Pela Liderança durante a 145ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Defesa do Governo Bolsonaro e da soberania brasileira ante a ressonância no cenário internacional das queimadas na Amazônia.

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Defesa do Governo Bolsonaro e da soberania brasileira ante a ressonância no cenário internacional das queimadas na Amazônia.
Publicação
Publicação no DSF de 27/08/2019 - Página 13
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • DEFESA, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, SOBERANIA, ALCANCE, SITUAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, QUEIMADA, REGIÃO AMAZONICA, CRITICA, PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA.

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Pela Liderança.) – Sr. Presidente Jorge Kajuru, meu caro colega de partido, Marcos Rogério, Senador Alvaro Dias, população brasileira que nos assiste neste momento e que nos ouve pela Rádio Senado, eu ocupo hoje esta tribuna para tratar de um assunto que está vivendo hoje como se, na verdade, fosse um acontecimento inédito na vida dos brasileiros, na vida da Amazônia.

    Eu tenho acompanhado todas as programações em rádios, em jornais, em televisões e na internet sobre esse movimento internacional que foi criado em relação a esses fatos que são conhecidos da opinião pública brasileira, as queimadas, principalmente na Amazônia, aliás, como acontecem também, de forma periódica, nos Estados Unidos, como acontecem no Canadá, como acontecem na França, do Presidente psicodélico Macron, que resolveu compensar a sua baixíssima popularidade – ele que não consegue controlar nem os coletes amarelos, tem menos de 20% de aprovação na opinião pública francesa – e fazer graça, inclusive tentando intimidar o Presidente Jair Messias Bolsonaro.

    Aliás, pasmem, brasileiros e brasileiras, as manifestações do Presidente Jair Bolsonaro alertaram o mundo. Bastou um Presidente que tem assumido posições extremamente patrióticas para que o mundo se mobilizasse em relação à Amazônia. Pelo menos isso já valeu a pena! Pelo menos isto, essa postura de um governante que defende o seu país, que não admite a intervenção de países estrangeiros, a não ser para ajudar, provocou todo esse frisson lá no G7.

    Aliás, o Sr. Macron levou uma reprimenda dos demais países que fazem parte daquele bloco, quando, na verdade, quis insinuar que a Amazônia é um patrimônio comum. É, sim. Todos nós, seres humanos, a temos como um patrimônio comum, simplesmente pela grandeza, pelo que representa para toda a humanidade, mas é um patrimônio dos brasileiros. E aí, realmente, de uma forma talvez até cautelosa, já num momento em que foi chamado à atenção, ele recuou e já fala, na verdade, naquilo que é próprio de qualquer país, que é a sua soberania, manter a soberania nacional. O Sr. Macron, na verdade, foi criticado de norte a sul, de leste a oeste, inclusive, pela comunidade internacional.

    Eu, Sr. Presidente, acompanhando as entrevistas, os comentários, deparei na Jovem Pan com um jovem e brilhante comentarista político, o Caio Coppolla, no programa Jovem Pan Morning Show, com equilíbrio, coerência e profissionalismo. Indagado por José Maria Trindade sobre qual postura o Governo brasileiro deve adotar em relação à polêmica recente sobre as queimadas na Amazônia, porque se fala, inclusive, em boicote, retaliação com relação aos produtos brasileiros, ele assim se expressou: "Mas antes disso eu gostaria de dizer: sabe quantas vezes a comunidade internacional vai prescindir dos produtos brasileiros? Nunca, porque nós somos o maior produtor de soja do planeta, nós temos o maior rebanho de carne bovina do planeta, nós estamos nos projetando como o maior produtor de carne suína do planeta, nós somos um dos maiores produtores de carne de ave do planeta, e por aí vai. Tem incomodado muito a comunidade internacional".

