Discurso durante a 195ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro sobre o Dia do Professor. Homenagem à educadora Maria Ponce de Arruda Müller.

Satisfação com a aprovação, pelo Senado Federal, do projeto que trata da partilha da exploração do excedente do pré-sal.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Registro sobre o Dia do Professor. Homenagem à educadora Maria Ponce de Arruda Müller.
MINAS E ENERGIA:
  • Satisfação com a aprovação, pelo Senado Federal, do projeto que trata da partilha da exploração do excedente do pré-sal.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2019 - Página 50
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > MINAS E ENERGIA
Indexação
  • COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, ATIVIDADE PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO, HOMENAGEM, PROFESSOR, MULHER, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT).
  • ELOGIO, APROVAÇÃO, SENADO, PROJETO DE LEI, ASSUNTO, PARTILHA, RECURSOS FINANCEIROS, EXCEDENTE, PETROLEO, EXPLORAÇÃO, PRE-SAL.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) – Sr. Presidente Jean Paul, quero aqui cumprimentar também o Deputado Marcos Rogério, nosso Presidente da Comissão de Infraestrutura, e agradecer aqui também ao Deputado Humberto. Eu tive a oportunidade de abrir a sessão, permitindo com que outros aqui falassem.

    Eu quero, Sr. Presidente, dizer que hoje todos nós que estamos aqui, na semana em que comemoramos o Dia do Professor, gostaríamos, claro, de homenagear todos eles. Eu tenho cinco irmãs, todas elas foram professoras e são professoras. Também eu tive a oportunidade de, ainda quando fazia a faculdade, na cidade de Campo Grande, ser um professor e, depois, quando formado, ainda exercer essa atividade. E falo aqui com muito orgulho dessa profissão.

    E gostaria de assinalar essa data de 15 de outubro, em que o Brasil presta essa justa homenagem àqueles homens e àquelas mulheres responsáveis pelo maior tesouro da Pátria, que são as nossas crianças e os nossos jovens – as nossas futuras gerações –, recordando uma das mulheres mais célebres da história de Mato Grosso. Falo aqui da educadora Maria Ponce de Arruda Müller, neta de Generoso Ponce, grande liderança política do Estado na virada do século XIX para o século XX. Ela nasceu em Cuiabá no ano de 1898 e, desde pequena, era presenteada pelo avô com livros que estimulavam o gosto por aprender e ensinar, que se tornou a paixão de sua longa e produtiva vida. Uma vida dedicada às salas de aula desde os 16 anos até os 96 anos de idade! Jovem normalista, foi professora primária em Cuiabá e também em Poconé, e secundária na Escola Normal Pedro Celestino, tendo também trabalhado como Diretora do Grupo Escolar Senador Azeredo, em Cuiabá.

    Como extensão natural dessa missão pedagógica, a Profa. Maria Müller desenvolveu intensa atividade cultural e social. Fundou a primeira revista feminina do Estado, intitulada de A Violeta; publicou textos em veículos de pressão nacional, como A Cruz e O Cruzeiro, a maior revista brasileira da época; e teve seu talento de poetisa e escritora reconhecido pela Academia Mato-Grossense de Letras, onde foi a segunda mulher a conquistar uma cadeira – obras como a coletânea de poemas Sons Longínquos, publicada em 1998, em comemoração ao seu centenário, e ainda o livro Cuiabá ao Longo de 100 Anos, em coautoria com a musicista Dunga Rodrigues.

    Ela casou-se, em 1919, com Júlio Müller, que governou Mato Grosso como interventor indicado por Getúlio Vargas durante o regime do Estado Novo, cuja gestão se notabilizou por realizações marcantes, como a ponte sobre o Rio Cuiabá, a estação de tratamento de água e também o Liceu Cuiabano, primeiro colégio estadual de Mato Grosso. Numa justa homenagem, aquele tradicional educandário seria rebatizado como Liceu Cuiabano Maria de Arruda Müller.

    Durante a interventoria do marido, a educadora fundou o Abrigo Bom Jesus para crianças desamparadas, o Abrigo dos Velhos e a Sociedade de Proteção à Maternidade e à Infância de Cuiabá. Foi ainda Presidente da antiga LBA (Legião Brasileira de Assistência), posição na qual priorizou os cuidados para com as famílias dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira enviados à Itália para combater na Segunda Guerra Mundial.

    Do casamento com Júlio Müller, a educadora teve sete filhos e enfrentou o duro desafio que caracterizava a vida de tantas de suas colegas, ontem, hoje e sempre: a dupla jornada de trabalho, na escola e no lar. Também teve 23 netos e mais de 60 bisnetos e tataranetos.

    A lição maior de sua vida foi o amor ao ensino. Em 2002, pouco tempo antes de falecer aos quase 105 anos de idade, a professora mais antiga do Brasil recebeu do ex-Ministro Paulo Renato a Ordem Nacional do Mérito Educativo, no grau de Grande Oficial.

