Discurso durante a 111ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa da Operação Lava Jato e do Ministro Sergio Moro.

Comentários sobre o depoimento do ex-Ministro Antonio Palocci à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados.

Destaque para a necessidade de retomada do crescimento econômico. Preocupação com a situação do Estado de Roraima e a quantidade excessiva de imigrantes venezuelanos.

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Defesa da Operação Lava Jato e do Ministro Sergio Moro.
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA:
  • Comentários sobre o depoimento do ex-Ministro Antonio Palocci à CPI do BNDES na Câmara dos Deputados.
ECONOMIA:
  • Destaque para a necessidade de retomada do crescimento econômico. Preocupação com a situação do Estado de Roraima e a quantidade excessiva de imigrantes venezuelanos.
Aparteantes
Angelo Coronel, Arolde de Oliveira.
Publicação
Publicação no DSF de 05/07/2019 - Página 16
Assuntos
Outros > CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PUBLICA E IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • DEFESA, OPERAÇÃO LAVA JATO, MINISTRO, SERGIO MORO, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ).
  • COMENTARIO, DEPOIMENTO, EX MINISTRO, ANTONIO PALOCCI, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ASSUNTO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), LOCAL, CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • DESTAQUE, IMPORTANCIA, RETOMADA, CRESCIMENTO, ECONOMIA, APREENSÃO, SITUAÇÃO, ESTADO DE RORAIMA (RR), MOTIVO, QUANTIDADE, EXCESSO, IMIGRANTE, ORIGEM, PAIS ESTRANGEIRO, VENEZUELA.

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Para discursar.) – Sr. Presidente, Izalci Lucas, meus companheiros e amigos Senadores aqui presentes, Arolde de Oliveira, Angelo Coronel; todos os telespectadores que, neste momento, nos assistem; brasileiros que nos ouvem neste momento, através da Rádio Senado; as redes sociais, especificamente do Senado, eu gostaria de me referir a alguns temas hoje aqui, neste quase início de tarde.

    Mas, Sr. Presidente, eu gostaria de deixar aqui um comentário em relação à sessão de ontem do Congresso Nacional. Obviamente que milhares, talvez milhões, de brasileiros tomaram conhecimento por outros veículos de comunicação ou diretamente pela TV Senado daquele espetáculo deprimente que nós vimos no Plenário do Congresso Nacional.

    O nosso Presidente Davi Alcolumbre, de uma forma serena, cuidadosa, republicana, procurou exatamente conduzir aquela sessão de uma forma harmoniosa, mesmo sabendo de um terremoto em que vivem mergulhados muitos Parlamentares e que, num gesto talvez tresloucado, agridem as pessoas, agridem as autoridades que são respeitadas pelo povo brasileiro, pela sua história, pelas suas ações, e, acima de tudo, pela verdade que prega ao defender um país republicano, um país que seja referência para toda a população.

    Ali eu vi o Deputado Glauber Braga, do PSOL, do Rio de Janeiro, reverberando, quase como um alucinado, sem olhar pelo retrovisor da sua vida, da sua história, nobre Senador Arolde de Oliveira, do Rio de Janeiro, acusações e ataques absolutamente reprováveis sobre o Ministro Sergio Moro, que queiramos ou não – que queiram ou não – hoje talvez seja a pessoa mais respeitada da República. Esse não é um juízo de valor meu, do Senador Chico Rodrigues, de Roraima; é uma avaliação da população brasileira.

    Olhando lá para trás, nobre Senador Arolde de Oliveira, nós verificamos que tudo começou quando, num ato de profissionalismo, de coragem e, acima de tudo, de civismo, começou a desencadear uma operação que veio a se chamar Lava Jato e, obviamente, ficou incontrolável.

