Pronunciamento de Jorge Kajuru em 16/07/2019
Discurso durante a 124ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinda a prestação do compromisso regimental e posse do Sr. José Wilson Siqueira Campos, primeiro Suplente do Senador Eduardo Gomes.
- Autor
- Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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SENADO:
- Sessão Especial destinda a prestação do compromisso regimental e posse do Sr. José Wilson Siqueira Campos, primeiro Suplente do Senador Eduardo Gomes.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/07/2019 - Página 24
- Assunto
- Outros > SENADO
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, APRESENTAÇÃO, COMPROMISSO, REGIMENTO INTERNO, GUARDA, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, LEIS, MOTIVO, POSSE, SIQUEIRA CAMPOS, SUPLENTE, MANDATO, SENADOR, REPRESENTAÇÃO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), SUBSTITUIÇÃO, EDUARDO GOMES, CIRCUNSTANCIAS, SECRETARIO DE ESTADO, REGISTRO, NOME, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, FILIAÇÃO PARTIDARIA.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, minhas únicas vossas excelências e meus únicos patrões, como o seu empregado público, subo a esta tribuna como campeão de uso dela com quase 250 vezes aqui, em menos de seis meses de mandato.
Não é porque gosto de falar, é porque eu tenho o que falar. E desafio: qual foi o meu pronunciamento que não tinha conteúdo e a pura verdade, até o mais polêmico dos pronunciamentos, quando apresentei os escândalos dos privilégios do Supremo Tribunal Federal, provocando em todo mundo o recorde de visualizações e provocando mais ainda indignação por uma minoria do Supremo, porque eu nunca generalizo em nada?
Antes do assunto que me faz subir a esta tribuna, eu quero dizer o seguinte, como jovem que virou um frasista por tanto ouvir frases. O músico Ivan Lins, meu padrinho de casamento, disse o seguinte: "Um homem vem e diz: 'Pronto, perdi a esperança'. Deus vem e responde: 'Pronto, perdi um homem'".
Eu creio que essa frase é uma boa definição de um homem histórico da política brasileira que hoje assume o mandato, o Senador Siqueira Campos. (Palmas.)
É o fato de nunca ter perdido a esperança.
Eu fiquei muito feliz quando ouvi a grandiosidade dele de ter pedido perdão a Deus e, por toda essa vida, com toda a sua marca, não ter inimigo. Realmente, não vale a pena, até porque o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. E, às vezes, o esquecimento é a única vingança, é o único perdão, já dizia, na altura da sua cegueira, o escritor argentino Jorge Luis Borges.
Fiquei muito feliz aqui ao ser cumprimentado pelo seu filho, Senador Siqueira Campos, que aqui está à mesa, pela sua educação, pelos seus elogios ao meu trabalho e por tudo que sei através de amigos tocantinenses – alguns que moravam no meu querido Estado de Goiás e outros que já foram de outros Estados para o Tocantins –, pelo que eles falam, pelo que eles se lembram da família Siqueira Campos. O gesto dele, a emoção dele, a forma como olhava para o pai, isso é muito forte.
E, ao homenageá-lo, Senador Siqueira Campos, eu tenho certeza de que vou aprender muito com o senhor aqui no dia a dia, como aprendo aqui com o Esperidião Amin, como aprendo aqui com tantos outros Senadores mais experientes. O senhor vai nos ensinar muito.
Agora, o que eu mais gostei foi do seu lado bem-humorado. Com 91 anos de idade, esse homem é privilegiado. Parece-me que tem um neto de um ano e meio. É isso? Tem 91 anos e um neto de um ano e meio? Coitado do Kajuru! Não tem nenhuma chance de conseguir essa façanha. O senhor tem que agradecer a Deus todo dia, Senador Siqueira. Faça uma oração todo dia.
Com o fato de também aqui cumprimentá-lo e dizer "seja bem-vindo a esta Casa", que precisa dar exemplos ao Brasil, eu não posso deixar de citar quem, por cinco meses e meio, conviveu comigo aqui e também é, como o senhor, bem-humorado.
Com o senhor, eu quase caí no chão quando contou a história do Raimundo Boi! (Palmas.)
Não tem como não rir! Olhem a presença de espírito com seus 91 anos de idade, ou seja, é a prova de sua lucidez e do tanto que ele poderá ser útil ao trabalho deste Senado Federal.
Agora, o Eduardo Gomes, eu o chamo de Eduardo, porque ele é meu amigo. E, assim como o senhor não gosta e nunca pediu para filho chamá-lo de senhor, eu também não chamo ninguém de vossa excelência. Vossa excelência é o brasileiro, é a brasileira e, especialmente, era a minha mãe, que faleceu. (Palmas.)
