Fala da Presidência durante a 196ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar os 100 anos do Fortaleza Esporte Clube.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar os 100 anos do Fortaleza Esporte Clube.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2019 - Página 61
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CLUBE, FUTEBOL, CIDADE, FORTALEZA (CE).

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. PODEMOS - CE) – Paz e bem a todos vocês que estão aqui no Plenário do Senado Federal, neste dia 17 de outubro de 2019.

    Declaro aberta esta sessão.

    Sob a proteção de Deus e gratidão a Ele, iniciamos os nossos trabalhos.

    A presente sessão especial é destinada a homenagear o Fortaleza Esporte Clube no transcurso do seu centenário de fundação, nos termos do Requerimento nº 751, de 2019, de nossa autoria e outros Senadores, que reconheceram a importância desse clube, a sua manifestação cultural pelo esporte, uma instituição tradicionalíssima do futebol brasileiro, o clube que, desde pequenininho – estou vendo crianças ali – eu me apaixonei pelas suas cores, azul, vermelho e branco, e com o qual vivenciei momentos na minha vida inesquecíveis como meu grande amigo de infância. Hoje é o último dia do centenário do Fortaleza.

    Em 18 de outubro de 1910, ele foi fundado por Alcides Santos. Nós temos a honra e a alegria de ter presente aqui o neto do fundador do clube, Lauro, que daqui a pouco vai proferir umas palavras para a gente.

    E nós conseguimos chegar ao centenário pelo trabalho, pelo amor, pela abnegação de muita gente, de milhões – eu vou repetir aqui: milhões – de pessoas.

    Além dos funcionários dedicados, dos elencos que o Fortaleza teve ao longo deste centenário, das diretorias, mas a sua torcida sempre carregou esse clube nas costas. Uma torcida que, nos momentos mais difíceis, estava junto, uma torcida de leais.

    E nós estamos fazendo esta homenagem a este clube tão amado, que trouxe tantas alegrias a tanta gente.

    Eu quero iniciar convidando à Mesa o Presidente atual do Fortaleza Esporte Clube, Marcelo Cunha da Paz. Por favor, Marcelo. (Palmas.)

    Marcelo é um irmão que eu tenho há mais de 15 anos, uma pessoa que aprendi a admirar, a respeitar e que tem feito um grande trabalho à frente do Fortaleza. Na época em que tive a benção de ser Presidente, era o meu Vice-Presidente, o 1º Vice-Presidente. Seja bem-vindo!

    E Marcelo, ao contrário de mim, eu não entendo muito de futebol, mas o Marcelo foi fundamental ali do meu lado orientando, construindo junto, com muita seriedade, cultura de paz – não é à toa que tem paz no nome. Está fazendo um grande trabalho na liderança do Fortaleza Esporte Clube.

    Eu queria convidar também outro irmão querido, também fundamental em momentos delicados que a gente vivia em 2017, Sr. Demetrius Coelho, Presidente do conselho deliberativo do clube, que sempre esteve ao nosso lado com muita paciência, um homem do perdão, um homem que trabalhou fortemente a união dentro do Fortaleza. É uma honra tê-lo aqui também. (Palmas.)

    Eu quero chamar neste momento... As pessoas perguntam como é a origem do Fortaleza, com as camisas tão bonitas, azul, vermelho e branca. De onde veio, qual foi a inspiração. E eu quero chamar aqui o neto do abnegado primeiro Presidente, fundador do Fortaleza Esporte Clube, que é o Alcides Santos. Chamo à Mesa o seu neto Lauro Henrique Santos de Oliveira Lima. (Palmas.)

    O avô dele, a quem a gente deve muito, porque não é fácil começar um clube do zero, esteve na França, estudou, se apaixonou pelas cores tricolores. E a França tem um papel muito interessante na origem do leão, como é considerado o Fortaleza.

    Então, eu fui pessoalmente à Embaixada da França convidar o Embaixador que não pôde estar aqui, porque estava neste horário decolando para uma missão importante.

    Mas ele disse: "vou enviar para representar a França, a Embaixada da França, nesse evento, uma pessoa que adora futebol, que também é francês e que vai representar aqui a Embaixada". É uma pessoa que eu tive a oportunidade de conhecer, é uma pessoa muito bacana, muito educada e elegante. Eu vou chamar à mesa o Gilles Pecassou, que é o Ministro-Conselheiro da Embaixada da França. Por favor. (Palmas.)