    E aí, é interessante, eu aqui gostaria de ter falado com o jovem e brilhante Caio Coppolla, pedir autorização dele para reproduzir. Eu faria outro pronunciamento, mas achei de uma coerência enorme, cívica, patriótica, profissional e, acima de tudo, de uma responsabilidade inominável. Dizia ele, respondendo ao José Maria Trindade:

É exatamente isso. É muito importante sair do micro e focar no macro. Então, peço, inclusive, licença para um comentário mais longo [dizia ele], que é o seguinte: vamos falar de pós-verdade. Pós-verdade é aquele conceito da comunicação contemporânea que exprime a ideia de que, na transmissão de uma mensagem, a realidade dos fatos importa menos do que o seu apelo emocional. Portanto, segundo a pós-verdade, a opinião pública vai se moldar mais pela emoção do que pela razão, sentimentos e sensações importam mais do que números e dados.

Portanto, nós estamos diante de um terreno fértil para a construção de narrativas falaciosas, especialmente por repetição e especialmente usando como instrumento de disseminação, de reverberação social o comportamento de manada e a sua tendência natural à histeria e ao pânico [que foi exatamente o que aconteceu no último final de semana no Brasil e na opinião pública mundial].

Tudo isso é potencializado pelas redes sociais, como a gente viu no caso de uma foto equivocada, uma foto [...] intempestiva [publicada pelo] Presidente Macron, sendo reverberada, inclusive, por pessoas públicas.

A questão amazônica é um caso emblemático do uso da pós-verdade na manipulação da opinião pública.

    Dizia esse brilhante jornalista, jovem jornalista:

Eu, pessoalmente, me recuso a atuar como uma caixa de ressonância para a narrativa que quer destruir a reputação do Brasil. Por isso, separei dez fatos elementares para baixar um pouco o tom dessa polêmica.

Primeiro, a Amazônia não era virgem até 2019. Desmatamento e queimadas fazem parte da história recente da região.

O Brasil preservou, e preserva, muito mais da sua vegetação nativa do que as outras economias desenvolvidas no mundo. Os dados são claros: aqui nós temos dois terços da vegetação nativa preservada – 66% –; a União Europeia, só 25%; a China, 17%; e os Estados Unidos, 14% [da sua vegetação nativa preservada].

[...] A legislação brasileira, com seu Código Florestal, tem viés progressista e ambientalista. Foi aprovada num governo de esquerda e teve como principal arquiteto um político filiado ao Partido Comunista do Brasil.

[...] O agronegócio brasileiro de alto impacto, aquele para exportação, se caracteriza pelo uso da tecnologia, pela produtividade e pela sustentabilidade. Para ilustrar um pouco o que o José Maria [que o indagou] já trouxe para a gente: em dez anos, as áreas de pastagem diminuíram 20%, só que a produção de carne cresceu 120%. Na produção de grãos e óleos vegetais, em três décadas, o ganho de produtividade foi de [apenas, minha gente, comunidade mundial] duas vezes e meia. [Isso é o Brasil dando exemplo ao mundo].

A queimada, como método de limpeza de terreno, como bem observou o José Maria Trindade, é um comportamento arcaico de pequenos produtores, de fraudadores e também de grileiros, de movimentos ilegais de ocupação de terra [e, às vezes, de madeireiros que, na verdade, não têm compromisso com a lei e a ordem].

Sexto [...]. As queimadas naturais são mais comuns nesta época do ano.

    Claro, é no verão, não há chuva e, obviamente, quando não são feitas de uma forma incorreta, criminosa, elas acontecem. Todos sabem que acontecem.

    "As condições climáticas, que são circunstâncias de força maior, são o principal fator para potencializar queimada". Ou isso é novidade? Nos Estados Unidos, quantas e quantas vezes ocorre com as mansões de artistas, de milionários, que poderiam, a qualquer custo, conter a impetuosidade das chamas, e não o fazem?

