Discurso durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Felicidade com os resultados obtidos pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Defesa da instalação da CPI do Esporte. Registro de projeto de lei apresentado por S. Exª que institui o Programa de Modernização do Esporte Brasileiro (Proesp).

Autor
Leila Barros (PSB - Partido Socialista Brasileiro/DF)
Nome completo: Leila Gomes de Barros Rêgo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESPORTO E LAZER:
  • Felicidade com os resultados obtidos pelo Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Defesa da instalação da CPI do Esporte. Registro de projeto de lei apresentado por S. Exª que institui o Programa de Modernização do Esporte Brasileiro (Proesp).
Publicação
Publicação no DSF de 14/08/2019 - Página 36
Assunto
Outros > DESPORTO E LAZER
Indexação
  • ELOGIO, RESULTADO, BRASIL, JOGOS PANAMERICANOS, LOCAL, PAIS ESTRANGEIRO, PERU, DEFESA, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ESPORTE, REGISTRO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, CRIAÇÃO, PROGRAMA, MODERNIZAÇÃO, ASSUNTO.

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF. Para discursar.) – Grata, Sr. Presidente. É um prazer começar esta semana aqui, uma semana importante – começamos os debates da reforma da previdência –, sob o seu comando nesse início de sessão. É um prazer também ter Zenaide aqui e, enfim, nossos amigos Senadores.

    Bom, a semana, como eu falei, é importante. Acompanhei alguns discursos da grande maioria dos nossos amigos Parlamentares que giraram muito em torno do texto da reforma que chegou à Casa, mas, enfim, sou representante de um segmento que, como eu falei, tenho muita honra de estar aqui nesta Casa representando, que é o esporte.

    Nesse último final de semana, foi o encerramento dos Jogos Pan-Americanos, em Lima, no Peru. Então o meu pronunciamento, enfim, está em torno desse assunto.

    Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, como eu falei, é um prazer estar aqui nesta tarde de terça-feira com vocês.

    Domingo passado, o Brasil encerrou de forma brilhante a participação na 18ª edição dos Jogos Pan-Americanos realizados em Lima, no Peru. Chama positivamente a atenção o fato de que o Brasil levou aos Jogos Pan-Americanos de Lima a sua menor delegação entre as últimas quatro edições do evento, Senadora Zenaide, e conseguiu concluir sua participação, depois de 56 anos, na segunda posição no quadro geral de medalhas com alguns recordes e pouco dependente – isso é histórico – das modalidades coletivas. Por consequência, considerando as medalhas conquistadas, estamos falando na maior eficiência de uma delegação nacional nos últimos quatro ciclos pan-americanos.

    Competiram em Lima pelo time Brasil 485 atletas, Senador Kajuru. Foram 174 a menos que nos jogos do Rio, em 2007; 37 a menos do que em Guadalajara, em 2011; e 105 a menos, Senadora Zenaide, do que em Toronto, em 2015. E, apesar da queda na quantidade de atletas, o Brasil bateu o seu recorde de medalhas, com um total de 171, sendo 30 a mais que nas duas últimas edições, além de superar a marca do Pan do Rio, que foi a nossa melhor participação, em 14 medalhas. Em medalhas de ouro, foram 55 no Peru, três a mais que o recorde, que também era do Rio em 2007

    O bom resultado brasileiro se deu com as boas participações em esportes como atletismo, natação, canoagem slalom, ginástica artística, hipismo, judô, taekwondo, triatlo e vela, além de a esses se somarem esportes em que o País não tem tradição, como é o caso do badminton, que teve o primeiro ouro com Ygor Coelho, um atleta carioca que está bem posicionado no ranking da categoria para participar da sua segunda Olimpíada, que será no ano que vem em Tóquio.

    A natação brasileira também foi destaque no Pan, com dez medalhas de ouro e trinta no total. E, ainda nos esportes aquáticos, a confirmação do favoritismo de Ana Marcela, a nossa campeã em águas abertas.

    O judô também manteve a tradição, com destaque para as vitórias das judocas Mayra Aguiar e Rafaela Silva, assim como a vela, com o ouro das atuais campeãs olímpicas, Martine Grael e Kahena.

    O atletismo teve as vitórias de Darlan Romani, nos arremessos de peso, e o ouro nos revezamentos 4 por 100 masculino e feminino.

    A canoagem confirmou os favoritismos também de Isaquias Queiroz, na modalidade velocidade, e Ana Sátila, no slalom.

    E, no hipismo, houve a medalha de ouro por equipe, o que já garantiu a presença do time completo nas Olimpíadas de Tóquio, e a vitória individual de Marlon Zanotelli.

    Apesar do crescimento, Sr. Presidente, em modalidades individuais, o destaque negativo que eu vejo da participação brasileira foi nos esportes coletivos, à exceção do basquete feminino, que voltou a conquistar um ouro depois de 28 anos, e do handebol feminino, que se manteve imbatível, garantindo a sua hegemonia hoje dentro da competição. Mas eu não poderia deixar aqui de lamentar a participação do voleibol, até porque eu tive a honra de ser campeã pan-americana numa modalidade em que sempre, sempre, fomos destaque no continente. Agora assisti apenas à conquista de dois bronzes: um na quadra, com o masculino; e outro na praia, com a dupla Ângela Lavalle, que é brasiliense, é aqui da terra, e a jovem Carolina, jovem atleta do Ceará.

    Bom, eu deixo aqui o meu alô para a CBV, a minha preocupação com a modalidade. Nós temos que manter a nossa tradição. Eu sei que tínhamos os pré-olímpicos masculino e feminino, mas, certamente, temos que nos planejar, nos preparar melhor e ter o respeito devido a uma competição, pois estamos falando de Pan-Americano.

