Pronunciamento de Chico Rodrigues em 13/09/2019
Discurso durante a 168ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinada a comemorar os 50 anos do Jornal Nacional.
- Autor
- Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
- Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM:
- Sessão Especial destinada a comemorar os 50 anos do Jornal Nacional.
- Publicação
- Publicação no DSF de 14/09/2019 - Página 56
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, JORNAL, TELEVISÃO, REALIZAÇÃO, REDE GLOBO.
O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Para discursar.) – Presidente do Senado Federal, Exmo. Sr. Davi Alcolumbre, companheiro e Líder nesta Casa, que, com o vigor da sua juventude, teve uma das vitórias mais belas aqui, agora no início do ano, e tem conduzido esta Casa com absoluta maestria, tendo sido, inclusive, elogiado pela esmagadora maioria dos seus pares pela sua posição cartesiana, pelo seu compromisso e, acima de tudo, pela sua responsabilidade cívica na ocupação de tão relevante cargo; autor do requerimento desta sessão de comemoração, Senador Jorge Kajuru; Vice-Presidente do Conselho de Administração e Presidente do Conselho Editorial e do Conselho Institucional do Grupo Globo, Sr. João Roberto Marinho; Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão e Vice-Presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo, Paulo Tonet Camargo; jornalista Zileide Silva, figura emblemática, entre tantas outras, na televisão brasileira, especialmente na Globo; caro jornalista Gerson Camarotti, na pessoa de quem cumprimento todos os jornalistas da TV Globo e servidores; minhas senhoras e meus senhores, eu não poderia deixar de registrar aqui hoje os meus parabéns e o muito obrigada da população brasileira a toda a equipe do Jornal Nacional pelos serviços prestados ao longo desses 50 anos. A importância desse programa de televisão que uniu o Brasil, fazendo com que a população receba notícias de todos os Estados da Federação, é inestimável.
Podemos dizer que o Jornal Nacional é um patrimônio brasileiro. Estreou no dia 1º de setembro 1969 para competir com o Repórter Esso, da TV Tupi. Em pouco tempo, conquistou a preferência do público e se transformou num dos jornais mais respeitáveis da televisão brasileira.
O Jornal Nacional foi o ponto de partida de um projeto que pretendia transformar a Globo na primeira rede de televisão do Brasil. Meses antes, a Embratel havia inaugurado o Tronco Sul, que possibilitava a integração de Rio, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. A formação dessa espécie de rede era possível com a ajuda de um sistema de micro-ondas. O equipamento ligava, por sinais, o estúdio à torre de transmissão da emissora. A partir dessa tecnologia, a Globo pretendia gerar uma programação uniforme para vários Estados e diminuir, consequentemente, o custo de produção.
O principal telejornal brasileiro, traz as principais notícias do Brasil e do mundo. Exibido no horário noturno, de segunda-feira a sábado, estão em suas pautas atualidades, matérias de denúncias e investigação, séries especiais, os fatos mais importantes do dia e os acontecimentos que terão repercussão no dia seguinte, quase que pautando os demais veículos de comunicação da televisão brasileira.
Essa daqui é do baú.
"O Jornal Nacional, da Rede Globo, um serviço de notícias, integrando o Brasil novo inaugura-se neste momento: imagem e som de todo o Brasil" – foi assim que o apresentador Hilton Gomes abriu, às 19h45, a primeira edição do Jornal Nacional no dia 1º de setembro de 1969.
Na edição de estreia, o principal assunto era a reviravolta política que vivia o Brasil. O País seria entregue a uma junta militar devido a um problema de saúde do então Presidente Costa e Silva. O anúncio foi feito pelo Ministro Delfim Neto e exibido em filme durante 46 segundos.
Primeiro telejornal do Brasil a ser transmitido em rede, o Jornal Nacional conquistou a preferência do público e se firmou como um dos mais respeitáveis do País, porque não dizer o mais respeitável do País.
Márcia Mendes foi a primeira mulher a apresentar o telejornal, em um 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Em 1977, Glória Maria torna-se a primeira repórter brasileira a entrar no ar ao vivo. Na ocasião foram inaugurados equipamentos portáteis para a geração de imagens.
Em 1978 o filme 16mm começa a ser substituído, com a instalação da ENG, que permitia a edição eletrônica de videotape e a edição de VT, aumentando assim a velocidade do telejornalismo.
Em 1983 houve novas mudanças: o Jornal Nacional ganhou a sua primeira vinheta eletrônica. A dupla de apresentadores também mudou. No lugar de Sérgio Chapelin, que apresentava o Jornal Nacional com Cid Moreira, entrou Celso Freitas que já apresentava eventualmente o telejornal. Moreira e Freitas ficaram juntos no Jornal Nacional até 1989 mesmo ano em que o telejornal estreou abertura, cenário e logotipos novos.
Em 1991, pela primeira vez, uma guerra foi transmitida ao vivo, a Guerra do Golfo.
Em 1994, pela primeira vez, uma cobertura da Copa do Mundo é ancorada ao vivo do país sede, os Estados Unidos. Também em 1994 o Jornal Nacional completava 25 anos.
Em 1996, Cid Moreira e Sérgio Chapelin passaram a bancada para William Bonner e Lillian Witte Fibe.
Em 1998, Fátima Bernardes substituía Lillian Witte Fibe, formando com William Bonner.
Em 2000 o Jornal Nacional mudou o cenário de estúdio e passou a ser apresentado de dentro da própria redação. Pela matéria Feira das Drogas o repórter investigativo do telejornal Tim Lopes ganhou o prêmio de jornalismo em 2001. No ano seguinte, Lopes seria morto por narcotraficantes da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, onde havia sido feita a reportagem.