Inclusive, fui eu o autor do conselho ou da sugestão ao Presidente Bolsonaro para que lá se acabasse com o vossa excelência, através do meu amigo Ministro Paulo Guedes, que eu tanto adoro. E ele aceitou a sugestão, tanto que lá não existe mais, ninguém chama ninguém de vossa excelência, como o primeiro Presidente americano, que pediu que todo mundo o chamasse de Mister President (Senhor Presidente) George Washington. Então, essa bobagem de vossa excelência não existe.
Eu chamo o Eduardo é de amigo, de senhor aqui da tribuna, mas de amigo, porque eu gostei de conviver com ele, com a franqueza dele, com o preparo dele, sempre atuante aqui. Então, em pouco tempo, Senador Eduardo, o senhor deixou uma marca aqui. E Deus vai abençoar a sequência de sua vida pública. (Palmas.)
Obrigado.
E, para concluir a questão do bom humor, eu não vou esquecer – e ele vai rir e ver que a minha memória é boa, não tão boa quanto a do Senador Siqueira Campos – que, um dia aqui no Plenário, éramos quatro Senadores de pé ali, e surgiu aquela brincadeira: "Quem aqui é Bolsonaro? Quem aqui não é Bolsonaro?". Aí disparou a seguinte preciosidade o Senador Eduardo Gomes: "Kajuru, eu sou Jair, eu sou Messias, eu sou Bolsonaro!". (Risos.) (Palmas.)
Assumiu – é isso aí, a pessoa não tem que ficar em cima de muro.
Agora, eu quero trazer uma notícia muito boa aqui de que alguns já tiveram a oportunidade tomar conhecimento – não sei se o Senador Siqueira Campos soube. E, como eu sei do seu amor pelo Estado de Goiás, assim como o do seu filho e de sua família, então, eu gostaria que a nossa Pátria amada tomasse conhecimento, assim como o senhor e sua família.
O dia 16 de julho é uma das datas marcantes da odisseia que deixou marcas definitivas na civilização. Há 50 anos, a nave espacial Apollo 11 decolava para a jornada histórica de oito dias no espaço. Em 20 de julho, o módulo lunar Eagle pousaria na Lua, e, no dia 24 de julho, os astronautas Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin voltariam à Terra. Os Estados Unidos consolidavam vitória sobre a antiga União Soviética na batalha espacial que travavam, e os terráqueos se voltavam de vez para o infinito.
Disse Armstrong, ao pisar em solo lunar...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - GO) – ... num ambiente de baixa gravidade, em que passos se tornavam saltos – aspas: "É um pequeno passo para um homem, um salto para a humanidade". Fecha aspas.
Não vou aqui me deter sobre minúcias da chamada conquista da Lua, cujo cinquentenário vem sendo incensado, justificadamente, em todos os cantos do mundo. Prefiro, para concluir, Presidente Eduardo, senhoras e senhores presentes, dar ênfase à segunda razão de orgulho nesta fala. Ele tem a ver com um grupo de sete adolescentes do meu querido Estado de Goiás, Senador Siqueira, que elevaram o nome do Brasil em torneio de robótica promovido pela universidade da NASA, a agência espacial norte-americana, no Estado da Virgínia Ocidental. Concorrendo com estudantes de doze países, os alunos do Sesi da Vila Canaã, que o senhor conhece, bairro popular de Goiânia, foram premiados pelo "chiliclete", neologismo criado pra designar uma goma de mascar desenvolvida com componentes da pimenta – em inglês, chili é pimenta malagueta – para auxiliar astronautas a sentirem o sabor dos alimentos. Por causa da baixa gravidade, diminui também a sensibilidade do nariz dos astronautas. Com isso, o olfato perde intensidade, e eles deixam de sentir cheiros e sabores. Os testes mostram que o "chiliclete" – chiclete com pimenta – desbloqueia células da boca e do nariz, fazendo com que os que se alimentam readquiram cheiro e sabor, mesmo em ambiente de pouca gravidade.
O grupo de estudantes goianos desenvolveu a pesquisa durante sete meses. Em março, eles participaram da edição nacional do Torneio de Robótica, no Rio de Janeiro, e foram selecionados para a etapa internacional, em que saíram vitoriosos, uma demonstração de que talento e criatividade não faltam às nossas crianças e adolescentes, quando eles contam com as condições necessárias, como as propiciadas pelas escolas do Sesi, integrante do chamado Sistema S. Os recursos desse sistema podem também dar retaguarda aos nossos idosos, conforme projeto que eu já apresentei entre os 45 em cinco meses de mandato e entre os 281 projetos que eu já tenho prontos, como é conhecido pelo Senador Eduardo Gomes – em todos, tive a aprovação dele com muito carinho.
Eu falei aqui de Goiás um pouco para também mexer um pouco com o coração do nosso novo Senador, recebido com Deus e com alegria nesta Casa, Senador Siqueira Campos, porque falar bem de Goiás é como falar bem de Tocantins. Um tem a ver com o outro.
Agradecidíssimo.