Discurso durante a 150ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Destaque à formatura dos alunos membros do Programa Miniempresa 2019, que faz parte da Organização Internacional Junior Achievement.

Menção ao crescimento da produção artesanal de queijos e uvas no Distrito Federal (DF).

Reflexão sobre a importância da inserção do empreendedorismo e da educação financeira nas escolas.

Autor
Izalci Lucas (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/DF)
Nome completo: Izalci Lucas Ferreira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Destaque à formatura dos alunos membros do Programa Miniempresa 2019, que faz parte da Organização Internacional Junior Achievement.
INDUSTRIA E COMERCIO:
  • Menção ao crescimento da produção artesanal de queijos e uvas no Distrito Federal (DF).
EDUCAÇÃO:
  • Reflexão sobre a importância da inserção do empreendedorismo e da educação financeira nas escolas.
Publicação
Publicação no DSF de 31/08/2019 - Página 31
Assuntos
Outros > EDUCAÇÃO
Outros > INDUSTRIA E COMERCIO
Indexação
  • REGISTRO, FORMATURA, JUVENTUDE, DISTRITO FEDERAL (DF), PROGRAMA, ORGANISMO INTERNACIONAL, PARCERIA, SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE), DESENVOLVIMENTO, MERCADO DE TRABALHO, EDUCAÇÃO, EMPREENDEDORISMO.
  • REGISTRO, CRESCIMENTO, PRODUÇÃO, QUEIJO, UVA, DISTRITO FEDERAL (DF), COMENTARIO, NECESSIDADE, REGULAMENTAÇÃO, MINISTERIO DA AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO (MAPA), COMERCIALIZAÇÃO, PAIS.
  • REGISTRO, IMPORTANCIA, EMPREENDEDORISMO, DISCIPLINA ESCOLAR, EDUCAÇÃO, NATUREZA FINANCEIRA, CRITICA, AUSENCIA, INCENTIVO, EMPRESARIO, EMPRESA, COMENTARIO, APROVAÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), ASSUNTO, LIBERDADE, ECONOMIA.

    O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, estive no Sebrae esta semana para a formatura do Programa Miniempresa 2019. O programa faz parte da Organização Internacional Junior Achievement (JA), fundada nos EUA há mais de 100 anos. Aqui no Brasil, atua há 36 anos, e no DF há 15 anos.

    A JA é uma das maiores organizações sociais incentivadoras de jovens do mundo, estimulando o desenvolvimento de estudantes para o mercado de trabalho através do método "Aprender fazendo". A JA (Junior Achievement) prepara os jovens para os desafios.

    A rede, no Brasil, já contou com mais de 150 mil voluntários e atendeu cerca de 5 milhões de estudantes em 26 Estados e também no Distrito Federal.

    Os programas de educação são baseados em três pilares de atuação: preparação para o mercado de trabalho, empreendedorismo e educação financeira. Os alunos são capacitados por meio de parceiros e mantenedores que levam para a sala de aula a educação empreendedora, mercado de trabalho e educação financeira para jovens estudantes do ensino fundamental e médio.

    Senhora e senhores, nesta edição do programa aqui no DF, 80 estudantes de escolas da região participaram durante 15 semanas, perfazendo um total de 60 horas-aula. Estudantes de 4 escolas de ensino médio do DF tiveram sua capacidade empreendedora celebrada e reconhecida. Alunos do Ciman, do Colégio Militar Dom Pedro II e dos Institutos Federais de Educação, dos campi de Riacho Fundo I e de São Sebastião.

    A capacidade empreendedora de estudantes do segundo ano do ensino médio de quatro escolas do Distrito Federal foi celebrada e reconhecida nesta segunda-feira, em cerimônia aqui no Sebrae nacional.

    Os 80 estudantes participaram do Programa Miniempresa, promovido pela JADF, com o apoio do Sebrae nacional, que fomenta o empreendedorismo por meio da gestão de uma empresa real.

    A noite foi de muita vibração e premiações da iniciativa que envolve educadores, jovens e familiares em prol da educação empreendedora como caminho para o desenvolvimento da sociedade.

    Cada grupo passou pelo ciclo de criar uma empresa, definir um produto, elaborar estratégia de comunicação e planejar a linha de produção, evidentemente orientados por voluntários especialistas.

    As empresas criadas foram: 10Enrola (Ciman), Confort (Colégio Militar), If Bag (IFB Riacho Fundo II) e Termo Bag (IFB São Sebastião).

