Discurso durante a 104ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre a importância da Lei de Incentivo à Cultura como instrumento de geração de emprego e renda para a população brasileira.

Autor
Eliziane Gama (CIDADANIA - CIDADANIA/MA)
Nome completo: Eliziane Pereira Gama Melo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CULTURA:
  • Considerações sobre a importância da Lei de Incentivo à Cultura como instrumento de geração de emprego e renda para a população brasileira.
Aparteantes
Wellington Fagundes.
Publicação
Publicação no DSF de 28/06/2019 - Página 34
Assunto
Outros > CULTURA
Indexação
  • COMENTARIO, ASSUNTO, IMPORTANCIA, LEGISLAÇÃO, INCENTIVO, CULTURA, INSTRUMENTO, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, PAIS, BRASIL.

    A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Para discursar.) – Já posso usar, Presidente?

    Queria cumprimentar o Presidente e cumprimentar os Srs. Parlamentares aqui presentes.

    Presidente, nós estamos vindo, agora há pouco, de uma reunião na Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania, tratando de um assunto muito importante para o Brasil. E digo da importância pelo momento que nós estamos vivendo hoje. Nós, quando paramos para fazer uma avaliação mais precisa acerca da questão econômica brasileira, vemos 13 milhões de desempregados, milhões de famílias desalentadas na busca de ter acesso a uma renda para melhoria da sua qualidade de vida, para a garantia do seu sustento familiar.

    Nós precisamos ter, hoje, para o Brasil uma agenda muito mais produtiva, uma agenda muito mais positiva que coloque, na verdade, o nosso País nos trilhos do desenvolvimento. A gente poderia elencar aqui várias dessas áreas que são fundamentais para a geração de emprego e renda no Brasil, dentre elas, portanto, a questão da economia criativa.

    Eu sou de um Estado em que a diversidade cultural é extremamente significativa. Nós temos uma riqueza muito forte em nosso Estado em várias áreas. Inclusive, agora, nesse período de São João, várias outras ações estão sendo feitas, incentivadas pelo Poder Público e, às vezes, pela iniciativa individual, pela iniciativa própria das famílias que acabam, através desse instrumento, melhorando a sua renda.

    Agora, no período de São João, com atividades em São Marçal e São Luís, a cidade se mobiliza inclusive, melhorando a sua economia.

    Estávamos agora conversando exatamente na Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal, na qual destacávamos exatamente isto, a necessidade, hoje, de termos, por exemplo, a Lei de Incentivo à Cultura como instrumento para a geração de emprego e renda da população brasileira, investindo nesses talentos. Então, tivemos, de uma forma muito especial – e os meus cumprimentos, porque inclusive está aqui conosco –, as presenças do Dr. Paulo e, também, do Maurício. O Paulo é Presidente da Sony no Brasil e o Maurício é diretor da parte gospel da Sony no País. Apesar de ser uma grandiosa empresa que tem, por exemplo, grandes artistas do Brasil e fora do Brasil, porque está em quase 60 países em todo mundo, o que me chamou a atenção foi exatamente a sua preocupação em relação àqueles que estão iniciando.

    Nós temos, hoje, uma gama de artistas brasileiros que estão no anonimato, com um talento extraordinário, mas que não conseguem chegar, às vezes, pela falta mínima de um recurso para a produção, para a sua produção cultural, para a produção de um CD, para a produção, por exemplo, às vezes, de um curta-metragem, de uma atividade nas mais variadas áreas, no cinema, no teatro e, também, na música. E a Sony vem exatamente com essa preocupação da realização de grandes festivais, mas com um olhar voltado para essas pessoas anônimas, Presidente, para essas pessoas que precisam ter o apoio do poder público e que precisam poder colocar exatamente para o Brasil e para os seus respectivos Estados o seu talento.

    Eu comentava com o Paulo Junqueira, agora há pouco, acerca do que eu ouvi há dez dias. Eu fui almoçar com a minha família e, lá, um jovem cantando de uma forma extraordinária uma música popular brasileira. Eu, conversando com ele, e ele colocando exatamente isso, que o sonho dele era poder fazer uma produção cultural, poder, na verdade, apresentar o seu trabalho para o Brasil.

    Então, são iniciativas como essas que vão fazer com que o nosso País possa, na verdade, entrar nos trilhos e, portanto, ter o seu desenvolvimento.

    Os dados apontam aí que nós temos R$6 bilhões em movimentação anual através da economia criativa. Ou seja, a junção do Poder Público utilizando essa criatividade, esse talento da nossa gente brasileira, é que nós vamos ter sem sombra de dúvidas um País melhor, um Brasil melhor. A gente não pode desvirtuar o nosso foco. Enquanto a gente desvirtua o nosso foco, nós temos pessoas pendendo, melhor dizendo, para uma situação muito mais vulnerável economicamente pela falta de proteção do Poder Público.

    É a utilização do Poder Público com essa criatividade, com a boa vontade, com o desejo de fazer com que o seu talento possa ser expandido e possa ser apresentado para o Brasil que nós vamos ter de fato um País melhor.

