Fala da Presidência durante a 121ª Sessão Especial, no Senado Federal

Cumprimentos ao Presidente Nacional da Confederação Brasileira de Entidades Juninas e autoridades presentes na Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Cumprimentos ao Presidente Nacional da Confederação Brasileira de Entidades Juninas e autoridades presentes na Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino.
Publicação
Publicação no DSF de 13/07/2019 - Página 64
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • CUMPRIMENTO, AUTORIDADE, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, PESSOAS, DANÇA, FESTA JUNINA.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Quero cumprimentar aqui o nosso Presidente Nacional da Confederação Brasileira de Entidades Juninas, o nosso querido Hamilton Teixeira do Santos, nosso querido Tatu; cumprimentar também o Presidente da Associação dos Forrozeiros do DF, Sr. Marques Célio Rodrigues de Almeida; cumprimentar o Presidente da Liga Independente de Quadrilhas do Distrito Federal e Entorno, Sr. Bruno Anderson; cumprimentar o Diretor da Liga Independente de Quadrilhas do Distrito Federal, Sr. Lucas Martins; cumprimentar o Gerente de Cultura da Administração Regional de Brazlândia, Sr. Duarte Totó; e também o Josivaldo, que é Presidente da União Junina Brasiliense; cumprimentar todos os quadrilheiros, todos os convidados.

    O grande escritor nordestino, o paraibano Ariano Suassuna disse, com muita propriedade, que "toda arte é local antes de ser regional, mas, se prestar, será contemporânea e universal".

    Senhoras e senhores, as festas juninas chegaram ao Brasil com a vinda da Corte à colônia portuguesa. Inicialmente era uma festa restrita aos palácios, mas, aos poucos, em pouco tempo, se tornou popular com a união dos rituais indígenas para celebrar a agricultura na colheita da mandioca e do milho e a vinda dos jesuítas com suas festas religiosas.

    Alguns estudiosos afirmam que as festas juninas trazem grande influência da cultura dos portugueses, dos chineses, espanhóis e franceses. Segundo eles, da França veio a dança quadrille, os fogos de artifícios chegaram da China e a dança com as fitas teria vindo de Portugal e da Espanha.

    Há controvérsias sobre essas influências, mas é certo que a quadrille francesa chegou ao Brasil, se popularizou e se fundiu com as danças que já existiam em nossas terras. Quem já dançou quadrilha conhece os termos franceses abrasileirados como anavantur, anarriê, travessê e sangê que, juntos com os portugueses "caminho da roça", "aí vem chuva", "olha o túnel" e "a ponte caiu", dentre outros, compõem os passos e gestos da quadrilha junina.

    Estamos aqui hoje homenageando os milhares de brasileiros que fazem da quadrilha junina o ponto alto dessa festa que movimenta todas as cidades e embala todo o Brasil por pelo menos 30 dias.

    Além da alegria, da dança, da música e das comidas típicas presentes nestas comemorações, os três santos católicos, Santo Antônio, São João e São Pedro, são homenageados no mês de junho.

    Os grupos viajam se apresentando e concorrendo em festivais espalhados por todo o Brasil. Aqui na Capital federal, grupos do DF colecionam títulos e já representaram o Brasil na Europa, se apresentando em vários países. Hoje os Estados têm suas próprias entidades e, nacionalmente, são representados na confederação que os congrega.

    Nossa festa junina deixou de ser local e regional, ela já é universal. Ela é arte pura! Mas, apesar da intensidade dos folguedos no mês de junho, grupos profissionais se apresentam em festas e participam de concursos durante vários meses por ano. A preparação com ensaios, seleção de temas e confecção de roupas começa já no mês de janeiro.

    Senhoras e senhores, para além da alegria, da música, da dança e dos folguedos, as festas juninas trazem números que surpreendem. Somente nas festas de Caruaru, Campina Grande, Mossoró, Aracaju e Santo Antônio de Jesus, são mais de 7 milhões de pessoas que participam.

    Se pensarmos em termos de Brasil, esse número chega a 30 milhões de pessoas. Gera-se emprego e renda. Os comerciantes dizem que o aumento das vendas este ano, mesmo com a crise, ultrapassa os 10% e, embora o País ainda esteja passando por momentos difíceis na economia, parece que a esperança por dias melhores está voltando aos corações, às mentes e aos bolsos dos brasileiros.

    Estamos aqui em festa celebrando o Dia Nacional do Quadrilheiro Junino. Uma homenagem a todos nós que amamos nossa cultura, nossas tradições e, sobretudo, acreditamos no nosso País e em nossa gente, que trabalha e produz.

    Faço essa homenagem, como sempre a fiz, sem adiar. Houve um tempo em que, nessa homenagem, muitos fugiram com medo de aparecer como quadrilheiros. Acho que nem imaginaram que aqui somos da arte e do coração.

    Meus amigos e minhas amigas, no início deste pronunciamento, usei uma frase do grande escritor paraibano de nascimento e pernambucano de coração Ariano Suassuna, que disse muito bem que a arte deve ser contemporânea e universal.

    A arte de vocês saiu do local, das fazendas e dos rincões para as regiões e hoje é universal. Vai permanecer geração após geração aqui e em outros cantos do mundo.

    Vamos celebrar sempre a festa do povo que rompeu as barreiras do tempo e as fronteiras do País. Viva Santo Antônio, viva São João e viva São Pedro, os nossos padroeiros juninos e de fé desse nosso grande Brasil.

    Obrigado a cada um de vocês, a todos os quadrilheiros aqui presentes e também espalhados em todo o País.

    Quero fazer agora também uma homenagem especial a três representantes das nossas quadrilhas e, para recebê-los, chamo, aqui na tribuna, Luciano Cosme, da Quadrilha Triscou Queimou. (Palmas.)

(Procede-se à entrega do certificado ao Sr. Luciano Lima Cosme.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/07/2019 - Página 64