Pronunciamento de Confúcio Moura em 23/09/2019
Discurso durante a 174ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Satisfação com a participação dos jovens nas manifestações globais em defesa do meio ambiente realizadas no último dia 21 de outubro de 2019.
- Autor
- Confúcio Moura (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
- Nome completo: Confúcio Aires Moura
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
MEIO AMBIENTE:
- Satisfação com a participação dos jovens nas manifestações globais em defesa do meio ambiente realizadas no último dia 21 de outubro de 2019.
- Aparteantes
- Jean-Paul Prates.
- Publicação
- Publicação no DSF de 24/09/2019 - Página 28
- Assunto
- Outros > MEIO AMBIENTE
- Indexação
-
- COMENTARIO, MANIFESTAÇÃO, JUVENTUDE, AMBITO INTERNACIONAL, OBJETIVO, DEFESA, MEIO AMBIENTE, PLANETA.
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO. Para discursar.) – Sr. Presidente, Srs. Senadores, primeiro eu não quis fazer um aparte ao Senador Acir porque eu ia atrapalhar o tempo, pois ele já tinha terminado. Eu fiquei muito satisfeito com o discurso dele sobre educação. Quanto mais nós tivermos discursos como esse excelente do Senador Acir Gurgacz, mais se fortalece e se cria um ambiente e uma energia boa em benefício da educação brasileira.
Sr. Presidente, hoje o meu discurso também vem do lado da educação, mas um pouco diferente do trivial que eu faço.
Primeiro, quero fazer uma saudação ao Dr. Andrey Cavalcante, que foi Presidente da OAB lá do Estado de Rondônia e mora aqui em Brasília hoje. Eu fui fazer uma visita a ele, na casa dele, quando ele me apresentou a família e a avó, e eu fiquei muito satisfeito. Um abraço para o Dr. Andrey, queridíssimo lá no Estado de Rondônia, principalmente no meio do Direito.
No mais, quero saudar, Sr. Presidente, este programa, a TV Senado, que tem um alcance muito grande para as pessoas que estão doentes. Muitos estão acamados e ficam assistindo à política, aos programas da TV Senado, como também o povo que fica em casa, na parte da tarde, no horário que abrem as sessões, e que participa ativamente da TV Senado. É a televisão dos órgãos e das instituições mais acessada.
Muito bem, Sr. Presidente, o meu discurso vem falar sobre a grande manifestação que aconteceu na semana passada com a juventude do mundo inteiro. Foram adolescentes, crianças, jovens, professores que, em 130 países do mundo, foram para as ruas fazer a defesa do clima, do futuro, do equilíbrio do Planeta Terra.
Olhe, Sr. Presidente, todas as grandes manifestações, as revoluções que aconteceram no mundo, em todos os tempos, tiveram a participação da juventude, dos professores, dos intelectuais, não de insubordinados, de insurgentes, de raivosos, como queiram chamar essas pessoas, de revolucionários. Agora, foram as crianças.
Vocês viram no mundo, gente, a meninada com cartazes, organizada. Era uma estimativa de quatro milhões de crianças nas ruas, pedindo atenção para a questão climática. Quando esses meninos saem às ruas falando essas coisas, é porque eles aprenderam na escola. Quer dizer que a escola está ensinando alguma coisa boa, que é a educação ambiental.
Então, eu louvo esses brasileiros, esses pais, essas escolas que soltaram essas crianças, na semana passada, nessas manifestações pacíficas, lindas, no mundo afora, chamando atenção de nós adultos, de governantes, de Presidentes de países poderosos, como China, Estados Unidos e outros teimosos do mundo todo. A meninada, jogando na cara: nós queremos um planeta saudável, queremos viver, queremos ter futuro! O discurso das crianças não tem nem a ver com o discurso dos pais. Eles estão fazendo um discurso do agora e para a frente. A meninada, querendo a vida melhor para a frente. E, muitas vezes, os pais nem concordam com os meninos, mas os meninos estão nas ruas. Eu quero um Planeta limpo. Eu não quero que o Planeta, a minha vida, o meu pulmão, o meu sangue, sejam objeto de demanda pelo lucro da queima de combustíveis fósseis, chaminés, indústrias pesadas.
Muitos países estão turvos de contaminação e poluição. Em muitos países, diversas pessoas saem às ruas com máscaras. Há cidades chinesas em que as pessoas saem com máscaras.
Que riqueza é essa que mata as pessoas? Que riqueza é essa que contamina o pulmão das pessoas?
Então, essa meninada lindíssima que eu vi nas ruas, fazendo discursos, meninos pegando em microfone, é interessante isso. Isso é um grito novo do mundo. É um grito novo: "Olha, velharada do mundo, nós não estamos satisfeitos com vocês. Nós queremos um mundo diferente para nós de agora para a frente".
Foi esse o louvor cantado, essa insubordinação dessa juventude mundial. Isso não vai ficar parado. Isso não vai ficar parado, porque começou, ano passado, com uma menina, uma menina sozinha. Diante do Parlamento sueco, aquela menina, Greta Thunberg, começou a fazer o protesto solitária. Aquilo foi irradiando. A televisão mostrou aquela menina. A rede social mostrou aquela menina. E ela, hoje, está com 16 anos e é a líder mundial desse grande movimento, uma adolescente de 16 anos.
