Discurso durante a 146ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comunicação de apresentação de projeto de lei, de autoria de S. Exª, que destina 2% do fundo partidário em favor de programas de promoção da participação e da formação política dos jovens.

Comentário sobre a repercussão internacional das queimadas na Amazônia brasileia.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Comunicação de apresentação de projeto de lei, de autoria de S. Exª, que destina 2% do fundo partidário em favor de programas de promoção da participação e da formação política dos jovens.
MEIO AMBIENTE:
  • Comentário sobre a repercussão internacional das queimadas na Amazônia brasileia.
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/2019 - Página 60
Assuntos
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Outros > MEIO AMBIENTE
Indexação
  • REGISTRO, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, ASSUNTO, DESTINAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, PARTIDO POLITICO, OBJETIVO, FORMAÇÃO, POLITICA, JUVENTUDE.
  • COMENTARIO, MANIFESTAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, ASSUNTO, QUEIMADA, LOCAL, REGIÃO AMAZONICA, BRASIL, MEIO AMBIENTE.

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - MT. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu estava dizendo para o Senador Lasier: "Falou 45 minutos, Lasier". Ele falou: "Mas falei bem". De fato, falou bem.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, serei muito breve aqui, até pelo adiantado da hora, sobretudo porque tenho a certeza de que vão abrir a Ordem do Dia.

    O fortalecimento da democracia depende da formação de novos quadros políticos e da capacitação contínua da juventude. Esse processo passa necessariamente pelo revigoramento dos partidos políticos, que são por excelência instituições que proporcionam engajamento cívico dos cidadãos e viabilizam a construção de líderes públicos para o País.

    A arte da política requer lideranças preparadas, qualificadas, com visão de futuro e espírito público elevado. Com esse intuito, acabo de apresentar um projeto de lei que destina 2% do fundo partidário em favor de programas de promoção da participação e da formação da política dos jovens no seio de agremiações partidárias. Adicionalmente, o projeto também prevê a possibilidade de doações de pessoas físicas diretamente a esses programas, passando pelo crivo da executiva nacional dos partidos.

    Os recursos servirão para financiar projetos com a missão de aperfeiçoar a formação política dos jovens, aumentando a capacitação dos futuros quadros que exercerão papel de relevo nos canais institucionalizados de representação da política brasileira.

    Mas Sras. e Srs. Senadores, para que o processo político brasileiro comece a receber oxigênio, é necessário que plantemos as sementes. E as sementes estão nos jovens. Precisamos olhar com mais atenção para o papel da juventude na sociedade e na política.

    Para termos ideia de sua importância, basta atentarmos para o fato de que, atualmente, o Brasil conta com 40 milhões de eleitores entre 16 e 35 anos.

    A vida púbica está precisando de quadros jovens que possam se habilitar para o processo eleitoral, com inovação de práticas e ideias.

    Hoje, infelizmente, o engajamento dos jovens na disputa de cargos eletivos ainda é muito modesto. Nas eleições de 2018, por exemplo, apenas 5,4% dos candidatos em todo o País possuíam até 29 anos de idade.

    Outro dado preocupante: o número de jovens filiados a partidos políticos, na faixa de 16 a 24 anos de idade, caiu 44% nos últimos oito anos, segundo números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Vemos com muita preocupação essa situação. Mas, Sr. Presidente, os jovens precisam ser motivados. A conscientização política precisa vir da escola, dos mestres, dos pais, mas também – sobretudo – das legendas partidárias.

    Os partidos precisam ser atrativos e, ao mesmo tempo, abertos a novos integrantes. Devem funcionar como verdadeiras incubadoras de formação de lideranças públicas. Um partido moderno precisa ter capacidade de entusiasmar os jovens, principalmente com o uso de redes sociais e com a promoção de cursos, oficinas e competições.

    É fundamental não só engajar cidadãos comuns, mas também mulheres, empreendedores, líderes de comunidade, capazes de criar uma rede de mobilização dentro das legendas, incentivando a participação e o engajamento entre os filiados.

    Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu sou um entusiasta da participação da juventude na política. Dentro do meu Partido, o Democratas, sempre apoiei e incentivei a entrada de jovens nos quadros do partido.

    Portanto, acredito que a iniciativa legislativa que ora apresento, além de atualizar a lei dos partidos, vai gerar oportunidades para jovens que desejam participar de maneira mais ativa do processo político brasileiro.

    Será um marco importante para fortalecer as juventudes partidárias, favorecendo um ambiente virtuoso para que os cidadãos recuperem a confiança na política, nas instituições do País.

    Com recursos garantidos do Fundo Partidário, os jovens filiados aos partidos poderão receber formação política com professores de qualidade, cursos de capacitação, auxílio financeiro para participação no processo eleitoral, além de treinamento e suporte na comunicação digital.

    A internet, por sinal, pode ser importante instrumento para restabelecer a conexão desse contingente de brasileiros com o universo político, criando uma rede dinâmica de engajamento através das redes sociais.

