Discurso durante a 149ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a homenagear o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante.

Autor
Nelsinho Trad (PSD - Partido Social Democrático/MS)
Nome completo: Nelson Trad Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão Especial destinada a homenagear o Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante.
Publicação
Publicação no DSF de 30/08/2019 - Página 67
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • DISCURSO, SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, HOMENAGEM, MEDICO, ATUAÇÃO, DOUTRINA, ESPIRITISMO, NASCIMENTO, JAGUARETAMA (CE).

    O SR. NELSINHO TRAD (PSD - MS. Para discursar.) – Boa tarde a todos e a todas. Sejam muito bem-vindos ao Senado da República. E, com muito prazer, gostaria de cumprimentar os meus colegas. Senador Eduardo Girão, que é o Presidente requerente desta sessão de homenagem; Senador Confúcio Moura, meu colega médico, pessoa muito respeitada, um grande Senador, tem um conceito muito grande nesta Casa; os demais Senadores que aqui passaram e fizeram-se presentes, Senador Styvenson Valentim, Senador Alessandro Vieira. Olha o Styvenson lá!

    E cumprimento o Deputado Federal Rafael Motta; o Presidente da Federação Espírita, Jorge Godinho; orador espírita e Juiz de Direito, Dr. José Carlos de Lucca; nosso querido ator e espírita, Sr. Carlos Vereza; o escritor espírita, Alexandre Caldini; biógrafo do livro Bezerra de Menezes, Sr. Luciano Klein Filho, e todas as senhoras e os senhores.

    Eu me chamo Nelson Trad Filho, sou médico na especialidade de cirurgia geral e urologia e tenho muito orgulho da profissão que escolhi, como um dom que sempre tive na minha vida. Para a minha surpresa, eu sabia, mas aqui me foi relembrado esse fato, Adolfo Bezerra de Menezes também foi médico, jornalista, escritor, militar e político e tornou-se um dos grandes nomes da chamada Doutrina Espírita.

    Nasceu na antiga Riacho do Sangue, no Ceará, hoje Jaguaretama – tem até um projeto de lei aqui para denominar Jaguaretama a capital nacional do Espiritismo – e desencarnou no dia 11 de abril de 1900, no Rio de Janeiro. No ano de 1886, caro Senador Confúcio, proclamou-se espírita e trabalhou intensamente em prol da união e da liberdade dos estudiosos da doutrina. Imagina, naquela época, como deve ter sido laboriosa essa sua missão.

    Por sua incansável atividade em benefício dos mais necessitados, ficou conhecido como o médico dos pobres, tendo sido por duas vezes presidente da Federação Espírita Brasileira. Tinha uma frase muito famosa, que eu vou partilhar com todos vocês aqui: "A vida, sob qualquer aspecto considerado, é dádiva de Deus que ninguém pode perturbar. Todos os seres sencientes desenvolvem um programa na escala da evolução demandando a plenitude e a perfeição que lhes é meta final de aperfeiçoamento".

    Dr. Bezerra de Menezes atendia gratuitamente aqueles que não podiam pagar pelo seu atendimento. Sua fama se espalhou, e o consultório do centro da cidade começou a ficar movimentado também com clientes que se dignavam a lhe fazer algum pagamento. Esse dinheiro, que ele recebia no consultório, era gasto com os pobres que não tinham condição de comprar remédios, roupas ou simplesmente para o auxílio em dinheiro. Médico tem muito disso, não é, Confúcio? Aquele que realmente faz por amor e com dom na arte de salvar e de curar.

    Eu queria até dar um testemunho aqui, sem nenhuma falsa modéstia. Eu me formei em 85, fiz minha residência médica durante quatro anos, e nunca, na minha vida profissional, me neguei a atender alguém. Aquele que podia pagar e aquele que não podia eram atendidos da mesma forma, com o mesmo carinho, com a mesma atenção. Dava-me muito mais prazer aliviar o sofrimento de uma pessoa e vê-la curada, com um sorriso, me dando um abraço, do que qualquer outra intenção material.

    Bezerra de Menezes tinha também a função de médico no mais elevado conceito. Por isso, dizia ele, e é bem isso: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou se é perto, principalmente quando um aflito qualquer lhe bate à porta".

    Eu costumo dizer que ninguém vai ao médico com a intenção de vê-lo, de lhe fazer uma visita; vai porque está precisando, está sofrendo e está necessitando de um auxílio.

    Aquele que não acode por estar com visita, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, por ser alta hora da noite ou devido a um caminho tortuoso ou a um tempo longo e quando, sobretudo, não tem como ser paga consulta e a receita, não é um médico, mas um negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos com seu curso.

    Esse anjo da caridade que faz exatamente o contrário deve ser cada vez mais evoluído no sentido de transmitir a sua energia àqueles que o procuram.

    Assim, com essa bela doutrina que nos faz crer que a medicina é realmente um dom que tem muito a ver com a evolução espiritual daquele que a pratica, tem que também ser ressaltada nesta tarde em função dos grandes exemplos e do legado deixado por Bezerra de Menezes.

    Por fim, gostaria de, mais uma vez, parabenizar o nobre colega, Senador Eduardo Girão, por nos dar essa oportunidade de participar junto com ilustres personalidades, que, com certeza, vão nos fazer sair muito melhor do que entramos aqui neste recinto.

    Parabéns, Girão.

    Viva Dr. Adolfo Bezerra de Menezes! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/08/2019 - Página 67