    A melhor miniempresa do DF, premiada, foi a 10Enrola, avaliada entre as concorrentes pela apresentação dos produtos e resultados alcançados. O grupo fará visita técnica em uma unidade do McDonald's no DF.

    Os melhores de cada empresa também receberam troféu e brinde por sua dedicação e perfil empreendedor.

    Parabéns à Anita Garcia, da 10enrola; à Fabiana Morum, da Confort S.A.; à Letícia Silva, da If Bag; e à Isabela Menezes, da Termo Bag. Parabéns também aos vendedores destaque, como Amanda Martins, da empresa 10enrola; Giovana Neves, da Confort S.A.; Ana Carolina Mesquita, da If Bag; e Mateus de Souza, da Termo Bag.

    Senhoras e senhores, tudo acontece na escola, e essa é a grande oportunidade. O desafio é introduzir esse tipo de programa nas escolas públicas.

    A partir do próximo ano, quando a introdução do ensino profissionalizante – tive o privilégio, inclusive, de presidir a Comissão da reforma do ensino médio – começar a ser oferecido nas escolas públicas, talvez haja interesse do corpo técnico dessas escolas em participar desse programa. Tive oportunidade de conversar e ouvir dos estudantes o quanto a experiência foi enriquecedora e importante para a vida deles. Hoje a maioria dos jovens quer empreender.

    Outra boa notícia que eu quero mencionar aqui – como sempre estou fazendo agora, dando aqui notícia boa, porque chega de notícia ruim todo dia, toda hora – é que a produção de queijo e uvas está crescendo no Distrito Federal.

    Recentemente, o Bom Dia DF mostrou que, no núcleo rural do Buriti Vermelho, a 70km de Brasília, a produção artesanal de queijo está indo de vento em popa. Na fazenda que fica no PAD-DF Paranoá, a queijaria produz diariamente 50kg de queijos de vários tipos, que são embalados a vácuo e têm selo da Secretaria de Agricultura do Distrito Federal.

    O setor de produtos lácteos está crescendo no DF. Em 2016, eram sete pequenos produtores rurais de iogurtes, queijos e requeijão. Hoje são 11 os produtores artesanais que produzem 192 toneladas de lácteos por mês, tudo consumido no DF.

    Uma nova lei agora que aprovamos vai permitir que esses produtos elaborados sob fiscalização da Secretaria de Agricultura do DF possam ser vendidos em todo o País, mas, para acessar os mercados de outros Estados, ainda é preciso uma regulamentação do Ministério da Agricultura.

    Nesse mesmo caminho, segue a produção de uvas no Distrito Federal, que está indo bem. O solo e o clima aqui favorecem o cultivo da fruta, a uva. São 30 produtores que se arriscaram na cultura de uva com sucesso. Em Planaltina, a produção rendeu 20 toneladas em 2018, e os produtores esperam colher o dobro agora, em 2019.

    Com clima ideal para o plantio da fruta, os agricultores produzem duas colheitas durante o ano todo. A maior parte dos produtores vende essas frutas para o consumo, mas alguns já estão investindo também na produção de vinho e suco.

    Srs. Senadores, são novos caminhos que permitirão a expansão de negócios, que será positiva não só para os produtores, mas também para os trabalhadores. É uma oportunidade para os nossos empreendedores crescerem e movimentarem a economia e o mercado de trabalho.

    Então, são setores produtivos que têm condições de prosperar. Quando pensamos que temos quase 400 mil desempregados aqui no DF, devemos apoiar esses produtores com incentivos, ações para estruturar o cultivo, melhorar a viabilidade econômica da produção e a distribuição para os mercados, tanto para os mercados locais como os nacionais.

    Então, Sr. Presidente, eu falei há pouco, inclusive, com o nosso querido Senador Confúcio, que é um defensor da educação, que nós precisamos rapidamente colocar o empreendedorismo nas escolas. Eu fiquei evidentemente frustrado na formatura quando não vi ali nenhuma escola pública, e é muito interessante, é emocionante até a gente ouvir os depoimentos desses alunos. Eles passam de 15 a 20 semanas, montam a empresa, elegem o presidente da empresa, seus diretores, definem o produto, o design, a estratégia de comercialização, o marketing, produzem, vão para o supermercado, vão para o shopping para vender aqueles produtos que eles desenvolveram nessa semana. Vivem fazendo, vamos dizer assim, aprendem fazendo e criam uma cultura empreendedora.

