Fala da Presidência durante a 122ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional da Música e da Viola Caipira.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2019 - Página 11
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • PRONUNCIAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, MUSICA.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Convidamos a todos para acompanharmos a apresentação de Claudinho da Viola, tocando a música Garça do Cerrado.

(Procede-se à execução musical.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Quero cumprimentar aqui o nosso querido Zé Mulato, o Cassiano, cumprimentar o Sr. Volmi Batista da Silva, o Luiz Faria, a Sra. Elisabete Silva, o Sr. Daniel Sabino Vaz, o meu amigo Wigberto Tartuce, o Vigão.

    Estou vendo aqui também o Clayton Aguiar. Seja bem-vindo, Clayton! Obrigado pela presença.

    Agradeço a presença de todos.

    Começo este pronunciamento com a fala de Inezita Barroso, que disse: "Meu pai era muito musical. Todos os 18 filhos estudaram piano, alguns, harpa, mas me apaixonei pela viola [...]. O violão já estava na família meio mal aceito, mas estava [...]. A viola é encantada".

    Inezita disse que conseguiu a sua liberdade quando se casou com um cearense e que foi por causa dele que começou a carreira na música caipira. Dizia que, "em casa, só ouvia ópera e música erudita. Não que eu não admire, mas a nossa cultura vale mais". Todos nós, caipiras do interior, temos, de fato, esse sentimento.

    Meu pai era seresteiro da cidade de Araújos, nas Minas Gerais. Não era violeiro, era seresteiro. Mas as músicas que ele tocava nas ruas e embaixo das janelas faziam parte do sentimento e da emoção daquela pequena cidade do interior. Ali as crianças estudavam nas escolas rurais, ajudavam suas famílias no trato da terra e dos animais. Nos divertíamos, mesmo quando trabalhávamos, e ainda participávamos das festas da igreja, das serestas e dos carnavais.

    Como toda cidade do interior, a música era o nosso grande momento de congratulação. Em Araújos, minha terra, era assim. Quando cheguei aqui, ainda pré-adolescente, as reuniões em nossas cidades-satélites, aqui da capital, tinham como alento um violeiro e uma música da nossa terra natal. Ali nós nos encontrávamos com as nossas raízes; ali nós nos congratulávamos e nos divertíamos. A música era a nossa felicidade no meio do Cerrado e da terra vermelha.

    Hoje, eu, menino de Araújos, tenho a honra de recepcioná-los e dizer-lhes da minha emoção aqui no Senado Federal da República. Eu, menino de Araújos, de Minas Gerais, cheguei aqui na Capital com 13 anos. Aqui lutei, trabalhei, me formei e hoje tenho a responsabilidade de representar a população do Distrito Federal, nossa Capital da República. Eu me tornei um homem de capital. Sempre trabalhei muito e quero ter junto gente que trabalha. No meu gabinete é assim. Só neste primeiro semestre, tivemos mais de 8 mil pessoas que foram recebidas, entre instituições da sociedade civil, públicas e cidadãos comuns. É por eles que trabalhamos, é por eles que lutamos.

    A música e a cultura de nosso povo e de nossa gente tem que ter espaço, tem que ter investimento e, sobretudo, reconhecimento. Esta sessão solene traz esse reconhecimento, mas falta-nos o investimento para manter essa cultura de raiz, tão importante para o nosso País. Há investimentos e recursos culturais, mas eles nem sempre vão para a divulgação de nossos artistas que trabalham em prol da cultura de raiz do nosso País. A maioria dos recursos é direcionada àqueles que não precisam ou já têm patrocínio no setor privado.

    Quero aqui propor que entreguemos ao nosso Ministro da Educação um projeto de incentivo à nossa cultura, por meio das escolas e instituições que trabalham localmente os nossos talentos.

    Temos exemplos maravilhosos de como isso está sendo feito em cada canto deste País no ensino da música e no reconhecimento dos artistas locais, mesmo com todas as dificuldades. Por isso, sou e sempre serei um lutador pela escola em tempo integral. É por meio dela que teremos a nova geração de brasileiros em todas as áreas do conhecimento. É por meio da educação integral que teremos talentos em todas as áreas, sejam elas científicas, tecnológicas ou artísticas.

    Minhas senhoras e meus senhores, essa homenagem que ora fazemos tem o propósito principal de trazer à discussão a nossa terra e a nossa gente; tem o propósito de sair do discurso para a vida real com projetos e investimentos.

    Estou aqui como Senador pelo voto. Estou aqui como Senador da República para representá-los. Por isso, sugiro mais integração e projetos. Vamos trabalhar e lutar. Podemos até perder, mas lutando temos a possibilidade de ganhar.

    Para finalizar, sempre com a fala prudencial de Almir Sater, grande violeiro, que pensa o nosso povo. Disse ele: "Trate o mundo igual a gente trata a nossa casa, nosso quarto, o altar de nossa igreja, respeitar a terra como nosso santuário. Acho que é educação. A ecologia começa com a educação em casa".

    Obrigado a todos vocês pela presença. (Palmas.)

    Agora vamos chamar a esta tribuna membros das nossas lideranças da música caipira para receber as homenagens do Senado Federal. Por meio deles, homenagearemos a todos nossos músicos e poetas sertanejos.

    Peço, então, que venha aqui à tribuna para receber este reconhecimento Daniel Sabino Vaz.

(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Daniel Sabino Vaz.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Quero entregar também para Luiz Faria da Silva.

(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Luiz Faria da Silva.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Também para Bete Silva, nossa grande professora.

(Procede-se à entrega do certificado à Sra. Elisabete Silva.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Volmi Batista da Silva.

(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Volmi Batista da Silva.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – José das Dores Fernandes, o Zé Mulato.

(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. José das Dores Fernandes.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – João Monteiro da Costa Neto, o Cassiano.

(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. João Monteiro da Costa Neto.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Em nome desses artistas fenomenais e daqueles que se propõem a escrever essa história, eu agradeço a todos pela presença e pela força.

    Já convido também para fazer uso da palavra o Sr. Daniel Sabino Vaz, Prefeito de Cristalina, Goiás.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2019 - Página 11