Discurso durante a 154ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Censura às declarações do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre a paralisação do exame Revalida, etapa necessária para que os médicos que se formam em países estrangeiros possam revalidar o diploma para atuarem legalmente no Brasil.

Autor
Zenaide Maia (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/RN)
Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Censura às declarações do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, sobre a paralisação do exame Revalida, etapa necessária para que os médicos que se formam em países estrangeiros possam revalidar o diploma para atuarem legalmente no Brasil.
Outros:
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2019 - Página 52
Assuntos
Outros > EDUCAÇÃO
Outros
Indexação
  • CRITICA, DECLARAÇÃO, MINISTRO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), MOTIVO, PARALISAÇÃO, EXAME, OBJETIVO, REVALIDAÇÃO, DIPLOMA, MEDICO, FORMAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, POSSIBILIDADE, TRABALHO, BRASIL.

    A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para discursar.) – Sr. Presidente Lasier, colegas Senadores, estou saindo de uma audiência pública na Comissão Mista da MP nº 840, Médicos pelo Brasil.

    Falando sobre a questão do Revalida, Lasier, essa questão que está chamando atenção de médicos brasileiros que se formam em outros Estados, vê-se a possibilidade de como esses médicos vão fazer o Revalida, porque está parado desde 2017. E esses médicos estão pedindo isso. E, no meio disso, foi falado sobre a situação das universidades nos nossos países vizinhos, e o Ministro da Educação... Uma das coisas que eu quis mostrar, Kajuru, é que a responsabilidade é do Estado brasileiro em fazer Revalida, em revalidar o diploma de quem se forma fora. E, para meu susto, o Ministro me respondeu, entre outras coisas, que o Estado brasileiro não existe, é tijolo, tijolos. Está aí para quem quiser ouvir. E eu tive que fazer a réplica.

    Ministro, o senhor me desculpe, mas o Estado brasileiro não é tijolo. Eu queria dizer ao senhor, já que a gente está falando de crise econômica aqui, e o senhor disse que o Estado não pode oferecer nível médio nem universidade para todo mundo, que não vai colocar os filhos para trabalhar para sustentar barbados ou educar barbados... Nenhum país no mundo saiu de uma crise econômica como a que a gente vive hoje sem o maior investidor, que se chama Estado, investir. Cite um, gente. Então, a educação é um direito – e a saúde – de todos e um dever do Estado. E me assustou ver um Ministro de Estado dizer que o Estado brasileiro são tijolos.

    Então, eu não estava nem inscrita para falar, mas isso me chamou a atenção. Isso é uma afronta à democracia. É uma afronta à soberania brasileira um Ministro de Estado chamar o Estado brasileiro de tijolos – e que não existe. Então, chamando atenção para os Srs. Senadores, a gente precisa ter um olhar diferenciado para isso que a gente está ouvindo. Aqui a gente vinha só denunciar cortes de verbas na educação; mas agora, diante da visão do Ministro de Estado da Educação, a gente vê que a gente está regredindo e muito.

    Deixo claro: Governo brasileiro, invista num setor que gere emprego e renda – senão, nenhuma dessas reformas vai ter solução. Não vai haver gente empregada; não vai haver gente comprando; o comércio não arrecadará; a indústria não arrecadará; e o Governo também não – e imposto para se responsabilizar pela educação, saúde e segurança do seu povo!

    Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2019 - Página 52