    Os nossos jovens não querem mais, como era antigamente, que todo mundo estudava para trabalhar no Banco do Brasil, na Caixa Econômica. Acabou isso. Hoje nós temos que incentivar os empreendedores, até porque a maioria das profissões existentes hoje, daqui há dez anos não existirão mais. Então, essa cultura empreendedora é fundamental.

    Infelizmente, no nosso País, ainda existe uma cultura socialista que discrimina o empresariado, V. Exa. como empresário sabe disso. No Brasil, eles encaram como se o lucro fosse pecado, punem os empresários, esquecem que quem arrisca, quem coloca em risco os recursos, quem investe são os empresários, quem gera emprego são os empreendedores. Então, nós precisamos criar nas escolas essa cultura empreendedora, o aluno precisa entender como montar seu próprio negócio, o que significa isso.

    Felizmente, aprovamos na semana passada a Medida Provisória da Liberdade Econômica. Senador Acir, V. Exa. que é empresário; eu também, como empresário, como montador que sou, como é difícil montar uma empresa no Brasil, até pequenas empresas. Você tem que alugar uma sala, pagar o aluguel, dar entrada nos papéis, a junta comercial normalmente faz exigência e senta um mês, dois meses para resolver o problema. Você pega o CNPJ, vai para o Governo Municipal, dá entrada no alvará, mais não sei quantos meses. Quando liberam, o pequeno empresário já quebrou, só de pagamento de taxas e aluguéis.

    V. Exa. sabe que milhares de empresas no Brasil só existem de fachada, não deram baixa porque a burocracia é imensa.

    Então, a gente avançou um pouco. Agora, temos que criar essa cultura. Tudo acontece nas escolas. Nada, nenhuma mudança será feita neste País que não seja através da educação. Agora, temos que ter essa cultura.

    Nesses programas, há também a cultura do ensinamento financeiro. Os alunos precisam entender o que é poupança. O Brasil não tem essa cultura de poupança, V. Exa. sabe disso. Tudo que se ganha se gasta imediatamente. Ninguém poupa nada. O Brasil deve ser um dos piores países em poupança no mundo. E aí vem a questão da previdência exatamente. Fica todo mundo desesperado, porque ninguém se preparou para a aposentadoria.

    Da mesma forma, a cultura financeira. Os alunos precisam entender desde pequenos, desde jovens como é que se produz, como é que é a cadeia produtiva, como é que funciona a questão financeira, não é? Precisam ir ao supermercado para saber como é que funciona.

    Então, nós precisamos investir. E eu espero agora que, com a reforma do ensino médio, a partir do ano que vem, grande parte das escolas do País vão oferecer cursos profissionalizantes, como era na minha época e na época do Senador Paulo Rocha. Nós tínhamos a opção de fazer o científico ou o curso técnico. Quantos saíram do ensino médio como técnicos em contabilidade, edificações, técnicos em eletrônica? Eles já saíam direto para o mercado de trabalho. Hoje nós temos uma geração nem-nem, não estudam e não trabalham. A escola não preparou para o mercado de trabalho.

    Hoje os jovens querem empreender. Então, nós temos que incentivar as miniempresas, nós temos que incentivar as startups, nós temos que fazer com que os nossos jovens dediquem seu tempo à sua vocação. Hoje 80% da sua energia você gasta com burocracia e não tem foco naquilo que você conhece.

    Eu espero que o Conselho Nacional de Educação, seja nacional, sejam conselhos estaduais, municipais, possam introduzir nas escolas a cultura empreendedora. É fantástico o depoimento desses alunos que tiveram oportunidade e que serão, com certeza, grandes empresários e que vão gerar muito emprego e renda para o País.

    Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - RO) – Meus cumprimentos, Senador Izalci. V. Exa. tem toda a razão. Só através da educação é que nós vamos melhorar o nosso País. E V. Exa. colocou outra questão muito importante, que são os nossos produtores rurais do DF. A sua fala é importante para eles e também para que o Brasil saiba que aqui no DF também tem produção agrícola, também tem agricultura familiar. E muito do que nós temos nas nossas mesas aqui em Brasília é produzido no DF. Meus cumprimentos, Senador Izalci.

    O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – E uma grande produtividade.

    O SR. PRESIDENTE (Acir Gurgacz. Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - RO) – Uma grande produtividade, sem dúvida.

    O SR. IZALCI LUCAS (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSDB - DF) – Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/08/2019 - Página 31