O SR. PRESIDENTE (Marcos Rogério. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) – Bom dia a todos!

    Quero cumprimentar, com muita alegria, S. Exa. o Senador Antonio Anastasia, Presidente desta sessão do Senado Federal, Vice-Presidente da Casa, que muito nos honra na condução dos trabalhos desta sessão de homenagens do Senado Federal.

    Quero cumprimentar os membros do Conselho do Diploma José Ermírio de Moraes: os Srs. Senadores Esperidião Amin, a quem agradeço; o Senador Veneziano Vital do Rêgo; o Senador Arolde de Oliveira; o Senador Cid Gomes; e a Senadora Zenaide Maia.

    Aproveito este momento também para fazer um registro de agradecimento a toda a equipe que nos auxiliou na formalização e na preparação deste importante momento de homenagens.

    Quero, inicialmente, expressar a minha gratidão e a minha honra em presidir o Conselho do Diploma José Ermírio de Moraes no biênio 2019-2020.

    A homenagem leva o nome de um ex-Senador, ícone do empreendedorismo brasileiro, José Ermírio de Moraes, exemplo de seriedade e dedicação ao desenvolvimento nacional.

    Nascido no interior de Pernambuco em 1900, o engenheiro José Ermírio de Moraes foi eleito Senador da República em 1962. No ano seguinte, foi nomeado Ministro da Agricultura do Presidente João Goulart, cargo que ocupou apenas durante cinco meses.

    Com o regime militar, foi atacado por suas posições e retornou ao Senado, onde ficou até o final do mandato, em 1971. Faleceu em 1973, deixando como legado um dos maiores grupos empresariais do País, o Grupo Votorantim, que reúne empresas de vários segmentos, com ênfase em setor de base da economia. Presente em mais de 20 países, o grupo está estruturado em três segmentos: industrial, financeiro e novos negócios, nos quais emprega 40 mil profissionais.

    Em razão dessa notável história, o Senado Federal foi extremamente feliz ao instituir o diploma que leva o seu nome para homenagear os expoentes da nossa economia. Desde dentão, destacadas personalidades do setor representativas das mais diversas regiões do País têm sido agraciadas com essa justa comenda, como hoje fazemos.

    O Diploma José Ermírio de Moraes é uma forma de a mais Alta Casa Legislativa do País reconhecer a importância de tantos empreendedores que não somente empregam recursos financeiros, mas destinam esforço pessoal e de suas famílias para contribuir com o progresso da Nação, gerando oportunidades para tantas outras pessoas, investindo em tecnologias, na busca de qualidade da produção, para fazer o Brasil mais forte interna e externamente. A indústria brasileira deve, sim, ser saudada. O nome emblemático de José Ermírio de Moraes, que tem uma história reconhecida em nosso País, expõe o significado da comenda oferecida por este Senado.

    Mais do que ressaltar os resultados do labor empresarial, considero que precisamos prestar uma justa homenagem ao cidadão, ao pai de família, ao grupo familiar e a todos quantos compõem a história de sucesso de cada empreendimento. Sim, porque não é somente a frieza nos números, das máquinas, dos engenhos, da produção, das relações comerciais; é a disciplina pessoal, com sacrifício de tempo próprio e da família, emprego de emoções, gestão de pessoas, administração de conflitos, vitórias, derrotas, expectativas, conquistas, frustrações, um longo recomeçar em cada etapa do processo de construção da história, sem jamais desistir.

    Tudo isso compõe seguramente a história de cada um de nossos homenageados. Os senhores que já venceram tantos desafios ainda têm tantos outros pela frente, diante de um momento difícil que vive a economia brasileira. Alguns dados apontam isso. A considerar dados apresentados pela Fundação Getúlio Vargas, o crescimento médio anual do Brasil, entre 2011 e 2020, será de modestos 0,9%.

    No primeiro trimestre deste ano, houve redução da atividade da indústria brasileira. Já no ano passado, o setor industrial do País havia se reduzido a apenas 11,3% do produto interno bruto, o que configurou o índice mais baixo desde 1947. Para efeitos de comparação, em fins da década de 1980, ou seja, há pouco mais de 30 anos, o que é mais ou menos o tempo de uma geração, a indústria brasileira era a responsável por aproximadamente 30% do produto interno bruto brasileiro.

