Pronunciamento de Jorge Kajuru em 13/09/2019
Discurso durante a 167ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Análise da importância da Embrapa para o desenvolvimento do agronegócio no País.
- Autor
- Jorge Kajuru (PATRIOTA - Patriota/GO)
- Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO:
- Análise da importância da Embrapa para o desenvolvimento do agronegócio no País.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/09/2019 - Página 23
- Assunto
- Outros > AGRICULTURA PECUARIA E ABASTECIMENTO
- Indexação
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- ANALISE, IMPORTANCIA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), REFERENCIA, DESENVOLVIMENTO, AGRONEGOCIO, BRASIL.
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PATRIOTA - GO. Para discursar.) – Brasileiros e brasileiras, nossas únicas excelências, meus únicos patrões: como seu empregado público, nesta sexta-feira venho para dizer, Presidente e amigo Izalci Lucas, que me propus a buscar a eleição para esta Casa com um espírito combativo, como é minha característica e índole pessoal, com a disposição de combater o bom combate, como diz o texto bíblico; de propor, de debater, de denunciar – quando for preciso; de compartilhar ideias; de aprender com os colegas; de criar políticas públicas que venham ao encontro da criação de uma sociedade mais justa para o nosso sofrido povo.
Mas, meus colegas respeitosos e Pátria amada em especial, deste mirante privilegiado da realidade brasileira, que é o Senado da República, temos que deixar aflorar em nós a capacidade de ver coisas boas em nosso País. Isso faz bem ao nosso ego, pessoalmente, e às entranhas institucionais da Nação, pelo que venho à tribuna, hoje, para exercitar essa capacidade. Mais precisamente para tecer considerações sobre um gigante portentoso da estrutura produtiva brasileira, que é o agronegócio, exatamente num momento em que as tensas discussões climáticas acabam por tisnar o desempenho do nosso agronegócio mundo afora.
Por quaisquer ângulos que olhemos o agronegócio brasileiro, ele se apresenta como uma potência.
O nosso País tem uma vocação natural para o agronegócio, devido a suas características e diversidades, com clima favorável em diversas regiões, no solo, na água, no relevo e na luminosidade.
Com seus 8.513.000 quilômetros quadrados, o Brasil é o país mais extenso da América do Sul e o quinto do mundo, com extraordinário potencial de expansão de sua capacidade produtiva, sem, então, necessidade de agredir o meio ambiente. Com a crescente utilização da tecnologia, numa agricultura de precisão, o Brasil utiliza apenas 7,3% de suas áreas agricultáveis. A nossa safra de 2018-2019 deverá alcançar 233,28 milhões de toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento. Será a segunda maior da história. O Valor Bruto da Produção (VBP), da safra 2019 é de R$564,32 bilhões, com Mato Grosso ocupando a primeira posição e o meu amado Goiás, a sexta, com o valor de R$45,144 bilhões.
Com esses números gigantes, o agronegócio brasileiro tem importância exponencial na arquitetura econômica do País: produz um quarto do nosso PIB; cria aproximadamente 37% de todos os empregos do País; responde por aproximadamente 39% das exportações, com um saldo da balança comercial do agronegócio de 8,6 bilhões em maio. Nos últimos 20 anos, a área plantada cresceu 37%, mas a produção cresceu 176%. O Brasil tem potencial para dominar o comércio agrícola mundial até 2050.
Mas nenhum desses números formidáveis foi produzido por acaso. Por trás de tudo isto está uma empresa pública que é exemplo de excelência científica: a Embrapa. Na década de 1970, o Brasil enfrentava uma situação paradoxal: crescimento econômico, aumento da renda per capita e elevação das exportações. Por outro lado, percebíamos que não seria possível manter o crescimento da agricultura sem investimentos em ciências agrárias. Percebendo essa deficiência e após diversos estudos técnicos, foi sancionada a Lei nº 5.851, de 1972, que autorizava o Poder Executivo a instituir empresa pública sob a denominação de Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura. Nascia, portanto, a Embrapa, com uma missão estratégica para o País, a de viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, em benefício da sociedade brasileira.
A Embrapa possui hoje 2.389 pesquisadores, 18% com mestrado, 74% com doutorado e 7% com pós-doutorado. É um número significativo de pesquisadores voltados para a pesquisa aplicada, ou seja, para o emprego do conhecimento científico no melhoramento de nossa agricultura.
Foi com esse corpo científico que a Embrapa produziu tecnologias que mudaram a agricultura brasileira.
Além disso, programas específicos de pesquisa conseguiram organizar tecnologias e sistemas de produção para aumentar a eficiência da agricultura familiar e incorporar pequenos produtores ao agronegócio, garantindo melhoria na sua renda e no seu bem-estar.
Com essas minhas considerações eu quis dizer à Pátria amada que, embora o ritmo de nosso crescimento esteja patinando e tenhamos, em consequência, mais de 13 milhões de desempregados, somos um grande País.
Se homens de bem – e não de bens – assumirem a sua direção, se a política for tratada com ética e com comprometimento com o social, e não com o pessoal, temos razões para crer num grande futuro, com uma sociedade desfrutando dos resultados do desenvolvimento, menos desigual e com seus filhos podendo viver com qualidade de vida.
Por hoje, essa é a minha mensagem: de crença no Brasil, Presidente Izalci – até porque aprendi com V. Sa. que aqui também devemos subir para notícias boas, para pensarmos que, apesar de tudo...
(Soa a campainha.)
O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Senado Independente/PATRIOTA - GO) – ... que apesar de tudo que o homem tem feito, este País ainda tem jeito.
Agradecidíssimo.