Pela Liderança durante a 194ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Exposição de matéria da revista Veja, da jornalista Adriana Dias Lopes, na qual analisa a importância da canonização da Irmã Dulce dos Pobres para a Igreja Católica

Autor
Chico Rodrigues (DEM - Democratas/RR)
Nome completo: Francisco de Assis Rodrigues
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Exposição de matéria da revista Veja, da jornalista Adriana Dias Lopes, na qual analisa a importância da canonização da Irmã Dulce dos Pobres para a Igreja Católica
Publicação
Publicação no DSF de 17/10/2019 - Página 29
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • REGISTRO, MATERIA, PERIODICO, VEJA, ASSUNTO, IRMÃ DULCE, IMPORTANCIA, CANONIZAÇÃO, IGREJA CATOLICA.

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR. Pela Liderança.) – Muito obrigado, Senador Jorge Kajuru, que preside esta sessão, e, num gesto de coerência, anuncia já qual a decisão que toma em caso de eu extrapolar os cinco minutos regimentais. E eu agradeço a V. Exa. a gentileza, o gesto.

    Eu gostaria que todos os brasileiros, todos os telespectadores, todos aqueles que nos ouvem pela Rádio Senado, que nos acompanham pela internet e, agora neste momento, nos veem pela televisão, fizessem apenas poucos minutos de silêncio, onde estejam, e acompanhassem este breve pronunciamento, que eu acho que é importante, muito importante para a fé católica e para que nós possamos recuperar perdas que na verdade nos deixam extremamente preocupados com a situação atual da nossa Igreja Católica.

    Uma matéria brilhante da revista Veja, da jornalista Adriana Dias Lopes, fala sobre a canonização. Estivemos em Roma, no último domingo, em um grupo parlamentar católico, a convite do Presidente Davi Alcolumbre, e lá, representando o Senado, juntamente com outros colegas Senadores, nós participamos daquela bela festa, que é única até agora para nós brasileiros, com a primeira santa católica nascida no Brasil.

    E diz a matéria:

"Beatíssimo Pai, a Santa Mãe Igreja pede a Vossa Santidade que inscreva a beata Dulce Pontes no Catálogo dos Santos e como tal seja venerada por todos os fiéis cristãos". Com essa frase, dita em latim, o cardeal italiano Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, inaugurou, no Vaticano, às 10h15 do domingo, dia 13, um momento histórico para o catolicismo brasileiro: [a consagração do "anjo bom da Bahia" – um anjo bom da Bahia].

    Isso a fez ser compreendida pela Igreja, obedecendo aos cânones católicos da Igreja, com o título, por que não dizer, de santa. Ela, na verdade, em vida, dedicou praticamente os seus minutos preciosos dessa sua passagem terrena em causa dos mais pobres.

    E vejam:

No Brasil o recente movimento de migração religiosa, de encolhimento do catolicismo, está sendo acachapante. Nas periferias, sobretudo, os líderes pentecostais se aproveitaram da ausência do Estado e da Igreja Católica para atuar como guias espirituais e promotores do assistencialismo. O Brasil ainda é a maior Nação católica do mundo, com 123 milhões de seguidores, mas, mantida a tendência atual, em no máximo 30 anos, católicos e evangélicos poderão estar empatados em tamanho na população. Em 1970, 92% dos brasileiros eram católicos – hoje, são 64%. Quem mais cresce são os evangélicos, que, em quase 50 anos, saltaram de 5% da população para 22%. "O impacto dessa mudança é grande para a Igreja Católica", diz José Eustáquio Diniz, demógrafo da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE.

(Soa a campainha.)

    O SR. CHICO RODRIGUES (Bloco Parlamentar Vanguarda/DEM - RR) –

"A Rússia teve revolução e permaneceu [com a religião] ortodoxa. Os Estados Unidos, mesmo com a guerra civil, se mantiveram protestantes. Entre os países grandes, mudanças desse tipo só ocorreram em consequência de guerras e revoluções. No Brasil, a revolução é silenciosa". Santa Dulce dos Pobres pode vir a ser o ímã da recuperação católica [Santa Dulce dos Pobres pode ser o ímã da recuperação católica, repito] e sua inspiradora trajetória tem força inigualável, capaz de reunir, num só personagem, humildade e perseverança, delicadeza e aspereza.

Em nome dos pobres e dos doentes, a mulher de 1,42m era [uma] gigante. Criou um dos maiores complexos de saúde do Brasil, o Hospital Santo Antônio, em Salvador, que hoje faz 3,5 milhões de procedimentos ambulatoriais por ano, gratuitamente. Ela atraía atenção, carinho e dinheiro de políticos e empresários, como Antonio Carlos Magalhães e Norberto Odebrecht. Nascida numa família de classe média (filha de dentista e professor), tinha uma afeição espantosa pelos miseráveis. Certa vez, foi alimentar um morador de rua. Na primeira colherada, ele cuspiu a comida na cara da religiosa. Dulce reagiu: “A primeira colher era para mim mesmo, agora coma você”. Invadiu casas para abrigar gente que morava nas ruas. Foi afastada de sua congregação, a das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em razão de suas atividades, que não seguiam regras tradicionais.

    Portanto, o próprio reconhecimento da Igreja Católica, a própria necessidade de se solidificar a fé e, acima de tudo, num processo histórico desde o Descobrimento, o fortalecimento da Igreja Católica, hoje, têm, na verdade, a sua grande referência na Irmã Dulce dos Pobres, canonizada no último domingo, em Roma.

    Portanto, Sr. Presidente, não poderia deixar de fazer esse registro. Nós, que somos católicos apostólicos romanos, que nascemos no berço da religiosidade, entendemos que essa canonização traz, acima de tudo, não apenas para os católicos praticantes, mas para todos aqueles que, sentindo-se, muitas vezes, abandonados pelas práticas hoje da Igreja, pelo seu crescimento, e, obviamente, das outras religiões, que também são religiões que cultuam um só Deus, mas que se dividem pela sua orientação religiosa... É claro que nós elogiamos também a Igreja Evangélica. É claro que nós elogiamos as demais religiões, mas nós queremos, realmente, que esse divisor de águas que agora se estabelece com a canonização, com a santificação da nossa Irmã Dulce dos Pobres possa dar à Igreja Católica um novo rumo no seu crescimento no nosso País.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/10/2019 - Página 29