    Os meus cumprimentos, Paulo, a você pela sua iniciativa. Os meus cumprimentos ao Maurício, que faz um trabalho muito forte com a comunidade gospel brasileira. Hoje, nós temos uma população brasileira de quase 60 milhões de brasileiros evangélicos. E a música gospel, a cada evento que se tem, você reúne de 80 a 100 mil pessoas em uma determinada atividade gospel. Nós temos grandes cantores nacionais que eu poderia aqui fazer um destaque, mas eu quero cumprimentar todos eles em nome da Aline Barros, que eu acho que é uma grande referência para o Brasil, que hoje dão o brilho, dão a sua contribuição para a nossa Nação brasileira.

    Eu acho que o incentivo nesse bloco, nesse percentual, que é exatamente a música gospel, é extremamente importante para o Brasil. E a Sony teve essa visão, criando na verdade um departamento, uma diretoria própria, para tratar das questões da comunidade gospel. Inclusive, nós estamos, Senadores, chamando uma audiência pública aqui para o Senado Federal, onde estaremos ouvindo esses artistas. E aí, não é só música, como eu coloquei, tem no teatro, tem no cinema, tem na pintura e nas mais diferentes formas de arte. Nós estaremos discutindo com eles como na verdade ampliar e como ter acesso a um recurso. Aliás, o recurso é de todos, independentemente de credo. Nós estamos num Estado laico e aí, portanto, a cultura, a música, que faz parte da nossa cultura brasileira, tem que ser vista e apoiada na sua plenitude.

    Eu quero cumprimentar, Maurício, você pela visão, pelo seu desprendimento. Cumprimentar o Paulo Junqueira, que tem essa visão não apenas com os grandes cantores brasileiros que já tem no seu cast, mas também com aqueles pequenos, que estão começando, que estão no anonimato e que poderão dar o prazer, a alegria, porque a música traz isso para todos nós, e destacar o nosso Brasil cada dia mais.

    Muito obrigada, Presidente.

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para apartear.) – Eu gostaria aqui também de fazer um pequeno aparte, já que sou filho de nordestino, de um baiano que foi para Mato Grosso a pé. E minha mãe também é baiana. Então, eu quero registrar aqui, com grande satisfação, a propriedade do seu pronunciamento.

    O Nordeste, com a sua cultura, com a força da nossa gente, principalmente do trabalhador, do sofrimento do homem... Esses dias eu ouvi uma música do Gonzaga, Luiz Gonzaga, Asa Branca, cantada por um grande coral americano. Que coisa mais linda.

    A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) – É extraordinário.

    O Sr. Wellington Fagundes (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – É a força do que representa essa tradição nordestina, mas também do Brasil, a força do Brasil. Mato Grosso, por exemplo, chegaram para lá os sulistas, o CTG, com a força também de ter ali a sua cultura.

    E esse é o Brasil, um Brasil integrado. E, sem dúvida nenhuma, a cultura é fundamental para integrar as nossas populações. Para os indígenas, V. Exa. promoveu aqui uma grande audiência, pela qual eu quero também parabenizá-la. Então, em nome de todos aqueles que fazem a cultura brasileira, todos aqueles que, às vezes no anonimato, compõem músicas tão belas, tão lindas e que às vezes não são conhecidas, mas estão ali registradas dentro dessa força, quero parabenizá-la pelo pronunciamento.

    São João é uma festa que faz com que, muitas vezes, muitos aqui nos cobrem: "Mas por que esvazia praticamente o Plenário nesse momento?". É porque ali está a cultura, ali está a força, e aqui estão os representantes exatamente do povo de cada região. Então, é perfeitamente compreensível que o Parlamentar esteja também presente lá, nesse momento, não só da festividade, mas, acima de tudo, da religiosidade também, que é representada em todas as festas regionais e tradicionais.

    Eu fui, algum tempo atrás, há uns 15 anos, com o Presidente Lula, inclusive, a Parintins e fiquei extremamente impressionado de ver como é possível, numa ilha praticamente isolada, aquela força da festa de Parintins e, principalmente – veja o que é a cultura, não é? –, de ver a educação daquele povo: enquanto uma torcida está se manifestando, a outra fica completamente calada, comportada, esperando e, assim, no vai e vem. Aquilo é uma demonstração do que é a disciplina através também da cultura.

    Parabéns a V. Exa. pelo brilhantismo aqui nesta Casa e pelo seu grande trabalho.

    A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) – Muito obrigada, Senador Wellington. Os meus cumprimentos também ao senhor, que é um defensor da vida, defensor do meio ambiente e defensor do nosso Brasil. Nós temos vários brasis, não é? Nós temos várias áreas e várias regiões...

(Soa a campainha.)

    A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA) – ... cada uma com seu talento, cada uma com a sua potencialidade, cada uma com a sua contribuição para a nossa Nação.

    Muito obrigada, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/06/2019 - Página 34