Pela Liderança durante a 135ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com o destino do estádio Maracanã devido ao prejuízo de R$ 38 milhões por falta de pagamento pela concessionária ao Governo do Rio de Janeiro.

Autor
Romário (PODEMOS - Podemos/RJ)
Nome completo: Romario de Souza Faria
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
DESPORTO E LAZER:
  • Preocupação com o destino do estádio Maracanã devido ao prejuízo de R$ 38 milhões por falta de pagamento pela concessionária ao Governo do Rio de Janeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 15/08/2019 - Página 24
Assunto
Outros > DESPORTO E LAZER
Indexação
  • APREENSÃO, DESTINAÇÃO, ESTADIO, FUTEBOL, MOTIVO, SITUAÇÃO, AUSENCIA, PAGAMENTO, CONCESSIONARIA, GOVERNO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

    O SR. ROMÁRIO (PODEMOS - RJ. Pela Liderança.) – Muito obrigado, Presidente.

    Boa tarde a todas as Senadoras, a todos os Senadores, a todos aqueles que nos acompanham pela TV Senado, pela Rádio Senado e pela internet.

    Hoje eu quero externar a minha preocupação sobre o destino de um dos mais importantes patrimônios do povo do Rio de Janeiro e do Brasil, é claro. Eu me refiro, Sr. Presidente, ao estádio do Maracanã, símbolo maior do futebol brasileiro e um templo do futebol mundial. Fico muito à vontade aqui para falar sobre esse assunto não apenas por ser Senador do Rio de Janeiro e defender os interesses do meu Estado, mas também por considerar o famoso Maraca como segunda casa, onde já tive a oportunidade de fazer muitos gols e dar alegrias a muitos torcedores brasileiros.

    Em março deste ano, recebemos, com alguma apreensão, a notícia, Senador Kajuru, de que, após constatado um prejuízo de R$38 milhões por falta de pagamento pela concessionária, o Governador Witzel decidiu ceder a sua operação e o seu uso para um consórcio formado pelos clubes Flamengo e Fluminense.

    Em primeiro lugar, Sr. Presidente, Senadores, precisamos entender que tipo de prejuízo foi esse, quem foi o responsável direto por ele e por que se deixou chegar ao absurdo desse montante.

    É preciso lembrar que o Maracanã sofreu, ao longo dos últimos 20 anos, quatro reformas e adaptações para receber grandes eventos internacionais, inclusive mudando radicalmente sua formatação original.

    A primeira delas foi em 1999 para o Mundial de Clubes e custou, à época, R$253 milhões. A segunda, para o Pan de 2007, custou R$428 milhões. A terceira e maior, que praticamente levou o estádio ao chão e lhe retirou boa parte das características originais, foi para a Copa do Mundo de 2014 e consumiu quase R$1,3 bilhão, com suspeitas de faturamento em mais de R$200 milhões – na verdade, muito mais. Apenas dois anos depois, mesmo já se sabendo que o Maracanã também sediaria os Jogos Olímpicos de 2016, ainda houve a necessidade de mais alguns ajustes, com o dispêndio de mais alguns milhões, apenas para trocar a iluminação e possibilitar a festa de abertura das Olimpíadas. Mesmo com todos esses gastos, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, após os Jogos de 2016, o Maracanã virou um patinho feito, uma batata quente que ninguém mais queria segurar.

    Abandonado pelo consórcio formado por construtoras investigadas pela Lava Jato, com prejuízo operacional de mais de R$170 milhões, e pelo Governo do Estado, cujos mandatários se elegeram graças a essa fartura de recursos públicos desviados, o Maraca vem sofrendo bastante com esse descaso, para a tristeza de todos nós que somos amantes do futebol.

    É claro que o Governo a que me refiro é o Governo anterior, os Governos anteriores; não é este atual, que, por sinal, está fazendo um bom Governo. Quero aqui dar parabéns ao nosso Governador Wilson Witzel.

(Soa a campainha.)

    O SR. ROMÁRIO (PODEMOS - RJ) – Em resumo, Presidente, gastaram mais de R$2 bilhões em recursos públicos para descaracterizar o velho Maracanã e agora querem abandoná-lo ou entregá-lo por qualquer quantia, uma quantia bem ínfima, pelo menos do que se tem noção.

    Saúdo primeiramente a iniciativa do atual Governador em tentar resolver essa questão, mas já solicitei maiores informações para tentarmos entender o montante desse prejuízo e como fazer para diminuí-lo.

    A mera cessão do estádio para os clubes, com seus dirigentes ainda amadores e sob forte influência política, não resolve essa questão. É preciso responsabilizar quem deu causa a tais prejuízos e estabelecer uma verdadeira e transparente parceria público-privada que promova uma gestão eficaz e profissional do equipamento esportivo mais famoso do nosso País. O Maracanã, afinal, como todos nós sabemos, é do futebol brasileiro, é do nosso povo.

    Muito obrigado, Presidente. Era isso que eu queria falar.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/08/2019 - Página 24