    Sras. e Srs. Senadores, a saída para a crise de representatividade atual, que não é exclusiva do Brasil, passa, inexoravelmente, pela boa política.

    Em vista do impacto positivo na formação de novos quadros para a política brasileira, contamos com o voto favorável de todos para a aprovação deste meu projeto, que destina 2% do Fundo Partidário aos segmentos jovens dos partidos.

    Prestigiar essa garotada é investir na cidadania, na democracia e no futuro do Brasil.

    Se conseguirmos conferir protagonismo à juventude dentro das legendas, certamente, estaremos forjando a mudança política para o País se estabelecer. O jovem é e será o esteio da transformação nacional que todos nós almejamos.

    Portanto, Sr. Presidente, tenho a certeza de que este meu projeto visa chamar, dar oportunidade para a juventude brasileira participar da nossa política de forma ativa e efetiva. Eu acho que este projeto nosso é um projeto meritório pelo fato de que nós estaremos dando, claro que na devida proporção, como as mulheres também têm 30% do Fundo Partidário, ao jovem apenas 2%. Com isso, tenho certeza, será um modelo de nós fazermos uma política de atração da participação dos nossos jovens, da nossa garotada na política nacional.

    Encerro agradecendo a oportunidade, mas aqui eu não poderia deixar nunca também de fazer um comentário.

    Nós temos, neste exato momento... Lamentavelmente, eu não poderia deixar... Sr. Presidente, eu venho de uma região também distante, a Região Amazônica, da Região Centro-Oeste do Brasil, mas nestes últimos dias a imprensa nacional e a imprensa internacional praticamente atearam fogo nessa região do Brasil. E aqui nós temos que ser muito responsáveis. Não podemos, em hipótese alguma, permitir que pessoas descompromissadas com a produção, sobretudo com a política de geração de emprego e renda, estejam levando nosso País a determinada situação, porque eu não sei o que vai acontecer, com certeza, com a nossa produção agrícola, com o nosso rebanho bovino, com nossos suínos, com nossas aves, que, sem sombra de dúvida, são a grande contribuição que esses Estados têm dado para o Brasil em relação à exportação.

    Entretanto, aqui quero deixar bem claro. Andei, neste fim de semana, pelo Estado de Mato Grosso, um Estado, meu caro amigo Senador Jean Paul, com quase 900 mil quilômetros quadrados, mais de 10% de todo o Território nacional, e não foi isso que eu vi. Não foi isso que eu vi.

    É claro, natural, nós temos alguns focos isolados, mas o que têm passado – a impressão, não só para a sociedade brasileira –, sobretudo os defensores, os pseudodefensores da nossa floresta brasileira, não retrata a verdade. O produtor rural, o homem do campo, com certeza, tem procurado preservar, buscando a produção de forma sustentável, de forma racional, procuramos compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

    Por isso, nós temos de ter muita responsabilidade com o fato de que a interferência de alguns países, de alguns organismos, de algumas pseudo, falsas ONGs e até de alguns artistas... Ouvi até Leonardo DiCaprio falando em relação à Amazônia brasileira. Eu imagino que esse cidadão nem conhece a nossa região, o nosso País e, muito menos, a Região Amazônica. O que nós precisamos, de fato, é combater algumas ilegalidades. Há aquelas pessoas, talvez descompromissadas com a proteção ambiental, que estão praticando atos que certamente não condizem com a realidade e, sobretudo, com o nosso Código Florestal brasileiro.

    Por isso, meus amigos, este momento é de união do povo brasileiro. Não podemos permitir que venham aqui pessoas fazer intervenção ou interferir na política nacional brasileira. Nós temos, como bons brasileiros, como cidadãos que prezam esta Pátria, que defender os interesses nacionais. É inconcebível que alguns Presidentes de alguns países queiram interferir na política nacional brasileira. Não! O Brasil, sem sombra de dúvida, o seu povo, a sua gente tem competência para bem gerir.

    Entretanto, para concluir a minha fala, aqueles que estiverem à margem da lei têm de ser punidos de forma exemplar. Não podemos, em hipótese alguma, colocar todos os nossos produtores, todos aqueles que contribuem para a grande produção nacional, que contribuem, com certeza, para uma política de compatibilizar a nossa produção, de fato, com a nossa preservação...

(Soa a campainha.)

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - MT) – Não aceito em hipótese alguma! Praticamente digo com muita afirmação aqui que não é verdade o que está acontecendo no Estado do Mato Grosso. O que há, é isoladamente. Nenhum proprietário rural quer incendiar a sua propriedade. Muito pelo contrário, Senador Marcio Bittar, estão sempre tentando preservar, sempre respeitando nosso ecossistema. Entretanto, criaram um filme que não existe na prática.

    Por isso, eu quero mostrar aqui a minha indignação, sobretudo dizendo que, em Mato Grosso, nós temos uma política ambiental decente que respeita, com certeza, toda nossa floresta e, sobretudo, todo nosso ecossistema.

    Era o que tinha a dizer.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/2019 - Página 60