Discurso durante a 111ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Exposição sobre o depoimento do ex-Ministro Antonio Palocci à CPI do BNDES, da Câmara dos Deputados.

Autor
Lasier Martins (PODEMOS - Podemos/RS)
Nome completo: Lasier Costa Martins
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Exposição sobre o depoimento do ex-Ministro Antonio Palocci à CPI do BNDES, da Câmara dos Deputados.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/2019 - Página 10
Assunto
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Indexação
  • COMENTARIO, DEPOIMENTO, ANTONIO PALOCCI, EX MINISTRO, GOVERNO FEDERAL, GESTÃO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), LOCAL, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ASSUNTO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES).

    O SR. LASIER MARTINS (PODEMOS - RS. Para discursar.) – Sr. Presidente dos trabalhos, Senador Izalci Lucas, Senadores e Senadoras, telespectadoras e telespectadores, ouvintes da rádio Senado.

    Sr. Presidente, eu quero falar sobre este rumoroso depoimento do ex-Ministro Antonio Palocci, com assombroso conteúdo em sua fala anteontem, à CPI do BNDES da Câmara dos Deputados, algo que está tendo enorme repercussão, mas que acho ainda não alcançou todos os brasileiros, como convinha e como convém.

    Um dos assuntos mais comentados ontem nas redes sociais, porque trata da dinheirama transferida pelas últimas gestões para empresas amigas, confirmada e detalhada essa dinheirama por esse depoimento do ex-Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados, a tão propalada caixa-preta, sobre a qual tanto falamos nos últimos anos mas que não temos conseguido abrir até hoje.

    Eu tive aqui um projeto, logo que cheguei ao Senado, há quatro anos passados, para que tivéssemos uma CPI, e não consegui uma CPI do Senado com relação ao BNDES, ao tão enxovalhado Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, um banco que deveria ser para o desenvolvimento do Brasil, conforme a própria sigla, desenvolvimento nacional, mas que acabou indo para o desenvolvimento de outros países de índole socialista e de governos ditatoriais.

    Essa tão propalada caixa-preta, que muitos ainda insistem em dizer que não houve, mas houve, envolve, pelo que agora se soube do depoimento de Antonio Palocci, nada menos do que R$500 bilhões. Eu falei em "bi", R$500 bilhões, conforme indica trecho do depoimento de Palocci sobre empréstimos do banco a Angola.

    Nota do site O Antagonista, confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo, com Deputados presentes no depoimento secreto – que era secreto, mas que vazou – de Palocci dado à CPI, traz a abjeta informação de que a nota de risco de Angola chegou a ser rebaixada para permitir ao BNDES elevar o montante emprestado para financiar obras da construtora Odebrecht naquele país africano.

    Palocci afirmou ainda que ele tratava dos assuntos relativos a empréstimos do BNDES diretamente com Luciano Coutinho, ex-Presidente da instituição de fomento.

    O ex-Ministro apontou que, em troca de generosas propinas, as gestões do PT distribuíram aos seus escolhidos uma enxurrada de dinheiro público, R$0,5 trilhão. Veja o que fizeram ao BNDES em passado recente. Enquanto o Ministro Sergio Moro era atacado em sessão da Câmara dos Deputados, Palocci fazia revelações bombásticas, desconcertantes sobre o esquema operado pelo ex-Presidente Lula e seus auxiliares mais próximos.

    Não é de hoje que vimos alertando para o fato que fica cada vez mais evidente, mais escancarado: os números recordes da corrupção no escândalo do petrolão, aferidos pela operação Lava Jato, e, antes dela, com o mensalão não chegam aos pés de um desvio ainda maior: o do BNDES. As revelações de Palocci podem ter até surpreendido alguns, mas é claro que não são de estranhar, considerando as transferências diretas do Tesouro Nacional ao banco estatal, voltadas para empresários corruptos e governos ditatoriais no exterior, a serviço do enriquecimento de corruptos e de um projeto de poder que pretendia se perpetuar, tudo em prejuízo do povo brasileiro.

    Eu precisava, Sr. Presidente, senhores telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, fazer esse realce à importância desse depoimento de quem conhecia por dentro o que era a administração anterior, ao qual esteve ligado, e os grandes prejuízos causados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com verbas que ainda, até hoje, tanta falta vêm fazendo ao desenvolvimento do Brasil.

    É o que precisava dizer, Sr. Presidente.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/2019 - Página 10