    Ressalto que eu fui muito bem recebido lá na Embaixada.

    Fique à vontade. Muito obrigado! É uma honra, uma alegria muito grande receber a sua visita, a presença de vocês. A minha esposa daqui a pouco está chegando. Ela tem origem, a família dela, a família Thé, tem origem na França também.

    Eu tenho, particularmente – as pessoas sabem – uma grande referência no campo espiritual, que é o francês Allan Kardec, cujo trabalho científico, filosófico e também religioso de pesquisas trouxe a doutrina espírita. Eu sou muito grato a Allan Kardec por conhecer essa doutrina. Então, para mim é mais do que um significado emblemático. Muito obrigado!

    Eu queria também chamar à mesa uma pessoa que eu tive a oportunidade de conhecer, cujo trabalho eu já admirava há algum tempo, da crônica esportiva, que – eu dou o meu testemunho aqui –, desde que cheguei ao Fortaleza, foi essencial. Eu tenho certeza de que os outros presidentes e diretores sabem da importância da crônica esportiva para o sucesso do Fortaleza, contribuindo para levar para tantas pessoas que acompanham o clube as informações diretas do Fortaleza, uma crônica que é fundamental, e eu estou aqui com o colega irmão, Senador Kajuru, que defende com unhas e dentes. Ele tem uma relação muito forte com o esporte, é jornalista, locutor, comentarista e uma pessoa que está fazendo um trabalho diferenciado pela ética neste Senado Federal. O Senador Kajuru daqui a pouco vai usar a palavra.

    Eu queria dizer que os cronistas foram fundamentais. Eu vou chamar um apenas. Eu queria chamar vários que estão aqui, nos deram a honra de vir a esta solenidade, que eu repito: não teve nenhum investimento público. Os convidados vieram com doação de patrocinadores que amam o Fortaleza, que gostam do Fortaleza e que trouxeram para este momento histórico algumas das pessoas que aqui estão. A gente fica muito feliz em poder fazer este ano no último centenário.

    Eu queria chamar à mesa o Presidente da Associação Profissional dos Cronistas Esportivos do Estado do Ceará (APCDEC), o Sr. Alano Maia. Por favor, Alano. (Palmas.)

    Alano está sempre congregando a categoria, sempre fazendo eventos, mostrando a importância desse trabalho. É um trabalho heroico o trabalho que vocês fazem. Todos estão de parabéns. Ao longo da sessão, eu vou citar o nome de alguns desses cronistas que aqui estão.

    Eu quero citar, para minha alegria, minha felicidade, a presença de outra irmã que eu conheci aqui no Senado, uma Senadora corajosa, ousada no bem, que tem feito um trabalho fantástico. É bom a gente saber que a gente se sente ao lado de pessoas como ela e como o Senador Kajuru no bom combate, o que a gente faz aqui é o bom combate.

    Senadora Selma Arruda, de Mato Grosso. Muito obrigado pela presença aqui conosco. (Palmas.)

    Eu queria também chamar... Fortaleza tem uma torcedora símbolo. São 2 milhões de torcedores que o Fortaleza tem. Eu nem vou falar a quantidade de simpatizantes, porque, no Brasil, são milhões, e milhões, e milhões. É uma torcedora símbolo. Eu, quando pequeno, era mascote, entrava em campo pelo Fortaleza, e era ela que me pegava na mão e que me colocava, e vai crescendo aquela afeição pelo clube. Hoje, graças ao trabalho do Marcelo e toda sua diretoria e funcionários, continua acontecendo, cada vez mais entrando crianças. Não é à toa que é considerado o clube da garotada. O Fortaleza é chamado – viu, Senador Kajuru? – o clube da garotada. Quem deu esse apelido foi... Uma das pessoas que eu tenho conhecimento de que deu esse apelido foi o Zé Raimundo Costa, que é um ex-Presidente do Fortaleza, que tem uma passagem marcante comigo, importantíssima. A minha irmã casou-se com o neto dele também. A gente se aproximou, foi ver CT quando era pequeno, a gente foi crescendo junto. O clube da garotada tem essa marca das crianças.