    Sras. Senadoras e Srs. Senadores, todos os que nos ouvem pela Rádio Senado e nos assistem pela TV Senado, além dos parabéns e da felicidade com os resultados obtidos, é fundamental que possamos analisar o desempenho do Brasil no Pan de Lima, com a perspectiva mais ampla em relação ao esporte brasileiro. É importante identificar o porquê dos bons e dos maus resultados, o que efetivamente representa a performance brasileira em Lima como projeção para Tóquio, no ano que vem, em 2020, e como estamos trabalhando atualmente o esporte nacional, com vistas a esse evento e aos próximos ciclos olímpicos?

    Antes de tudo, é preciso reconhecer que o recorde de medalhas no Pan não aconteceu por acaso. Houve, sim, um período recente de bonança, de expressivos investimentos em atletas, confederações e estruturas físicas esportivas.

    Você sabe do que estou falando, não é, Kajuru? Há quanto tempo você está no esporte?

    Em grande parte – a gente sabe disso –, esses investimentos vieram muito por conta da Olimpíada Rio 2016 e acabaram agora, no final desse ciclo Olimpíadas 2016, chegando agora a 2020, de mostrar a sua efetividade.

    Sabemos que, desses recursos, houve mau uso de verbas por algumas confederações, gestores e até pelo Poder Público – nesses casos, a Justiça deve ser implacável com os culpados –, porém os números de Lima também provam que muitas confederações e gestores fizeram o dever de casa e apresentaram resultados concretos nesse Pan, lá em Lima.

    Aliás, em relação aos desmandos praticados no esporte nacional, vale a pena lembrar aqui que foi protocolado, na semana passada, o pedido do Sr. Presidente. Houve um pedido de CPI, de autoria do Senador Jorge Kajuru, que tive a honra de assinar, que pretende exatamente investigar tudo de mau que foi feito em todas as confederações esportivas nacionais nos últimos anos.

    Aproveito, Senador, para me somar àqueles que pedem a pronta leitura do requerimento pelo Presidente Davi Alcolumbre para que possamos instalar a CPI e começar a trabalhar em cima dessa situação. Eu acredito que esse é um clamor de toda a comunidade esportiva.

    Mas, voltando ao desempenho brasileiro no Pan de Lima, Sras. e Srs. Senadores, registro que muito me preocupa o que está acontecendo agora, neste exato momento, com o esporte nacional, que é a absoluta escassez de recursos públicos para o setor.

(Soa a campainha.)

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) – Contingenciamentos, cortes e reduções de grande magnitude a um ano de uma Olimpíada e, mais grave, com impactos imprevisíveis para os próximos ciclos.

    Se naturalmente já ocorre uma certa frustração quando comparamos o desempenho do Brasil em Pan-Americanos com a Olimpíada, o que é natural, em virtude das diferenças entre as competições – e eu participei das duas –, podemos estar diante de uma queda ainda maior, se não atinarmos com relação a esses investimentos para Tóquio, em face desse desinvestimento que vem acontecendo por parte do Governo Federal sistematicamente, ou seja, depois da justa celebração nacional pelo sucesso brasileiro em Lima, agora, no Peru, poderá vir agora uma verdadeira ducha de água fria em Tóquio 2020 e o pior: o comprometimento do futuro do esporte brasileiro no Pan de Santiago, em 2023, e na Olimpíada de Paris, em 2024.

    Há problemas no esporte, Sras. e Srs. Senadores, mas cabe a nós, a mim, que sou uma representante do esporte, e a tantos outros Parlamentares que têm o esporte como bandeira buscar soluções, Senador Kajuru, tanto para os desmandos, cobrando e participando da CPI dos Esportes, Senador, quanto no equacionamento de dívidas impagáveis e no aprimoramento da governança.

    Para assegurar a existência adequada de todas as modalidades, apresentei à Casa o PL 2.832, que institui o Programa de Modernização do Esporte Brasileiro (Proesp), projeto de que o senhor é relator, Senador Kajuru, graças a Deus.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. PATRIOTA - GO. Fora do microfone.) – Eu agradeço.

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) – Eu também agradeço muito.

    Trata-se de uma iniciativa que busca pactuar dívidas das confederações que se encontram em situação falimentar, Senadora Zenaide, de forma a não prejudicar os principais prejudicados nesse processo, que são os atletas, em troca da implementação de critérios mais rígidos de boa governança, que assegurem o adequado funcionamento das próximas gestões.

    Espero contar com a atenção e o apoio de toda a Casa para aprovação dessa matéria.

    Encerro, Sr. Presidente, Sras. Senadoras e Srs. Senadores, parabenizando, em nome do Senado Federal, a delegação brasileira pelo excelente desempenho no Pan de Lima, desde já chamando a atenção da população brasileira e desejando toda sorte e êxito para aos atletas paraolímpicos nacionais que, a partir de 23 de agosto, representarão o Brasil no Parapan de Lima.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigada.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. PATRIOTA - GO) – Senadora Leila Barros, é importante ouvi-la em assuntos tão importantes. E fico feliz porque, no meio desses assuntos, há notícias positivas do esporte, sabendo nós da responsabilidade que vamos ter na CPI do Esporte, que V. Exa. foi a primeira a assinar, comigo...

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) – Com muita honra.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Kajuru. PATRIOTA - GO) – A honra é minha.

    Lá, teremos notícias negativas.

    Graças a pessoas da sua seriedade e da sua independência, poderemos fazer, finalmente, aqui, neste Congresso Nacional, uma CPI rigorosa, absolutamente proveitosa, mostrando o submundo do esporte.

    Obrigado pelas boas notícias.

    A SRA. LEILA BARROS (Bloco Parlamentar Senado Independente/PSB - DF) – Obrigada, Senador Kajuru.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/08/2019 - Página 36