    "Ainda que essas queimadas fossem antropogênicas, ou seja, geradas a partir da ação humana, certamente elas não são coordenadas nem são estimuladas por políticas públicas do Governo Federal, que não tem nada a ver [com isso]", como muitos têm insinuado, jogando a culpa no Presidente Jair Bolsonaro, que, de uma forma claríssima, corajosíssima, tem mostrado realmente a importância geopolítica e geoestratégica da Amazônia no concerto das Nações. E eles têm, sim, que pagar é o crédito de carbono, se dizem que lá está o oxigênio que o Planeta respira.

Também é razoavelmente impossível num país muito deficitário [como o nosso], que não garante muito a segurança de suas fronteiras, que não garante [...] também a vida de seus próprios cidadãos [isso é um processo histórico], é impossível monitorar e punir todos aqueles que agridem o meio ambiente, embora este seja um objetivo, este seja o ideal [de qualquer governo ou de qualquer cidadão isoladamente].

E aí tem um ponto que é engraçado. [...] As partículas em suspensão, viajando por correntes aéreas – 27 milhões de toneladas por ano – [...], [vêm] do deserto do Saara, atravessam o Oceano Atlântico e caem na Amazônia, inclusive são um fertilizante.

Portanto, a fuligem que cobriu São Paulo, embora não fosse amazônica [proveniente da Amazônia, como alguns veículos de comunicação maldosamente insinuaram], poderia muito bem ser [de qualquer lugar do Centro-Oeste, do Sul ou do Sudeste que estivesse também vivendo um processo de queimada]. E isso altera a nossa percepção emocional do fato, a percepção emocional em relação ao desmatamento. Mas isso não pode alterar a realidade, a análise objetiva dos dados que são aí colocados.

O Jorge Pontual, ontem, na GloboNews [dizia esse brilhante jornalista], relatou o clima de histeria promovido pela grande mídia americana e europeia sobre o tema [o Jorge Pontual, da Rede Globo de Televisão]. E é importante a gente lembrar que o viés dessa mídia progressista é internacionalista [sim, senhor!], portanto eles relativizam a soberania dos países e querem mais poder para organismos internacionais, como a ONU, a União Europeia, o G7, e por aí vai. [Caio, parabéns].

[Dez]. Então, aqui está outro elemento perigosíssimo nesse caldeirão de narrativas, que é o interesse das grandes potências econômicas em frear o desenvolvimento de nações emergentes, como é o caso do Brasil, praticando o protecionismo disfarçado. Eles usam a narrativa ambientalista de forma hipócrita, de forma cínica, para criar barreiras às exportações brasileiras de produtos agrícolas e de proteína animal, sem falar [...] [naquilo que, na verdade, é o nosso patrimônio sagrado], os minérios [que estão no subsolo].

Eles não conseguem competir com a nossa carne, com o nosso leite, com os nossos grãos, e por isso eles usam supostos crimes ambientais para restringir o nosso comércio internacional, usam o discurso de preservação ambiental para sequestrar a Amazônia do Brasil e colocá-la sob a tutela internacional, para que o Brasil nunca utilize o seu potencial econômico e geopolítico de forma sustentável.

Então, é como já preconizou Enéas Carneiro [que foi meu colega Deputado Federal na década de 90]: o interesse das grandes potências não está nas árvores da Amazônia. Se essa fosse a questão, bastaria que a Europa reflorestasse todo o seu território. O interesse das grandes potências está no subsolo.

Ouvintes [dizia ele, por isso que estou reproduzindo todo o seu texto], pesquisem sobre as suspeitas de crime ambiental praticado pela Hydro e seus rejeitos de minério em nascentes do [Rio] Amazonas! A maior acionista da Hydro, vejam só, é o Governo da Noruega [que se balança, e critica, e assopra, e acusa, e não cuida realmente do seu próprio território].

E não sejamos ingênuos. Nações não têm amigos, nações têm interesses. França, Noruega e Alemanha não são nossos amiguinhos, são nossos pares, às vezes aliados, às vezes competidores.