    E o Fortaleza tem uma torcedora símbolo, que é a Toinha. E eu queria chamar aqui a Antônia Lima, Toinha, funcionária do Fortaleza. (Palmas.)

    Ela tem só, pessoal, 48 anos – não é, Toinha?

(Intervenção fora do microfone.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. PODEMOS - CE) – Quarenta e nove anos de clube. (Palmas.)

    No ano que vem, vai fazer 50 anos, cinco décadas de trabalho, se Deus permitir, se Deus quiser, não é minha irmã? Deus a abençoe.

    E, para finalizar, eu quero pedir a permissão, em nome dos atletas, porque os atletas do Fortaleza... Não é à toa que o Fortaleza é combativo, aguerrido, vibrante e forte. Então, os jogadores do Fortaleza encarnam as cores tricolores, as cores da bandeira do Fortaleza. É um clube de superação pura. Quando ninguém acredita, ele vai lá e faz uma surpresa. Essa sinergia toda os atletas pegam em campo e dão o sangue, a raça, o sangue no olho, como se costuma dizer.

    Então, em nome da gratidão, pela reverência ao corpo de atletas, que são milhares, que passaram pelo Fortaleza nos últimos 100 anos, nós temos dois aqui. Eu vou pedir para um deles subir, mas eu vou citar o outro, importantíssimo na nossa conquista do ano passado de campeão da Série B, primeiro título de impacto nacional do clube, e logo no centenário do clube. Deus não poderia escrever um roteiro tão maravilhoso. Nenhum cineasta de Hollywood conseguiria escrever o que aconteceu nos últimos dois anos no Fortaleza. Deu tudo certo!

    E eu queria chamar aqui, representando esses atletas, uma pessoa por que eu torcia muito da arquibancada, como muitos de vocês, que deu muitas alegrias e propiciou o perdão, que foi a chave do Fortaleza em 2017, na subida da Série C para a Série B – foi o perdão! Um dia a gente vai poder contar essa história para vocês com mais detalhes, alguns já sabem. Mas eu queria chamar o Clodoaldo.

    Clodoaldo, por favor! (Palmas.)

    Clodoaldo Ferreira, um dos maiores jogadores da história do Fortaleza nos últimos 20 anos. Ele está aí com destaque: Clodoaldo, Senador Kajuru. A nossa querida empresária da Xuxa, Marlene Mattos, foi atrás de poucos jogadores na sua vida, e um deles foi o Clodoaldo, porque ela viu o potencial, o talento que esse homem tem e que deu muitas alegrias para o Fortaleza. Em 2017, houve o perdão, porque houve um momento da vida dele em que ele foi para o adversário – eu não chamo de rival porque rival não é uma coisa bacana. Eu tenho um profundo respeito pelo Ceará Sporting Club, um time também muito glorioso –, o Clodoaldo foi participar do Ceará, e isso balançou um pouco as estruturas. Depois de dez anos, Clodoaldo é aceito, perdoado; pede perdão e é perdoado pela torcida do Fortaleza. Foi um perdão mútuo, na realidade, e ali houve um momento de encontro, porque a gente não pode de maneira nenhuma não honrar os nossos heróis. Então, foi um momento de redenção para o Fortaleza, e o Clodoaldo está aqui conosco.

    Muito obrigado, Clodoaldo, pela sua presença!

    E hoje ele é funcionário do Fortaleza Esporte Clube.

    Então, para terminar a composição da Mesa, eu quero chamar...

    Aqui nós estamos em Brasília, no Distrito Federal, e nós temos uma representação, uma Embaixada do Fortaleza aqui no Distrito Federal. Existe em outros Estados também, mas aqui eu tive a oportunidade de assistir a jogos com eles, participar de alguns eventos e nutro amizade por essa turma, que me recebeu muito bem, e que é Fortaleza mesmo, vai a Goiânia assistir a jogo, vai a todo lugar. Então, eu quero chamar o Presidente aqui da Embaixada tricolor do DF, que é o Embaixador tricolor, o Sr. Flávio Gomes.

    Por favor, Flávio. (Palmas.)

    Ele já vem ali a caráter, com as cores... Daqui estou vendo um show de gravatas...