    Sr. Presidente, queremos registrar aqui, sem dúvida nenhuma, o talento, o espírito de luta e sacrifício, devotamento ao bem comum em forma de paixão por orientar, formar, encaminhar e ensinar. A educadora mato-grossense Maria Müller encarnou e continuará encarnando todos os valores e qualidades que traduzem a imensa dívida do conjunto da sociedade brasileira – governados e, principalmente, governantes – para com nossos professores e nossas professoras, uma dívida que, obviamente, merece ser lembrada por justas homenagens, mas que, para ser resgatada, exige gestos concretos de incentivo e valorização profissional da carreira do magistério.

    Com isso, faço aqui, então, a minha homenagem a todos os professores e professoras brasileiros, em especial, claro, do meu Mato Grosso.

    Sr. Presidente, quero dizer também que Mato Grosso celebra a maiúscula decisão do Senado, em palavra final, ao projeto que garantiu a partilha da exploração do excedente do pré-sal – Mato Grosso, nosso Estado – graças exatamente a toda negociação que aqui fizemos, principalmente com o apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM).

     Quero aqui também, em nome do Presidente da Confederação, Aroldi, homenagear todos os Prefeitos do Brasil, as marchas dos Prefeitos que vieram para cá reivindicar, cobrar para que o pacto federativo passe, cada dia mais, a ser uma realidade no Brasil. E em nome também do Presidente da Associação Mato-Grossense de Municípios, nosso companheiro Neurilan Fraga, que tem sido um incansável lutador pela melhoria da distribuição de renda no País, claro, também lutando pelo Estado de Mato Grosso.

    Mato Grosso, então, receberá um total de R$861 milhões, sendo que desse total o Governo do Estado ficará com R$665 milhões e os Municípios com R$197 milhões. Portanto, três vezes mais do que aquilo que era projetado inicialmente. Discutimos muito os critérios, a questão da partilha através do FPM, usando, inclusive, também o critério da Lei Kandir, o Fundo de Compensação pelas Exportações.

    Hoje, o economista Vivaldo Lopes, que já foi Secretário de Governo, atualmente um dos grandes entusiastas do desenvolvimento econômico e social de Mato Grosso – assim como também Onofre Ribeiro, Alfredo Mota Menezes e tantos outros – escreveu em sua coluna semanal no site RDNews, artigo intitulado "Mais Municípios, menos Brasília", em que fez observações que considero bastante pertinentes ao momento. Assim ele escreveu:

Impensável notícia melhor para o equilíbrio das contas públicas estaduais e municipais. Boa notícia para os cofres públicos e para toda a população do Estado que vislumbra um 2020 muito mais animador que os últimos anos, desde 2014, quando a economia do país e do estado entraram em forte recessão econômica.

    Vivaldo Lopes observa:

Caberá aos prefeitos [e acrescento, ainda, ao Governador Mauro Mendes] investir da melhor forma possível esse verdadeiro presente financeiro natalino e melhorar a infraestrutura urbana e rural de suas cidades [e também do Estado], proporcionando, assim, melhor qualidade de vida aos seus cidadãos [...] [mato-grossenses e a todos os contribuintes].

    Como escreveu o conceituado economista:

Permanecem os grandes desafios, comum aos administradores do estado e também dos Municípios, que são aumentar investimentos em infraestrutura econômica e social, [...] [serem diligentes e cuidadosos com a coisa pública], [...] [otimizar os recursos] e mostrar ao mercado mundial ser possível [se desenvolver e] produzir com sustentabilidade ambiental e social.

    Com certeza, Mato Grosso tem muito a celebrar neste momento. Inclusive, dos Estados brasileiros, Mato Grosso será o quarto Estado mais beneficiado com essa partilha.

    Portanto, é uma riqueza do petróleo, cuja grande maioria está praticamente nos mares, no mar; mas, graças a esse trabalho de todos nós, estamos fazendo com que essa riqueza seja uma distribuição de renda para todo o País.

    Mato Grosso é um Estado altamente produtor das commodities agrícolas, mas com certeza precisa ainda de muito investimento para que a gente possa produzir muito mais. Tenho falado muito, Deputado Humberto, que Mato Grosso sozinho pode produzir tudo o que o Brasil produz em termos de alimentos. Então, é extremamente importante que essa riqueza possa ir para lá, principalmente para que o Estado, os Municípios façam muito mais em prol do fortalecimento da nossa infraestrutura.

    Mato Grosso é um Estado de 900 mil quilômetros quadrados, com uma população relativamente pequena, de 3,5 milhões de habitantes, gente de todo o Brasil que para lá foi, nordestinos, como o meu pai, que foi da Bahia para Mato Grosso a pé, acreditando na fé, no trabalho e principalmente na prosperidade.

    Por isso, eu quero aqui também fazer uma homenagem a todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, em especial do Estado de Mato Grosso.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2019 - Página 50