E falando em cinismo europeu, para fechar, eu relembro ao ouvinte [dizendo ele, o Caio] uma frase capciosa do Presidente Macron no começo do ano: "O nacionalismo é o exato oposto do patriotismo". E essa confusão conceitual é proposital. Ele quer que você se sinta patriota, abrindo mão da soberania do seu País, abrindo mão das suas riquezas naturais e da sua autonomia econômica.

Portanto, a situação que a gente tem é clara: você tem a mídia internacionalista aliada às grandes potências construindo toda uma narrativa contra o Brasil, a ponto de o Presidente francês incorrer em fake news [apresentando fotos que são da década do puxa faca]. E caberia a quem? Ao jornalismo brasileiro não se prostrar de joelho para os gringos, não se comportarem como um bando de entreguistas. Mas o ódio ao Presidente é tão grande, que a mídia nacional, para enfraquecer o Governo, contribui para o estabelecimento dessa narrativa, denunciando um falso terrorismo ambiental [nobres Senadores], ou seja, para a gente atingir um Governo de quatro anos, nós estamos correndo o risco de perder um patrimônio natural que é nosso há 500 anos. Isso é má-fé, [isso é] burrice, [informava esse brilhante jornalista].

    E eu ia mais longe, Sr. Presidente. Eu vi ontem, vimos ontem nas redes sociais, na televisão, inclusive no programa Fantástico, no Rio de Janeiro, em Copacabana, artistas, intelectuais, políticos, entre outros participantes, gritarem como loucos ensandecidos: "Amazonas fica, Bolsonaro sai". Isso é coisa de quem perde eleição. Isso é coisa de quem deixou no passado uma situação de crítica ao nosso País, uma situação de humilhação ao nosso País com a maldita Lava Jato. E por que aconteceu a Lava Jato? Não foi por culpa do Presidente Bolsonaro, não foi por culpa dos políticos que têm seriedade, não foi por culpa do povo brasileiro; foi exatamente dos governos, que são conhecidos, que implantaram no País a maior corrupção da história da República. E hoje isso vem se refletindo, inclusive, em agressões dessa ordem. Imaginem! É um governo legitimamente eleito pela vontade soberana do povo brasileiro, como foram os deles também! E aí reverberam, de forma louca e ensandecida: "Amazônia fica, Bolsonaro sai". Isso não é democracia, isso não é civilismo, isso não é humildade! A humildade, minha gente, faz parte exatamente daqueles sentimentos mais puros e sagrados do ser humano: reconhecermos nossos erros, nossos defeitos, nossas vitórias, nossas conquistas.

    Hoje, infelizmente, essa oposição ensandecida, junto, inclusive, com artistas de renome internacionais, admirados... Inclusive, eu fiquei decepcionado com o encerramento do...

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – ... Fantástico ontem, com aquela música que o Caetano Veloso transformou em uma compensação, talvez até do seu desconhecimento, para tentar diminuir o Brasil, mostrando a bandeira do Brasil de cabeça para baixo. Nós estamos cada vez mais erguidos! O mundo tem uma verdadeira cobiça pela Amazônia e pelo Brasil! E este Governo, com coragem e com determinação, não vai se curvar a essas pressões internacionais! E pior que isso, porque isso faz parte do jogo: há maus brasileiros, vergonhosos brasileiros, que, na verdade, a sociedade tem que abominar!

    O Brasil precisa produzir, o Governo precisa preservar, mas de uma forma unida e coesa, para que nós continuemos, nobre Senador, sendo o maior produtor de grãos do Planeta. E olhem...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) – Nós produzimos, Sr. Presidente, em apenas 8,86% do nosso Território, com toda essa gigantesca produção agrícola do Brasil – em apenas 8,86% do País! Países da Europa, no mínimo, produzem em 45%, 50%, 55%, 60% dos seus territórios. Portanto, temos muito ainda a crescer para oferecer alimento e proteína para o mundo.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/08/2019 - Página 13