    Precisamos de uma urgente reação.

    A Confederação Nacional da Indústria divulgou, na semana passada, que o setor já está reagindo. Dados da CNI dão conta de que a produção da indústria brasileira aumentou em maio. O nível de utilização da capacidade instalada cresceu um ponto percentual em relação a abril e ficou em 67%, percentual maior que o registrado no mesmo mês dos quatro anos anteriores. É evidente que nossa capacidade industrial, como sabemos, depende de diversos fatores que lhe possibilitem produzir à altura de seu potencial e, além disso, ampliar instalações, tornar-se mais competitiva e ganhar novos mercados.

    É nesse sentido que estamos saudando, efusivamente, o anunciado maior acordo comercial entre blocos já realizado no mundo, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado sexta-feira última, dia 28, depois de mais de 20 anos de tratativas. Como disse o Presidente da CNI, esse acordo pode representar o passaporte para o Brasil entrar na liga das grandes economias do comércio internacional. A criação de novas oportunidades de exportação, com a redução de tarifas europeias, certamente, servirá para alavancar ainda mais a indústria brasileira, que enfrenta sérias dificuldades, para uma maior competitividade no mercado internacional. O acordo criou uma gigantesca área de livre comércio, que soma US$19 trilhões em produto interno bruto e um mercado de 750 milhões de pessoas.

    Os empresários têm uma grande participação nesse novo cenário que se desenha, principalmente porque souberam persistir, enfrentar seguidas crises, tantas crises que assolaram o Brasil e o mundo, e, agora, poderão participar – assim todos esperamos – dessa nova fase para o setor industrial, com reflexos internos e externos.

    Sabemos que, aliado a isso, ainda temos muito a fazer em nosso País, tanto na esfera das indústrias, como inovação tecnológica, por exemplo, quanto na geração de mais confiança, a partir de um Estado mais enxuto e eficaz. Precisamos de uma ampla reforma do Estado, o que passa por reformas setoriais, como a da previdência, a tributária e a política. Os desafios são muitos. Esperamos, aqui no Parlamento, poder fazer bem a nossa parte, assim como esperamos ocorra nos demais Poderes, como os senhores têm feito em suas respectivas áreas de atuação.

    Por isso, o momento hoje é para homenageá-los.

    Diante disso, passo, agora, a nominar cada um dos nossos homenageados, em ordem alfabética. Eis os premiados: Benjamin Steinbruch, indicado pelo Senador Eduardo Gomes; Carlos Fernando de Carvalho, indicado pelo Senador Arolde de Oliveira; Genésio Moisés Spillere, indicado pelo eminente Senador Esperidião Amin; Sr. João Gonçalves Filho, do Estado de Rondônia, que tive a honra de indicar; Jocélio Costa Barbosa, indicado pelo Senador Veneziano Vital do Rêgo; Josué Christiano Gomes da Silva, indicado pela eminente Senadora Zenaide Maia; Sae-Joo Chang, indicado pelo Senador Cid Gomes. Esses são os nossos homenageados, a quem, mais uma vez, externo os nossos sinceros parabéns.

    No próximo ano, como eu tenho a honra de presidir o biênio 2019/2020, o Diploma José Ermírio de Moraes será oferecido a mulheres empreendedoras com histórias de sucesso, superação e reconhecimento.

    Por fim, agradeço ao Presidente Davi Alcolumbre a confiança, aos Senadores membros do Conselho, que tiveram um papel fundamental na escolha dos nossos homenageados. Aos demais Senadores presentes a esta sessão, aos Deputados, às autoridades, aos convidados o nosso muito obrigado pela presença de todos. (Palmas.)

    Agora, antes de iniciar a entrega dos diplomas, passo a palavra aos demais membros da Mesa e aos membros do Conselho, para que façam uso da palavra para suas considerações.

    Pela ordem...

    O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD - RJ. Fora do microfone.) – ... de idade. (Risos.)

    O SR. PRESIDENTE (Marcos Rogério. Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RO) – ... alfabética, passo a palavra a Arolde de Oliveira, que, por coincidência, também é nosso decano por idade.

    V. Exa. tem a palavra.