    E é tão verdadeiro esse tema que nós verificamos ontem... Aqui foi citado, por um dos Senadores que me antecedeu, o depoimento do Palocci. Quando eu vejo, lá no Plenário da Câmara, do Congresso Nacional, e, às vezes, até mais moderado, porque aqui é a Casa da Federação... Os Senadores, por mais ideológicos que sejam, têm um comportamento, às vezes – às vezes –, extrapolando, como foi no caso da eleição da nossa Casa, no dia 1º de fevereiro, mas, em tese, sempre mantendo uma oposição altiva, pela experiência, até porque os mais velhos, às vezes, na verdade, têm um comportamento mais equilibrado, mais republicano, mesmo sendo ideólogos.

    E o que nós temos percebido é a negação permanente da Lava Jato por aqueles que, na verdade, defendem os que estavam, absolutamente, mergulhados na Lava Jato. Está aí. O Palocci, ontem, simplesmente, abriu uma caixa-preta. E será que foi o Ministro Sergio Moro que foi obrigá-lo a falar tudo aquilo que ele falou: dos desvios do BNDES, como eram as operações no BNDES, como elas eram instrumentalizadas, como elas desviavam a conduta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para fins obscuros? E, claro, quando você coloca a Justiça alinhada com os fatos, eles são verificados e são alcançados. Quando eu vejo uma defesa quase infantil, pueril de alguns de que a Lava Jato é um absurdo, de que a Lava Jato extrapolou todos os limites, eu pergunto: "Será que o Ministro Sergio Moro inventou tudo aquilo? Será que os bilhões que já foram recepcionados de volta dessas operações malfadadas de desvios vieram do nada? Foi uma mágica?". Então, é muito perigoso.

    E eu acho que política é a convivência dos contrários. Não é a exclusão dos contrários. Cada um tem o seu direito livre de se manifestar. Cada um, ao seu estilo e ao seu modo, tem a condição de defender aquele território em que ele, na verdade, se encontra incluído. A oposição hoje, o PT, o PSOL e alguns segmentos do PSB têm o direito, porque eles são oposição. Eles perderam a eleição. E, agora, claro, o direito que têm é o direito, na verdade, no Parlamento, de reclamar, de criticar, de acusar, etc.

    Agora, acho que mexer com o Juiz Sergio Moro por conta desse elemento do Telegram, o Glenn Greenwald, que, para mim, praticamente, tinha que ser expulso do País... Muitas vezes, pode virar uma questão de segurança nacional. E está lá na nossa lei.

    Agora, querer, na verdade... Essas provas têm que ser visíveis, têm que ser reais. Eu também defendo, como o Senador Angelo Coronel, pela sua experiência como Parlamentar atuante, como Parlamentar que tem uma história ao largo da sua vida pública, também que sejam abertos esses celulares com as informações, etc.

    Agora, o que não pode é todo dia nós verificarmos uma manifestação, como se quisesse sangrar um governo que não herdou 14 milhões de desempregados. O Governo do Presidente Jair Bolsonaro, que herdou 14 milhões de desempregados, está fazendo um esforço ingente, enorme para tentar juntar os cacos.

    Eu vou continuar o meu pronunciamento, mas antes, nobre Senador, vou passar a palavra para o nobre Senador Angelo Coronel, que fez a solicitação primeiro.

    Com a palavra V. Exa. Senador Angelo Coronel; depois, o nosso querido Senador Arolde de Oliveira.

    O Sr. Angelo Coronel (PSD - BA. Para apartear.) – Senador Chico Rodrigues, V. Exa. faz um pronunciamento bastante embasado, com lógica. Evidentemente, por nada do que está aí podemos culpar o atual Presidente, que tem seis meses de Governo. Tudo aí já vem de uma longa história do Brasil.

    Eu sempre cobro que, mesmo que haja erros passados, nosso papel é cobrar celeridade para tentar corrigir, porque o povo lá de Roraima, do Norte, quer urgentes ações nesse sentido.

