Discurso durante a 155ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa de investimentos nas áreas de tecnologia e inovação para o desenvolvimento do país.

Convite para a reunião da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, com as presenças dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para debater “tecnologia e inovação para o desenvolvimento do país”.

Satisfação com o 3º lugar do Brasil na Competição Mundial de Alunos de cursos técnicos na Worldskills.

Registro de debate ocorrido na Frente Parlamentar Mista da Educação sobre o programa Future-se.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CIENCIA E TECNOLOGIA:
  • Defesa de investimentos nas áreas de tecnologia e inovação para o desenvolvimento do país.
CIENCIA E TECNOLOGIA:
  • Convite para a reunião da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, com as presenças dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para debater “tecnologia e inovação para o desenvolvimento do país”.
EDUCAÇÃO:
  • Satisfação com o 3º lugar do Brasil na Competição Mundial de Alunos de cursos técnicos na Worldskills.
EDUCAÇÃO:
  • Registro de debate ocorrido na Frente Parlamentar Mista da Educação sobre o programa Future-se.
Publicação
Publicação no DSF de 05/09/2019 - Página 16
Assuntos
Outros > CIENCIA E TECNOLOGIA
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • DEFESA, INVESTIMENTO, AREA, INOVAÇÃO, TECNOLOGIA, MOTIVO, DESENVOLVIMENTO, PAIS.
  • CONVITE, REUNIÃO, FRENTE PARLAMENTAR, ASSUNTO, DEBATE, AREA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO, PESQUISA, PRESENÇA, MINISTRO, ECONOMIA, CIENCIA E TECNOLOGIA, OBJETIVO, DESENVOLVIMENTO, PAIS.
  • COMENTARIO, ASSUNTO, COLOCAÇÃO, ALUNO, CURSO TECNICO, PAIS, BRASIL, CAMPEONATO MUNDIAL, TECNOLOGIA, COMPUTADOR.
  • REGISTRO, DEBATE, REALIZAÇÃO, FRENTE PARLAMENTAR, ASSUNTO, PROGRAMA, CRIAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, OBJETIVO, GESTÃO, UNIVERSIDADE.

    O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. Senadoras, Srs. Senadores, na história da humanidade, houve momentos em que saltos tecnológicos se refletiram na forma como nos relacionamos, transmitimos informações e conhecimentos e que também impactaram os meios de produção e comércio.

    Inovações como a prensa móvel, no século XV; as máquinas à vapor, no século XVIII; o uso da eletricidade, a partir do século XIX, e a internet, no fim do século XX, são exemplos de tecnologias catalisadoras destas transformações na sociedade. O 5G vem sendo apontado como uma tecnologia com potencial de transformação exponencial da sociedade.

    A promessa é a de conexão dos mundos real e virtual, de pessoas e máquinas, em qualquer lugar do mundo, sem a necessidade de fios e cabos, habilitando novas oportunidades de negócios e possibilitando um uso muito mais eficiente de recursos para setores como saúde, educação, agronegócio e indústria 4.0.

    Viveremos em cidades inteligentes, onde o cidadão terá na tecnologia 5G uma plataforma para a melhoria da sua qualidade de vida, e também o Estado terá à sua disposição uma ferramenta de coleta de dados para melhor exercer o seu papel, que é o planejamento de políticas públicas e a prestação de serviços de excelência, com foco nas demandas da sociedade.

    Vou falar sobre possibilidade da tecnologia 5G e, para que o Brasil tenha êxito na adoção, implantação e desenvolvimento desse sistema. Há diversos desafios a serem encarados. Entre os principais está o de conseguir levar essas redes para as áreas rurais e remotas do nosso País, pois o 5G hoje é muito voltado para as áreas urbanas.

    No passado recente, foi desenvolvida uma tecnologia nacional baseada no padrão 4G, que, transferida para a indústria nacional, possibilita levar conectividade para o campo e áreas remotas. Isso já é uma realidade, que está trazendo ganhos de produtividade para os setores do agronegócio e das indústrias de base, tão importantes para o PIB nacional. E essa base tecnológica também está trazendo benefícios para os setores públicos, como a defesa e segurança.

    Diversos centros de pesquisa ligados às instituições, tais como o centro de pesquisa e desenvolvimento em telecomunicações (CPQD), ou com base em suas fundações de pesquisas estaduais e institutos federais de educação, que têm mostrado sua prontidão tecnológica para transformar conhecimento de ponta em soluções adequadas à realidade brasileira, têm atuado como verdadeiros parceiros do Estado, e isso poderá ser atestado no caso do 5G.

    O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações tem hoje contribuições importantes dadas pelo CPQD para a construção da estratégia brasileira para as redes 5G. Pode tê-las ainda por meio de fundações de pesquisas estaduais, como as fundações de amparo à pesquisa, que certamente desenvolvem pesquisas importantes e que, embora financiadas pelo Estado, não são aproveitadas pelo Estado.

