive no nosso Estado para abrigar, na fronteira, venezuelanos, fazermos um braço com esses hospitais do Exército para descomprimir aquele hospital que está parecendo um Vietnã, infelizmente. Então, eu não poderia deixar de fazer este registro.

    E quero dizer que, nestes Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna, nós devemos realmente comemorar, não apenas no meu Estado, que tem todas essas carências, mas no Brasil inteiro, porque nós sabemos, na verdade, que aquele é o momento talvez mais importante da vida de uma mulher e obviamente de uma criança que sai do seu ventre para enfrentar as dificuldades do mundo.

    Então deixaria este registro aqui e gostaria mesmo que fosse divulgado, em todos os veículos de comunicação desta Casa, rádio, televisão, internet, etc., porque é um momento em que na verdade nós celebramos a vida.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/05/2019 - Página 33