    Essa questão dessas mensagens do The Intercept e da expulsão do jornalista, eu não sei até que ponto o Procurador Dallagnol e o Ministro Moro... A meu ver, eu não sou policial – o nome "Coronel" é só sobrenome –, se pegasse as transcrições oficiais do próprio celular dos dois, já que o Dallagnol ainda tem o celular ainda, e chegasse para o Supremo ou para a própria Federal e mostrasse, eu tenho certeza de que isso seria desmoralizado, também aqueles que o estão acusando – caso estejam errados.

    A partir do momento em que há essa omissão, em que há essa demora, em que não há essa vontade de mostrar os celulares, começam a suscitar dúvida. Ontem mesmo eu encontrei com quatro juízes amigos meus que admiram o Moro, e eles diziam: "Poxa, Coronel, eu não sei porque o colega Moro e o Dallagnol não mostram logo essas mensagens, porque aí acaba essa celeuma". Todo dia fica esse sangramento. Qual é a pauta da imprensa brasileira hoje? Somente The Intercept e essas discussões.

    Então, está na hora de a gente acabar com isso. E, para isso, cabe ao Dallagnol e ao Moro abrir logo isso. Entreguem esses celulares para um Ministro do Supremo Tribunal Federal, façam uma aferição com peritos e a gente acaba com essa celeuma.

    Muito obrigado pelo aparte.

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Muito obrigado.

    Vejam como, na verdade, esta Casa, que é a Casa da Federação, republicana na sua essência, discordando de algumas posições pessoais e até políticas... Mas aqui o Senador Angelo Coronel, de uma forma absolutamente serena, simplesmente não vai ao excesso e se alinha, inclusive, com o nosso pensamento também.

    A propósito, eu gostaria de fazer um elogio e parabenizar pela presença da sua família, da sua esposa, dos seus netos, que são queridos, e dizer que vocês são muito bem-vindos. Para os netos, digo que vocês têm um grande avô e, para a família, que vocês têm um grande exemplo.

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Um baiano, também. E eu tenho um baiano, que está até aqui presente também, o meu filho Pedro Arthur, coincidentemente, o meu primeiro suplente.

    Eu concedo a palavra ao nobre Senador Arolde de Oliveira, o decano da Casa, Senador experiente que nos ensina todos os dias.

    O Sr. Arolde de Oliveira (PSD - RJ. Para apartear.) – Obrigado, Senador Chico Rodrigues.

    Eu estou ouvindo com atenção as palavras tão apropriadas que V. Exa. está comunicando ao Plenário e à Nação brasileira.

    É verdade que nós vivemos um momento de inflexão na conduta ética e moral, que se repercute com muita energia na conduta política do Brasil, que é a responsável, como bem realçou o nosso Senador Angelo Coronel no seu pronunciamento. Tudo no mundo, para o bem ou para o mal, ocorre através da política. Então, neste momento de inflexão, nós precisamos realmente evocar e convocar as forças políticas do nosso País para um entendimento e um alinhamento suprapartidário, para prosseguirmos. Mas antes abrimos as nossas mentes para ouvirmos, porque temos muitas mentes que são obstruídas, que são imunizadas previamente para não ouvirem, não entenderem. E dentro dessa linha, dessas mentes obstruídas, nós vemos os absurdos que foram citados por V. Exa. do Deputado que agrediu, ou agride, tem agredido de graça o nosso símbolo da luta contra a corrupção que se tornou o Ministro Sergio Moro. Eu fico muito triste que essa imunização leve a comportamentos tão cínicos e tão hipócritas.

    Imagine, nobre Senador Chico Rodrigues, como pode funcionar uma força-tarefa, pelo próprio conceito de trabalho em equipe, sem que haja comunicação entre os seus membros? É uma força-tarefa de combate à corrupção. E, se é uma força-tarefa, é uma equipe, é um coletivo. O coletivo, para se coordenar, tem que se comunicar. Então, essa é a realidade. Essas comunicações existem com certeza, mas são comunicações para alinhar as ações no sentido de tornar efetivas as investigações e tornar efetivo o resultado que nós já temos. Quantos membros da organização criminosa já estão presos e quantos ainda virão? O trabalho do combate à corrupção não é só a Lava Jato, mas a Lava Jato é o seu grande símbolo. Essa força-tarefa é o símbolo, e não é só símbolo, é a ação primeira. Então, nós precisamos preservar este combate à corrupção.