    Para tratarmos de um Brasil moderno e competitivo com as nações desenvolvidas e em desenvolvimento, nós precisamos discutir e investir nas nossas pesquisas e, sobretudo, na inovação que nos chega todos os dias de cada canto deste mundo. O Brasil não pode ficar isolado e alheio às descobertas e às novas experiências. Esse isolamento nos fragiliza e pode nos deixar reféns de nações consideradas desenvolvidas, que, vez em quando, deliram e querem voltar aos tempos de colônia, achando que podem ter de volta o controle de nossas terras e de nossas riquezas.

    Não o tem e jamais o terão. O Brasil é nosso, e nunca abriremos mão de nossa soberania. Esse é apenas mais um recado para aqueles que negociavam e pretendem continuar negociando as nossas terras, nossas riquezas e o nosso País. Não vão conseguir porque o Brasil não está e nunca esteve à venda. Não está e nunca esteve à venda!

    Minhas senhoras e meus senhores, meus amigos professores e pesquisadores, no próximo dia 12, a Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação vai trazer o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e representantes da indústria da inciativa privada para debater o que faremos na tecnologia e inovação para o desenvolvimento do nosso País.

    Precisamos tirar esse atraso que temos em relação às nações evoluídas do mundo. O Brasil continua cerca de 20 anos atrás das nações desenvolvidas e, o pior, atrás também daqueles em desenvolvimento, que antes estavam atrás de nós. Andamos para trás. É hora de andarmos para frente.

    Mesmo assim, temos boas notícias, meu Kajuru. Como sempre, todos os dias, há uma boa notícia. A boa notícia que trago hoje é que o Brasil ficou em 3º lugar na Competição Mundial de Alunos de cursos técnicos na Worldskills, que é a Olimpíada Mundial de Profissões Técnicas, que ocorre a cada 2 anos, da qual 63 países participaram.

    O primeiro lugar ficou com a China e o segundo com a Rússia.

    O objetivo dessa competição é incentivar a formação técnica entre as gerações mais jovens e melhorar os padrões de treinamento profissional. Pois bem, nossos 63 brasileiros – 56 treinados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e 7 pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – conseguiram 2 medalhas de ouro, 5 medalhas de prata, 6 de bronze e 28 certificados de excelência.

    A competição aconteceu em Kazan, na Rússia, em quatro dias de provas, com modalidades que reproduzem o dia a dia do mercado de trabalho. Ao todo, foram 1.354 jovens com até 22 anos, representando 63 países diferentes.

    Quando vemos um desempenho assim, Sr. Presidente, de jovens que se destacam dessa forma numa competição internacional, temos que aplaudir a qualidade da educação profissional proporcionada pelo Senac, pelo Senai – e pelo Senat também. São duas entidades privadas sem fins lucrativos e de interesse público que fazem parte do conjunto de nove instituições que formam o chamado Sistema S e que trabalham para preparar e aperfeiçoar os profissionais para a indústria e para o comércio.

    São instituições que merecem um olhar especial, pois impactam positivamente o mercado de trabalho e também a economia. Trabalhadores preparados melhoram a produtividade e aumentam a competitividade das empresas.

    O ensino técnico gera oportunidade de trabalho para os jovens, que podem se preparar para a vida profissional junto com a educação regular. Alguns países possuem mais de 50% dos estudantes fazendo educação profissional junto à educação regular, mas, no Brasil, esse percentual...

(Soa a campainha.)

    O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – ... é um pouco mais de 10%.

    Então, se com esse baixo índice, o País termina essa competição entre os cinco melhores do mundo, se houvesse mais jovens frequentando curso técnico, os resultados seriam ainda melhores e, não é só isso, estaria ainda ampliando a sua oportunidade no mercado de trabalho, que está cada vez mais exigente e mais concorrido.

    Por isso, precisamos fazer valer a reforma do ensino médio, cuja Comissão eu presidi, e conseguimos aprová-la, em tempo recorde, para que possa valer a partir do próximo ano. Se as nossas instituições privadas conseguem se destacar dessa forma, com ensino médio profissional, certamente faremos muito mais.

    Para encerrar, Presidente, quero informar que hoje de manhã, às 8h da manhã, nós fizemos um debate na Frente Parlamentar Mista da Educação, que foi inclusive transmitido pela TV Câmara, sobre o Future-se, um programa recém-lançado pelo Governo para fortalecer a autonomia administrativa, financeira e a gestão das universidades e dos institutos federais.

    Então, eu convido todos para acompanhar a discussão desse projeto – e foram agora mais de 60 mil acessos na consulta pública –, que é muito importante para o ensino superior brasileiro.

    Eram essas as minhas considerações e agradeço a V. Exa. pela tolerância do tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/09/2019 - Página 16