Discurso durante a 190ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Defesa do posicionamento de S. Exa. com relação à votação da reforma da previdência social.

Autor
Simone Tebet (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL:
  • Defesa do posicionamento de S. Exa. com relação à votação da reforma da previdência social.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2019 - Página 45
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL
Indexação
  • DEFESA, POSIÇÃO, ORADOR, VOTAÇÃO, PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO (PEC), REFORMA, PREVIDENCIA SOCIAL.

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para discursar.) – Obrigada, meu Presidente querido.

    Senador Jorginho Mello, Presidente desta sessão de hoje, eu não posso estar aqui e não ter que fazer uma observação, com todo o respeito ao Senador que me antecedeu.

    Votar a reforma da previdência, sem dúvida nenhuma, a favor ou contra, é um ato exclusivo de convicção pessoal de cada Parlamentar – cada Parlamentar que está nesta Casa, obviamente representando o seu Estado, no meu caso o Mato Grosso do Sul, mas também e acima de tudo o Brasil.

    Não dá para continuar com esse discurso de que quem vota a favor da reforma está votando contra o povo brasileiro, quem vota contra a reforma está ao lado do trabalhador. Aliás, eu não vi – e aqui louvo, na figura do Senador Paulo Paim –, em nenhum momento, esse discurso na boca do Partido dos Trabalhadores.

    Acho que isso é um grande avanço, um reconhecimento do quanto está evoluindo o seu partido, Senador Paulo Paim, inclusive através de V. Exa., mas também não posso ficar calada no sentido de que quem vota a favor da reforma da Previdência está sendo comprado com emendas parlamentares.

    Eu estou nesta Casa há quatro anos, sempre como Senadora, e sempre procurei ser independente. Nos momentos difíceis, mesmo sendo oposição ao Governo do PT, estive ao lado da Presidente Dilma, votando projetos relevantes para o País, porque o que importa não é a cor do partido do chefe do Executivo da Nação, o que importa para mim é o quão importante e relevante é o projeto que esse chefe da Nação apresenta ao País.

    Todos nós estamos votando a reforma da previdência muitas vezes com dor, muitas vezes por necessidade. Ninguém quer votar a reforma da previdência. Nós entendemos a importância e a necessidade dela. O meu voto é por convicção, de que dos males os menores e de que, sim, precisamos virar essa página, porque ela não é a solução para o País. Ela resolve um problema interno, fiscal, de finanças, de contabilidade, de receita; ela não resolve o problema de geração de emprego, de renda e de desigualdade social, esse, sim, o maior dos males, o maior mal, aquilo que dói.

    Dói para qualquer um dos 81 Senadores saber que nós somos o País mais desigual do mundo. Enquanto nós temos os homens mais ricos do Planeta neste País, nós também temos homens e mulheres mais pobres. Essa desigualdade precisa ser combatida. Nós sabemos que não é com a reforma da previdência – nós sabemos que a reforma da previdência é apenas uma janela para a saída da crise e que a crise só vai sair com um grande pacto federativo a favor dos Estados e Municípios –, mas com a reforma tributária, e essa, sim, tem que ser colocada, diminuindo a desigualdade, cobrando mais de quem pode mais e menos de quem pode menos, e uma série de outras medidas que o Congresso Nacional não vai se furtar de discutir e de debater.

    Então, é apenas para que fique registrado. Enquanto eu estiver no Plenário e algum Parlamentar disser que algum Senador – especificamente eu – estiver votando reforma da previdência porque está sendo comprado por emendas parlamentares, vai ter desta Parlamentar uma resposta à altura. Esta Casa é chamada Casa Alta não é à toa. Este é um sistema bicameral. O Brasil tem o Senado Federal porque aqui tem homens e mulheres comprometidos, inclusive com experiência. Nós temos ex-Presidentes da República, ex-Governadores de Estado, ex-Ministros de Estado, ex-Prefeitos Municipais, sejam de capitais, sejam do interior, que têm experiência suficiente para saber que a reforma da previdência, infelizmente, é um mal necessário ao País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2019 - Página 45