Em 2001, o Jornal Nacional foi indicado ao Emmy de 2002 de melhor cobertura jornalística pela cobertura dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Nas eleições de 2002, o Jornal Nacional inovou, realizando entrevistas ao vivo, no próprio cenário, com quatro candidatos à Presidência da República.
Em 2006, em um link direto com a Estação Espacial Internacional, William Bonner entrevistou o astronauta Marcos Pontes, primeiro brasileiro a viajar ao espaço. No mesmo ano, Pedro Bial apresentou a Caravana JN, que, durante dois meses, fez reportagens por todo o Brasil sobre as eleições gerais. E por aí vai deslizando a história. A cada duas semanas, o Jornal Nacional foi apresentado ao vivo, por William Bonner e Fátima Bernardes, de uma cidade representativa de sua região.
Em 2008, a cobertura do sequestro de Eloá Pimentel pelo ex-namorado fez o Jornal Nacional ser indicado, pela quinta vez, em sete anos, ao Prêmio Emmy Internacional de Notícias de 2009.
Em agosto de 2010, o Jornal Nacional inicia seu projeto em relação às eleições naquele ano, com o JN no Ar, que utilizava um avião para visitar cidades dos 26 Estados e do Distrito Federal. O projeto, que se tornou fixo no ano seguinte, foi lançado na cidade de Macapá, cidade do nosso Presidente.
Em 6 de agosto de 2011, William Bonner e Fátima Bernardes leram, no último bloco, um resumo de um documento com os princípios editoriais das Organizações Globo, que, em 2014, passariam a ser Grupo Globo.
Depois de quase 14 anos (1998-2011), Fátima Bernardes deixaria a bancada do JN para apresentar o programa de variedades Encontro com Fátima Bernardes, que entrou na grade da Globo em 2012, ocupando o lugar do infantil TV Globinho. Quem a substituiu, dividindo a apresentação com Bonner, foi Patrícia Poeta, que estava havia cinco anos no Fantástico. Patrícia, por sua vez, foi substituída no Show da Vida por Renata Ceribelli. Uma edição especial do Jornal Nacional ocorreu no dia 5 de dezembro de 2011, quando Fátima Bernardes passou a ancoragem para Patrícia Poeta. A nova âncora assumiu todas as funções da antecessora no Jornal Nacional, tornando-se também editora-executiva do telejornal, além de apresentadora.
A cobertura no exterior foi fortalecida em função das pressões políticas para tratar dos assuntos internos do País. Outro destaque na reestruturação da cobertura política foi o processo de eleições diretas para Prefeitos de capitais não consideradas de segurança nacional, em novembro de 1976. O planejamento começou em agosto, no Rio. Era a primeira vez que o jornalismo investia pesado em uma cobertura desse tipo. Do dia 15 ao dia 17 de novembro, o Jornal Nacional apresentou edições especiais, atualizando a votação e a apuração dos votos.
Quero destacar agora a importância de combater as fake news, hoje comuns em nosso meio político. O Jornal Nacional, que tem feito companha contra essas fakes, contribui para o melhor entendimento do povo ao cenário político. As verdades dos fatos apresentados são acessadas, do mais rico ao mais pobre, e isso fortalece a união do povo na sua tomada de decisões.
Nós, fazendo a pesquisa para nos pronunciarmos, vimos aqui dezenas – por que não dizer? –, centenas de prêmios conquistados, Dr. João Roberto Marinho, pelo Jornal Nacional. Isso é fruto da persistência, da obstinação, mas, acima de tudo, da qualidade e do profissionalismo dessa empresa, que hoje, na verdade, é orgulho do País. Eu tenho certeza de que, tirando dos velhos alfarrábios do tempo, nós encontramos essas informações, que a memória, para nós já mais velhos, se enche de lembranças, porque tenho certeza absoluta de que, do cidadão mais simples àquele que tem expectativa por informações mais apurada, o Jornal Nacional é como se fosse uma obrigação quase diária de cada um de nós. Às vezes, nós saímos aqui do Plenário para ir rapidinho lá no cafezinho para ver exatamente a hora do Jornal Nacional, Zileide, porque são informações que na verdade são publicadas em tempo real. Ela decodifica a cada momento a realidade brasileira.
Portanto, eu tenho certeza de que, olhando daqui a cem anos para a história, muitos lerão realmente que nós aqui estivemos hoje nesta data em que a Rede Globo comemora os 50 anos do Jornal Nacional, e verão que é uma longa caminhada, mas com profissionalismo, competência e, acima de tudo, grandes serviços prestados à população brasileira. O Brasil hoje, tenho certeza, tem no Jornal Nacional a sua maior referência jornalística. E vocês, esses profissionais, como disse aqui o Randolfe, são uma constelação de jornalistas que na verdade só engrandecem a emissora. Na pessoa do seu Vice-Presidente de administração, Dr. João Roberto Marinho: orgulho. Nós, o Parlamento, temos em vocês uma referência, porque sabemos que a cada dia vocês se aperfeiçoam mais, a cada dia vocês se preparam mais para levar o melhor da notícia para a população brasileira.
Então, parabéns e que esses 50 anos sejam comemorados muitas vezes, não pela data, pelo dia, pelos 50 anos especificamente, mas a cada ano pelo profissionalismo e, acima de tudo, pelo que representa como informação para o Brasil.
Parabéns! Que Deus abençoe a Rede Globo e que continuem nessa longa caminhada, trabalhando sempre para informar melhor a população brasileira.
Muito obrigado. (Palmas.)