Pronunciamento de Eliziane Gama em 13/08/2019
Pela Liderança durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentário sobre a 6ª edição da Marcha das Margaridas, em Brasília, realizada na Esplanada dos Ministérios, com destino ao Congresso Nacional.
- Autor
- Eliziane Gama (CIDADANIA - CIDADANIA/MA)
- Nome completo: Eliziane Pereira Gama Melo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Pela Liderança
- Resumo por assunto
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MOVIMENTO SOCIAL:
- Comentário sobre a 6ª edição da Marcha das Margaridas, em Brasília, realizada na Esplanada dos Ministérios, com destino ao Congresso Nacional.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/08/2019 - Página 57
- Assunto
- Outros > MOVIMENTO SOCIAL
- Indexação
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- COMENTARIO, PASSEATA, REALIZAÇÃO, MULHER, LOCAL, BRASILIA (DF), OBJETIVO, COMBATE, VIOLENCIA, CAMPO, CIDADE.
A SRA. ELIZIANE GAMA (Bloco Parlamentar Senado Independente/CIDADANIA - MA. Pela Liderança.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, venho a esta tribuna para falar que, nestes tempos, nos quais as notícias não são tão alvissareiras, nos quais as polêmicas têm tomado conta das redes sociais e também dos jornais, nós estamos vivenciando, mais precisamente hoje e amanhã, aqui em Brasília, o colorido, o brilho e a alegria de uma das marchas mais importantes do Brasil, que é a Marcha das Margaridas.
Nós temos hoje, em Brasília, milhares de mulheres de todo o País. Os números chegam a apontar cerca de 100 mil mulheres, que vêm numa caminhada histórica, a cada quatro anos, para a sede do Poder brasileiro para fazer um grito pelas mulheres em relação a mais participação no mercado de trabalho, a mais autonomia e, sobretudo, para o combate à violência da mulher do campo e, também, da mulher urbana.
Aliás, nós comemoramos, agora, recentemente, na última semana, 13 anos da Lei Maria da Penha, uma lei que foi um divisor de águas na política brasileira, mas que nós precisamos fazer avançar com muito mais instrumentos para que esta lei, de fato, possa ser cumprida na sua integralidade.
A Marcha das Margaridas, Presidente, é uma alusão a uma mulher trabalhadora, uma mulher de fibra, uma mulher de garra e que foi vítima da violência no campo, com o seu assassinato de uma forma brutal, mais precisamente, Maria Margarida Alves, no dia 12 de agosto de 1983, quando ela foi, a mando de latifundiários, barbaramente assassinada, com uma escopeta calibre 12, e que foi simbolicamente o exemplo para que nós possamos combater dia após dia a violência no campo.
As mulheres que estão hoje aqui em Brasília, na sua 6ª edição, amanhã farão uma caminhada até aqui, ao Congresso Nacional, através de um trabalho intenso, mobilizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, que, aliás, é um evento que acontece desde o ano de 2000. E hoje, aqui, na Capital da República, estarão fazendo várias ações e, sobretudo, no Congresso Nacional, para que nós possamos ter o amadurecimento, o aprimoramento da legislação brasileira e a garantia de participação da mulher, mas num ponto muito fundamental, uma garantia no orçamento público.
Quando a gente pega os vários indicadores sociais, nós vamos ver, por exemplo, o aumento da violência, nós vamos ver a necessidade de muito mais implementações para que nós possamos ter geração de emprego e renda para essas mulheres. E isso passa, sobretudo, pela garantia do espaço das mulheres no orçamento público.
Nós tivemos nos últimos anos uma redução desse orçamento. Ou seja, nós jamais estaremos dando prioridade para as mulheres se elas não forem prioridades no orçamento público. A gente tem, agora, inclusive, neste atual Governo, de forma simbólica, uma participação minoritária das mulheres na representação pública. E nós precisamos compensar isso, aumentando o orçamento para que essas ações possam acontecer de uma forma mais plena.
Quero finalizar, fazendo os meus cumprimentos às mulheres do Maranhão. Do nosso Estado são mais de 70 ônibus que vieram para cá, frutos de ações, por exemplo, como rifas, de cooperações feitas por essas mulheres e por homens que contribuíram para que o pagamento desses ônibus pudesse acontecer e elas viessem atuar e participar da Marcha das Margaridas. Só do nosso Estado são cerca de 3 mil mulheres que estão participando desta atividade aqui no Congresso Nacional.
Os meus cumprimentos a todas essas mulheres, à mulher do campo, à mulher urbana, às mulheres progressistas, às mulheres que de forma mobilizada estão hoje numa ação importante, hoje e amanhã, aqui em Brasília.
Muito obrigada, Presidente.