Discurso durante a 97ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o aniversário de 46 anos da Eletronorte.

Autor
Weverton (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MA)
Nome completo: Weverton Rocha Marques de Sousa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o aniversário de 46 anos da Eletronorte.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/2019 - Página 10
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CENTRAIS ELETRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A (ELETRONORTE).

    O SR. WEVERTON (Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - MA. Para discursar.) – Sr. Presidente colega Senador Izalci; Sr. Diretor-Geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Sr. André Pepitone; Sr. Diretor Presidente da Eletronorte, Sr. Roberto Parucker; representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários, Sr. Icaro Chaves; aqui nós estamos com a lista de todas as autoridades que já foram citadas em nome de todos vocês e o representante dos trabalhadores e dos sindicatos; eu quero cumprimentá-los em nome do nosso maranhense, Wellington. Colegas Deputados, sempre colegas, passamos alguns anos naquela Casa e tivemos a oportunidade, claro, de criar grandes e boas relações e, sem dúvida nenhuma, nós temos o maior apreço por aquela Casa.

    Sr. Presidente, eu peço permissão para aqui, na minha fala, fazer uma rápida lida da mensagem do Deputado Zé Carlos. Ele é o Presidente da Frente Parlamentar Mista que defende a Eletronorte e ele está em missão fora do País. E, claro, eu queria deixar aqui o registro da mensagem dele, porque, sem dúvida nenhuma, além de justiça, é um dos Parlamentares do Congresso Nacional que tem tido uma luta bastante ativa em defesa não só da Eletronorte, mas também em defesa do povo brasileiro.

Meus amigos e minhas amigas, impossibilitado de participar da sessão solene da comemoração dos 46 anos da Eletronorte, devido ao fato de encontrar-me em viagem de missão oficial pela Câmara dos Deputados, deixo, por meio desta mensagem, minha saudação a todos que participam.

Na condição de Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletronorte, transmito os meus parabéns a todos os companheiros e companheiras, trabalhadores e trabalhadoras da Eletronorte, tanto do Maranhão quanto dos demais Estados servidos por essa empresa pública, que, mais do que qualquer outra, representa o desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Nossos tempos, bem sabemos, continuam difíceis para todos os trabalhadores brasileiros. No caso dos companheiros e das companheiras trabalhadores do setor elétrico, a luta – que já não era fácil – tornou-se ainda mais difícil em razão da recente decisão do STF, que permitiu a privatização de empresas subsidiárias sem o aval do Congresso Nacional.

No entanto, apesar de muitos reveses que temos sofrido, continuamos na luta. Na luta, por exemplo, contra a entrega total do setor elétrico para o capital privado; contra a privatização dos bancos públicos e a total privatização da Petrobras; contra o desmonte total das políticas públicas sociais e culturais; contra cortes nos orçamentos de áreas que jamais poderiam sofrer esses cortes, como é o caso da educação; contra a maior das injustiças, que é a prisão sem provas do Presidente Lula.

Para todas essas lutas, os companheiros e companheiras podem continuar contando comigo e com o meu mandato.

Um forte abraço a todos e a todas, e que sejamos vencedores neste bom combate.

    Deputado Zé Carlos, Deputado pelo PT, lá do nosso Estado do Maranhão.

    Eu gostaria, Sr. Presidente, de pedir permissão para dar como lido o meu discurso e fazer aqui... A minha fala é justamente uma análise rápida deste momento em que nós estamos vivendo, porque tecnicamente nós já tivemos a oportunidade de, no vídeo institucional, conhecer os dados da empresa. A fala de V. Exa. também foi brilhante porque fez toda a construção e toda a lembrança desses quase 50 anos de dedicação não só ao desenvolvimento do País, mas também de dedicação ao povo brasileiro.

    Então, eu tenho certeza de que cada um aqui sabe, de forma profunda, direta ou indiretamente, da importância que não só o setor energético, mas todos que ajudam a construir este País têm na construção não só das empresas, repito, mas na construção do nosso País.

    Eu confesso aos senhores e senhoras que, logo após a eleição, fiz uma nota reconhecendo a vitória do então candidato e do hoje Presidente Bolsonaro – reconhecendo –; porque na democracia é assim: quem tem mais voto vence, quem tem menos voto perde. E, na condição de perdedor, nós tínhamos que ser bons brasileiros.

    E eu, como Líder da Bancada do PDT na Câmara e, depois, da minoria e atualmente como Líder da bancada aqui no Senado, nós temos tido essa posição altiva justamente de não dar espaço para nenhum tipo de discurso de que a oposição pode vir a atrapalhar o Brasil. Pelo contrário, nesses primeiros meses nós aqui no Senado Federal temos ajudado em tudo o Governo para que ele pudesse tocar a sua agenda.