    Eu repito que uma força-tarefa é coletiva, e, sendo coletiva, tem que haver comunicação entre as partes, para alinhar as ações e para que elas se tornem mais profícuas e com resultados mais positivos.

    Parabéns pelas colocações de V. Exa.

    Muito obrigado.

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Muito obrigado, Senador Arolde de Oliveira, pelas suas palavras, pelo seu aparte, que enriquece o nosso pronunciamento.

    E, também me aliando a e esse comentário de V. Exa., quero dizer que é exatamente assim que pensa a sociedade brasileira, a não ser aqueles que têm culpa no cartório, aqueles que já foram presos, aqueles que estão presos, aqueles que já foram soltos e outros que estão na fila, correndo da sala para a cozinha. E há muitos ex-Senadores, há muitos ex-Deputados, há muitos empresários que estavam envolvidos com essa questão da Lava Jato, que, na verdade, também vai chegar até eles. Claro que vai chegar até eles. Alguns se protegem por algum poder que tinham subterrâneo, mas o tempo é o senhor da razão. Vão ser alcançados também.

    Acho que a operação tem um simbolismo enorme, o nome Lava Jato. O que nós estamos discutindo, o Brasil está discutindo lá nos beiradões da Amazônia, do meu Estado, em qualquer lugar deste País, as pessoas sabem o que é Lava Jato, o que foi a Lava Jato e sabem a importância do Sergio Moro.

    Então, na verdade, hoje o que nós queremos é exatamente... Claro, me alinho também ao Senador Angelo Coronel, nós precisamos de uma agenda mais forte, nós precisamos, na verdade, de uma retomada. E queira Deus que a Câmara, sob a coordenação do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é extremamente equilibrado, cuidadoso, está fazendo um esforço ingente para que nesta primeira fase, seja aprovada na Câmara a nossa reforma da previdência, que ninguém, nem a esquerda, nem a direita, nem o centro, discute a sua importância para que possa dar credibilidade e musculatura de confiança ao empresariado brasileiro e ao empresariado internacional que quer investir no País. E aí vai gerar emprego, vai gerar renda, a economia vai andar, a população vai sair deste marasmo em que se encontra. Nós sabemos disso.

    Agora, o que nós não podemos admitir, meu caro Senador Dário Berger, de Santa Catarina, Senador também que tem um perfil de um patriota, que está acompanhando também o nosso pronunciamento, e tenho certeza de que está somatizando cada uma dessas palavras... Eu dizia, Senador Dário Berger, que ontem foi um espetáculo de irresponsabilidade lá no Congresso, no Plenário do Congresso. O nosso querido Presidente Davi Alcolumbre tentando, a todo custo, moderar aqueles discursos exaltados, mas exaltados sem razão, porque os que defendem são os que estão, na verdade, direta ou indiretamente, protegendo aqueles que na verdade foram alcançados por essa operação.

    Portanto, eu gostaria de dizer que agora é um momento de reflexão, um momento de união, de transversalidade entre as instituições, seja o Executivo, seja o Legislativo, seja o Judiciário. Que os ânimos exaltados sejam moderados, no sentido de nós darmos o melhor para a população brasileira. A população brasileira, às vezes, fica com vergonha desses discursos, dessas agressões que, na verdade, acontecem no Parlamento, seja lá na Câmara baixa, seja aqui na Câmara alta.

    Então, é um momento de retomada do crescimento econômico. Este País é tão grande, tão rico, tão poderoso, que nem esses fatos que são desabonadores, praticados por muitos da classe política, são capazes de quebrar este gigante. Não é um gigante adormecido, não, é um gigante vivo, com 19%...