Isso tem muita importância. Isso não é à toa. Isso é um movimento que sai de baixo, que sai da terra, sai do útero. Ele sai, sai, está saindo. Não sai de nós aqui nem tanto, não, que ficamos discursando. Ele sai da vibração. Sai da escola para a rua. Sai da faculdade por meio dos professores progressistas. Professores de cabeça ensinaram as crianças que é bom viver saudavelmente. Isso é altamente grandioso.
Então, esse meu discurso de hoje envolve a educação com a questão ambiental. Isso é muito importante. Está aqui Jean Paul, que está aqui sempre defendendo em seus discursos – eu assisto – nas comissões, falando em energia solar e em energia eólica, mostrando que é importante essa forma alternativa de produção de energia limpa para o mundo, através das hidroelétricas, da eólica, que os seus Estados do Nordeste produzem demais.
Muita gente pensa: "Mas eu não dou conta de consertar o mundo, o meio ambiente" Conserta em sua casa, gente; conserta desligando a energia na tomada; conserta não jogando o óleo, o azeite que sobra no cano da pia; a gente conserta com pequenas ações, abrindo a janela para entrar o vento para amenizar esse calor horroroso do Brasil nesse momento, para ventilar... Uma janela de cá, uma janela de lá, para correr uma onda de ar dentro de casa; o reaproveitamento da água da chuva para lavar o chão. Isso tudo são medidas simplórias, familiares, que a gente tem que ir fazendo... O canudinho que você chupa a Coca-Cola... É importante usar um produto que não seja degradante, que não seja plástico e outras formas tais que estão por aí afora.
Então, meus queridos colegas, todos os telespectadores, Srs. Senadores, vocês podem gravar que essa manifestação do dia 21 no mundo, com essa juventude, é um alerta novo, é uma energia que está subindo para os ares, clamando: "Deixe-me viver em paz, deixe-me respirar livremente, deixe um futuro melhor. Eu não quero destruir a terra, vocês já destruíram demais". Mandaram um recado para nós.
Então, eu encerro as minhas palavras, concedendo um aparte ao nosso queridíssimo e competente Senador Jean Paul, que é quem deveria estar fazendo esse discurso, porque tem um conhecimento profundo.
Com a palavra, meu ilustre Senador, brilhante.
O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN. Para apartear.) – Senador Confúcio, V. Exa. é um mestre para mim também, e obviamente eu tinha que aparteá-lo para felicitá-lo pela colocação, porque, de fato, foi um movimento estridente, de dentro para fora, de baixo para cima e que nos emocionou a todos, principalmente pelo fato de serem vozes tão jovens, que consumiram tão pouco do nosso mundo...
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – Exatamente.
O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – ... e tem tanto a entregar ainda.
Então, você vê pessoas que têm uma vida pela frente, querendo dar um saldo positivo ao nosso meio ambiente e ao ambiente inteiro. Esse negócio de "meio ambiente"... Eu digo é o ambiente inteiro, não é?
(Soa a campainha.)
O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – E pontos específicos, a energia local... É a tendência mundial, é a tendência da humanidade. A substituição do ciclo do petróleo, do ciclo do carvão, será pela energia no local. E o que é energia local? É cada um produzir a sua energia com a forma que encontrar mais próxima e mais viável da sua casa, da sua vida.
Então, a energia solar é um exemplo, a energia eólica é outro, mas em cada região, em cada Estado, em cada cidade, em cada casa será possível buscar a sua própria forma de energia. Se cada um gerar a energia que consome, já seria uma maravilha para o mundo. Como isso é impossível no curto prazo, a tendência tem sido a regionalização.
Quem usa bagaço de cana, quem usa biomassa, quem usa hidrelétrica... Quem tem rios perenes usa hidrelétrica. Nós do Nordeste não temos. Então, fomos buscar uma intempérie que era tida como terrível para os sertanejos, o sol causticante, o vento da nossa costa para justamente utilizá-lo para fazer energia.
(Soa a campainha.)
O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – O outro capítulo é consumo responsável. Esses jovens estão nos dando lições sobre como consumir, o que consumir, como não capitalizar tanto a venda de tudo o que é descartável. Tudo o que é descartável não existe; não é descartável. O hábito de jogar fora não é jogar fora. Você joga fora da sua janela do carro ou da sua casa, e está poluindo a rua. Se você tirar da rua, você joga para fora da cidade. Quantas cidades do interior do Brasil ainda vivem os dramas de lixões completamente clandestinos na entrada ou na saída da cidade? Por quê? Mentalidade de jogar fora. Não existe jogar fora no globo; não existe jogar fora. Você está sempre jogando no quintal de alguém, sempre poluindo alguém, sempre afetando a vida de alguém.
Por isso, a importância do terceiro capítulo, que é tudo o que for relacionado com reúso, reciclagem, transformação. De pouco em pouco nós estaremos falando em lixo zero.
(Soa a campainha.)
O Sr. Jean Paul Prates (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RN) – Nós não podemos ter mais lixo. Lixo não existe; lixo tem que ser eliminado – ou gera energia, ou vai ser matéria-prima, ou vai ser alguma coisa. É isso que esses jovens nos gritaram, nos bradaram nesses dias de protesto.
Muito obrigado.
O SR. CONFÚCIO MOURA (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - RO) – Muito obrigado, Sr. Presidente. Muito obrigado.