    Nós, mesmo no início, alertamos que ele, depois de quase 60, 90 dias, nunca tinha aberto a boca para falar em emprego – quando falo ele, é o Estado, o Governo brasileiro –, nunca abriu a boca para falar a palavra "emprego". Quando se vê um chefe da economia em que não é delegado poderes, e, sim, terceirizados, isso é muito grave, porque o próprio Presidente admite publicamente que não entende nada de economia, e que o Presidente do Brasil, na área econômica, se chama Sr. Paulo Guedes.

    E aí se pega uma visão totalmente deturpada, quando se coloca que para se resolver o problema do Brasil a solução é através de uma medida só e que, infelizmente, é feita através de desinformação e, desculpe-me, com muita mentira no meio.

    Em relação à Previdência, é preciso, claro que como qualquer cidadão brasileiro responsável, discuti-la de forma clara, aberta e transparente. Mas não dá, a pretexto dela, se retirar direitos e, muito menos, se fazer o desmonte ou, se não, a falta de construção de futuro e de luz para os nossos trabalhadores.

    A forma como está sendo colocada de que ela sendo votada o problema do Brasil está resolvido, além de ser mentira, isso é desonesto com o povo brasileiro, porque hoje o que se faz, a medida concreta que se faz necessária para se mudar a realidade que nós estamos vivendo, a primeira delas seria a união, a união de todos, a união do Parlamento, a união da classe política, do movimento social, a união da sociedade, e não mais divisão.

    Depois dessa eleição, nós tivemos uma grande oportunidade de acabar com essa dicotomia de partido A e B, em que fizeram polarização política ao longo das últimas décadas. Tiveram a oportunidade de unir todos, agora, com o pretexto de se fazer a reconstrução ou a construção do nosso País. Mas não, o que se vê hoje é uma política desenfreada, com toda velocidade para se entregar o nosso patrimônio, e nela está entregue a Eletronorte, porque está na política do Governo a Eletrobras, a privatização dela.

    Nós temos a Petrobras, nós temos vários setores estratégicos que, infelizmente, eu não sei qual é o economista ou gestor que imagina que um país soberano e forte é um país justamente com tudo entregue para o capital estrangeiro e privado.

    Não é que nós sejamos contra a vinda da iniciativa privada, pelo contrário, ela pode vir ajudar o País, mas ela não pode vir comandar, principalmente políticas estratégicas, como a nossa energética, porque não existe almoço de graça em lugar nenhum do mundo, principalmente no Brasil.

    Todos os serviços, principalmente os essenciais, quem paga sempre a conta é o mais pobre, é o que mais precisa lá na ponta e essas grandes empresas ferozes, até muitas das vezes predadoras, não estão nem aí para saber se um cidadão trabalhador lá da ponta tem condição ou não de pagar sua energia elétrica, a sua conta de água. Ele está lá, de verdade, preocupado em ter lucro. E, claro, é uma empresa e esse é o papel dela.

    Por isso, Sr. Presidente, não vim aqui fazer nenhum tipo de apontamento de dedo, mas, sim, de convocação e também de demarcação de posição. Agora, neste momento, assim como nós estamos sendo...

(Soa a campainha.)

    O SR. WEVERTON (Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - MA) – ... responsáveis para votar matérias importantes de interesse do País, aqui dentro do Congresso, não só o Senado, mas como a Câmara, é necessário também que todos, inclusive os que fazem parte da base do Governo, chamem o Governo para dizer que não é possível que nós, num momento como este, pensamos ainda em fazer entreguismo. Porque privatizar a Eletrobras, a Eletronorte, a Petrobras e vários outros ativos que dão lucros... Basta ver os números. Nos últimos anos, ela dá lucro. E o que se faz? Desnutre-a, diminui o investimento nos funcionários, diminui qualquer tipo de capital interno dela para se fazer produzir ainda mais.

    Então, é importante que nós estejamos juntos. E eu tenho certeza de que brasileiros e brasileiras que não estão mais hoje entre nós, dentre eles eu quero lembrar o nosso velho Brizola, eles todos, se aqui estivessem, estariam todos, todos mobilizados em defesa do País e mobilizados por reformas. Mas reformas, Sr. Presidente...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. WEVERTON (Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - MA) – ... que, sem dúvida nenhuma, seriam reformas estruturantes para o povo e com o povo, não reformas com números absolutamente para se atender e se fazer gestos a um tal de mercado, que não bota comida, que não bota gás, que não bota energia e nem água para o nosso trabalhador.

    Parabéns, Eletronorte.

    Não desistamos, porque eu tenho certeza de que cada um de vocês e cada um, brasileiro e brasileira, é maior do que qualquer outro entreguista ou qualquer outra política que pense apenas no momento e não nas próximas gerações.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/2019 - Página 10