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – ... da reserva de água doce do Planeta, com as riquezas minerais mais importantes para a humanidade, com uma biodiversidade amazônica invejável e cobiçada pelo mundo inteiro.

    Então, é um momento de reflexão, é um momento de cuidado, e, acima de tudo, é um momento em que nós temos que pensar mais no Brasil do que nos partidos políticos, mais no Brasil do que individualmente, mais no Brasil do que nessas brigas que são inconsequentes, absolutamente inconsequentes.

    Eu conclamo a todos os nossos companheiros Deputados e Senadores para que possamos fazer uma grande reflexão deste momento em que nós vivemos. Estamos às portas da aprovação da reforma da previdência, e aí, sim, vem a reforma tributária, vem a reforma política, que é necessária, fundamental – a reforma política. E aí, sim, nós vamos oferecer ao Brasil aquilo que a população brasileira espera de cada um de nós.

    E apenas para encerrar, nobre Senador, eu gostaria de dizer, meu caro Senador Izalci, que preside esta sessão, que o meu Estado, o Estado de Roraima, lá no Norte do Brasil, está vivendo um momento difícil com a entrada de milhares e milhares de venezuelanos, que têm, na verdade, apavorado a população do Estado. Nós temos lá a Operação Acolhida, que foi implantada pelo Governo brasileiro e comandada pelo Exército, mas que não está dando conta. Ela não dá conta, porque são 8 mil abrigados e 10, 15, 20 mil nas ruas, vivendo de uma forma, muitas vezes, subumana.

    E aí, eu gostaria de pedir ao Governo que mudasse – e disse isso, inclusive, já na Casa Civil – o nome do programa de Operação Acolhida para abrigá-los, porque esse é o sentimento humanitário que cada um de nós brasileiros temos, para Operação Passagem, para que eles fossem passando, fossem selecionados, passando para os Estados. Vamos dividir o pão lá com a Bahia, com o Rio de Janeiro, com Minas Gerais, com Rondônia, com o Rio Grande do Norte, com Santa Catarina. Agora mesmo, uma grande empresa do Paraná levou 70 caminhoneiros altamente capacitados, qualificados, para trabalharem em uma grande empresa de Londrina. E assim são as dezenas e dezenas, e centenas, que, tangidos pela sorte... E hoje, em função da questão política interna da Venezuela, na verdade, quem está pagando o pato é a população de Roraima.

    Portanto, estou junto agora, vou conversar com o Gen. Ramos, que é um companheiro de longas jornadas, que já foi assessor parlamentar no meu primeiro mandato de Deputado Federal em 1993, e tenho certeza de que ele vai fazer esse alinhamento junto com o Governo, para que possamos fazer com que, nessa vinda espontânea e forçada desses venezuelanos, passando pelo meu Estado, o Estado de Roraima, eles possam se abrigar de uma forma cômoda em todo o Brasil, tirando esse grande...

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – ... peso que a população de Roraima paga.

    Só para encerrar, nobre Senador Dário Berger, nascem por mês em torno de 1,2 mil crianças no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth. Das 1,2 mil crianças, mais de 600 são filhas de mães venezuelanas! E, agora, imagina o desconforto para a população local, a segurança! Na verdade, imagina o que é uma capital com 380 mil habitantes e com quase 50 mil venezuelanos! Aí vem a questão da segurança, do abrigo.

    Portanto, não poderia encerrar sem fazer esse comentário sobre o meu Estado, dizendo que nós estamos firmes e determinados no sentido de que o Governo Federal possa encontrar uma saída para fazer com que eles passem pelo nosso Estado de uma forma tranquila, serena, e bem tratados, como são tratados hoje, mas que não deixe esse aglomerado humano concorrendo com os brasileiros roraimenses.

    Muito obrigado, Sr. Senador, pela paciência, por ter me prolongado no meu discurso. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/07/2019 - Página 16