    Pessoal, peço a vocês para ficarmos de pé. Convido todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional deste nosso País fantástico, o Brasil.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. PODEMOS - CE) – Pessoal, eu considero que Deus deu três presentes para o Fortaleza no centenário. Até escrevi um artigo sobre isso. O primeiro presente foi este cara que está aqui do meu lado. O segundo presente foi a série B. E Deus foi tão generoso que nos deu a A, no mesmo período, mas ali, sair da C para a B, na véspera do centenário, não tem preço. E o terceiro presente vocês vão ver no vídeo agora.

    Por favor.

(Procede-se à exibição de vídeo.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. PODEMOS - CE) – Por que eu falo que é um presente o Rogério Ceni? Dispensa comentários, Kajuru, o campeão que ele é, a dedicação. É um profissional que dorme poucas horas por noite – quando eu digo "poucas", são poucas horas mesmo por noite, três ou quatro –, para se dedicar a estudar, a focar no seu trabalho, para se superar. Então, o Rogério Ceni aceitou o grande desafio na hora que eu estava saindo do Fortaleza – Marcelo Paz teve todo o mérito na contratação, eu apenas tive a bênção de fazer a ponte. E ele veio e nos deu grandes presentes: a Copa do Nordeste, Campeonato Cearense e o Campeonato Brasileiro – a Tríplice Coroa, como se chama no futebol. O Rogério Ceni voltou ao clube em uma história muito interessante de acolhimento. Ele volta agora ao clube com uma missão muito difícil. Ele pensou em todo mundo nesse retorno, menos nele: ele pensou na gratidão, no amor que a torcida tem pelo clube, que dedicou de apoio a ele, desde o começo, e ele voltou para um desafio, superando questões pessoais, superando situações delicadas, para tentar fazer, nesse sprint final, todo o possível para o clube continuar na série A. Então, esse gesto dele, para mim, já valeu. Já mostrou o caráter que a gente conhecia dele, um homem ético, um homem dedicado, um homem cidadão, um cidadão de bem, de quem tenho a honra de ser amigo.

    Eu queria registrar a presença do Senador Styvenson Valentim, outro irmão, do Estado do Rio Grande do Norte. (Palmas.)

    Styvenson é outro Senador aqui que tem feito o seu trabalho com muita honra, com muita dedicação, pelo bem da Nação, pelo bem do Estado dele.

    Há um videozinho. Antes de a gente começar aqui as falas em homenagem, eu queria pedir que fosse rodado um vídeo institucional do Fortaleza. Por favor.

(Procede-se à exibição de vídeo institucional do Fortaleza.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. PODEMOS - CE) – Esse é um documentário que foi feito para o centenário do Fortaleza, chamado Meu Tricolor de Aço, que foi para os cinemas do Estado do Ceará e de São Paulo também.

    E quero dar em primeira mão para vocês a notícia, nem o Presidente sabe ainda: até o final do ano, vai estar no Netflix! (Palmas.)

    Uma dessas pessoas que falou, a quem quero deixar as minhas orações, à sua família, minha gratidão, foi o grande historiador Airton Fontenele, que faleceu, desencarnou este ano, em Fortaleza. Então, à memória dele a gente destina também esta sessão solene.

    Antes das falas – já está do meu lado direito ali –, vocês vão ter uma surpresa agora, feita com todo o carinho pela Embaixada tricolor, organizada pela Embaixada tricolor. Vamos ouvir o talento deles, e depois eu quero fazer um comentário.

    Por favor, fiquem à vontade!

(Procede-se à execução do Hino do Fortaleza Esporte Clube.)

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. PODEMOS - CE) – Muitíssimo obrigado.

    Esse é o hino do Fortaleza Esporte Clube, composto por Jackson de Carvalho em 1967, um hino que tem várias versões, inclusive do Fagner, amigo do Kajuru, nosso amigo, grande artista, torcedor do Fortaleza Esporte Clube. E joga futebol também o Fagner, ele joga bem, viu? E joga descalço. Eu também gosto de jogar descalço.

    Muito bom.

    Então, eu quero agradecer ao trio que veio aqui, representando a Embaixada Tricolor do DF. Muito obrigado pela presença de vocês.

    Vamos começar a ouvir e vamos pela Toinha, por essa torcedora símbolo do Fortaleza que é funcionária há 49 anos. Você vai abrir esta sessão, querida.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2019 - Página 61